Quando foi criada as primeiras Escolas de Serviço Social no Brasil?

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Quando foi criada as primeiras Escolas de Serviço Social no Brasil?

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contemplativa (IAMAMOTO, 
2013, p. 18). 
As ações se tornam cada vez mais organizadas e outros grupos e associações surgem 
nesse cenário e, preocupados com a formação de seus integrantes, constituem cursos e 
semanas de estudos. De um curso intensivo realizado em São Paulo por um grupo de moças 
religiosas de Santo Agostinho, preocupadas com a “Questão Social”, surge o Centro de 
Estudos e Ação Social – CEAS. Aguiar (2011) diz que esse “curso foi dirigido por 
Mademoiselle Adèle Loneaux, professora da École Catholique de Service Social de 
Bruxelas”. Para Castro, 
O CEAS foi o considerado como o vestíbulo da profissionalização do Serviço Social 
no Brasil [...] o trabalho de organização e preparação dos leigos se apoia numa base 
social feminina de origem burguesa, respaldada por Assistentes Sociais belgas que 
ofereceram a sua experiência para possibilitar a fundação da primeira escola católica 
de Serviço Social (CASTRO, 2011, p. 102). 
As ações do CEAS se desenvolvem e ganham face na sociedade, direcionando suas 
atividades para uma formação técnica especializada, tendo como objetivo difundir a doutrina 
social da Igreja. Para isso, age diretamente junto ao proletariado. Segundo Iamamoto (2013) e 
Aguiar (2011), no ano de 1932, o CEAS envia para a Bélgica duas de suas fundadoras, para 
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que as mesmas estudem a organização e o ensino do Serviço Social. Até que, no dia 15 de 
fevereiro de 1936, instala-se, no Brasil, a Escola de Serviço Social de São Paulo, a primeira 
do país. Assim como ocorria em outras cidades, naquela época, a capital federal que, se 
situava na cidade do Rio de Janeiro realiza em 1936, pela primeira vez, a Semana de Ação 
Social. É neste cenário que a dinâmica constitutiva da cidade do Rio de Janeiro, por seu 
desenvolvimento econômico, importância política e diversidade de serviços, faz com que 
tenha uma maior participação das instituições públicas nas ações assistenciais. Neste ano, 
ainda, realizam-se o “primeiro curso intensivo de Serviço Social com duração de 3 meses” e 
um curso prático de Serviço Social, que já apresenta um caráter de difusão do conhecimento, 
que contou com a participação das “duas primeiras Assistentes Sociais paulistas, recém-
formadas na Bélgica”. É por iniciativa do Grupo de Ação Social, e assim como a escola 
paulista, alinhada com a preocupação da Igreja em tornar-se força normativa da sociedade 
que, em 1937, no Rio de Janeiro, é fundado o Instituto de Educação Familiar e Social, 
composto pelas Escolas de Serviço Social e Educação Familiar. As experiências de São Paulo 
e do Rio de Janeiro foram determinantes para o desenvolvimento do Serviço Social brasileiro 
e exerceram forte influência no surgimento de outras escolas por todo o país. Em poucos 
anos, outros cursos são criados: 
 [...] em 1938, a Escola Técnica de Serviço Social, por iniciativa do Juízo de 
Menores, e em 1940, é introduzido o curso de Preparação em Trabalho Social na 
Escola de Enfermagem Ana Nery (escola federal). Em 1944, a Escola de Serviço 
Social, como desdobramento masculino do Instituto Social (IAMAMOTO e 
CARVALHO, 2008, p. 181). 
 Estas iniciativas se articularam a uma demanda real e potencial existente por parte do 
Estado, que assimilaria a formação técnica especializada e formação doutrinária do 
apostolado social. Sua formação se dividia em quatro aspectos: científica, técnica, moral e 
doutrinaria. Portanto a formação profissional dos primeiros assistentes sociais brasileiros deu-
se a partir da influência europeia, por meio do modelo franco-belga que, tendo como base 
princípios messiânicos (tomistas) de salvar o corpo e a alma, fundamentou-se no propósito de 
"servir ao outro" como afirma Silva (1995, p. 40). Esse breve resgate histórico nos permite 
destacar a impossibilidade de pensarmos a origem do Serviço Social brasileiro desvinculada 
da ação da Igreja Católica e da sua estratégia de adequação das mudanças econômicas e 
políticas que alteravam a face do país naquele período. Estamos focalizando uma profissão 
que surge para dar respostas à “questão social” e ao movimento operário e popular. 
Portanto, o Serviço Social, com um posicionamento moralizador em face das 
expressões da “questão social”, captando o homem de maneira abstrata e genérica, 
configurou-se como uma das estratégias concretas de disciplinamento e controle da 
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força de trabalho, no processo de expansão do capitalismo monopolista. Essa 
concepção conservadora, não jogando luz sobre a estrutura societária, contribui para 
obscurecer para os Assistentes Sociais, durante um amplo lapso de tempo, os 
determinantes da “questão social” e caracterizou uma cultura profissional acrítica, 
sem um horizonte utópico que os impulsionasse para o questionamento e às ações 
consequentes em prol da construção de novos e diferentes rumos em face das 
diretrizes sociais postas e assumidas pela profissão (FORTI, 2013, p. 99). 
Segundo Barroco (2001) as características inerentes à herança conservadora do 
serviço social, salientamos a influência teórica do neotomismo, que corroborou à sociedade 
uma ideia de "bem comum", isto é, que por si só, é vista harmoniosa, contudo, o indivíduo 
que não se enquadre nessa perspectiva é tido como "anômalo", "desviante". 
 Deste modo o serviço social chamado de tradicional tem sua ênfase em ação através 
de um viés de formação social, moral e intelectual das famílias. Isto é, com um trabalho dito 
como "educativo", que culpabiliza o indivíduo pela sua condição, ou seja, pela condição que 
este sujeito se encontra. A prática profissional em sua gênese, é baseada em atendimentos 
individualizados e prolongados, numa perspectiva de adequação e ajustamento ao 
comportamento moral esperado, enfrentando com subjetividade, a realidade social.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. A INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA SOBRE O SERVIÇO SOCIAL 
BRASILEIRO 
Nos anos de 1940, o Serviço Social brasileiro, que até então possuía formação 
europeia – principalmente da escola belga –, começa a sofrer influências estadunidense. 
Através da influência do serviço social norte-americano, trazida na década de 1940, pelos 
assistentes socias brasileiros que foram estudar nos Estados Unidos. Esta influência vai 
marcar o serviço social brasileiro. Inicialmente temos a importação das técnicas norte-
americanas para aplicação na realidade brasileira. Não é preciso dizer que isto causou alguns 
problemas, pois, segundo Aguiar (1984), a fundamentação do método e das técnicas não era 
analisada e traduzida para a nossa realidade, era tão somente transplantada. As propostas 
brasileiras de trabalho foram permeadas pelo caráter conservador da teoria social positivista. 
Esta reorientação da profissão, que exige a qualificação e sistematização de seu espaço sócio-
ocupacional, tem como objetivo atender as novas configurações do desenvolvimento 
capitalista e, consequentemente, as requirições de um Estado que começa a implantar políticas 
sociais. Desse modo, a matriz positivista terá um importante papel na legitimação do serviço 
social brasileiro, na medida em que amplia os referenciais técnicos para a profissão. 
Iamamoto (1998) chama esse processo de "arranjo teórico-doutrinário", que se caracteriza 
pela junção do discurso humanista-cristão, vindo no neotomismo com o suporte científico na 
teoria social positivista. A ação profissional tem por objetivo, orientada pela matriz 
positivista, eliminar os " desajustes sociais" por meio de uma intervenção moralizadora de 
caráter individualizado e psicologizante, revelando uma ideia e imagem falsas de reforma 
social. O conservadorismo continua presente no universo ideológico da profissão e passa a

Quais foram as primeiras escolas de Serviço Social no Brasil?

Primeiras Escolas de Serviço Social.
1936 – Escola de SS de São Paulo (atual PUCSP).
1937 – Instituto Social do Rio de Janeiro (atual PUCRJ).
1937 – Curso de Serviço Social na Escola Ana Neri - RJ (atual UFRJ).
1940 – Instituto de SS (SP) – masculino (atual Faculdade Paulista de Serviço Social).

Quando surgiu a primeira escola do Serviço Social?

A primeira escola de Serviço Social do mundo surge em Amstardã, em 1899. Para resolver a questão do disciplinamento do tempo do operário, as Ligas das Senhoras Ca- tólicas em São Paulo, e a Associação das Senhoras Brasileiras no Rio de Janeiro, vão ficar responsáveis pela educação dos trabalhadores.

Quando surgiu a segunda Escola de Serviço Social no Brasil?

Em 1937, foi fundada a segunda Escola de Serviço Social na PUC do Rio de Janeiro, e em 1940, a terceira no Recife. A perspectiva de ação para o Serviço Social, nesse primeiro momento, é bem delimitada.

Como foi o surgimento do Serviço Social no Brasil?

O Serviço Social surge no Brasil na década de 30, estreitamente ligada a Igreja Católica. O país passava por uma fase turbulenta, onde a burguesia não estava dando conta das diversas manifestações da classe trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social.