Por que o turismo tem grande importância para a economia dos municípios?

Poço do Padre, um dos destinos mais visitados por turistas em Guapimirim

O estado do Rio de Janeiro é o principal receptor de turistas do Brasil. Em 2014, 1.597.153 estrangeiros visitaram a região, o equivalente a 25% do total. O Mapa do Turismo Brasileiro, instrumento de orientação para a atuação do Ministério do Turismo no desenvolvimento de políticas públicas com foco na gestão, estruturação e promoção desta atividade de forma regionalizada e descentralizada, mudou a configuração do estado do Rio em julho do ano passado. Desde então, uma nova classificação reduziu de 92 para 71 o número de municípios participantes de suas 12 regiões turísticas.

Considerada uma das atividades de maior expansão no mundo, o turismo vem se consolidando por seu grande impacto socioeconômico e superando atividades tradicionalmente consideradas de grande dinâmica econômica, como a indústria e a agricultura. Este status tem relação direta com o efeito multiplicador, que agrega diversas áreas para o seu desenvolvimento, como equipamentos, serviços e infraestrutura, intrinsecamente associados à atividade.

Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), apesar de variações ocasionais, o número de viagens internacionais registrou um crescimento constante ao longo das décadas: 25 milhões de viajantes em 1950; 278 milhões em 1980; 528 milhões em 1995 e 1,13 bilhões em 2014. Além de ser capaz de estimular diversas atividades produtivas conectadas com o setor de serviços, o turismo envolve um alto poder de compra, em especial o de negócios, no qual os consumidores estão dispostos a gastar cerca de quatro vezes mais do que nos outros tipos de turismo. As receitas mundiais geradas pelas viagens internacionais foram de U$$ 262 bilhões em 1990, de US$ 476 bilhões em 2000, chegando, em 2014, a US$ 1,24 trilhão de dólares, o que mostra a importância do turismo na economia internacional.

O Turismo na Região Metropolitana

Com diversos atrativos naturais e culturais, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro tem grande perspectiva de expansão dessa atividade. Mas há necessidade de desenvolvimento e de melhoria na infraestrutura de alguns municípios, além da promoção dos locais com potencial para atrair visitantes e da preocupação de preservar o meio-ambiente.

“É importante observar o papel dos setores públicos e privados na economia. A necessidade de melhorar a infraestrutura de transportes e segurança nas demais cidades da Região Metropolitana é de responsabilidade do poder público. Caso os investimentos sejam bem executados, espera-se que o setor privado tenha um olhar mais cuidadoso e interessado em outros municípios, fortalecendo a Região e tornando mais dispersas as áreas que recebem os benefícios econômicos do turismo”, diz Guilherme Vianna, membro da equipe de Expansão Econômica do Consórcio Quanta-Lerner.

O Plano Metropolitano do Rio de Janeiro, em sua fase de diagnóstico, buscou compreender as diferentes formas nas quais o turismo pode contribuir para avanços econômicos e sociais da Região. Para isso, foi necessária uma discussão abrangente, envolvendo diversos eixos como o de Patrimônio Natural e Cultural, de Expansão Econômica, e de todos aqueles responsáveis por propor melhorias na infraestrutura e por entender os interesses da população metropolitana em como explorar a sua região. Dentre vários levantamentos, a volatilidade do turismo, tanto em relação à economia (crises reduzem o número de viajantes), quanto em relação à sazonalidade (em determinados períodos do ano a presença de turistas é sensivelmente maior), é uma das grandes preocupações do Plano. “A RMRJ tem que ser capaz de fornecer os serviços adequados em períodos de alta temporada, mas também deve estar preparada para períodos de baixa demanda. O turismo tem que se tornar autossustentável”, afirma Vianna.

Breve análise e potencial de cada município da Região Metropolitana