A ideia de beleza ao longo da história da arte

A busca por um corpo perfeito faz parte dos objetivos de muitas pessoas. Mas engana-se quem pensa que esta é uma preocupação atual. Desde a pré-história existem modelos de beleza desejáveis e considerados socialmente adequados.

Houve períodos, como a Idade Média, por exemplo, em que as pessoas não tinham nenhum controle sobre sua estética. Isso porque o modelo estabelecido ia de encontro às crenças da época, totalmente voltadas ao cristianismo.

No decorrer do tempo muitas coisas mudaram, principalmente no que diz respeito a individualidade do ser humano. Hoje, as pessoas podem viver com o corpo que bem entenderem, sem que sejam impostas a algo que não desejam. Apesar disso, tanto para homens, quanto para mulheres, certos modelos são considerados o padrão do que é belo e desejável, o que não significa que ele será eterno.

Dentro da evolução do conceito de beleza, podemos observar épocas em que um corpo voluptuoso era extremamente desejado. Em outras, quanto mais magro, melhor. Confira como foram essas transformações ao longo do tempo.

Pré-história

Sim, até mesmo na pré-história havia um modelo de beleza. Prova disso é a escultura Vênus de Willendorf. A peça, que tem cerca de 30 mil anos, tem aproximadamente 11cm de altura e apresenta formas voluptuosas.

A ideia de beleza ao longo da história da arte

Acredita-se que o corpo com formas mais avantajadas, como as da imagem acima, fossem mais aptos a procriar, ou seja, gerar descendentes, estava entre as prioridades dos povos pré-históricos. Alguns estudos, dizem que a Vênus de Willendorf tenha sido utilizada em rituais de fertilidade.

Grécia Antiga

Os primeiros modelos de beleza, assim como as primeiras academias, surgiram na Grécia Antiga. Os complexos esportivos, chamados de gymnasiums, integravam não só o culto ao corpo, como privilegiavam também a formação intelectual.

A ideia de beleza ao longo da história da arte

O modelo ideal, para homens e mulheres, estava relacionado ao equilíbrio e harmonia, prevalecendo sempre as medidas proporcionais. Veja as formas do Discóbolo, do escultor grego Míron, ilustrado na foto.

Dentro dos ginásios, muitos jovens se preparavam para competições e para se tornarem soldados. Uma informação bastante curiosa, é que nas esculturas eles estão sempre nus, porque treinavam dessa maneira, em grego, Gymnos que dizer nu.

Idade Média

Também conhecida como Idade das Trevas, foi uma época em que o pensamento esteve totalmente voltado ao divino, de forma que as preocupações eram consideradas uma afronta a este ideal. Sob total influência da Igreja, o culto às formas deu lugar a corpos cobertos e recatados.

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O nu estava totalmente fora de cena, sendo considerado pecaminoso. Por isso, as vestes eram longas, com mangas compridas e muitas vezes com adereços na cabeça, de forma que somente a face ficava aparente. Por conta da relação com a Igreja, Virgem Maria era considerada como exemplo do belo, intimamente ligado ao sagrado.

Renascimento

No que diz respeito aos conceitos de beleza, o renascimento é fortemente marcado pela retomado do pensamento da Antiguidade Clássica. O corpo feminino tornou a ser valorizado e exibido nas obras de arte, como em O Nascimento de Vênus, de Botticelli, datado de 1485.

A ideia de beleza ao longo da história da arte

O divino, representado pela Virgem Maria, deu lugar às ninfas, aos semideuses e em especial a deusa Vênus, representada na foto. Outra característica marcante é que os corpos eram mais voluptuosos. Seios fartos, quadris largos e até mesmo uma barriguinha proeminente eram considerados belos no corpo das mulheres.

Anos 20

Foi uma época onde as formas femininas foram pouco exaltadas. Para disfarçar os seios e quadris, as mulheres passaram a usar vestidos mais retos e com comprimento abaixo dos joelhos. Muitas vezes faixas eram enroladas ao redor do corpo para obter uma silhueta mais reta.

A ideia de beleza ao longo da história da arte

A partir daí, as mulheres começaram a deixar a rotina de trabalho em seus lares para ocupar postos do mercado de trabalho formal. O visual era andrógino e os cabelos curtos ganharam muita força. O corte à la garçonne foi uma verdadeira febre.

Astros de Hollywood

Entre os anos 40 e 50 os corpos mais cheinhos voltaram com tudo, tendo como referência principal, atores e atrizes que brilhavam em Hollywood. As formas voluptuosas e sexys, como as de Marilyn Monroe (foto), Bettie Page e Rita Hayworth eram as mais desejadas.

Quadris largos, seios fartos, muitas vezes conquistados com enchimentos, e coxas grossas caracterizavam essas mulheres, que foram símbolos de uma das épocas mais icônicas do cinema mundial.

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Os padrões estéticos masculinos estavam baseados não só no cinema, mas também no cenário musical da época. Glenn Ford, Clark Gable, Marlon Brando e Elvis Presley estão entre os representantes dessa geração.

Anos 60

Essa época viveu duas tendências completamente opostas. De um lado, valorização do quadril largo e seios grandes, mas com cintura fina de Brigitte Bardot, e de outro, a magreza excessiva de Twiggy.

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Estes exemplos elucidam bem como eram os corpos desejados da época. Muitas mulheres buscavam as formas avantajadas de Brigitte, enquanto outras tinham fixação pelos cabelos curtos e corpo reto que caracterizavam o jeito de garoto da top model.

Anos 80/90

Esta foi a época das supermodelos, e do culto ao corpo musculoso dos homens. Modelos altas e magras, mas curvilíneas, eram consideradas as mulheres mais bonitas e com os corpos mais desejados da época. Linda Evangelista e Cindy Crawford são dois grandes ícones desse período.

A ideia de beleza ao longo da história da arte

Também nessa época, a musculação virou febre entre homens e mulheres. Os vídeos de ginástica na atriz Jane Fonda fizeram um sucesso avassalador. Já Arnold Schwarzenegger consagrou o corpo torneado em filmes como Exterminador do Futuro. Junto do corpo forte e esbelto, as mulheres começaram a buscar artifícios cirúrgicos, como prótese de silicone, para alcançar o corpo ideal.

2010

Vivemos, atualmente, em situações antagônicas. Ao mesmo tempo em que os movimentos de emancipação da mulher ajudam muitas pessoas a se aceitem como são, as musas fitness da internet e a imensidão de tratamentos estéticos disponíveis, incentivam a busca por corpos cada vez mais perfeitos.

A ideia de beleza ao longo da história da arte

A barriga tanquinho, para homens e mulheres, é um objeto de desejo que faz com que homens e mulheres se dedicarem com afinco a uma rotina de exercícios e alimentação. Por outro lado, celebridades como Kim Kardashian, Nicki Minaj e Beyoncé, exibem silhuetas curvilíneas, com quadris largos, fazendo com o que este tipo de corpo também seja uma tendência.

Quais são os padrões de beleza ao longo da história?

Os padrões de beleza sofreram grandes mudanças ao longo da história. Em cada época é possível identificar a valorização por um ou outro tipo físico, dos corpos roliços aos mais secos, das barriguinhas pronunciadas aos abdomens sequinhos, dos seios minúsculos aos bustos fartos.

Como surgiu a ideia de beleza?

Grécia Antiga A primeira tentativa de padronização da beleza humana de que se tem registro parte da Grécia Antiga (tanto que a palavra estética tem origem grega e significa ? compreensão pelos sentidos?). O modelo de beleza ideal deveria combinar harmonia e equilíbrio, valorizando as medidas proporcionais.

Como a beleza se apresenta na arte?

De acordo com o naturalismo ou realismo, a arte deve ser como um espelho da realidade. A beleza consiste em captar a realidade da maneira mais exata possível para que a reconheçamos e admiremos. Portanto, se não consegue representar bem a realidade, considera-se que a obra não é bonita.

O que é a beleza em uma obra de arte?

Que desperta sentimentos de admiração, de grandeza, de nobreza, de prazer, de perfeição.” E essas são as principais ideias que vêm à mente da maioria das pessoas em relação ao significado de beleza.