O PAPEL DO DIRETOR NA GESTÃO DEMOCRÁTICA Alessandra da Silva Bezerra RESUMO Este artigo tem por alvo avaliar questões fundamentais e os novos desafios à gestão escolar, em face das novas demandas que a escola confronta, no contexto de uma sociedade que se democratiza
e se transforma. No contexto da educação brasileira, tem sido aplicada muita atenção à gestão na educação que, enquanto um conceito novo, superar o enfoque limitado de administração, se assenta sobre a mobilização dinâmica e coletiva do componente humano, sua energia e competência, como condições básicas e fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino. A gestão da escola se traduz no dia a dia como ato político, pois implica sempre numa tomada de posição dos pais, professores,
funcionários, estudantes e de toda a comunidade escolar, pois a função social da escola é melhorar através das parcerias os resultados do ensino, consolidando o compromisso com a comunidade deixando-a participar, tomar suas decisões, lutar pelo seu ideal o que com certeza propiciará na escola a gestão democrática, onde sua construção não pode ser individual, pelo contrário precisa ser coletiva. Então, como ser um gestor democrático de sucesso em tempos de tantas mudanças, carências,
individualismo e falta de parceria com as famílias? PALAVRAS CHAVES: Desafios; Gestão Democrática; Participação; Coletivo. ABSTRACT This article aims to analyze key issues and new challenges to school management in the face of new demands that the school faces in the context of a society that is democratizing and turns. In the context of Brazilian education, much attention has been devoted to management education that, while a new concept to overcome the narrow focus of
administration, is based on the mobilization and collective dynamics of the human element, his energy and competence, as basic conditions and fundamental to improving the quality of education. The school management is reflected in everyday life as a political act, because it always involves a position taken by parents, teachers, staff, students and entire school community, because the social function of schools is to improve partnerships through the results of education, reinforcing its
commitment to the community letting you to participate, make decisions, fight for your right which is sure the school will provide the democratic management, where their construction can not be detached, it also needs to be collective. So how is a manager of democratic success in times of change, needs, individualism and lack of partnership with families? KEYWORDS: Challenges, Democratic Management, Participation,Collective. INTRODUÇÃO O gestor democrático deve desempenhar
uma liderança que impulsione a autoconstrução, o compromisso, responsabilidade e qualidade de forma criativa no processo educacional. Compete a ele a ação de coordenar as relações entre todos os profissionais, alunos e a comunidade escolar, enfocando uma educação que permita uma relação democrática e participativa entre ambos. O diretor que é o dirigente fundamental, responsável pela escola, tem a visão de conjunto, articula e unifica os vários setores (setor administrativo, setor pedagógico,
secretaria, serviços gerais, relacionamento com a comunidade etc.). Um dos pontos mais importantes para a ocorrência da Gestão Democrática na Educação é o gestor. Ser carismático, capaz, aberto e com iniciativa são características de um líder em potencial, o que nos leva a perceber que o gestor ideal é aquele com perfil de líder. No modelo de gestão que se quer hoje, o diretor deve liderar o processo da passagem do aspecto administrativo para construir o enfoque na gestão. Assim, o novo
paradigma da administração escolar traz, junto com a autonomia, a idéia e a indicação de gestão colegiada, com responsabilidades compartilhadas pelas comunidades interna e externa da escola. O novo modelo não só abre espaço para iniciativa e participação, como cobra isso da equipe escolar, alunos e pais, para que juntos possam resolver o desafio da qualidade da educação no âmbito de sua instituição. Desta forma, espera-se que o gestor tenha uma visão global e conhecimentos para gerar e incitar
as mudanças dentro da instituição educacional, tornando-se um agente de transformação, com consciência e responsabilidade na tomada de decisão. PRINCÍPIOS DE GESTÃO A gestão escolar foi implantada para substituir à administração escolar o que representa uma mudança
radical de postura que originou um novo enfoque de organização, um novo paradigma de encaminhamento das questões escolares, ancorados nos princípios de participação, de autonomia, de autocontrole e de responsabilidade (ANDRADE, 2004). EVOLUÇÃO DA GESTÃO DEMACRÁTICA O quadro atual da política brasileira, principalmente, na educação, apresenta intensas transformações, portanto busca-se uma gestão mais democrática, para que ocorra um interesse e envolvimento da comunidade escolar, frente aos acontecimentos relacionados ao trabalho pedagógico como a tomada de decisões para fatos que influenciam diretamente o andamento da escola. Projetos que funcionam são aqueles que correspondem a um projeto de vida profissional dos que são envolvidos em suas ações e que, por isso mesmo, já no seu processo de elaboração, canalizam energia e estabelecem orientação de propósitos para a promoção de uma melhoria vislumbrada. Há de se ressaltar, ainda, que problemas e soluções envolvem pessoas, passam pelas pessoas e são delas decorrentes. (LUCK, 1998, p. 58) A escola passa a adotar suas decisões coletivamente, com toda a comunidade escolar envolvida neste procedimento de reestruturação, compromete-se a fazer um trabalho coletivo como uma equipe totalmente inteirada com os assuntos propostos pela escola, com o objetivo de resultados consistentes e, conseqüentemente, eficazes. O mundo encontra-se na era da globalização da economia e da comunicação e, dentro desse contexto, está inserida a escola,
atuante onde encontra cada vez mais desafios a serem superados, onde há necessidade de uma reconstrução do conhecimento, assim como uma postura renovada do gestor escolar, deixa-se a idéia de um poder centralizado somente na pessoa do gestor, e sim uma administração que envolva todas as pessoas que compõem essa estrutura, tanto direta como indiretamente ligada ao processo. "Nessa relação, entretanto, é necessário uma visão crítica do processo da administração escolar, a qual exige um conhecimento mais ou menos preciso da estrutura sócio-econômico da sociedade capitalista que vivemos. A gestão escolar precisa ser entendida no âmbito da sociedade política comprometida com a própria transformação social." (PARO, 1997, p.149) Para o gestor escolar, entretanto, torna-se imprescindível conhecer a dimensão do conjunto organizacional, isto é, a escola como a realidade global; ser capaz de ajustar-se às novas exigências de acordo com sua necessidade. Assim, Dalmás (1994, p. 47) "[...] aborda a questão do clima escolar mostrando que não pode haver na escola um clima de
hostilidade, de individualismo, de irresponsabilidade e de não envolvimento, pois esses comprometem o andamento do planejamento participativo e que ao invés da construção desse clima deva existir sim, um ambiente de acolhida, aceitação mútua e interesses um pelo outro". (Isso é citação, pois tem mais de 3 linhas, sendo assim não pode estar no corpo do texto) ADMINISTRAÇÃO: CONCEITOS E OBJETIVOS O mundo está na era da globalização, a escola encontra-se arraigada nesse conjunto, atuando frente a desafios que o
gestor do século XXI terá que encarar, onde nasce a necessidade de uma reconstrução de conhecimentos, assim como a forma de administrar do gestor escolar. A conseqüência da interação entre a evolução científica técnico, a globalização da economia e a valorização da cidadania é a promoção de um novo paradigma da organização da produção e do trabalho exige das empresas um comportamento diferente daqueles preconizados até então. Da especialização do trabalhador (taylorismo) à qualificação versátil; da produção em massa (fordismo), as organizações devem atuar em função das demandas diversificadas do mercado; da implementado em "espaços privados" para o gerenciamento desenvolvido em "espaços públicos". Portanto, a idéia central é passar: a) de uma gestão organizacional para uma RÍGIDA, burocrática, na qual o processo de tomada de decisão é centralizado, para um FLEXÍVEL, desburocratizado; b) de uma gestão monológica, ou estratégica para uma gestão DIALÓGICA ou COMUNICATIVA. (TENÓRIO, 2000, p. 191) Atualmente, a gestão escolar necessita gerar a eficácia e a produtividade para conseguir seus objetivos. Percebe-se a chegada de um novo modelo na gestão escolar, onde direcionam para uma gestão mais democrática e participativa, para que proporcione uma interlocução entre os membros da comunidade escolar, de uma forma flexível e consistente, através de uma confrontação de idéias. Em organizações democraticamente administradas inclusive escolas ? os funcionários são envolvidos no estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, no estabelecimento e manutenção de padrões de desempenho e na garantia de que sua organização está atendendo adequadamente às necessidades do cliente. Ao se referir as escolas e sistemas de ensino, o conceito de gestão participativa envolve, além de professores e outros funcionários, os pais, os alunos e qualquer outro, representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico. (LÜCK, 1998, p. 15) Entende-se que, em uma gestão democrática, todos se envolvem no processo, uma melhoria constante, ou seja, assumir um compromisso na
melhoria do estabelecimento, para solucionar problemas e auxiliar na tomada de decisões. GESTÃO DEMOCRÁTICA O sentido etimológico do termo gestão vem de "gentio", que por sua vez vem do "gerere" (trazer em, produzir). Gestão é o ato de administrar um bem fora de si (alheio), "mas também é algo que traz em si porque nele está contido. E o conteúdo deste é a própria capacidade de participação, sinal maior da democracia" (CURY, 1997, p. 27). A literatura sobre a gestão participativa reconhece que a vida organizacional contemporânea é altamente complexa, assim como seus problemas. No final da década de 1970, os educadores e pesquisadores de todo mundo começaram a prestar maior atenção ao impacto da gestão participativa na eficácia das escolas como organizações. Ao observar que não é possível para o diretor solucionar sozinho todos os problemas e questões relativas à sua escola, adotaram a abordagem participativa fundada no princípio de que, para a organização ter sucesso, é necessário que os diretores busquem o conhecimento específico e a experiência dos seus companheiros de trabalho. Os diretores participativos baseiam-se no conceito de autoridade compartilhada, por meio da qual o poder é delegado a representantes da comunidade escolar e a responsabilidade é assumida em conjunto. (LÜCK, 1998, p.19) Por outro lado, o diretor, como o líder da comunidade, é um instrumento fundamental para o processo de mudança na escola. Ele é a chave principal para ser o primeiro a efetuar mudanças no seu estilo de gestão e, com isso, torna-se o modelo para a comunidade escolar, estimular as pessoas a participarem de uma gestão democrática e participativa, onde cada componente têm função de responsabilidade e compromisso com o sucesso da escola, com qualidade e eficácia. CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção da escola democrática passa por longo período de conscientização que deve ser refletido entre gestor, equipe pedagógica, professores, funcionários, alunos, pais de alunos e comunidade em geral, com objetivo de um papel mais participativo desses sujeitos a se comprometerem com o processo de mudança. REFERÊNCIAS ANDRADE, Rosamaria Calaes de. A gestão da escola. Porto Alegre: Artmed, 2004. (Coleção escola em ação). BASTOS, João Baptista. Gestão Democrática. Rio de Janeiro: DP & A: SEPE, 1999. BORDIGNON, Genuino e GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão da Educação: o município e a escola. In: FERREIRA, N.S.C., AGUIAR, M.A.S. (Orgs.). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2001. CURY, C.R.J.; HORTA, J.S.B. e BRITO, V.L. A Medo à Liberdade e Compromisso Democrático : LDB e Plano Nacional da Educação. São Paulo: Editora do Brasil, 1997. DALMAS, Angelo. Planejamento participativo na escola: elaboração e avaliação. Petrópolis-RJ: Vozes, 1994. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001. LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública - a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 20 ed. São Paulo: Loyola, 2005. LÜCK et al, Heloisa. A escola participativa o trabalho do gestor escolar. Rio de Janeiro: DP & A, 1998. PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo: Ed. Ática, 1993. PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2001. ROMÃO & PADILHA. Diretrizes escolares e gestão democrática da escola. São Paulo: Cortez, 1997. SILVA, Luiz Heron. Escola cidadã: teoria e prática. Petrópólis-RJ: Vozes, 1992. VAZ, Márcia Cristina Dias. Gestão Participativa. Disponível em: http://www.webartigosos.com/articles/5895/1/gestao-participativa/pagina1.html. Acesso em Julho de 2008. Como deve ser a atuação de um diretor que está pautado no ideal de democracia e cidadania?É ao diretor que todos os componentes da equipe levam suas idéias, seus desejos e seus problemas, daí a necessidade de ser uma pessoa aberta ao diálogo, firme, calma, capaz de encorajar nas horas de desânimo e de estimular nos momentos de entusiasmo, porém com prudência.
Qual o papel do diretor em uma perspectiva democrática?Além de mediar os debates, o diretor tem o importante papel de engajar os envolvidos no processo acadêmico, ajudando os professores e demais colaboradores a incentivarem os pais e alunos a interagirem mais nas decisões da escola.
Como deve agir o gestor democrático?O gestor democrático que busca a qualidade do seu trabalho deve incentivar práticas coletivas e participativas das instâncias colegiadas, representadas por pais, alunos, professores, funcionários e comunidade escolar.
Como o diretor pode atuar no sentido de efetivar a gestão democrática?Nesta unidade será estudado o papel do gestor na efetivação da Gestão Democrática, visto que os diretores são o elemento central da equipe gestora e, portanto, devem ter como base o fortalecimento do trabalho coletivo, a ética profissional e o comprometimento político-pedagógico.
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