Como saber se tem ácido úrico no corpo?

Você já ouviu falar do ácido úrico? Todo organismo produz essa substância. Apesar de fazer parte do corpo humano, uma concentração alta pode trazer sérias consequências. 

Muitas pessoas pensam que as consequências de níveis altos de ácido úrico no sangue se restringem a descamações na pele e na planta dos pés. Isso é apenas uma crença popular. Na verdade, quando não tratadas adequadamente, altas taxas desse ácido podem gerar doenças como gota e, até mesmo, cálculos renais.  

Quer saber mais sobre o ácido úrico? Continue a leitura!

O que é o ácido úrico?

É totalmente normal o organismo produzir ácido úrico. Ele é um subproduto da transformação da purina em nosso organismo. Essa substância faz parte de vários alimentos, especialmente a proteína. Naturalmente, ele é eliminado pelos rins através da urina.

A purina dá origem aos cristais de ácido úrico. Eles se acumulam nas articulações e causam dores intensas.  

A hiperuricemia, nome médico dado ao aumento das taxas de ácido úrico no organismo, nem sempre apresenta sintomas. No entanto, a concentração elevada é descoberta em exames de rotina. Em alguns casos, o corpo também começa a dar alguns sinais desse aumento. 

O limite normal de concentração de ácido úrico no sangue é de 6mg/dL. Isso significa que, caso seu exame apresente uma taxa maior da substância, você deve ficar preocupado? Não necessariamente, mas é importante prestar atenção e buscar acompanhamento médico. 

Valores mais elevados de ácido úrico, isoladamente, não indicam a presença de uma doença. Essas taxas altas são até mesmo comuns em algumas regiões do mundo, especialmente no continente asiático. 

Por lá, dados mostram que a estimativa é que 21% da população geral e, em média, 25% dos pacientes hospitalizados tenham hiperuricemia sem apresentarem sintomas. No Brasil, a taxa é de 13%. 

O que o excesso de ácido úrico causa no organismo? 

A produção normal de ácido úrico não causa nenhum problema de saúde. Os rins conseguem eliminá-lo naturalmente por meio da urina.  

Entretanto, existem consequências em casos específicos. Se a pessoa já tem algum problema nos rins, quando o indivíduo ingere muitas proteínas ou quando seu corpo produz ácido úrico em excesso, é preciso acionar o nosso alerta. 

Já falamos que, quando o ácido úrico se acumula nas articulações e tendões, ele dá origem à artrite gotosa, popularmente conhecida como gota. 

Esse tipo de artrite causa muitas dores, com inchaço e vermelhidão, dificuldade para movimentar a articulação atingida e, até mesmo, deformação desta articulação. Essa não é a única consequência do aumento das taxas de ácido úrico no sangue. 

Taxas anormais deste ácido atingem homens, mulheres, idosos e crianças e podem estar relacionadas a outras doenças, como a síndrome metabólica, o diabetes, doenças cardiovasculares e renais. 

Quais são os sintomas de excesso de ácido úrico?

Os sintomas do excesso de ácido úrico são diversos. Assim, é importante que a pessoa fique atenta às dores e inchaços nas articulações, pequenos inchaços perto dos dedos, cotovelos, joelhos e pés, assim como vermelhidão e dificuldade de movimentar alguma articulação. 

Quando os cristais se depositam em alguma região do corpo, a sensação é de existir uma espécie de “areia” que incomoda quando a pessoa tenta movimentar aquela articulação.

A descamação da pele na área afetada, por si só, não representa o aumento de ácido úrico no sangue, mas pode aparecer relacionada aos sintomas da doença, assim como febre baixa e calafrios. 

As cólicas renais são um problema bem frequente para quem apresenta a taxa de ácido úrico elevada. Buscar acompanhamento médico ao perceber um ou mais sintomas é fundamental, pois um exame de sangue já pode evidenciar o problema e os tratamentos corretos evitam seu avanço e piora. 

Como tratar o excesso de ácido úrico? 

O tratamento para ácido úrico alto deve ser feito com acompanhamento de um médico reumatologista. 

Mesmo existindo remédios recomendados para baixar os níveis, eles amenizam os sintomas, mas não atuam sobre a causa do problema: uma alimentação desequilibrada, que aumenta a produção de ácido úrico em uma quantidade que o nosso organismo não consegue eliminar completamente.

Os remédios aliviam a dor, mas não resolvem o problema. O excesso de ácido úrico é causado porque a pessoa come uma grande quantidade de diversos alimentos, especialmente os ricos em proteínas, que se degradam e se transformam em purina

Alimentos embutidos como salsicha e presunto, bebidas alcoólicas, caldo de carne, frutos do mar e alguns peixes gordos como bacalhau e o salmão podem aumentar a retenção de ácidos no corpo. 

Em alguns casos, mesmo alimentos naturais como tomate, aspargos, cogumelos, ervilha e couve-flor também devem ser evitados durante um tratamento para baixar os níveis de ácido úrico.

Portanto, é fundamental buscar apoio de uma equipe multidisciplinar para analisar os resultados dos exames e orientar a mudança de hábitos. Além do médico, o nutricionista é outro profissional indispensável nesse tratamento. 

Então, caso a pessoa realmente precise de tratamento medicamentoso, ele não pode ser feito sozinho. O paciente precisa realizar algumas mudanças nos hábitos de saúde, principalmente equilibrando a alimentação. 

Além de toda essa mudança de hábitos, vale a pena recorrer a alguns aliados que ajudam a baixar os níveis de ácido úrico. Afinal, se alguns alimentos são responsáveis por intensificar a hiperuricemia, outros ajudam a combatê-la.

Alimentos que ajudam a controlar o ácido úrico  

Alcachofra

Esta flor é considerada uma das melhores para agir na eliminação de toxinas. Trata-se de uma limento altamente diurético, que evita a retenção de líquido. 

Ricas em minerais, vitaminas e antioxidantes, as alcachofras também possuem fibras, proteínas e ácidos graxos. Essas substâncias são utilizadas como fonte de energia para o corpo. 

Você sabe como consumir alcachofras? Experimente fervê-las e servi-las temperadas como salada. O caldo de alcachofra também é muito benéfico para a saúde e pode ser tomado à vontade. 

Cenoura  

A cenoura tem um efeito alcalinizante, o que significa que ajuda a retirar purinas e cristais das articulações. Ela pode ser ingerida crua ou cozida, ou até mesmo em sucos.

Laranja e limão  

A vitamina C atua na redução dos cristais no sangue e está presente em grande quantidade na laranja e no limão. 

O suco de laranja natural ajuda a dissolver essas pedras e faz com que as articulações voltem ao normal. Já o limão é um forte aliado na desintoxicação do organismo. Seu suco puro (sem nenhum tipo de açúcar ou adoçante), quando ingerido continuamente por um período prolongado, pode trazer bons resultados. 

Mesmo sendo considerada uma fruta ácida, o limão se torna alcalino ao chegar no estômago, ajudando a combater a acidez sanguínea. 

O que não comer quando o ácido úrico está alto?

Quanto mais natural for a alimentação da pessoa com níveis altos de ácido úrico, mais fácil será controlar sua produção e retornar aos níveis normais no organismo.

Portanto, o primeiro passo é evitar alimentos industrializados. Aquela velha máxima de “descascar mais e desembalar menos” é muito útil para quem apresenta este quadro de saúde.

Além disso, mesmo quando consideramos os alimentos não industrializados, será mais fácil controlar o ácido úrico evitando alimentos ricos em purina. Veja quais são eles:

• carne vermelha;
• frango;
• carne de ganso;
• frutos do mar como marisco e mexilhão;
• carboidratos refinados;
• peixes como a cavala, sardinha e arenque, entre outros;
• frutas muito maduras ou muito doces;
• bebidas alcoólicas, especialmente a cerveja.

Além de escolher bem os alimentos, um bom consumo de água é fundamental para eliminar toxinas do organismo. Quem tem excesso de ácido úrico precisa tomar muita água. Ela não pode ser substituída por outro líquido, mesmo que seja suco. 

O exercício físico também ajuda o organismo a eliminar toxinas, embora o excesso de exercícios também esteja entre as causas de excesso de ácido úrico.

Para equilibrar o ácido úrico no organismo, é importante manter um estilo de vida saudável. Medidas isoladas não geram resultados, mas sim, a combinação do uso de todos os remédios que a natureza tem a oferecer para o nosso bem-estar.

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