Qual era a finalidade das alianças dos indígenas com os portugueses?

A conquista da América foi permeada de conflitos. Primeiramente, no século XV, Portugal dominava a navegação na África, assim como o comércio com as índias. Neste período a Espanha optou por apoiar e financiar uma expedição marítima de Cristóvão Colombo.

Colombo acreditava que a Terra era redonda e que seguindo na direção Oeste chegaria à Ásia. Desta forma, em 12 de outubro de 1492, com três dias de viagem em alto mar, Colombo aportou na América.

Embora a expedição não tenha tido o resultado esperado, visto que não chegou ao Oriente, fora descoberto um novo território. Assim ocorreu a conquista da América. Esse novo território, por sua vez, passou a ser explorado pelos espanhóis.

Os europeus, quando chegaram na América, tentaram impor sua cultura aos habitantes nativos. Quem desobedecesse as regras era severamente punido. Surgiram, desta forma, os primeiros confrontos entre colonizadores e os povos colonizados. No caso da América, os povos indígenas.

Conflitos na América Colonial

Como já falamos anteriormente, a chegada dos europeus à América trouxe também muitos conflitos. Importante ressaltar que os povos indígenas que habitavam a América já tinham conflitos entre si. Pois existiam muitas tribos de culturas diferentes nesse território.

Os portugueses, por sua vez, necessitavam de alianças estratégicas com os índios para manter outras tribos e também invasores estrangeiros longe de seus terras.  As tribos indígenas se submetiam a essas alianças com a finalidade de derrotar tribos inimigas.

Sendo assim é justo afirmar que a conquista do território americano pelos portugueses favoreceu o extermínio de milhares de indígenas. Isso porque houve a colaboração massiva dos índios nativos.

No Brasil os tupiniquins foram os nativos que mais tiveram participação na colonização portuguesa. Esses eram aliados dos colonizadores portugueses.

Os tupiniquins foram catequizados por jesuítas, sofrendo diversas pragas como a varíola e algumas doenças que assolavam as plantações. Sendo que os tupiniquins ainda são um dos povos mais presentes no território brasileiro.

Conflitos nos Estados Unidos da América

Nos Estados Unidos da América, por outro lado, em virtude do crescimento das vilas e o desenvolvimento econômico, os povos indígenas foram sendo dizimados. Eles foram expulsos de sua terras durante o processo de ocupação territorial.

Em 1862, foi aprovada a Lei do Povoamento. Ela excluía os índios como cidadãos americanos. Desta forma o governo vendia as terras sem a autorização dos índios, que por sua vez eram expulsos ou mortos pelos colonos que tomavam posse.

Assim o extermínio da população indígena ocorreu gradativamente devido aos conflitos entre os índios e os colonos. Além disso, as grandes empresas instaladas em território americano para a construção da estrada de ferro matavam os bisões (búfalo americano).

Tribos morreram de fome

Esses animais eram a principal fonte de alimentação de muitas tribos. Por consequência, muito índios sofriam com a escassez de alimentos e acabavam morrendo de forme.

Outro fator de extrema relevância na história foi a intervenção dos soldados do exército norte-americano nos conflitos travados entre índios e colonos. Tais conflitos eliminavam aldeias inteiras.

A expansão e a ocupação dos territórios a oeste trouxeram o fortalecimento da economia norte-americana, sendo que, em troca da expansão industrial e capitalista, milhões de índios foram mortos e culturas inteiras foram extintas.

Dicas Enem

Sem dúvida nenhuma, a colonização da América e os conflitos entre europeus e indígenas, neste período, são temas garantidos em todas as provas do Enem. Uma vez que contam nossa história.

Para saber mais sobre esse tema não deixe de conferir as aulas sugeridas a seguir:

  1. O primeiro contato entre indígenas e europeus;
  2. A escravidão e suas formas de resistência indígena e africana na América.

Bons estudos e uma excelente prova para você!

A escravidão indígena foi a primeira tentativa da Coroa portuguesa de explorar a mão de obra no Brasil. Os portugueses encontraram inúmeras dificuldades em capturar indígenas para esse fim. Além destes conhecerem muito bem o território, os padres jesuítas tornaram-se empecilhos para a escravidão, porque defendiam os índios para serem catequizados.

A Coroa só autorizava a escravidão indígena por meio da guerra justa. Com a vinda dos negros africanos para o trabalho escravo, e tendo-se em vista a lucratividade do tráfico negreiro, a escravidão indígena foi sendo deixada de lado.

Leia também: Escravidão no Brasil: formas de resistência 

Qual era a finalidade das alianças dos indígenas com os portugueses?
O modo de vida dos índios não se adaptou ao trabalho escravo exigido pelos portugueses nos primeiros anos de colonização brasileira.

Tópicos deste artigo

  • 1 - Contexto histórico da escravidão indígena
  • 2 - Causas da escravidão indígena
  • 3 - Escravidão entre os indígenas
  • 4 - Igreja e a escravidão indígena
  • 5 - Coroa e a escravidão indígena
  • 6 - Abolição da escravidão indígena
  • 7 - Escravidão indígena X escravidão africana
  • 8 - Resumo sobre a escravidão indígena
  • 9 - Exercícios resolvidos

Contexto histórico da escravidão indígena

Quando os portugueses desembarcaram no Brasil em 1500, buscou-se o primeiro contato com os nativos para conhecer-se melhor a região e suas riquezas.

O primeiro ciclo econômico da colônia foi o pau-brasil. Os índios retiravam as árvores das florestas próximas ao litoral e colocavam-nas nas caravelas portuguesas em troca de espelhos e bugigangas que não tinham valor comercial para os portugueses, mas chamavam a atenção dos nativos. Essa troca chamava-se escambo.

Enquanto Portugal lucrava com o comércio de especiarias das Índias, as novas terras na América serviam de entreposto, de parada das navegações vindas de Portugal para, em seguida, continuarem a viagem em direção às Índias. Enquanto isso, o comércio do pau-brasil era mantido.

A crise do comércio de especiarias e a ameaça de invasão por parte de piratas ingleses e franceses fizeram com que Portugal investisse definitivamente na posse e na exploração do Brasil. Ao contrário dos espanhóis, que encontraram ouro nos primeiros anos de colonização da América, os portugueses não tiveram a mesma sorte. O comércio do pau-brasil gerava algum lucro, mas não o suficiente para a Coroa portuguesa. Os colonizadores tentaram aproximar-se dos índios, para que estes se tornassem seus aliados e, logo depois, escravizados. Os índios colaboraram com os portugueses na expulsão de estrangeiros que tentaram invadir o Brasil.

No mesmo período que a Coroa portuguesa decidiu investir na exploração do Brasil, a Companhia de Jesus também participou dessa empreitada e enviou diversos padres para catequizar os habitantes das regiões distantes da Europa. No século XVI, a Igreja sofria os reveses da Reforma Protestante, e a criação da Companhia de Jesus foi uma das respostas ao avanço protestante na América.

Os padres jesuítas tiveram papel importante na cristianização dos colonos e na catequização dos índios. O Padre José de Anchieta aprendeu a língua tupi-guarani e foi o primeiro a fazer um dicionário sobre ela. Ele se utilizava de poesias e apresentações teatrais para evangelizar os índios.

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Causas da escravidão indígena

As causas da escravidão indígena estão ligadas principalmente ao propósito dos portugueses em colonizar o Brasil. Ao contrário do que houve na América do Norte, os colonizadores portugueses não deixaram seus reinos para morar aqui. Eles vinham apenas para explorar as riquezas do Brasil. A única mão de obra disponível era a indígena, no entanto, o trabalho escravo e em grande escala não era comum para os índios.

Os colonizadores utilizaram-se de ameaças, da força física e da propagação de doenças para forçar os índios a trabalharem para a Coroa. Várias tribos foram dizimadas por conta do conflito com os portugueses ao recusarem o trabalho escravo. Muitos índios fugiram para o interior do Brasil, evitando ser escravizados. O fracasso da escravidão indígena fez com que os portugueses optassem pela escravidão negra oriunda da África.

Escravidão entre os indígenas

A escravidão entre os índios acontecia logo após uma tribo vencer a outra em um combate. Os derrotados eram transformados em mão de obra escrava, mas o trabalho exigido não se comparava com o que os portugueses esperavam que os índios fizessem.

A escravidão entre os índios era o trabalho na tribo. Além disso, havia tribos canibais que comiam a carne dos adversários, pois acreditavam que, dessa forma, teriam as mesmas qualidades daqueles que morreram no combate. Por exemplo, se um inimigo capturado era um bom corredor, suas pernas eram comidas para que a velocidade delas fosse agregada a quem as comesse.

Veja também: Cultura indígena – aspectos marcantes e suas peculiaridades

Igreja e a escravidão indígena

Os primeiros anos da colonização efetiva do Brasil, a partir de 1530, expuseram conflitos entre a Igreja e os colonos portugueses. Os colonos queriam escravizar os índios para trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar, enquanto os religiosos aproximaram-se deles para catequizá-los. Os índios eram vistos como seres inferiores, que necessitavam da conversão ao catolicismo para que suas almas não fossem condenadas. Por isso, as práticas religiosas realizadas pelas tribos antes da chegada dos portugueses foram abolidas pelos padres jesuítas.

Percebendo que os colonos não cessariam de persegui-los até conseguirem capturá-los para o trabalho nas lavouras de açúcar, os padres jesuítas fugiram com os índios para o interior do Brasil, principalmente para as terras mais ao sul e ao norte da colônia. Surgiam assim as missões jesuítas, que protegiam os índios da perseguição dos portugueses e nas quais eram ensinados a doutrina católica e o preparo da terra para a plantação dos alimentos a serem consumidos nelas.

Esse avanço jesuíta foi o primeiro movimento de interiorização do Brasil. Os jesuítas alcançaram o norte da colônia, principalmente a região próxima da Floresta Amazônica. Essas expedições religiosas ao norte descobriram as drogas do sertão, produtos oriundos da floresta.

Qual era a finalidade das alianças dos indígenas com os portugueses?
Padre José de Anchieta trabalhou na catequização dos índios e produziu o primeiro dicionário da língua tupi-guarani.

Coroa e a escravidão indígena

Para evitar o conflito entre os colonos e os jesuítas, a Coroa portuguesa determinou a guerra justa — os portugueses só poderiam escravizar os índios que tivessem entrado em conflito com os colonos, um confronto gratuito, sem provocação dos portugueses.

Abolição da escravidão indígena

A Coroa portuguesa teve mais prejuízo do que benefício com a escravidão indígena. A fuga para regiões mais distantes, a indisponibilidade para o trabalho intensivo exigido pela Coroa e a presença jesuíta na defesa dos índios fizeram com que os portugueses repensassem formas de mão de obra para a lavoura de cana-de-açúcar. A escravidão africana mostrou-se lucrativa e mais vantajosa do que a indígena.

Escravidão indígena X escravidão africana

O negro africano veio trabalhar como escravo no Brasil para atender aos anseios da Coroa de iniciar-se rapidamente a produção açucareira de forma intensiva. Com o trabalho escravo vindo da África sendo vantajoso financeiramente e atraente para os senhores de engenho do Nordeste, o tráfico negreiro intensificou-se para essa região, e, dessa forma, a escravidão indígena foi sendo substituída pela mão de obra negra.

Resumo sobre a escravidão indígena

  • O trabalho indígena na colônia foi a primeira tentativa de escravizar os índios para que trabalhassem de forma intensiva nas lavouras de cana-de-açúcar no Nordeste.
  • Conflitos entre colonos e jesuítas pela posse dos índios.
  • Guerra justa: a Coroa só admitia a mão de obra indígena se houvesse conflito entre os colonos e as tribos indígenas.
  • O tráfico negreiro mostrou-se mais lucrativo e atraente para os senhores de engenho.

Acesse também: Como ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?

Exercícios resolvidos

Questão 1 – Podemos afirmar que a guerra justa foi:

A) justificativa para a escravização da mão de obra indígena.

B) disputa religiosa entre católicos e muçulmanos.

C) conflito entre Portugal e Espanha pela posse total da América.

D) guerra entre portugueses e piratas franceses no Rio de Janeiro.

Resolução

Alternativa A. Caso uma tribo indígena atacasse algum colono no Brasil, esse colono poderia escravizar os índios que o atacaram: era a guerra justa.

Questão 2 – Como se deu a atuação dos jesuítas com os índios?

A) Os padres jesuítas evitaram o contato com os índios, pois não queriam ser tentados a casarem-se.

B) Os jesuítas catequizaram os índios para ganhar mais adeptos à Igreja Católica.

C) Na guerra justa, os jesuítas incentivaram os índios a guerrearem contra os portugueses.

D) Os jesuítas fracassaram nos seus objetivos de catequizar os índios.

Resolução

Alternativa B. Logo após a Reforma Protestante, a Igreja Católica pretendia aumentar o número de fiéis nas terras recém-descobertas na América. Os padres jesuítas foram responsáveis por firmar a fé cristã entre os colonos e catequizar os índios.


Por Carlos César Higa
Professor de História

Por que os portugueses fizeram aliança com os indígenas?

instalar o poder régio na colônia. O apoio de alguém que convivia com os índios e tinha uma evidente força política entre eles foi fundamental para fundar e manter a Vila de São Paulo de Piratininga.

Qual o principal objetivo das alianças entre indígenas e europeus?

o principal objetivo era para que os países conseguissem se fortalecer e crescer militarmente com ajuda dos países que estavam em seu grupo.

Como foi o relacionamento entre os portugueses e os povos indígenas?

Durante os primeiros anos do descobrimento, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Quais foram os aliados dos indígenas nesse período?

Como aliados ou inimigos, os europeus foram inseridos nas relações intertribais dos vários grupos Tupi, que se associavam a uns ou outros (portugueses, franceses, holandeses), conforme circunstâncias e interesses que freqüentemente se alteravam.