Indice de violencia infantil no brasil 2022

O UNICEF trabalha para que nenhum menino ou menina seja vítima de violência. Para isso, dá visibilidade ao tema; influencia mudanças na legislação e nas políticas públicas; e apoia serviços de prevenção e resposta à violência.

Situação no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil teve avanços significativos na garantia dos direitos de crianças e adolescentes, a exemplo da redução da mortalidade infantil. No entanto, as desigualdades sociais ainda afetam grande parte das crianças e adolescentes do País, violando seus direitos e fazendo com que muitos não cheguem à vida adulta. Isso porque, ao ser excluídos das políticas públicas, esses meninos e meninas correm o risco de ser vítimas de formas extremas de violência.

Homicídios, violência sexual e violência contra adolescentes no sistema socioeducativo são algumas das questões mais críticas no País em relação à proteção de meninos e meninas contra as violências. Milhões de crianças nascem e crescem em territórios diretamente afetados pela violência, em especial a violência armada, com pouco acesso a serviços públicos e sujeitos a uma superposição de violações e privações de direitos. Entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de até 19 anos foram mortos de forma violenta no Brasil – uma média de 7 mil por ano. Além disso, de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual – uma média de 45 mil por ano.

Além dos preocupantes números de homicídios de adolescentes, há um significativo número de meninos e meninas cumprindo medidas socioeducativas em meio fechado. Isso significa que a internação dos adolescentes não tem ajudado a reduzir a violência.

O País precisa, com urgência, adotar medidas efetivas de prevenção e resposta a todas as formas de violência contra crianças e adolescentes por meio de ações que combatam a normalização das violências, capacitação de profissionais que trabalham com crianças e adolescentes, trabalho com polícias para a prevenção das violências, permanência das crianças e adolescentes nas escolas, sensibilização de meninos e meninas sobre seus direitos, responsabilização dos perpetradores de violências, investimento no monitoramento e geração de evidências.

Principais iniciativas do UNICEF no Brasil

Dar visibilidade ao tema da violência

  • Produção e disseminação de conteúdo
    O UNICEF promove a produção de estudos, levantamentos e análises sobre a incidência de violência contra crianças e adolescentes e suas consequências. Com escopo nacional, local e regional, essas publicações contribuem para conscientizar a população sobre as vulnerabilidades que levam à violência e seus impactos.
  • Diálogos nacionais e locais
    O UNICEF realiza reuniões com especialistas, acadêmicos, gestores e sociedade civil, em nível nacional e local, com o intuito de disseminar informações importantes sobre prevenção e resposta às violências, promover troca de experiências e divulgar lições aprendidas em suas intervenções nessa temática.

Influenciar mudanças na legislação e nas políticas públicas

  • Advocacy e parcerias
    O UNICEF trabalha com sociedade civil, governos, setor privado e comunidades para fortalecer a legislação nacional e local nos aspectos que impactam a garantia dos direitos de crianças e adolescentes, em linha com a Convenção sobre os Direitos da Criança e outros instrumentos legais e normativos de direitos humanos. Da mesma forma, o UNICEF atua para promover melhorias nas políticas públicas em prol da infância e da adolescência, sobretudo na prevenção e resposta às violências.
  • Contribuição técnica especializada
    A equipe de proteção à criança e ao adolescente do UNICEF também provê apoio técnico a grupos de trabalho, comitês e comissões sobre violência em nível nacional e local a exemplo dos Comitês de Prevenção de Homicídios na Adolescência em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Salvador (BA) e do Pacto Nacional pela Implementação da Lei 13431/2017 (Lei da Escuta Protegida)..

Melhorar os serviços de públicos de prevenção e resposta à violência

O UNICEF também contribui com o fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos, por meio de sua atuação nos municípios inscritos no Selo UNICEF e nas capitais participantes das estratégias de Centros Urbanos. Nesses locais, o UNICEF apoia o desenvolvimento de ações estratégicas voltadas à proteção de crianças e adolescentes.

ALGUNS RESULTADOS EM 2021

  • 500 mil pessoas alcançadas com mensagens sobre reabertura segura das escolas.
  • 120 profissionais do Pará com capacidades fortalecidas de acordo com a Lei 13.431/2017 (Lei da Escuta Protegida)*.
  • 3.264 atendimentos a crianças migrantes fora dos abrigos.
  • 78 milhões de pessoas alcançadas pelas campanhas de prevenção das violências no Litoral Sul de São Paulo.
  • 1.200 crianças e adolescentes alcançados com atividades de apoio psicossocial na Maré e na Pavuna (Rio de Janeiro).

  • 5.287 crianças e adolescentes indocumentadas, desacompanhadas e separadas foram apoiadas.
  • 3.330 crianças, adolescentes e jovens alcançados no Projeto Àwúre, no Recôncavo Baiano, para prevenção e resposta às violências.
  • 482 mil pessoas alcançadas com o “Kit Prefeito”, com materiais explicativos sobre os fluxos da Lei 13.431/2017 (Lei da Escuta Protegida)*.
  • 19 mil crianças, adolescentes e cuidadores receberam apoio psicossocial nos Súper Panas em Roraima, Amazonas e Pará.
  • 180 mil pessoas alcançadas pela campanha de comunicação Juventudes que têm cor-agem.
  • 280 crianças e adolescentes participaram de atividades de mediação de conflito e comunicação não violenta no Ibura, em Recife.
  • 481 crianças e adolescentes apoiadas com benefício econômico e reunificações familiares em Roraima.
  • 4.282 crianças e adolescentes acompanhadas no sistema de informação Primero.

* A Lei da Escuta Protegida estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência.

O QUE MAIS PLANEJAMOS FAZER

  • Desenvolver iniciativas de prevenção e resposta à violência nos municípios participantes do Selo UNICEF, edição 2021-2024, e da Agenda Cidade UNICEF, edição 2022-2024.
  • Ampliar as pesquisas, estudos e diagnósticos sobre o cenário das violências contra crianças e adolescentes no Brasil e as vulnerabilidades que levam ao risco aumentado de crianças e adolescentes serem vitimados pelas violências..
  • Produzir campanhas nacionais sobre os impactos da violência contra crianças e adolescentes, com enfoque na violência sexual, trabalho infantil e violência física.
  • Criar protocolos multissetoriais de prevenção e resposta à violência, com base na Lei 13431/2017 e Decreto 9603/2018 e promover o fortalecimento de capacidades de atores do Sistema de Garantia de Direitos para a implementação local da lei.
  • Promover o uso do aplicativo SABE – Conhecer, Aprender e Proteger, canal exclusivo para crianças e adolescentes conhecerem sobre seus direitos, identificarem diferentes tipos de violência e pedirem ajuda.
  • Ofertar apoio técnico ao fortalecimento de capacidades dos Conselhos Tutelares, especialmente por meio da promoção do uso do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia CT).

Publicações, campanhas e materiais multimídia

Quantos casos de violência infantil no Brasil 2022?

Crianças e adolescentes são 79% das vítimas em denúncias de estupro registradas no Disque 100. O total de denúncias registradas em 2022 já somam 7.447 mil casos (Foto: Banco de imagens/ Internet).

Quantas crianças foram violentadas em 2022?

Das 4.486 denúncias de violação infantil em 2022, 18,6% estão ligadas a abuso sexual.

Quantos casos de violência infantil tem no Brasil?

O Brasil registrou quase 20 mil casos de maus-tratos contra crianças e adolescentes em 2021. Este número representa um aumento de 21% em relação a 2020, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados nesta terça-feira (28).

Como anda o abuso infantil no Brasil?

Esse número sobe para 57,9% em 2020 e 58,8% em 2021. De 2020 para 2021 observa-se um discreto aumento no número de registros de estupro, que passou de 14.744 para 14.921.