Uma lista de pessoas executadas por bruxaria, disponível na Wikipedia, a enciclopédia livre da internet, traz o registro de dezenas de pessoas que morreram na fogueira nos séculos passados e até casos atuais de acusação de bruxaria. E o que chamou a atenção do BOL foi o fato de que três mulheres da lista dos séculos 17 e 18 são brasileiras, as quais teriam sido executadas em São Paulo. Show Embora seja difícil comprovar historicamente os relatos, as histórias têm em comum o fim trágico para mulheres vítimas de boatos, situação que se repetiu com outra brasileira centenas de anos depois, em 2014, quando uma dona de casa foi linchada até a morte. Esse último caso, infelizmente, é comprovadamente real, ocorrido diante dos nossos olhos, e a vítima era inocente. Conheça a seguir as histórias dessas quatro brasileiras que morreram acusadas de bruxaria.
A influência dos tribunais da Inquisição e as crenças trazidas pelos europeus ajudaram a criar o imaginário da bruxaria em todo o Brasil, inclusive em Florianópolis. De acordo com o historiador e coordenador do Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e presidente da Comissão Catarinense de Folclore, Francisco do Vale Pereira, desde a Idade Média as pessoas que trabalhavam com ervas, orações, cantos, com atitudes diferentes dos costumes e modos de vida da sociedade da época, eram consideradas bruxas ou bruxos. Esse imaginário não está ligado somente à construção do personagem da bruxa, mas também à mudança de cultura como um todo. Os açorianos trouxeram com eles os medos, receios e incertezas da mudança para uma terra desconhecida. Francisco explica que esses sentimentos se fortaleceram com tantas descobertas que tiveram que fazer: o conhecimento do tempo, das estações do ano, da capacidade do solo de produzir, da alimentação, etc. E ainda a falta de padres para atender às necessidades espirituais daquelas pessoas, que eram, e são, muito religiosas. — No Arquipélago dos Açores, ainda hoje, há muitas manifestações de eventos sísmicos, vendavais, tempestades, agitações do oceano, e tudo isso faz com que as pessoas se apeguem aos astros, às crenças e às forças divinas e sobrenaturais para acalmar a alma e o espírito — diz Francisco. Entretanto, bem antes disso, os hábitos indígenas de práticas de curas com ervas nativas, danças, cantos, preparos de poções à base de areias, barro e veneno de animais peçonhentos contribuíram para a construção desse universo mágico. — O hábito bruxólico, o ser bruxa, está conosco desde sempre, uma vez com os indígenas, e depois incorporado dos hábitos trazidos pelos que vieram para o território. Temos que destacar que muitos costumes chamados “bruxólicos” vieram para cá com os africanos trazidos para essas terras. Portanto, desde a vinda de expedições com europeus houve a chegada e mistura de conhecimentos e práticas de cura, que para muitos são bruxaria — explica. Os hábitos indígenas de práticas de curas contribuíram para a construção desse universo mágico. Uma vertente de narrativa sobre bruxas sem influência católica cristã enraizada foi identificada pela pesquisadora Sônia Weidner Maluf, doutora em antropologia social e autora do livro “Encontros Noturnos - Bruxas e bruxarias na Lagoa da Conceição”. Segundo ela, uma das características da cristianização das crenças e cultos pagãos é a introdução da figura do diabo como protagonista dos rituais e de pactos bruxólicos: — Nas narrativas de bruxas e embruxamentos que ouvi e recolhi nos anos 80 nas comunidades em torno da Lagoa da Conceição, percebi que não havia a figura do diabo. As bruxas agiam por conta própria, de certo modo. O que me fez pensar que seria uma vertente do imaginário pagão ainda não cristianizada. Ela recolheu depoimentos de diversas pessoas na comunidade e conseguiu traçar uma narrativa comum nas histórias contadas pelos moradores da Lagoa. Embruxamento de crianças recém-nascidas e roubo de canoas de pescadores pelas bruxas são alguns dos temas mais recorrentes. Os depoimentos foram colhidos nos anos 1980, mas muitas lendas sobrevivem ainda hoje. Quem foi condenada à morte pela Inquisição?"Para a Igreja, esse era um ato de blasfêmia do mais alto grau na escala de heresia. Esse foi o motivo pelo qual a Igreja Católica perseguiu e condenou Giordano Bruno à fogueira da Santa Inquisição."
Quem condenou As Bruxas de Salém?Os grandes júris e julgamentos desse crime capital foram conduzidos por um Tribunal de Oyer e Terminer, em 1692, e por um Tribunal Superior de Justiça, em 1693, ambos realizados na cidade de Salém, onde também ocorreram os enforcamentos.
O que foi a inquisição das bruxas?A Inquisição foi criada inicialmente para combater o sincretismo entre alguns grupos religiosos, que praticavam a adoração de plantas e animais. A Inquisição medieval, da qual derivam todas as demais, começou em 1184 no Languedoc (sul da França) para combater a heresia dos cátaros ou albigenses.
O que foi o julgamento de Salem?Os julgamentos das Bruxas de Salem começaram durante a Primavera de 1692, depois de um grupo de raparigas na pequena cidade de Salem, Massachusetts, alegarem estar possuídas pelo diabo e acusarem várias mulheres locais de bruxaria.
|