Como os sistemas de atenção à saúde deve realizar o manejo das condições agudas e crônicas?

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Como os sistemas de atenção à saúde deve realizar o manejo das condições agudas e crônicas?

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CAPÍTULO 1 
AS SITUAÇÕES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E OS SISTEMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE.  25
AS CONDIÇÕES DE SAÚDE. 25
AS SITUAÇÕES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE NO MUNDO E NO BRASIL. 28
A SITUAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E OS SISTEMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE. 45
OS SISTEMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE: OS SISTEMAS FRAGMENTADOS E AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE . 50
A partir do estudo respondam o seguinte estudo dirigido manuscrito (será conferido para avaliação em sala de aula).
ESTUDO DIRIGIDO: A SITUAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E OS SISTEMAS DE ATENÇÃO A SAÚDE
1- Explique o que é condição aguda e crônica e o ciclo de evolução de cada uma.
R: a) As condições agudas apresentam um curso curto, inferior a três meses de duração e tendem a se autolimitar.
As condições agudas são manifestações de doenças transmissíveis de curso curto, como dengue e gripe, ou de doenças infecciosas, também de curso curto, como apendicite ou amigdalites, ou de causas externas, como os traumas.
As condições agudas, em geral, iniciam-se repentinamente; apresentam uma causa simples e facilmente diagnosticada; são de curta duração; e respondem bem a tratamentos específicos, como os tratamentos medicamentosos ou as cirurgias. Existe, tanto para os médicos quanto para as pessoas usuárias, uma incerteza relativamente pequena. O ciclo típico de uma condição aguda é sentir-se mal por algum tempo, ser tratado e ficar melhor. A atenção às condições agudas depende dos conhecimentos e experiências profissionais, fundamentalmente dos médicos, para diagnosticar e prescrever o tratamento correto. Tome-se, como exemplo de condição aguda, uma apendicite. Ela começa rapidamente, com queixas de náusea e dor no abdomen. O diagnóstico, feito no exame médico, leva a uma cirurgia para remoção do apêndice. Segue-se um período de convalescença e, depois, a pessoa volta à vida normal com a saúde restabelecida.
Muitas condições agudas podem evoluir para condições crônicas. É o caso de certos traumas que deixam sequelas de longa duração, determinando algum tipo de incapacidade que exigirá cuidados, mais ou menos permanentes, do sistema de atenção à saúde.
As condições agudas manifestam-se inequivocamente por eventos agudos, percebidos subjetiva e/ou objetivamente.
Portanto, os eventos agudos são diferentes de condições agudas e é comum que ocorram, também, nas condições crônicas. As condições agudas manifestam-se, em geral, por eventos agudos.
b) As condições crônicas têm um período de duração mais ou menos longo e nos casos de algumas doenças crônicas, tendem a apresentar-se de forma definitiva e permanente.
As doenças infecciosas de curso longo são consideradas condições crônicas.
As condições crônicas, especialmente as doenças crônicas, são diferentes. Elas se iniciam e evoluem lentamente. Usualmente, apresentam múltiplas causas que variam no tempo, incluindo hereditariedade, estilos de vida, exposição a fatores ambientais e a fatores fisiológicos. Em geral, faltam padrões regulares ou previsíveis para as condições crônicas. Ao contrário das condições agudas que, em geral, pode-se esperar uma recuperação adequada, as condições crônicas levam a mais sintomas e à perda de capacidade funcional. Cada sintoma pode levar a outros, num ciclo vicioso dos sintomas: condição crônica leva a tensão muscular que leva a dor que leva a estresse e ansiedade que leva a problemas emocionais que leva a depressão que leva a fadiga que leva a condição crônica.
De outra forma, as condições crônicas podem apresentar períodos de agudização e, nesses momentos tópicos de transformação em eventos agudos, devem ser enfrentadas pelo sistema de atenção à saúde, na mesma lógica episódica e reativa das condições agudas.
As condições crônicas vão, portanto, muito além das doenças crônicas (diabetes, doença cardiovascular, câncer, doença respiratória crônica etc.), ao envolverem as doenças infecciosas persistentes (hanseníase, tuberculose, HIV/aids, hepatites virais etc.), as condições ligadas à maternidade e ao período perinatal (acompanhamento das gestantes e atenção ao parto, às puérperas e aos recém-natos); as condições ligadas à manutenção da saúde por ciclos de vida (puericultura, hebicultura e monitoramento da capacidade funcional dos idosos); os distúrbios mentais de longo prazo; as deficiências físicas e estruturais contínuas (amputações, cegueiras, deficiências motoras persistentes etc.); as doenças metabólicas; e a grande maioria das doenças bucais.
As condições crônicas podem apresentar, em determinados períodos, eventos agudos, decorrentes de sua agudização, muitas vezes, causados pelo mal manejo dessas condições crônicas pelos sistemas de atenção à saúde.
As condições crônicas podem se manifestar, em momentos discretos e de forma exuberante, sob a forma de eventos agudos.
O quadro a seguir procura sintetizar as características que diferenciam as condições agudas e crônicas e a forma como são respondidas pelos sistemas de atenção à saúde.
2 - Como os Sistemas de Atenção à saúde deve realizar o manejo das condições agudas e crônicas?
R: Pode-se afirmar que, a partir das informações analisadas, o mundo e o Brasil apresentam um processo de envelhecimento de sua população e uma situação de transição das condições de saúde, caracterizada pela queda relativa das condições agudas e pelo aumento das condições crônicas. Ou seja, manifesta-se, universalmente, o fenômeno da transição epidemiológica. 
Entende-se por transição epidemiológica as mudanças ocorridas, temporalmente, na frequência, na magnitude e na distribuição das condições de saúde e que se expressam nos padrões de morte, morbidade e invalidez que caracterizam uma população específica e que, em geral, acontecem, concomitantemente, com outras transformações demográficas, sociais e econômicas.
A “epidemia” das condições crônicas é um fato recente e se deve à transição da saúde que ocorreu no Brasil, a partir da segunda metade do século passado.
A transição das condições de saúde se expressa em quatro dimensões complementares: a transição demográfica, que leva ao envelhecimento rápido da população; a transição nutricional, que amplia o número de pessoas com sobrepeso ou obesidade; a transição tecnológica, que se manifesta no paradoxo da incorporação de novas tecnologias efetivas que, em função de seu alto volume, supera a capacidade dos sistemas em aplicá-las de forma racional; e a transição epidemiológica, que conduz à tripla carga de doenças. Todas essas transições consolidam uma situação de predomínio relativo crescente das condições crônicas. A transição da saúde, por sua rapidez e profundidade, não pôde ser acompanhada por uma transição consequente dos sistemas de atenção à saúde, em razão das dificuldades inerentes aos processos de mudanças desses sistemas. Como consequência, uma situação de saúde do século XXI, com predominância relativa de condições crônicas, está sendo respondida socialmente por um modelo de atenção à saúde, desenvolvido na primeira metade do século XX, quando predominavam as condições agudas.
As condições agudas podem ser enfrentadas por respostas sociais reativas, episódicas; ao contrário, as condições crônicas convocam necessariamente respostas proativas, contínuas e integradas em redes. A transposição do modelo de atenção às condições agudas - que teve relativo sucesso no enfrentamento destas condições -, para o manejo das condições crônicas, constitui um enorme fracasso, tanto no SUS quanto no sistema privado de saúde suplementar. Em realidade, esse fracasso é universal.
O SUS, e também o sistema privado de saúde suplementar, não estão preparados para o enfrentamento das condições crônicas.
Os modelos de atenção às condições crônicas engendram respostas sociais proativas, contínuas e integradas em três dimensões: dos sistemas de atenção à saúde, dos profissionais de saúde e das pessoas usuárias. Esses modelos se assentam num tripé de sustentação: a estratificação dos riscos da população usuária, a estabilização das condições crônicas e o autocuidado apoiado.
3- Explique a correlação entre os processos de transição

Quais as principais diferenças entre condições agudas e condições crônicas?

Doença aguda é caracterizada por inicio súbito de evolução rápida e curta duração, já doença crônica apresenta uma progressão lenta e duração prolongada. Um exemplo de doença aguda são as amigdalites, e de doença crônica a hipertensão arterial.

Qual a definição de condições agudas de saúde?

As condições agudas são aquelas condições de saúde de curso curto, que se manifestam de forma pouco previsível e que podem ser controladas de modo reativo e episódico, mas integrado, e exigindo um tempo de resposta oportuno do sistema de atenção à saúde.

Quais são os cuidados necessários para tratar doenças crônicas?

Tratamento adequado de doenças crônicas As mudanças em hábitos diários e dietas reguladas e controladas são essenciais no processo. Além disso, o atendimento clínico para o tratamento dessas doenças deve ser acompanhado de psicologia, fisioterapia, nutrição ou outros.

Quais os componentes da Rede de atenção às pessoas com doenças crônicas *?

Componentes: APS, Atenção Especializada, Sistemas de Apoio, Sistemas Logísticos, Regulação e Governança. estar instituída no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com as diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. cuidado específicas, considerando agravos de maior magnitude.