Como um aumento de renda pode interferir no consumo de bens normais e de bens inferiores?

Em economia, bens são definidos como tudo o que tem utilidade e atende uma necessidade. Esses bens podem ser segmentados quanto a renda, a demanda, a utilidade e a raridade.

Neste texto abordaremos os tipos de bens em relação à renda e a demanda.

Bem normal

Bens normais são aqueles que, dado um aumento da renda dos consumidores, haverá um aumento da quantidade demandada. Ou seja, há uma relação direta entre renda e demanda.

Dessa forma, o aumento de renda para um bem normal é um fator que causa o deslocamento da curva de demanda para a direita.

A exemplo disso: carros, computadores e roupas são produtos que, a medida que a renda aumenta, tendem a ser mais consumidos. Podemos representar um bem normal graficamente:

Assim, mormalmente pensaríamos que a demanda por um bem aumenta quando a renda aumenta, como mostra a figura acima. Os economistas chamam esses bens de normais.

Se o bem 1 for normal, sua demanda aumentará quando a renda aumentar e diminuirá quando a renda diminuir. Num bem normal, a quantidade demandada sempre varia do mesmo modo que a renda:

Bem inferior

Ao contrário dos bens normais, bens inferiores são aqueles que, dado um aumento na renda dos consumidores, haverá uma tendência de redução na quantidade demandada. Ou seja, a relação entre renda e demanda, nesse caso é indireta. Dessa maneira, espera-se que o aumento de renda para bens inferiores causa o deslocamento da curva de demanda para a esquerda.

O gráfico abaixo apresenta um exemplo de curvas de indiferença bem-comportadas em que um acréscimo na renda produz uma redução no consumo de um dos bens. Esse bem é chamado de bem inferior.

Contudo, apesar de ser“anormal”, mas, esse tipo de bem não são é assim tão incomum. Existem muitos bens cujas demandas diminuem à medida que a renda aumenta. Um bom exemplo disso são passagens de ônibus: a medida que a renda aumenta, o indivíduo passa a reduzir seu consumo por esse bem, agora, ele pode financiar um carro ou pedir um uber.

Bem de Giffen

Os bens de Giffen são bens inferiores para os quais um aumento no preço provoca um aumento na quantidade demandada. Durante a escassez de batatas na Irlanda do século XIX, notou-se que o elevado preço das batatas aumentou sua quantidade demandada, isso ocorreu devido a ausência de outro bem barato e capaz de substituí-la.

Desta forma, maiores gastos no consumo de batata levaram a uma diminuição no consumo de outros alimentos.

Portanto, a variação da demanda é diretamente proporcional a variação do preço, o contrário dos casos comuns. O gráfico a seguir nos ajuda a entender melhor a questão: o bem 1 é um bem de Giffen, uma vez que a demanda por ele diminui quando seu preço diminui.

Bens substitutos

Bens são chamados substitutos quando uma queda no preço de um reduz a demanda por outro. Os substitutos são, frequentemente, pares de bens que podem ser usados “um no lugar do outro”. O que você usaria no pão do café da manhã caso o preço da manteiga subisse de uma hora para outra? Certamente, margarina seria uma opção.

Além disso, existem os substitutos perfeitos: o consumidor aceita substituir um bem pelo outro bem a uma taxa constante. O caso mais simples de substituto perfeito ocorre quando o consumidor deseja substituir os bens a uma taxa de um por um.

Bens complementares

Bens são chamados complementares quando a queda no preço de um leva o aumento na demanda de outro. Caso o preço da cobertura de chocolate caia, a demanda por cobertura tende a aumentar e, consequentemente, também uma haverá uma propensão ao aumento da demanda por sorvete, dado que ambos são bens complementares: utilizados em conjunto.

Assim como os substitutos perfeitos, existem também os complementares perfeitos. Os bens complementares perfeitos são consumidos sempre juntos e em proporções fixas. De algum modo, esses bens “complementam-se” mutuamente.

Um bom exemplo simples, mas prática, são os pés direito e esquerdo de um par de sapatos. O consumidor gosta de sapatos, mas sempre usa juntos os pés direito e esquerdo. Ter apenas um pé do par de sapatos não traz nenhum bem ao consumidor.

Bem de consumo saciado

Bens saciados são aquele que, dado um aumento na renda dos consumidores, a quantidade demandada não se altera. O sal ou o açúcar podem ser exemplos úteis: em muitas casas, esses bens são comprados em quantidades “certas” utilizadas no cotidiano. Nessa lógica, raramente uma redução no preço desses bens ocasionará um aumento significativo na demanda dos consumidores por eles.

Texto escrito por Ana Clara Del Monte, colaboradora do Minuto Econômico.

Referência

VARIAN, Hal. Microeconomia. Elsevier Brasil, 2017.

O que acontece com a demanda de bens normais e bens inferiores quando aumenta a renda do consumidor?

Quando a renda aumenta, a demanda de bens normais aumenta, mas a demanda de bens inferiores diminui.

Como a renda afeta o consumo?

Efeito renda com bens inferiores Logo, se a renda do consumidor aumentar, o consumidor deixa de comprar o bem inferior e passa a consumir um bem superior. Por isso, em um bem inferior, o efeito renda é negativo. Ou seja, quanto mais renda, menos consumo. Quanto menos renda, mais consumo.

Qual o impacto do aumento da renda dos consumidores na demanda de um bem normal?

Bem Normal: aumento na renda provoca um aumento na quantidade demandada do bem. Bem Inferior: um aumento na renda provoca uma diminuição na quantidade demandada do bem.

Quando o aumento na renda gera aumento no consumo de um bem dizemos que esse é um bem?

Diz-se que um bem é normal quando o aumento na renda dos consumidores aumenta a demanda por esse bem, ou seja, se houver um aumento na renda, será um bem normalmente se para o mesmo nível de preço os consumidores estiverem dispostos a adquirir maiores quantidades do bem.