O inimigo do meu inimigo é meu amigo quem disse

Juan trabalhava numa fábrica de distribuição de carne. Um dia, quando terminou o seu horário de trabalho, foi a um dos frigoríficos para inspecionar algo, mas num momento de azar a porta fechou-se e ele ficou trancado lá dentro.

Ainda que tenha gritado e batido na porta com todas as suas forças, jamais poderiam ouvi-lo. A maioria dos trabalhadores já tinha ido embora, e no exterior da arca frigorífica era impossível ouvir o que estava acontecendo lá dentro.

Cinco horas mais tarde, quando Juan já se encontrava à beira da morte, alguém abriu a porta. Era o segurança da fábrica, que salvou a vida de Juan.

Juan perguntou ao segurança como foi possível ele passar e abrir a porta, se isso não fazia parte da sua rotina de trabalho, e ele explicou:

“Eu trabalho nesta fábrica há 35 anos, centenas de trabalhadores entram e saem a cada dia, mas você é um dos poucos que me cumprimenta pela manhã e se despede de mim à noite. Muitos me tratam como se eu fosse invisível. Hoje, como todos os dias, você me disse seu simples ‘olá’ na entrada, mas hoje curiosamente, não tinha ouvido o seu ‘até amanhã’. Espero o seu ‘olá’ e ‘até amanhã’ todos os dias. Para você eu sou alguém. Ao não ouvir a sua despedida, eu sabia que algo tinha acontecido… Procurei e encontrei!”

Fica esta reflexão: sejam humildes e amem o próximo. A vida é curta demais e temos um impacto que não conseguimos sequer imaginar sobre as pessoas com as quais cruzamos todos os dias.

A origem da história é desconhecida, mas o ensinamento deve aquecer a todos os corações.

O inimigo do meu inimigo é meu amigo quem disse
Hummm… quero ver os comentários dos pacifistas sobre os artigos que geraram este post.

Encontrei um artigo muito interessante sobre evolução humana que saiu dia 5 de Junho de 2009 na Science e fui atrás de mais leitura. E não é que meio sem querer acabei me deparando com um hype? O outro artigo que encontrei logo de cara é da Nature! Logo em seguida mais páginas tratando do mesmo assunto, como na Discover e na New Scientist. E o melhor, todos esses artigos publicados num intervalo de 2 dias, ou seja, grandes veículos comentando as mesmas publicações praticamente ao mesmo tempo… amo a velocidade de hoje em dia.

O inimigo do meu inimigo é meu amigo quem disse

Mas vamos ao que interessa: um dos comportamentos mais nobres observados em nós, o Altruísmo, acaba de ganhar uma teoria de desenvolvimento MUITO interessante. E por que eu digo isso? A teoria se desenvolve com base na evolução do comportamento altruísta devido ao acontecimento de um grande número de… conflitos e guerras!

Sim, você leu certo, e sim, nós podemos ser paradoxais nesse nível, vai entender… Bom, na verdade não é muito difícil entender, apesar de ser uma teoria bastante controversa e estar gerando grandes críticas e discussão de outros pesquisadores na área.

O inimigo do meu inimigo é meu amigo quem disse
O autor dessa teoria, um biólogo evolucionista chamado Samuel Bowles, do Santa Fe Institute, defende que nossa cultura pré-histórica possa ter sido definitiva na seleção de indivíduos que se importavam mais com os membros pertencentes a seus grupos, ou tribos. Mudanças climáticas ocorridas entre 10000 e 150000 anos atrás acabaram “empurrando” grupos de humanos para localidades cada vez mais próximas, de modo que esses grupos caçadores-coletores (ou seja, que estavam em movimento constante atrás de alimento) “rivais” começaram a se encontrar com cada vez mais frequência, “… uma receita para grandes conflitos”, nas palavras do próprio autor.

A grande diferença desses conflitos em relação ao conceito de “guerra” que carregamos conosco hoje é que esses grupos eram realmente pequenos, sendo comum haver entre 2 e 5 homens apenas, sem qualquer noção de hierarquia ou “cadeia de comando”. O que isso quer dizer? Simplesmente que, caso dois desses grupos se encontrassem e acabassem por disputar o território (leia-se “cair na porrada”), o grupo em que houvesse indíviduos que se importasse m mais com seus colegas levaria grande vantagem em relação ao comportamento “cada um por si” observado quando não há liderança ou estrutura social definida.

Em sua pesquisa, Bowles utilizou modelos para tentar determinar o resultado de conflitos entre um grupo de indivíduos mais altruístas e grupos mais egoístas. Combinando análises de sítios arqueológicos e estudos etnográficos de tribos remanescentes desse período, as mortes decorrentes deste tipo de conflito corresponderam a 14% do total (em média) em sociedades caçadoras-coletoras. Após estimar qual seria a taxa de redução nas chances de um indivíduo altruísta reproduzir-se (todo mundo sabe que “ser legal” não ajuda com as moças, certo?), o autor adicionou os dados a um modelo de competição entre grupos diferentes no qual o altruísmo individual também seria responsável por uma maior chance de vitória do grupo num combate.

Como resultado, grupos com mais indivíduos altruístas prevaleceram em relação aos grupos com indivíduos mais egoístas, nos níveis individual e grupal, e é aqui que a polêmica começou no meio acadêmico. Afinal, quem disse que os guerreiros “altruístas” não estão agindo em benefício próprio, ou seja, sendo “egoístas”, ao invés de estarem buscando o bem-estar de seu grupo?

O inimigo do meu inimigo é meu amigo quem disse
Nas tribos Ianomamis os guerreiros mais fortes e destemidos (ou seja, os que não fogem de uma boa briga) têm direito a mais recursos como comida, moradia, e, claro, mulheres, de modo que deixam mais descendentes. Nesse caso, apesar de a tribo ser um grupo conciso, existe o comportamento egoísta para com os demais membros da tribo, na ausência de um inimigo ou outro “fator externo” que leve à cooperação para maior chance de sobrevivência, o que vai de encontro aos resultados encontrados por Bowles em seu modelo.

Ao mesmo tempo, os mesmos pesquisadores que contrariam essa hipótese altruísta concordam que esse novo modelo se encontra “no caminho certo” para melhor explicar as origens do comportamento social humano como conhecemos. Uma outra pesquisa, realizada pelo Prof. Mark van Vugt, da Universidade de Kent (Inglaterra), demonstrou que mesmo quando grupos de pessoas são definidos aleatoriamente (como num “cara ou coroa”, por exemplo), pessoas dentro de um mesmo grupo são altruístas em relação a seus “companheiros”, mesmo sem haver outro motivo além de alguém dizer “vocês são grupo A, vocês aí desse lado são grupo B” (não, não estou me referindo a Big Brother, saiu sem querer… chamem de grupos 1 e 2, se preferirem), ou seja, nós realmente temos a tendência a “defender os nossos”, sejam lá quais os fatores que organizem um determinado grupo.

O inimigo do meu inimigo é meu amigo quem disse
Eu, particularmente, gosto muito da denominação que dois amigos meus de faculdade, o Cadu e o Rafael (aqui do RNAm), deram ao tipo de comportamento que realmente é observado em humanos que não sejam canalhas completos (ou totalmente egoístas): o Altruísmo Egoísta, ou seja, eu faço o melhor para o grupo desde que isso também me traga alguma vantagem. E isso acontece sempre, mesmo que inconscientemente.

Pode negar, dizer “eu me importo muito com os outros”, e outras tantas frases que falamos para sermos politicamente corretos… pare para pensar e você identificará várias situações em que você agiu, e não há mal algum nisso, afinal, é só um tipo diferente de cooperação, um que nos define mais do que gostaríamos de assumir e que muitas pessoas não conseguem admitir, num primeiro momento.

Mas que todo mundo é meio egoistinha, é… senão, não chegaríamos a lugar algum…

Bowles, S. (2009). Did Warfare Among Ancestral Hunter-Gatherers Affect the Evolution of Human Social Behaviors? Science, 324 (5932), 1293-1298 DOI: 10.1126/science.1168112

Jones, D. (2009). War and migration may have shaped human behaviour Nature DOI: 10.1038/news.2009.546

De quem é a frase o inimigo do meu inimigo é meu amigo?

Apesar de muitas vezes descrito como um ditado árabe, não há nenhuma evidência de tal origem. O registro mais antigo dessa frase foi encontrado em sânscrito, em um tratado sobre a arte de governar do século IV AC.

Quem é amigo do meu inimigo frases?

Amigo de inimigo meu, jamais será meu amigo! portanto, sejas meu inimigo e não queira fingir ser meu amigo, posso até perdoar o inimigo mais jamais perdoo pessoas falsas e traiçoeiras... Pensador: colecione e compartilhe frases, poemas, mensagens e textos.

Quem é amigo do seu inimigo não é seu amigo?

Fernando Araújo. Amigo do meu inimigo não é meu amigo!!!

Quem tem apenas um inimigo em toda parte o encontra?

Provérbio persa: “Quem tem apenas um inimigo, em toda parte o encontra”. Lao Tsé: “Mantenha os amigos sempre perto de você, e os inimigos mais perto ainda”.