O que causa a desigualdade entre países desenvolvidos e menos desenvolvidos?

João Paulo Charleaux22 de jan de 2021(atualizado 22/01/2021 às 14h03)

Chefe da OMS alerta para ‘derrota moral catastrófica’ à medida que aumenta a disparidade na imunização contra a covid-19

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Enquanto 39 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 são divididas entre 49 países desenvolvidos, um país pobre recebe apenas 25 doses. Essa comparação foi feita pelo chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, para ilustrar as disparidades no acesso ao imunizante no mundo. Para Tedros, o planeta enfrenta “uma derrota moral catastrófica” neste início de vacinação.

China, Índia, Rússia, Reino Unido e EUA desenvolveram vacinas próprias, de maneira autônoma. A Alemanha se associou ao laboratório americano Pfizer, enquanto a Suécia se associou às pesquisas britânicas. Esses países asseguraram suprimentos para si mesmos, enquanto os demais esperam por uma chance.

O Brasil participou do desenvolvimento da Coronavac, numa parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac, e da vacina de Oxford, produzida pelo consórcio anglo-sueco Astra/Zeneca, mas enfrenta percalços tanto para conseguir acesso regular às vacinas quanto aos insumos para produzi-las em seu próprio território. As negociações com a Índia foram destravadas na quinta-feira (21), para o envio de um lote de 2 milhões de imunizantes. No caso da China, as negociações ainda estão em aberto.

As alternativas dos países pobres

Além desses países que desenvolveram as próprias vacinas – tanto por meio da iniciativa privada quanto pela ação do poder público – há ainda um grupo formado atualmente por 180 nações reunidas em torno de um consórcio internacional chamado Covax, que pretende, sob o guarda-chuva da OMS, negociar em bloco o acesso aos imunizantes, melhorando as condições de negociação e de acesso para os menos favorecidos.

A Covax é uma iniciativa abrangente. Ela aponta em várias direções: do desenvolvimento de novos imunizantes até a expansão das redes de distribuição das vacinas já existentes. Mesmo países ricos, desenvolvedores de suas próprias vacinas, fazem parte do Covax, que promete uma “distribuição equitativa de 2 bilhões de doses até o fim de 2021”.

Menos dinheiro, menos proteção

Tedros apelidou a estratégia em curso atualmente nos países ricos de “me-first” (primeiro eu). Não é que eles se neguem a ajudar aos demais. A questão é que esses países colocam sua própria população como prioridade, diz o chefe da OMS.

O Canadá, por exemplo, tem vacinas encomendadas suficientes para imunizar cada um de seus cidadãos cinco vezes – o que não acontecerá, pois não tem sentido clínico, mas ilustra como as vacinas sobram em alguns países enquanto faltam em outros. O governo canadense se defende, dizendo que não receberá necessariamente todas essas vacinas contratadas, e, além disso, o país contribui com US$ 380 milhões para financiar a vacinação em países subdesenvolvidos.

Tedros diz que 70 países de baixa renda só poderão vacinar um de cada dez habitantes, se a distribuição seguir o ritmo e o nível atuais. Ele criticou o fato de jovens saudáveis estarem recebendo a vacina em países ricos enquanto grupos vulneráveis em países pobres ainda estão longe da vacinação.

Líderes da vacinação

Israel é o país com o maior índice de vacinas contra a covid-19 aplicadas por grupos de cem pessoas. Até quinta-feira (21), 38% dos israelenses tinham sido vacinados.

Em segundo lugar, estão os Emirados Árabes Unidos, com 22,71 vacinados por grupo de cem habitantes. Em seguida, aparecem em posições muito próximas países como Bahrein, Reino Unido, EUA, Itália, Alemanha, França, China, Rússia, México e Índia, nesta ordem.

Nos dados compilados pela Oxford Martin School, o Brasil aparece com apenas 0,06 vacinados por grupo de cem pessoas. Esse índice é mais baixo do que a média da América do Sul, que é de 0,11. A Argentina lidera na região, com 0,59 vacinados por grupo de cem. O país é seguido pelo Chile, que tem 0,33 por cem.

A região do mundo que mais vacinou é a América do Norte, com 3,21 por cem. A União Europeia vacinou 1,65 e a Ásia, 0,50 por grupo de cem. Na África, a vacinação chegou a menos de 0,01 vacinado por grupo de cem pessoas.

Causas e consequências da desigualdade

São questões como a segurança, a habitação, o acesso aos cuidados de saúde, ao emprego e à instrução que definem o desenvolvimento de um país e o bem estar de uma sociedade. As diferenças no que de mais importante se exige para ter uma vida digna é o que marca as desigualdades no mundo. Estas acentuam-se nos países menos desenvolvidos onde é mais notória a pobreza e o analfabetismo, tal como as elevadas taxas natalidade e de mortalidade e a criminalidade. É onde parte da população mundial vive sem condições básicas, por exemplo em bairros de lata.

Conteúdo fornecido pela Escola Mágica, ao abrigo de uma parceria com o Ensina. Destina-se a alunos do 9.º ano do ensino básico.

Quais as razões das desigualdades entre os países?

A desigualdade social, chamada também de desigualdade econômica, é um problema social presente em todos os países do mundo. Ela decorre, principalmente, da má distribuição de renda e da falta de investimento na área social, como educação e saúde.

Por que a desigualdade de renda e menor nos países desenvolvidos?

O primeiro momento, o da diminuição das desigualdades, foi marcado pela construção e pela consolidação de uma arquitetura econômica e um pacto político capazes de aliar, a um só tempo, alto crescimento econômico, baixos índices de inflação e de desemprego, aumento dos salários em sintonia com a produtividade, ampla ...

Quais são as principais causas da desigualdade econômica?

O que causa a desigualdade econômica?.
Salários determinados pelo mercado..
Educação afeta os salários..
Desigualdade de gênero..
Desigualdade racial..
Fome e pobreza..
Criminalidade..
Sem progresso econômico..

Qual e a principal causa da desigualdade social?

Entre as principais causas dessa desigualdade social no Brasil, estão: concentração de dinheiro e poder, poucas oportunidades de trabalho, má administração dos recursos públicos, pouco investimento em programas culturais e de assistência, baixa remuneração.