Qual a relação entre a independência do Brasil e o Bloqueio Continental?

O Bloqueio Continental teve lugar durante a Terceira Coligação das Guerras Napoleônicas, em 1806, e foi uma imposição de Napoleão Bonaparte para os países europeus, que consistia em cortar laços comerciais com a Inglaterra, com o objetivo de destruir sua hegemonia econômica.

Com o objetivo de acabar com a monarquia absolutista e difundir o ideal da Revolução Francesa, Napoleão travou diversas batalhas com a maior parte dos países europeus. Esse líder conseguiu tornar a França a maior potência política na Europa e foi muitas vezes considerado invencível, demonstrando isso ao longo dos 12 anos dos conflitos revolucionários que comandou.

Ao promulgar o Bloqueio Continental, em 21 de novembro de 1806, Napoleão determinava que todos os portos europeus impedissem a entrada das embarcações inglesas e, assim, pretendia fortalecer o comércio da França, imbuído do espírito iluminista da Revolução Francesa.

Consequências para o Brasil

Para o sucesso da estratégia de Napoleão, era imperioso que os países obedecessem a sua imposição, todavia, Portugal se contrapôs à mesma uma vez que dependia do comércio inglês. Napoleão ameaçou invadir Portugal, e para assegurar a segurança da família real, com o apoio da Inglaterra, o rei D. João VI se transferiu para o Brasil com a família.

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Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas

Com o objetivo de beneficiar a Inglaterra, em 1808, D. João de Bragança promulgou a abertura dos portos no Brasil para as nações amigas de Portugal, o que beneficiou a Inglaterra.

Este decreto, na sequência da transferência da família real, dá início ao processo que leva o Brasil à independência.

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Qual a relação entre a independência do Brasil e o Bloqueio Continental?
Napoleão Bonaparte em 1802, quando era o primeiro-cônsul da França e já o homem forte do país. Óleo sobre tela (273 x 234 cm) de Jacques-Louis David. Domínio público, Palácio de Versalhes

A mudança da sede da monarquia portuguesa para a sua colônia americana era um assunto recorrente nas discussões da corte. No século XVIII, por exemplo, D. Luís da Cunha, conselheiro de D. João V, comentava, ao lhe propor a mudança para a América: "Que é Portugal? Uma orelha de terra, de que um terço está para cultivar (...), o outro pertence à Igreja".

Nos primeiros anos do século XIX, grande parte da Europa estava sob o domínio de Napoleão Bonaparte, que se tornara imperador francês em 1804. O único obstáculo à consolidação de seu império na Europa era a Inglaterra, que, favorecida por sua posição insular, por seu poderio econômico e por sua supremacia naval, não conseguiria conquistar. Para tentar dominá-la, Napoleão usou a estratégia do Bloqueio Continental, ou seja, decretou o fechamento dos portos de todos os países europeus ao comércio inglês. Pretendia, dessa forma, enfraquecer a economia inglesa, que monopolizava o mercado consumidor europeu com seus produtos manufaturados. Com essa medida, Napoleão buscava garantir mercados consumidores para as manufaturas francesas.

O decreto, datado de 21 de novembro de 1806, dependia, para sua real eficácia, de que todos os países da Europa aderissem à ideia e, para tanto, era crucial a adesão dos portos localizados nos extremos do continente, ou seja, os do Império Russo e os da Península Ibérica, especialmente os de Portugal. O Acordo de Tilsit, firmado com o tzar Alexandre I da Rússia, em julho de 1807, garantiu a Napoleão o fechamento do extremo leste da Europa. Faltava agora o fechamento a oeste, quer dizer, os portos das cidades de Lisboa e do Porto, fosse por meio de acordo ou de ocupação militar.

Qual a relação entre a independência do Brasil e o Bloqueio Continental?
Postal ilustrado de um mercado lisboeta no século XIX. Têmpera sobre papel de Zacharie F. Doumet. Domínio público, Câmara Municipal de Lisboa

Um grande problema para os planos expansionistas de Napoleão era a posição dúbia do governo de Portugal, que relutava em aderir ao Bloqueio Continental devido à sua aliança com a Inglaterra, da qual era extremamente dependente. O príncipe D. João, que assumira a regência em 1792 devido ao enlouquecimento de sua mãe, a rainha D. Maria I, estava indeciso quanto à alternativa menos danosa para a monarquia portuguesa. Sendo um reino decadente, cuja grande riqueza eram as suas colônias, especialmente o Brasil, Portugal não tinha como enfrentar Napoleão. Permanecer na Europa significava, portanto, ficar sob a esfera de dominação francesa.

A alternativa que sua aliada, a Inglaterra, lhe apontava como a melhor era a transferência da corte portuguesa para o Brasil, que passaria a ser a sede do Reino. Essa alternativa contava com o apoio de uma parte da nobreza portuguesa, sendo, também, bastante atraente para os interesses ingleses.

O sentimento de inferioridade de Portugal em relação às demais potências europeias é apontado pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda como um forte motivador para o desejo da instalação da corte no Brasil, quando diz que "o luxo da corte não apaga no Reino a consciência da inferioridade dentro do Velho Continente. Portugal está cansado de ser pequeno, e, reatando a antiga vocação transmarina pela voz de alguns expoentes, toma a consciência de que pode ser muito grande".  

Qual a relação entre a independência do Brasil e o Bloqueio Continental?
Retrato de João quando ainda era um infante. Óleo sobre tela do século XVIII. Domínio público, Museu da Inconfidência

Muitos dos letrados do Reino reconheciam que a importância de Portugal no cenário internacional devia-se à sua rica colônia americana, e a viam como sua tábua de salvação. Para os que defendiam essa ideia, o ideal seria a implantação, no Brasil, de um império luso-americano. Assim, tendo em vista a difícil situação em que se encontrava o governo português, imprensado entre os interesses ingleses e franceses, era natural que essa possibilidade fosse lembrada como a melhor das soluções. Dessa forma, a expansão napoleônica na Europa e a ameaça de invasão de Portugal por suas tropas serviram de elemento desencadeador de uma ideia há muito elaborada.

Para pressionar o príncipe regente D. João, Napoleão enviou-lhe um ultimato, em agosto de 1807, para que rompesse com a Inglaterra e prendesse os súditos ingleses que habitassem o Reino, confiscando-lhes os bens. Caso não cumprisse as ordens, Portugal seria invadido pelas tropas francesas comandadas pelo general Junot. Os ingleses, por seu lado, também se movimentavam para proteger seus bens e seus súditos em Portugal da ameaça francesa, levando-os para a Inglaterra. Ao mesmo tempo, tentavam forçar D. João a se decidir a embarcar para o Brasil.

Qual a relação entre a independência do Brasil e o Bloqueio Continental?

Resposta: A relação entre o Bloqueio Continental e a Independência do Brasil pode ser identificada a partir da manutenção, por parte de Dom João VI, príncipe regente de Portugal, da aliança política e econômica com a Inglaterra, contrariando Napoleão.

O que foi o Bloqueio Continental e como ele influenciou no processo de independência do Brasil?

Napoleão acreditava que o bloqueio arruinaria a economia inglesa e garantiria o desenvolvimento econômico da França, bem como o seu domínio completo sobre a Europa. Por causa do Bloqueio Continental, criado em 1806, os navios ingleses foram proibidos de atracar nos portos dos países europeus dominados pela França.

Qual a relação entre Napoleão e a Independência do Brasil?

"Na verdade, quem fez a independência do Brasil foi o Napoleão Bonaparte porque todos os acontecimentos que precipitaram a separação do Brasil e de Portugal começaram primeiro na Revolução Francesa de 1789 e depois na ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder e a seu enfrentamento contra as monarquias da época.

Quais as consequências do Bloqueio Continental para a história do Brasil?

Consequências do bloqueio continental Alguns setores foram prejudicados, inclusive na França, como a indústria naval. Portugal colocou-se contra a imposição de Napoleão. Com a ajuda dos ingleses, a família real transferiu-se para o Brasil.