Quando devo me preocupar com as fezes?

Há doenças que se manifestam através da alteração da cor ou consistência das fezes. Saiba a que mudanças deve estar atento e quando deve consultar o médico.

Defecar é um ato individual e cada pessoa tem um padrão próprio. Evacuar entre três vezes por dia e três vezes por semana é considerado um trânsito intestinal normal. No entanto, evacuar não deve corresponder a um esforço superior ao de urinar ou eliminar gases, mantendo-se um padrão defecatório estável, mas que é variável de pessoa para pessoa. Por isso, mais do que ao padrão habitual, devemos estar atentos à sua mudança.

Principais fatores que podem alterar a regularidade intestinal

  • Dieta;
  • Medicação;
  • Flutuação hormonal;
  • Exercício físico;
  • Stresse.

Principais doenças que se manifestam pela alteração das fezes

  • Doenças sistémicas, como alterações da função da tiroide, alterações do cálcio ou a diabetes;
  • Doença inflamatória intestinal;
  • Tumores do tubo digestivo.

Os diferentes tipos de fezes 

As fezes são constituídas por 75% de água. O componente sólido é uma mistura de fibras, bactérias fecais, células intestinais e muco. A Escala de Bristol é uma ferramenta que facilita a “leitura” do trânsito intestinal, dividindo as fezes em sete classes ou tipos, de acordo com a sua forma e consistência. As fezes do tipo 3, 4 e 5 são consideradas ideais, pois ultrapassam o esfíncter anal sem esforço ou trauma.

Quando devo me preocupar com as fezes?

Agir pela alimentação A ingestão de fibras aumenta o volume fecal e funciona como uma cola, que mantém as fezes agregadas, formadas e não fragmentadas, facilitando o trânsito intestinal. Beber mais água e apostar em alimentos ricos em fibras (fruta com casca, vegetais, linhaça, granola, cereais integrais…) tem, por isso, repercussões positivas no trânsito intestinal dos obstipados, podendo significar a alteração do padrão para um dos níveis ideais da escala de Bristol.

Sinais de alerta

As alterações na cor e consistência das fezes não devem ser menosprezadas, sobretudo quando acompanhadas de outros sintomas como a perda de peso ou dores abdominais. O odor também pode indiciar a presença de tumores, sangue ou gordura.

Cor 

  • Sangue vermelho

Pode resultar de uma hemorragia com origem anal, retal ou cólica (causada, por exemplo, por hemorroidas, pólipos, tumores ou doença inflamatória intestinal).

  • Fezes pretas (melenas)

Os suplementos orais de ferro dão muitas vezes esta cor às fezes, sem que isso seja razão para preocupação. Mas quando as fezes se apresentam tipo alcatrão devido à presença de sangue digerido, isso pode deve-se à ocorrência de uma hemorragia com origem no estômago ou duodeno.

  • Fezes esbranquiçadas

Indicam uma obstrução das vias biliares com diminuição de sais biliares nas fezes, uma situação que pode resultar, por exemplo, de um tumor da vesícula ou do pâncreas.

  • Fezes amarelas e de aspeto gorduroso (esteatorreia)

Revelam má absorção de gorduras, condição que ocorre na pancreatite crónica.

Consistência 

  • Fezes “em fitas” finas e longas

Podem indiciar a presença de um tumor obstrutivo ou síndrome do intestino irritável.

  • Fezes líquidas ou aquosas

Ocorrem em situações de má absorção, síndrome do intestino irritável, gastrenterites ou stresse. Deve investigar-se neste contexto a doença celíaca (intolerância ao glúten) e a intolerância à lactose.

Diagnóstico

Alterações persistentes dos hábitos intestinais justificam uma consulta de gastrenterologia para uma avaliação holística que pode implicar, nomeadamente, análises ao sangue e a avaliação endoscópica do tubo digestivo. Quando se identifica sangue, independentemente da quantidade, frequência e abundância, a avaliação do intestino e reto por colonoscopia total ou parcial deve ser realizada.

A colonoscopia é o exame de eleição para avaliação do cólon (intestino grosso) e, além da avaliação dos doentes que têm sintomas, está indicada em todas as pessoas a partir dos 50 anos, mesmo assintomáticas, para rastreio do cancro do cólon e reto. O exame realiza-se com sedação, sem qualquer desconforto para o paciente.

Qual tipo de fezes devo me preocupar?

Em situações normais, as fezes devem ter uma consistência mole, mas devem ser capazes de manter sua forma, que deve ser ligeiramente alongada, sendo semelhante a uma salsicha. O ideal é que a consistência e a forma não causem dor ou dificuldade para evacuar.

Como identificar algo errado nas fezes?

Formas.
Bolinhas (presas ou soltas): Pode indicar dificuldade de evacuar (constipação) diariamente. ... .
Em forma de salsicha: O mais indicado. ... .
Mole com partes líquidas: Prenúncio de que algo está errado. ... .
Líquido: Comum no piriri. ... .
Marrom: O ideal..

Como saber a saúde das fezes?

O ideal é que as fezes sejam marrons. As fezes pretas e vermelhas podem representar sangramento e as amarelas infecções intestinais, má digestão e alimentação rica em gordura. As esbranquiçadas podem ser um alerta para obstrução das vias biliares, que pode resultar em problemas na vesícula ou no pâncreas.

Qual e a cor das fezes normal?

Em situações normais, as fezes devem apresentar uma coloração marrom, que não deve ser muito escura, mas também não precisa ser muito clara.