Documento da ONU indica que a agropecuária é uma das razões pela extinção acelerada de animais e plantas (Foto: PxHere/Creative Commons) Show Até um milhão de espécies de plantas e animais enfrentarão extinção em décadas por causa de atividades humanas. Sem ações drásticas para conservar o meio ambiente, a taxa de extinção – dezenas a centenas de vezes superior à média dos últimos dez milhões de anos – só aumentará. Estes resultados são do relatório Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o documento, as atividades agrícolas tiveram o maior impacto sobre os ecossistemas. Além disso, apontou que a perda de espécies e habitats é tão perigoso para a vida na Terra quanto as mudanças climáticas. A análise destila dados de quase 15 mil estudos e relatórios governamentais, integrando informações das ciências naturais e sociais, povos indígenas e comunidades agrícolas. É a primeira grande avaliação internacional da biodiversidade desde 2005. Representantes de 132 governos se reuniram na primeira semana de maio em Paris, na França, para finalizar e aprovar o IPBES. "Nunca tivemos uma única declaração unificada que inequivocamente deixa clara a crise que estamos enfrentando", disse Thomas Brooks, cientista-chefe da União Internacional para a Conservação da Natureza em Gland, na Suíça. Sem “mudanças transformadoras” nos sistemas econômicos, sociais e políticos, o documento prevê que as maiores perdas de biodiversidade continuarão até 2050 e além. "Estamos erodindo as próprias fundações de nossas economias, meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida em todo o mundo", afirmou Robert Watson, presidente do IPBES e químico da Universidade de East Anglia, no Reino Unido. Leia também: Remodelando a vida As atividades agrícolas também são uma das maiores contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa: representam cerca de 25% do total devido ao uso de fertilizantes, além da conversão de florestas tropicais para plantações ou criação de gado. As ameaças agrícolas aos ecossistemas só aumentarão à medida que a população mundial continuar a crescer, segundo o relatório. As demais ameaças à natureza são a exploração de plantas e animais por meio da extração de madeira, caça e pesca; das alterações climáticas; poluição e disseminação de espécies invasoras. Recifes de corais também são ecossistemas ameaçados pelas atividades humanas, indica relatório da ONU (Foto: Daviddarom/Wikimedia Commons) O IPBES concluiu que a abundância média de plantas, animais e insetos nativos caiu na maioria dos principais ecossistemas em pelo menos 20% desde o ano de 1900 por causa de espécies invasoras. O documento ainda desenha vínculos entre a perda da biodiversidade e as mudanças climáticas. Estima-se que 5% de todas as espécies seriam ameaçadas de extinção por 2°C de aquecimento acima dos níveis pré-industriais – limiar que o mundo poderia quebrar nas próximas décadas, a menos que as emissões de gases de efeito estufa sejam drasticamente reduzidas. A Terra pode perder 16% de suas espécies se o aumento da temperatura global média for superior a 4,3°C. Esses danos ao meio ambiente minariam os esforços globais para reduzir a pobreza e a fome e promover o desenvolvimento sustentável. Lidando com os problemas Para Peter Bridgewater, ecologista da Universidade de Camberra, na Austrália, o relatório do IPBES é sólido na ciência, porém deve fazer mais quando se trata de delinear soluções práticas para governos, empresas e comunidades. Ele liderou uma pesquisa sobre biodiversidade, encomendada pelo IPBES, que recomendou ao órgão o desenvolvimento de parcerias com governos e comunidades para avaliar as políticas que podem ser implementadas nos níveis locais e nacionais. Apesar dessas deficiências, este documento ajudará a definir metas quando as nações negociarem novas metas de conservação para a próxima década durantea Convenção da ONU sobre Biodiversidade em 2020. "Precisaremos ver a implementação em todos os setores da sociedade. É aí que vamos ver a diferença", afirmou Thomas Brooks. Curte o conteúdo da GALILEU? Tem mais de onde ele veio: baixe o app Globo Mais para ler reportagens exclusivas e ficar por dentro de todas as publicações da Editora Globo. Você também pode assinar a revista, a partir de R$ 4,90, e ter acesso às nossas edições. Quais são as principais causas humanas responsáveis pela extinção de espécies?A extinção pode ocorrer por vários motivos, dentre eles, destacam-se a destruição do habitat, competição, doenças, caça e matanças deliberadas, mudanças ambientais drásticas e catástrofes ambientais.
Quais as causas e consequências da extinção das espécies?As principais causas das extinções são decorrentes da poluição, destruição e contaminação dos ecossistemas, o que conduz à destruição de habitats e recursos alimentares, sendo esta pressão ainda mais agravada pela caça exaustiva a que muitas espécies estão sujeitas quer com fins de produção alimentar (sobretudo a nível ...
Que causas provocam a extinção de plantas e animais?Vários animais encontram-se, atualmente, ameaçados de extinção em decorrência da destruição do habitat, mudanças climáticas, caça e pesca descontroladas, entre outros fatores.
Como são as ações humanas podem afetar a biodiversidade?Destruição de habitats
A poluição do solo e as alterações em seus usos devido a atividades como o desmatamento das florestas impactam de forma negativa nos ecossistemas e nas espécies que os compõem.
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