(Robin Hood: Prince of Thieves) Videoteca do Beto
#80 Dirigido por Kevin Reynolds. Elenco: Kevin Costner, Morgan Freeman, Mary Elizabeth Mastrantonio, Christian Slater, Alan Rickman, Sean Connery, Geraldine McEwan, Brian Blessed, Nick Brimble, Soo Drouet, Daniel Newman, Daniel Peacock, Walter Sparrow, Michael Wincott e Michael McShane. Roteiro: Pen Densham e John Watson, baseado em história de Pen Densham. Produção: Pen Densham, Richard Barton Lewis e John Watson. [Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir que só leia esta crítica se já tiver assistido ao filme. Para fazer uma análise mais detalhada é necessário citar cenas importantes da trama].Aproveitando o embalo do sucesso do belo “Dança com Lobos”, Kevin Costner embarcou nesta aventura inspirada no mais famoso dos ladrões, aquele que roubava dos ricos para dar aos pobres. Só que o longa dirigido por Kevin Reynolds jamais apresenta um resultado próximo dos filmes que alçaram o ator/diretor à fama. Apesar de entreter, “Robin Hood, o príncipe dos ladrões” apresenta falhas que comprometem seu resultado, se escorando na força de seu personagem principal, no carisma de seu elenco e nas boas cenas de ação que sustentam esta despretensiosa aventura. Após ser capturado nas cruzadas, Robin de Locksley (Kevin Costner) foge ao lado de Azeem (Morgan Freeman) e volta para a Inglaterra, onde encontra seu pai (Brian Blessed) morto e descobre os planos do xerife de Nottingham (Alan Rickman), que fará de tudo para que o rei Ricardo (Sean Connery) não volte ao trono. Após visitar sua amiga de infância Marian (Mary Elizabeth Mastrantonio), ele foge dos soldados do xerife liderados por Guy de Gisborne (Michael Wincott) e vai parar na temida floresta de Sherwood, onde encontrará João Pequeno (Nick Brimble), Will Scarlett (Christian Slater) e todos os foras-da-lei que serão liderados por ele na luta contra o xerife. Apesar de seu início promissor, com a fuga de Robin e Azeem após serem capturados nas cruzadas, “Robin Hood, o príncipe dos ladrões” é um filme leve e despretensioso, que não deixa grandes reflexões e jamais faz um estudo mais profundo a respeito do homem que o inspirou, limitando-se a apresentar as aventuras de Robin e seu grupo nas florestas de Sherwood, balanceadas pelo tradicional romance com Lady Marian. Mas ainda que o tom leve domine a maior parte da narrativa, seu inicio é bastante sombrio e violento, com mãos de prisioneiros ingleses sendo arrancadas numa obscura prisão que reflete a dureza daquela vida. O forte contraste é notável já na chegada de Robin à Inglaterra, quando o visual agradável dá o tom leve e coerente com a lenda. Ainda assim, há espaço para o embate entre religiões que motivou a luta pela terra santa, um tema recorrente e interessante da narrativa, notável quando Robin diz que seu pai achava uma idiotice lutar nas cruzadas para impor sua crença à força ou quando Duncan (Walter Sparrow), após insultar os mouros, pergunta à Azeem a origem do nome dele. Escrito por Pen Densham e John Watson, baseado em história de Pen Densham, o roteiro de “Robin Hood” jamais se define como drama, comédia ou aventura, transitando entre os gêneros freqüentemente, mas, curiosamente, este “escorregão” acaba conferindo charme à narrativa (justamente por se tratar da encantadora lenda de Robin Hood), ao balancear os excelentes momentos de ação, como quando Robin e Azeem fogem para a floresta de Sherwood, com momentos bem humorados, como a chegada à casa de Lady Marian ou o próprio encontro entre Robin e aqueles que ele iria liderar num rio. Por outro lado, o maniqueísmo do longa é evidente, algo ilustrado até mesmo na direção de fotografia de Douglas Milsome, que busca apresentar a floresta de Sherwood constantemente iluminada, com os raios solares vazando as folhas das árvores, ao passo em que o castelo de Nottingham é freqüentemente filmado com pouca iluminação e predomínio das sombras, induzindo o espectador a simpatizar pelo “príncipe dos ladrões”. Mas nem tudo é perdido no roteiro de Densham e Watson, que apresenta, por exemplo, interessantes rimas narrativas, como a pergunta “ela vale a pena?” feita por Robin para Azeem, que refletirá no clímax da narrativa (e que inspirou parte da música tema do filme), ou quando Robin sai do banho e diz para Marian que “estava seguindo o conselho de uma donzela”. Finalmente, vale citar a referência a “O Feitiço de Áquila”, de Richard Donner, quando o frei entra no castelo e fala algo sobre as bebidas.E se “Robin Hood” apresenta uma narrativa leve, Kevin Reynolds emprega uma direção enérgica, imprimindo um ritmo interessante à aventura, graças também à montagem ágil de Peter Boyle, que se destaca na seqüência final dentro do castelo de Nottingham e também na batalha de Sherwood, além da pequena seqüência de roubos na floresta, que mostra em poucos minutos o crescimento da lenda “Robin Hood”, e de um interessante raccord (corte), quando Mortianna fala para o xerife sobre uma aliança com sangue real e em seguida vemos Lady Marian. Mas este ritmo intenso da aventura não impede que o diretor indique com sutileza, por exemplo, que Will é irmão de Robin, ao focar rapidamente seu rosto após o irmão dizer pela primeira vez seu nome para os donos da floresta, assim como é sutil o momento em que as sombras na parede indicam que os soldados seguirão Duncan. Mas são nas curiosas câmeras que acompanham as flechas que o diretor consegue causar impacto, criando seqüências empolgantes nos treinamentos e um plano belíssimo em câmera lenta, quando Robin atira uma flecha de fogo e salva o irmão. Obviamente, o diretor não perde a oportunidade de explorar o potencial do então astro Kevin Costner para alavancar a bilheteria, abusando de closes e explorando os belos momentos vividos pelo herói e sua amada Marian, como quando o casal desce de uma árvore preso numa corda. Reynolds, no entanto, conduz com irregularidade a batalha na floresta, intercalando bons e maus momentos que culminam no suspense barato sobre a morte de Robin (todos sabem que ele não morreria daquela forma). Por outro lado, o longa apresenta um bom trabalho técnico, com destaque para a direção de arte de Fred Carter, que capricha nas armas dos soldados e nos castelos de Nottingham e Locksley, nos transportando para aquela época. Também colaboram os ótimos figurinos de John Bloomfield, a começar pela caracterização de Robin Hood (o visual foge ao tradicional, mas mantém o charme do “bom ladrão”) e Azeem, passando pelos camponeses e suas roupas rasgadas e chegando aos soldados de Nottingham, com suas impecáveis armaduras. E certamente o maior destaque da parte técnica é a sensacional trilha sonora de Michael Kamen, que alterna entre trechos empolgantes e melódicos, como a despedida de Robin e Marian à beira de um rio (num admirável plano de Reynolds) em que a trilha se funde à melodia da bela música tema “Everything I do (I do it for you)”, de Bryan Adams.Avalie isto:Qual é a origem do Robin Hood?A lenda consiste em um herói mítico, famoso por roubar dos ricos para ajudar os pobres. Ele teria vivido no século XII, durante o reinado do Rei Ricardo Coração de Leão. Era conhecido por ser hábil no arco e flecha, trajava verde e vivia escondido nos bosques de Sherwood, em Nottingham, Inglaterra.
Por que Robin Hood era chamado de príncipe dos ladrões?Personagem fictício nomeado como o “Príncipe dos Ladrões”. Ele era chamado assim por roubar dos ricos e dar para os pobres. O príncipe João, irmão do rei Ricardo, estava cobrando muitos impostos sob o pretexto de pagar o resgate do rei, que havia sido capturado nas Cruzadas.
Quem foi Robin Hood na vida real?A realidade – Não há documentos que comprovem, mas pode ter sido inspirado em um homem real, chamado Artof, que teria vivido entre os séculos 5 e 6 na Bretanha.
Onde morava Robin Hood?O arqueiro Robin Hood vivia com seu bando na floresta de Sherwood, na Inglaterra. O herói lutou contra o príncipe João Sem Terra pela volta do rei Ricardo Coração de Leão, que fora preso na Cruzada. Na floresta de Sherwood, em Nottingham, há um carvalho gigante que tem cerca de 800 anos.
|