Quais as características do professor pesquisador?

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31 jul 2010 às 23:25

Última atualização: 31 jul 2010

37 min leitura

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37 min leitura

#317

Como a Laser Dream cresceu 300% em 1 ano

Como a Laser Dream cresceu 300% em 1 ano

Daibes Lisboa, fundador da rede de estética Laser Dream, explica como a aposta na expansão do segmento e um modelo de negócios baseado em parcerias levou a empresa a expandir sua atuação para 10 estados brasileiros — e isso é só o começo.

Sobre o autor

Valdec Romero Castelo Branco

#317 Como a Laser Dream cresceu 300% em 1 ano

#317 Como a Laser Dream cresceu 300% em 1 ano

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Ana Paula Cerrada

A importância do educador-pesquisador, atualmente, é um desafio rumo à inovação. A gestão do conhecimento acompanha as mudanças em diferentes segmentos. Pesquisar é uma ação fundamental para todos os educadores dentro e fora da sala de aula, cujo objetivo é alinhar os conteúdos tradicionais com os novos saberes que, às vezes, os alunos já sabem. O educador, ao exercitar a pesquisa, incentiva os alunos a serem pesquisadores.

Diversas metodologias ativas de aprendizagem estão disponíveis. Temos de aplicá-las de forma reflexiva, conferindo-as sentido e alinhá-las ao dia a dia dos alunos ou, caso contrário, corremos o risco de utilizar apenas ferramentas por modismo. A aprendizagem significativa deve permitir ao aluno construir novos conhecimentos e ter autonomia na resolução de problemas. Por esta razão, a pesquisa é um hábito importante dentro e fora da escola , pois a sua relação com a aprendizagem tem de ser interdisciplinar aos conteúdos e à atuação de professores e alunos.

O educador-pesquisador precisa refletir a respeito do seu perfil, para dar continuidade a sua prática pedagógica dentro e fora da sala de aula. Por isso, fazer uma autoavaliação é essencial, no sentido de  reavaliar a didática e a própria atuação:

Estas são algumas das questões que considero importantes para os educadores. Ao pensarem sobre a sua atuação e ao realizarem um exercício de autoconhecimento em relação ao seu perfil profissional, eles também começam a ter um olhar pedagógico seletivo em relação às necessidades dos seus alunos.

Além destas competências, adotar uma postura resiliente (ou seja, ter a capacidade de lidar com problemas, adaptar-se às mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas) fará toda a diferença no desenvolvimento deste perfil pesquisador e na reinvenção frente às novas metodologias e sequências didáticas.

O aluno é o protagonista do seu processo de aprendizagem, enquanto o educador é o facilitador, uma vez que está consciente de não deter totalmente o conhecimento. Com as inovações na área da educação e o uso das novas tecnologias, os alunos conseguem acessar a novos saberes cada vez mais rápido, mas necessitam de educadores que orientem suas relações com estes conteúdos, para que saibam como aplicá-los em projetos que promovam a autonomia.

Ao iniciarmos uma mudança na forma do tratamento das informações, transformando-as em conhecimento e, ao mesmo tempo, motivando os alunos a compreenderem que os são agentes deste processo, começaremos a sair da zona de conforto.

Temos de correr contra o tempo, pois não há espaço para o retrocesso. E muito menos desculpas que não há o que fazer: temos de pesquisar as ferramentas educacionais e usá-las em nossas aulas a favor dos alunos. Sem pesquisar, ousar e inovar, não vamos caminhar em direção às mudanças urgentes.

Tatiana Bezerra Fagundes, no texto “Os conceitos de professor pesquisador e professor reflexivoperspectivas do trabalho docente”, explicita a apropriação dos conceitos supracitados pelo campo educacional. Apresenta os contextos que motivaram a construção de cada um, considerada a realidade educativa contemporânea, isenta de neutralidades e, por isso mesmo, marcada por ideologias. A autora cita como referenciais teóricos para explicitar os conceitos de professor pesquisador e professor reflexivo os trabalhos de Donald Schon e Lawrence Stenhouse.

O objetivo de Fagundes é evidenciado no resumo e na introdução do texto e nos leva a pensar o significado de conceitos tão divulgados no campo educacional e, talvez por isso mesmo, motivadores de debates entre os profissionais da Educação e alunos/as de cursos de Pedagogia e de outras licenciaturas. Questões não pouco discutidas envolvem o debate em torno da formação de professores: 

[…] Quem é o professor pesquisador e o professor reflexivo? Quais as suas características? Quais as propriedades e a natureza da sua pesquisa? A pesquisa do professor é uma pesquisa científica? De que professor e de que pesquisa está se tratando, quando se fala em professor pesquisador? Que condições tem o professor, que atua nas escolas, para fazer pesquisas? Que pesquisas vêm sendo produzidas pelos professores nas escolas? […] O que conta como pesquisa? (FAGUNDES, 2016, p. 283).

No decorrer de minha formação no curso de Licenciatura em Pedagogia, coloquei-me dentro de tais questionamentos para compreender a responsabilidade social de ser uma educadora e pesquisadora simultaneamente e, para evitar incorrer nos sentidos de ensino e pesquisa deteriorados pelo senso comum, procurei nas leituras a respeito do tema a base para argumentos significativos que respondessem às minhas dúvidas. A universidade onde estudei ofereceu-me um sólido referencial teórico para a análise de tais questões, no entanto, o ‘estar dentro’ das indagações parecia-me ainda mais complexo. Estar na prática docente diária implica a constituição do ato de ser professora e isso parece estar além do grau de cientificidade que possa ser atribuído aos conceitos de professor reflexivo e professor pesquisador.  

Em se tratando de grau de cientificidade dos conceitos discutidos por Fagundes (2016), o tema amplia-se. Pensar o campo da Educação e seu estatuto científico, a ideia de professor pesquisador e a pesquisa desse professor em função da práxis educativa ou para além dela leva-me a refletir sobre práticas sociais de ensino e aprendizagem e tais práticas remetem à ideia de Educação como um ato social. Educar é prática intencional que implica em formação técnica e cultural. Para além das definições que eu possa atribuir ao ato educativo, ele tem consequências.

Quando escolho uma estratégia de ensino e não outra, determinado livro, espaço de exercício da prática e tema devo ter clareza do propósito daquele ato de ensino. Na educação formal, se procuro dar um sentido ao conteúdo desenvolvido com a turma e busco incluir os alunos em minhas decisões a respeito de objetivos traçados e método, pratico pesquisa permeada por uma ideologia. Se escolho uma abordagem tradicional de ensino e busco distanciar-me de práticas interacionistas, o faço em um contexto onde uma ideologia tenta sobrepor-se à outra.  

Dentro de um contexto com ideologias sobrepostas, posiciono-me para pensar o risco de cair em um vazio conceitual se se pretende generalizar os conceitos analisador por Fagundes (2016).  

Referência bibliográfica 

FAGUNDES, Tatiana Bezerra. Os conceitos de professor
pesquisador e professor reflexivo: perspectivas do trabalho docente. Revista
Brasileira de Educação, v. 21 n. 65
abr.-jun, p. 281-298, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbedu/v21n65/1413-2478-rbedu-21-65-0281.pdf. Acesso em: 14 mai. 2021. 

*Rosa Acassia Luizari é pedagoga formada pela UNESP e graduanda em Letras-Português pelo Centro Universitário Claretiano; Professora no Ensino Fundamental em Rio Claro-SP. Autora do livro Sinopse do Corpo (Helvétia Éditions, 2020). Membro Fondatore do Nucleo Accademico Italiano de Scienze, Lettere e Arti. Participa de antologias no Brasil, Portugal e Argentina. Destaque Cultural 2020. 

O que é ser um professor pesquisador Para Paulo Freire?

Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. O que se precisa é que, em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque professor, como pesquisador (FREIRE, 1996, p. 29) (grifo no original).

Quem é o professor pesquisador?

O professor é visto como aquele que coloca em prática o que diz os pesquisadores que seguem modelos clássicos, desconhecendo a prática da sala de aula. Quando um professor é também um pesquisador ele agrega ao seu currículo um ponto positivo, pois consegue aliar prática e teoria.

Quais são as principais características de um professor?

Um bom professor para 85% dos alunos é aquele que sabe organizar as atividades, percebe as dificuldades de aprendizagem deles, ajuda a refletir para tratar a todos com cuidado e respeito, dá liberdade para que façam perguntas e emitam opinião, além de respeitar suas ideias e sugestões.

Quando o professor é também um pesquisador?

A formação do professor pesquisador pode dar condições de o professor assumir a sua própria realidade escolar como um objeto de pesquisa, de reflexão e de análise, constituindo-se em um movimento contra-hegemônico, frente ao processo de desprofissionalização do professor e de instrumentalização da sua prática (NÓVOA, ...