Ruas de paralelepípedo. Não há carros. Mas tem um monte de Flamboyant com flores laranjas. As casinhas, coloridas, não são numeradas. Águas calmas e mornas que começam transparentes e vão ficando azuis. A ilha de Bom Jesus dos Passos é um pedaço de terra cercado de tranquilidade por todos os lados. E não precisa pegar avião pra ter essa experiência quase caribenha: trata-se de um bairro de Salvador. Show E se você se perguntou o que tem para fazer em Bonja (apelido carinhoso pelo qual alguns moradores se referem), se prepare. É a parte mais deliciosa desta reportagem: nada. Absolutamente nada. Há tempo de sobra para fazer tudo que mais importa na vida, como banho de praia, gargalhar pelas ruas, ficar de conversa mole na praça, admirar o pôr do sol, comer e beber bem. Cadastre seu e-mail e receba novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração, pets, tecnologia, bem-estar, sexo e o melhor de Salvador e da Bahia, toda
semana: História Ainda de acordo com o estudo, a igreja que abriga a imagem do santo envolve uma história sobrenatural. Foi construída depois que, numa noite de chuva, a imagem mudou de direção, como se estivesse apontando um local para a nova igreja. Rosa, então, ordenou a construção da nova igreja em 1766. Mais tarde, ela mudou seu nome, por devoção, para Rosa Maria dos Santos Passos. Ela não teve filhos e seus bens ficaram para a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, fundada por Rosa em 1815. São 452.664 m², 1.465 habitantes e 393 domicílios (de acordo com o senso do IBGE em 2010). Tem água, energia, telefone e internet. Mas se, às vezes, o celular não pega bem na Pituba, imagine lá. Todo segundo domingo de janeiro tem o acompanhamento marítimo de Nossa Senhora dos Navegantes. É o grande agito do lugar. Tipo do ano inteiro. Como chegar Do terminal marítmo de Madre de Deus saem lanchas a cada meia hora, que atravessam em cerca de 10 minutos. De segunda a sábado até às 20h e domingo até as 18h. De Bonja para Madre idem, a diferença é que todo dia só vai até as 18h. O que vimos de melhor Praia da Pontinha Águas calmas e transparentes que vão ficando azuis à medida em que você entra. Dá para deixar as coisas nas pedras ou na balaustrada e se jogar. Tem gente que bota o guarda-sol na areia e curte deitado. Esquema piscina natural. O chão é uma mistura de areia e cascalho. Chegando do terminal, basta seguir a rua à esquerda da igreja e virar à esquerda. Fica na Rua do Britto. Não tem como não saber que chegou lá. Na Larica
A mesa na rua, com ventinho que vem do mar, é um luxo. Do cardápio, todo trabalhado nos nomes das praias da região (Viração, Ponta de Nossa Senhora, Luísa...), o que mais faz sucesso é o espaguete Loreto, com molho branco, gorgonzola e camarão (R$ 25 - individual). O hambúrguer artesanal mais pedido é o Nordeste (bacon, cebola caramelizada e cheddar - R$ 18). Já entre os pratos, destaque para o Sertanejo (panquecas abertas com molho de carne de fumeiro com requeijão, gratinadas com queijo coalho - R$ 35), que serve de 2 a 3 pessoas, com macarrão ou salada.
Tudo temperadinho, com jeito de comida de tia. E é quase isso, já que as chefs, as irmãs Cássia e Gal Brito, moram em Salvador e passam os fins de semana de Verão em Bonja. “Começamos há 2 anos, quando a gente tava perto de se aposentar, vinha sempre para cá e nossa porta sempre foi frequentada por amigos. Sempre gostei de cozinhar e preparava coisas pra beliscar com cerveja”, conta Gal. O restaurante só abre sexta e sábado a partir das 20h. “De dia, a gente gosta de ir pra praia, beber, dormir... Depois a gente acorda e vem aqui cozinhar felizes da vida”, diz Cássia. Aceita débito e crédito. Praça Comendador Neiva. Casarão 1911
Um casarão antigo sem teto e a maioria das paredes internas. Ficaram os móveis antigos nesse varandão à luz de velas. No menu, escondidinhos como Na Cruz do Outeiro (pirão de aipim, carne de fumeiro, calabresa e queijo coalho - R$ 43 para dois) e pizzas como a Marguerita (R$ 35 oito fatias). Massa crocante e quantidade boa de recheio. O negócio é tocado pelos irmãos Vagner Santos e Vanessa Soares.
“Passamos a infância nessa casa, de minha avó. Com o tempo ficou difícil manter a estrutura, aí construímos atrás e tivemos que demolir a antiga”, explica Vagner Santos, que abriu o restaurante em 2016, depois que resolveu fechar uma locadora de carros. “Queria algo mais pacato, ligado às raízes, fazendo o que eu gosto. A gente sempre fazia pizza pros amigos e resolveu começar aqui assim. Ano passado, minha irmã e minha cunhada vieram com os escondidinhos”, relembra ele. Para beber cerveja, só puro malte (R$ 8 a garrafa de 600 ml). Dos drinques, destaque para o Bonjito (R$ 17), feito com rum de coco, limão, hortelã e soda. De quinta a domingo, de 19h30 até 0h. Mas varia. Aceita débito e crédito. Fica na Rua da Igreja. Cantinho de Sheila
A moqueca tradicional da ilha leva carne de sertão, calabresa e fruta pão. No Cantinho de Sheila, vem com arroz, feijão (fradinho ou de caldo), salada e farofa por R$ 70 para quatro pessoas, na varanda de casa. Tem também de siri, arraia, camarão, peixe, ostra... A quentinha, individual, custa entre R$ 12 e R$ 15. “Comecei quando meu marido ficou desempregado, há 3 anos. Diziam que tenho um tempero legal. Hoje chegam pessoas procurando”, diz ela, que não vê a hora da marina de Bom Jesus ser inaugurada. “Ganhei um restaurante lá, vai abrir até o fim do ano. Mas, por enquanto, é na varanda de casa”, conta a moça. Aceita cartão de débito e crédito. Fica na Travessa do Tanque, popularmente conhecida como Rua da Malhada. Basta perguntar pela casa de Sheila. Qualquer dúvida, mande um zap: 71 98691-2408. Nem de Mirinha
Um dos melhores pães que já provei: saboroso, com a casca crocante e o miolo denso, mas macio. Dizem que era servido no couvert do antigo Trapiche Adelaide. “Um senhor que fazia aqui na ilha. Ele se aposentou e ensinou para o filho, que só repassou para uma moça e para mim”, conta ele. A iguaria faz parte do menu de café da manhã, que vem ainda com bolos, cuscuzes e mingaus (milho, aveia, coco...) que custa R$ 15 por pessoa e é servido na casa do próprio Nem, cheia de artesanato, inclusive as rendas de richelieu da mãe dele.
No menu, receitas de família. “Meu pai faleceu cedo e minha mãe fazia cuscuz de tapioca na palha de bananeira, pamonha, mingau, bolo de arroz com leite de coco azedo e mingau de milho azedo. As receitas são de minha bisavó”, diz Nem. Para quem estranhou a palavra azedo, vale explicar: são receitas em que o coco fermenta de um dia para o outro. É possível também encomendar um bolo inteiro (R$ 40), basta entrar em contato no dia anterior. Na porta de casa, toda sexta, sábado e domingo às 17h, ele monta uma mesa para vender os quitutes. Aceita crédito e débito. Tel.: 71 98218-3806. Rua do Nordeste. Casa do Tamarineiro
Depois do filho sair de casa, a jornalista Angélica Parras decidiu transformar o quarto dele em um pequeno albergue, em setembro do ano passado. São cinco camas, sendo uma de casal e um beliche, com diária a R$ 50 por pessoa. Ela também aluga pranchas de stand up paddle e caiaque a R$ 30 por hora. Tel.: 71 99165-6772. Rua da Igreja. Pousada DiLuis
A diária do apartamento de casal é R$ 150 no quarto com ventilador e R$ 180 com ar-condicionado. A pousada é simples, mas tem piscina, sala central de TV climatizada, WiFi, frigobar e inclui café da manhã. Para reservar é preciso depositar o valor na conta do dono. O check-out nos domingos é livre. Tel.: 71 99961-2919. Rua das Flôres (sic). Praia do Nordeste
Tem mais estrutura auxiliar do que a praia da Pontinha, com bares e restaurantes pertinho da orla. Chegando na praça em direção a igreja, você pega toda a esquerda e segue reto. "Gosto muito de João do Pirão e do Açaí do Nordeste, que é todo pintado por um artista da região, o Fabio Souza", diz Janaína Gusmão, autora do perfil de Instagram Entre as Ilhas, dedicado ao turismo no local.
Outeiro Ponto mais alto da ilha, bom para admirar o pôr do sol. Olha a vista:
Como chegar à Ilha de Bom Jesus dos Passos?Para chegar lá é preciso ir de carro até Madre, que fica a 63 km de Salvador (na BR-324, pega a BA-522). Na rodoviária tem ônibus da viação Jauá saindo 11 vezes por dia, o primeiro às 5h35, o último às 22h20. Para voltar há oito opções diárias, começando às 5h20 e terminando às 20h.
Onde fica localizada a Ilha de Bom Jesus dos Passos?A Ilha de Bom Jesus dos Passos localiza-se na Baía de Todos os Santos e faz parte do Município de Salvador.
Quantos habitantes tem na Ilha de Bom Jesus dos Passos?Ilha de Bom Jesus dos Passos
Com 1.465 habitantes, tem a menor população entre as três ilhas que pertencem a Salvador. Bom Jesus dos Passos se destaca pela religiosidade. O mar do local possui águas calmas, ideal para a pesca e para a prática de esportes náuticos.
Qual é o dia de Bom Jesus dos Passos?A festa ocorre de 23 de janeiro a 3 de fevereiro, anualmente, em Lençóis, cidade tombada pelo Iphan desde 1973.
|