Qual o papel do professor no ensino da arte?

Autores

  • Euzânia B. F. Andrade UNESP – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Letras - Departamento de Ciências da Educação. Grupo de Pesquisa Incubadora de Gestores da Educação: Construindo Lideranças (Credenciado no CNPQ). Araraquara – SP – Brasil. 14800-901

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v7i1.5369

Resumo

A proposta deste artigo é apresentar um panorama da pesquisa realizada pela autora sobre a concepção de arte do professor na Educação Infantil assim como a arte e sua contribuição para a educação infantil: uma política em defesa da arte como um direito da criança. Apresentam-se inicialmente algumas leis de proteção à criança, visando à contextualização do tema. A criança nos seus primeiros anos de vida (de zero a seis anos) ainda é bastante vulnerável no que se refere a sua proteção e atenção. São várias as leis e tratados comprometidos com essa atenção, mas que ainda caminham para efetiva implantação. Por isso, apresentam-se algumas dessas leis assim como materiais que servem de subsídios para a prática pedagógica nas escolas de educação infantil. O material de análise aqui apresentado é o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998). Este constitui-se em um conjunto de referências e orientações pedagógicas que visam contribuir com a implantação ou implementação de práticas educativas de qualidade que possam promover e ampliar as condições necessárias para o exercício da cidadania das crianças brasileiras. Sua função é contribuir com as políticas e programas de educação infantil, socializando informações, discussões e pesquisas, subsidiando o trabalho educativo de técnicos, professores e demais profissionais da educação infantil, apoiando os sistemas de ensino estaduais e municipais. No Referencial, tem-se como enfoque o princípio que se refere ao “acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética”. Aborda-se também no artigo a questão da polivalência do professor, que deve trabalhar as linguagens artísticas: Movimento, Artes Visuais e Música, todas elas necessárias ao desenvolvimento da criança. O que se observa em sala de aula é que este professor não consegue contemplar essas linguagens e quando propõe atividades na área de artes visuais, seu enfoque principal é o desenho, apresentando, em sua grande parte, cópias ou temas fechados, o que prejudica a criatividade e o desenvolvimento sensível da criança. Apresentam-se alguns desenhos como forma de registros dessas aulas e colocam-se questões referentes à concepção de arte desse professor e o modo como consegue dar conta dessa polivalência que lhe é atribuída. Questão para se pensar.

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Como Citar

ANDRADE, E. B. F. A arte como um direito da criança: o papel do professor na construção de um mundo sensível. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 7, n. 1, p. 72–83, 2012. DOI: 10.21723/riaee.v7i1.5369. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/5369. Acesso em: 5 dez. 2022.

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Qual o papel do professor no ensino da arte?

Em entrevista, Rosa Iavelberg indica fazer o caminho inverso ao planejar para o componente

Qual o papel do professor no ensino da arte?
Professor de Arte tem o papel de promover aprendizagens nas seis dimensões do conhecimento. Ilustração: Rita Mayumi/Nova Escola

Em entrevista a NOVA ESCOLA, a professora Livre Docente e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Rosa Iavelberg, fala sobre avaliação, recursos e plajenamento para adaptar o ensino de Arte à Base. Confira a seguir. 

NOVA ESCOLA: Na sala de aula, qual é o papel do professor enquanto mediador dos processos de criação, expressão, fruição, estesia, reflexão e crítica da Arte?
Rosa Iavelberg: O papel do professor de Arte é o de promover as aprendizagens nas seis dimensões do conhecimento propostas na BNCC, sabendo que elas estão articuladas entre si nas ações do aluno. Entretanto, pode ocorrer que uma das dimensões, a depender da atividade, tenha uma tônica mais acentuada que as demais.

Quais devem ser os limites da mediação entre professor e estudante, para que o propósito didático se mantenha, mas a intervenção não seja excessiva?
O professor não pode conduzir o que o aluno deve fazer ditando o passo a passo, os enunciados das tarefas podem ser interpretados pelos alunos nos atos de criação, ao trabalhar nas seis dimensões do conhecimento. Porém, a orientação e o acompanhamento dos alunos nas situações de aprendizagem é parte do trabalho do professor.

A maneira de planejar as aulas tem de mudar, para que as dimensões e os conteúdos propostos pela Base sejam contemplados?
A BNCC de Arte não descreve conteúdos, mas sim, habilidades. Os conteúdos serão planejados e definidos pelas escolas. O planejamento vai mudar, pois as habilidades e competências gerais e específicas da Arte que incidem sobre os objetos de conhecimento precisam estar associadas aos conteúdos definidos pelas equipes escolares. De qualquer forma, uma maneira de garantir a autoria dos professores no desenho curricular do componente é construir as sequências didáticas antes de consultar a BNCC, ou seja, fazer o caminho inverso do habitual. Planejadas as sequências, pode-se cotejá-las com o documento para verificar encaixes e faltas em relação às demandas da Base. Quando não houver coincidências entre habilidades e competências planejadas e as da BNCC, pode-se passar as sequências para a parte diversificada garantida pelo documento ou incluir alguma habilidade e competência às já planejadas, sem perder a intenção dos professores e suas autorias. Esse trabalho pode ser realizado, pois sua pertinência já foi verificada por nós, junto a grupos de professores de Arte.

As avaliações precisam mudar, para acompanhar as mudanças da BNCC?
Sim. A tônica das avaliações recai sobre as habilidades a serem aprendidas e as competências a serem desenvolvidas. Entretanto, estas só podem ser concretizadas mediante a aprendizagem dos conteúdos a elas relacionados.

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os estudantes estão desenvolvendo competências relacionadas à alfabetização e ao letramento. Como, nesse contexto, garantir que o trabalho com as linguagens da Arte não perca espaço?
Se o desenho curricular abarcar o espaço de tempo adequado ao Ensino da Arte, esse problema não existirá.

A BNCC propõe que diferentes habilidades sejam trabalhadas durante o primeiro e o segundo ciclos do Ensino Fundamental. Que estratégias o professor pode utilizar para garantir que conceitos e processos se aprofundem nos anos finais do Ensino Fundamental?
O número de habilidades do componente não é extenso como o de áreas como Língua Portuguesa, por exemplo. Isso facilita o nosso planejamento, de modo a contemplar o que está proposto no documento.

Como dar conta de tantas práticas em algumas poucas aulas semanais?
Acredito em negociações junto aos pares e gestores para garantir o espaço necessário ao componente. Sabe-se que Associações nacionais e estaduais de arte e de educadores lutam pelo papel da Arte no desenho curricular junto aos órgãos públicos e isso precisa acontecer nas escolas.

Outra questão é a falta de recursos das escolas públicas para permitir a vivência desse leque tão grande de atividades que a Base propõe. Que estratégias podem ajudar o professor a lidar com esses desafios?
A criação didática e a resolução desses problemas competem aos profissionais das escolas, que conhecem as especificidades de cada contexto de trabalho. Nem tudo depende dos professores, mas de políticas públicas. Não temos estratégias mágicas para solucionar o descaso com as necessidades do componente, mas é imperativo que se reivindiquem as condições para que o trabalho possa ter a qualidade que merece.

Eu quero saber mais sobre

Qual é o papel do professor no ensino da arte?

A arte tem a função de alfabetizar pelo olhar, dar ao aluno a oportunidade de desenvolver sua percepção e sensibilidade diante das dar ao aluno a oportunidade de desenvolver sua percepção e sensibilidade diante dos materiais que estão a sua volta em seu dia-a-dia (anúncios em revistas e jornais, imagens da internet, ...

Qual a importância do professor Relacionar

“Podemos pensar tanto nas relações do fazer artístico, quando os professores criam seus trabalhos, como o quanto este gesto da criação pode contribuir também para as práticas pedagógicas, para as criações dos seus planos de aula, e também na ideia do professor como espectador da arte”, expõe.

Qual o papel da aula de arte?

Qual é o papel da arte na educação. O estudo artístico auxilia o aluno a desenvolver e a trabalhar várias características, como o foco e a concentração, a disciplina, a imaginação, o senso crítico, a criatividade, a resiliência, além de aumentar o repertório cultural e histórico do estudante.

Como deve ser o ensino da arte na escola?

“A arte na escola tem um poder transformador. Ela desenvolve a criatividade, a capacidade de solucionar problemas, melhora a autoestima, faz o aluno desafiar seus limites e aumenta seu repertório cultural e estético.”