Quais as etapas do trabalho do psicopedagogo institucional?

RELTÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

Benedito Lalor Filho

1.  INTRODUÇÃO

Considerando a abordagem sistêmica em compreender o processo histórico de funcionamento e estabelecimento da estrutura maior que é a instituição, a partir das redes de relação, amplia a possibilidade de visão em relação à compreensão da situação atual da instituição.

A partir da exposição da referida queixa do Baixo Índice de Frequência Escolar realizada pela E. M. E. I. Creche Pingo de Gente, pertencente à rede pública municipal do Município de Cachoeira do Arari – Marajó - Pará foi desenvolvido um diagnóstico psicopedagógico na instituição com a educanda N. F. R., que está matriculada na série infantil III.

Dando conclusão à etapa do Estágio Supervisionado de Prática Psicopedagogica Institucional do curso de Pós-Graduação de Psicopedagogia Institucional da Faculdade de Patrocínio – FAP. Tendo em vista a necessidade de uma experiência onde se aplicou grande parte dos fundamentos teóricos e metodológicos aprendidos ao longo do curso para obter o diploma de especialização é obrigatório o relatório de estágio prático sobre um sujeito que apresente dificuldades de aprendizagem.

A partir das experiências vivenciadas no período de estágio que se baseou nas teorias de Jorge Visca, fundador de Centros de Estudos Psicopedagógicos na Argentina e no Brasil. Sendo assim, este relatório está composto da seguinte forma: Desenvolvimento, Identificação da Instituição, Registro da Queixa, Registro Descritivo dos Encontros Realizados, Parecer psicopedagógico, Informe Psicopedagógico, Proposta de Intervenção, Devolutiva à Escola, Considerações Finais, Referências e Anexos.

A avaliação psicopedagógica, contribuiu em colocar na prática os conhecimentos adquiridos durante o curso ampliando meus conhecimentos na avaliação institucional possibilitando a entrada no mercado de trabalho.

2.  DESENVOLVIMENTO

De acordo com Oliveira apud Bossa que, a psicopedagogia institucional se caracteriza pela própria intencionalidade do trabalho. Atuamos como psicopedagogos na construção do conhecimento do sujeito, que neste momento é a instituição com sua filosofia, valores e ideologia. A demanda de instituição está associada à família, a escola, uma empresa industrial, um hospital, uma creche, uma organização assistencial (2009. p, 38).

2.1  IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O Estágio Supervisionado foi realizado na E.M.E.I. Creche Pingo de Gente, localizada na Av. Deputado José Rodrigues Viana, no bairro do Choque, sob a direção da Sra. DIONETE DA CONCEIÇÃO. A referida escola, atualmente, atende a uma média de 370 alunos de 3 a 5 anos de idade. Composta com oito salas de aulas, distribuídas nos turnos de funcionamento: Manhã e Tarde, com o nível de ensino na educação infantil.

A instituição é composta também, por uma sala de leitura, uma sala onde funciona a direção, uma sala onde funciona a Coordenação Pedagógica, uma sala onde funciona a Secretaria, além de um Refeitório, uma Cozinha, um Depósito de acondicionamento de Merenda Escolar, um Depósito de materiais diversos, um Banheiro Masculino, um Banheiro Feminino, um Banheiro exclusivo dos funcionários e um pátio coberto.

2.2  DADOS DA AVALIADA

Nome: N. F. R., com 5 anos de idade, do sexo feminino.

Filiação: Pai: João Ramos 

              Mãe: Nádia Feio

Série: Turma III do Ensino Infantil. N. F. R. é uma criança que necessita de um apoio familiar, tendo em vista a dificuldade na aprendizagem.

 2.3  REGISTRO DA QUEIXA

Queixa Escolar: Segundo a Professora Lúcia Barroso, a aluna apresenta dificuldade em desenvolver a sua escrita. A referida aluna possui uma boa oralidade, tem um bom relacionamento com todas as outras crianças que fazem parte do ambiente escolar. É ativa, carinhosa, meiga, porém, a sua dificuldade é em relação à escrita.

Queixa Familiar: No decorrer da entrevista com a mãe da aluna disse que eles, ou seja, os pais tinham conhecimento do problema, mas que achavam que isso fosse normal. Na visão dos pais, essa criança não tem nada de anormal, e acreditam que no momento certo a criança irá desenvolver a sua escrita.

A partir do relato da queixa feita pela instituição foi diagnosticada a primeira hipótese sendo responsabilidade, primeiro da família. A professora considera a importância do apoio da família para a educanda em sua aprendizagem escolar sendo muito importante essa participação uma vez que envolve a criança e valorização da escola. Ressaltou a mesma que, quando ocorre a participação da família, a aprendizagem efetiva-se com êxito. Depois vem a responsabilidade dos professores em desenvolver técnicas inovadoras, buscando sempre o melhor para o seu aperfeiçoamento.

2.4  REGISTRO DESCRITIVO DOS ENCONTROS REALIZADOS

Foi realizada uma visita para obter a autorização da diretora da escola e dos pais responsáveis pela aluna que foi avaliada e esclarecer os objetivos do Estágio Institucional. Entre outras visitas como: Entrevista com a Professora; Observação na sala de aula; Observação no recreio; Entrevista com a Mãe; Avaliação do Histórico Escolar; EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem); Provas Projetivas; Provas Pedagógicas de leitura, escrita e matemática; Dinâmica de grupo; totalizando dez visitas na escola, sendo que após a análise dos dados, será realizada uma visita para a entrega da devolutiva à Escola e aos Pais.

A educanda N. F. R., na hora do recreio brinca com os amigos do gênero masculino e Feminino, corre e pula com os amigos pelo pátio da escola. Ao toque da campainha a educanda se direciona para a fila e permanece com um comportamento exemplar até a sala de aula.

No aspecto sócio afetivo, durante a entrevista com a Professora da aluna N. F. R., tem vínculos positivo com os colegas, sendo uma criança responsável e sociável pela sua idade.

Segundo a Professora, a dificuldade da aluna N. F. R. é principalmente na produção escrita. Diante desse fato, hei por bem concordar com a autora quando afirma que estar com dificuldade para aprender (...) significa estar diante de um obstáculo que pode ter caráter cultural, cognitivo, afetivo ou funcional, e não conseguir dar prosseguimento à aprendizagem por não possuir ferramentas, ou não poder utilizá-las, para transpô-lo. Barbosa citado por Leal e Nogueira (2011, p. 54).

O relacionamento da família e escola afirmou a professora que a aluna apresenta um aspecto de carência de afeto familiar. Inclusive, somente a mãe foi entrevistada.

Foi realizado a anamnese com a mãe da educanda N. F. R., para o conhecimento da queixa e aquisição de dados que nortearão o possível diagnóstico sobre a dificuldade na produção escrita da mesma. Na coleta das informações foram levadas em considerações as etapas do desenvolvimento da educanda como os aspectos sociais, as doenças na infância, suas linguagens e outros aspectos necessários. A aluna mora com os pais e mais dois irmãos, é a terceira filha do casal que vive em união estável. Nasceu de parto normal, tudo tendo transcorrido normalmente, chorou ao nascer, não apresentando nenhum problema. O seu desenvolvimento foi normal, mamou no seio até um ano e depois passou a mamar na mamadeira. Os alimentos pastosos tiveram início com seis meses. O relacionamento dos pais, a educanda e os dois irmãos entre si é regular, ela sentou com cinco meses, engatinhou a partir dos seis meses, e andou com um ano.

Durante a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), se encontravam dispostos os materiais de uso escolar como: lápis de cor, massa de modelar, caderno de desenho etc. Diante da pergunta: Hoje iremos realizar atividades com esses materiais, certo? A educanda apresentou-se ansiosa. Inicia-se a EOCA: durante a consigna de abertura N. F. R. se sentiu segura e demonstrava timidez por está sendo avaliada. Diante da pergunta: Mostre-me o que você sabe fazer? E o que lhe ensinaram na escola? Ela respondeu a consigna pegando uma folha de sulfite, lápis de cor, apontador, e iniciou um desenho. Durante a realização do desenho ela se mostrou tranqüila e livre para se expressar através do desenho. E, logo em seguida iniciou-se a investigação dos outros materiais que se encontravam dispostos. Foi observado que após o uso de cada material, ela guardava na embalagem correspondente, e quando havia necessidade de apontar o lápis o fazia sempre direto no cesto de lixo, sempre mantendo a organização da carteira. Durante a atividade a educanda demonstrou estar concentrada, despertando a criatividade na composição de seu trabalho, apresentando traços firmes, demonstrando consciência sobre o desenho. Em ato contínuo, passei a inquirir a educanda da seguinte forma: Perguntado qual a sua disciplina favorita? Ela respondeu: Matemática; Perguntado por que? Ela respondeu porque gosta de números;  Perguntado: Desde quando? Ela respondeu: Desde quando a Professora começou trabalhar com jogos, bingos e outras brincadeiras envolvendo numerais; Perguntado: Qual a disciplina que não gosta? Ela respondeu: Português; Perguntado: Por que? Ela respondeu: Porque escreve muito; Perguntado: Desde quando? Ela respondeu: Desde quando a Professora começou a desenvolver a leitura e escrita em sala de aula; Perguntado: O que deseja fazer quando crescer? Ela respondeu: Que quer fazer Pediatria; Perguntado: Por que? Ela respondeu: Porque quer cuidar de criança; Perguntado: Como foi sua entrada na escola atual? Ela respondeu: Foi muito bom, teve muitas brincadeiras, jogos, dança, e as professoras são maravilhosas; Perguntado: Você sabe por que está aqui comigo hoje? Ela respondeu: Sim; Perguntado: O que achou da idéia? Ela respondeu: Muito legal; Perguntado: Você quer estar aqui, ou está por obrigação? Ela respondeu: Não, acho muito bom estar aqui, a professora é muito legal, gostei muito dela.

O primeiro sistema de hipóteses, é que a educanda apresenta bom nível cognitivo, na área afetiva ausência de um referencial familiar, na área pedagógica obstáculo de ordem funcional e possivelmente uma dificuldade visual.

Área Cognitiva: Provas Piagetianas; Na prova de quantificação da inclusão de classes, existência da quantificação inclusiva ― Nível 3, a aluna responde corretamente a todas as perguntas.

Na Prova de Conservação de Volume ― Nível 3, a educanda apresentou condutas conservativas, sendo que o juízo de conservação se mantém, apesar da contra argumentação.

O desenho da educanda N. F. R., se apresentou com dimensão razoável sendo que, o seu vínculo positivo e negativo está equilibrada com relação à escola. Ela demonstra a supervalorização do conhecimento sobre o ato de transmissão.

Na escrita, a produção espontânea da educanda não apresenta coerência e organização lógicas. Ela inicia a frase e nome próprio com letra minúscula, apresentando trocas esporádicas em alguns fonemas como: lh/nh – m/n – c/s. Que segundo a autora, o “Fonema é uma representação mental, de caráter abstrato, portanto, cuja relação com os sons emitidos na fala é muito complexa”. (GODOY 2011, p. 151).

Na linguagem receptiva, a educanda compreende as mensagens verbais recebidas e corresponde a elas bem. Considerando que, quando falamos, geralmente existe um contexto sensorial e receptivo que contribui para a compreensão da fala. (GODOY 2011, p. 74).

2.5. PARECER PSICOPEDAGÓGICO

Ao desenvolver o presente trabalho, também subsidiado pelo aporte teórico e pelo levantamento de dados dos professores, através de conversas com a coordenadora e direção e aplicação dos instrumentos investigativos, conclui-se que a aluna apresenta uma dificuldade na produção escrita, confirmando a hipótese, Obstáculo de Ordem do Conhecimento por parte das famílias em estimular os seus filhos para a escrita.

Observou-se que a escola cumpre o papel de enviar as informações aos pais nas agendas dos alunos sobre os “Direitos e Deveres” da comunidade escolar.

Todavia, cabe às famílias cumprirem o direito e deveres da comunidade escolar que está no Regimento Escolar no artigo 171- Alunos e seus Pais ou responsáveis, todos protagonista da ação educativa.

2.6. INFORME PSICOPEDAGÓGICO INSTITUCIONAL

 I – DADOS DA INSTITUIÇÃO

NOME: Escola Municipal de Ensino Infantil “CRECHE PINGO DE GENTE”.

ENDEREÇO: Av. Deputado José Rodrigues Viana, s/n – Choque – Cachoeira do Arari – PA.

Direção: Dionete da Conceição

Número de alunos: 370.

Número de salas: 08 salas de aula.

Turno de Funcionamento: Manhã e Tarde.

Nível de Ensino: Educação Infantil.

Tipo de Instituição: Pública Municipal

A proposta pedagógica faz parte do Projeto Político Pedagógico que promove a integração do sujeito entre os aspectos físicos, emocionais, objetivos, cognitivos, linguísticos e sociais de modo prazeroso e lúdico. Buscando a interação entre as diversas áreas do conhecimento e aspectos da vida cidadã.

A escola conta com oito salas de aula, sala de leitura, sala para apoio pedagógico, sala para a secretaria, sala para a Direção, conta também com um refeitório, uma cozinha, depósito para de merenda escolar e outro para os produtos de limpeza, pátio coberto.

Banheiro para professores e funcionários, banheiro feminino e banheiro masculino.

Realizei 8 sessões, no período de 04 a 21 de dezembro de 2017.

II – INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Entrevista com a professora da aluna N. F. R.;

Observação da aula (na turma do Ensino Infantil III, que porta o sintoma);

Observação no Recreio;

Provas Projetivas;

Realização da Dinâmica de Grupo;

Pesquisa Histórica com a Direção da Escola;

III – QUEIXA INICIAL

A aluna N. F. R. apresenta dificuldade na produção escrita da Turma do Ensino Infantil III.

IV – ANÁLISE

A partir do relato da queixa feita pela instituição sobre a dificuldade na produção escrita da aluna N. F. R., da Turma do Ensino Infantil III, foi desenvolvido um Diagnóstico Psicopedagógico Institucional na instituição com a referida turma, com a intenção de identificar as possíveis causas do aparecimento dos referidos sintomas.

Foram entrevistadas a Professora Lúcia Barroso, a aluna em questão, a mãe da aluna que, durante a entrevista relataram fatos que corroboram para o enriquecimento deste trabalho.

Após a análise dos dados obtidos durante o período de investigação pode-se concluir que a dificuldade presente na aluna que porta o sintoma está relacionada a fatores ligados à família, diferenças culturais e os valores que as famílias têm sobre a escola. Princípios estes que exaltam a participação da família como auxilio na formação dos alunos.

A instituição, no entanto, apresenta uma condição importante de abertura para a mudança, percebida nas várias instâncias das entrevistas. Este desejo de mudança e de crescimento pode favorecer a execução de projetos escolares o que indica um prognóstico favorável da instituição.

V- PERÍODO DE AVALIAÇÃO E NÚMERO DE SESSÕES

A avaliação teve início no dia 04 de dezembro de 2017 e término no dia 21 de dezembro de 2017.

1a Sessão: 04/12/2017 – Ficha avaliativa com a Professora;

2a Sessão: 05/12/2017 – Conversa com os pais;

3a Sessão: 06/12/2017 – Entrevista com a aluna;

4a Sessão: 07/12/2017 – Atividade explorativa;

5a Sessão: 11/12/2017 – Atividade explorativa continuação;

6a Sessão: 12/12/2017 – Anamnese;

7a Sessão: 13/12/2017 – Anamnese continuação;

8a Sessão: 14/12/2017 – Avaliação de jogos;

9a Sessão: 15/12/2017 – Avaliação de jogos continuação;

10a Sessão: 18/12/2017 – Avaliação de desenhos;

11a Sessão: 19/12/2017 – Avaliação de desenhos continuação;

12a Sessão: 20/12/2017 – Avaliação de leitura;

13a Sessão: 21/12/2017 – Avaliação de leitura continuação.

VI - ANÁLISE DOS RESULTADOS

1 – ÁREA PEDAGÓGICA

Por se tratar de aluna do Ensino Infantil, não se pode fazer uma análise na leitura e disciplinas. Contudo, pode-se dizer que a referida aluna apresenta o reflexo da falta de estimulo e incentivo familiar, por isso, a educanda sofre essa dificuldade de assimilar com mais nitidez a produção escrita.

Pelo que pode-se perceber durante a entrevista, que a Professora Lúcia Barroso demonstrou preocupação com a dificuldade que a aluna N. F. R. possui em assimilar o aprendizado, no que tange à produção escrita. Segundo ela, da sua parte sempre buscou cumprir o seu papel em notificar os pais e direção para sanar todos os problemas com os seus educandos, porém a participação da família não ocorreu com êxito.

Confirma-se a hipótese de que são Obstáculos de Ordem do Conhecimento por parte das famílias em fiscalizar seus filhos, com relação a responsabilidade em desenvolver os seus trabalhos escolares, estimulando-os e participando ativamente da vida escolar dos seus filhos.

Nesse sentido, é importante que a escola assuma o compromisso de dar continuidade no trabalho de orientações aos pais, encontrando novas formas através de palestras com o Conselho Tutelar do município, informativos ou Consultorias Psicopedagogicas. Ressaltando que as relações “Família e Escola” devem ser caracterizadas pelo esforço comum em prol do desenvolvimento do educando.

2 – ÁREA COGNITIVA

A educanda apresenta um bom nível cognitivo, alcançando nas provas piagetianas nível 3, demonstrando aquisição estável de noção de: identidade, reversibilidade e compreensão, com argumentação.

3 – ÁREA AFETIVO - SOCIAL

Aparentemente, os vínculos afetivos e sociais em relação à educanda são de carência por parte da família. Neste sentido, N. F. R., necessita de um referencial familiar para que se sinta segura em seu processo de desenvolvimento cognitivo e afetivo.

4 – PSICOMOTORA

Por meio das atividades realizadas, aparentemente N. F. R., apresenta uma boa coordenação motora, principalmente no que tange à noção de espaço. Quanto à lateralidade, a educanda é destra para escrever e a sua dominância do corpo é a lateralidade esquerda. Contudo, para algumas atividades ela usa a lateralidade direita. Dentro deste contexto, pode-se dizer, que a educanda necessita de um trabalho direcionado à área motora que envolva a escrita, e uma investigação mais minuciosa, sendo descartada a possibilidade de dificuldades visuais após a aplicação da Tabela de Snellen.

5 – PROGNÓSTICO

A educanda N. F. R., possui bom nível intelectual, porém necessita de uma estimulação frente às atividades que envolvem leitura e escrita das letras cursivas, fato esse que precisa ser investigado com mais tempo, assim como deve ser investigado o processo pedagógico ao qual está submetida a sua aprendizagem na escola em que está regularmente matriculada, com o objetivo de minimizar ou superar os obstáculos, em especial a dificuldade de produção escrita, que desencadeou esta situação.

6 – PARECER DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL

Ao desenvolver o presente trabalho e, subsidiado, também, pelo levantamento de dados escolares da educanda, através de conversas com a Diretora da instituição e com a professora da educanda, bem como a aplicação dos instrumentos investigativos, conclui-se que a educanda, na área cognitiva apresenta bom nível de desempenho; na área afetiva, ausência de um referencial familiar, que a torne apta para a vida cotidiana. Em síntese, constatou-se, que os obstáculos em seu desempenho de aprendizagem, provavelmente decorrem de uma ordem funcional e pouca estimulação ambiental, uma vez que a educanda, pelo que se pode observar, tem desejo de aprender e anseia superar as suas dificuldades.

Cachoeira do Arari/PA, 21 /12/ 2017

Assinatura___________________________________________________

3.  PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGOGICA

1. CARACTERIZAÇÃO DA QUEIXA OU SINTOMA

A partir da exposição do referido sintoma pela Escola Municipal de Ensino Infantil “CRECHE PINGO DE GENTE”, do Município de Cachoeira do Arari, Estado do Pará. Foi desenvolvida uma Proposta de Intervenção Psicopedagogica. Que segundo a Professora e a Direção “A aluna N. F. R., apresenta dificuldade na produção escrita”.

2. JUSTIFICATIVA PARA A EXECUÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

Conforme o resultado contido no Informe Psicopedagógico, se faz necessário pensar uma forma de sanar a dificuldade apontada pela Avaliação Institucional.

Para tanto se propõe desenvolver um projeto com recursos no sentido de minimizar ou superar tanto as dificuldades no aprendizado enfrentadas, não somente no caso da referida aluna, mas nos demais alunos, quanto na baixa frequência escolar dos educandos proporcionando a eles uma aula sobre o conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Visando contribuir com o bom andamento da instituição, e, assim, proporcionar aos educandos um incentivo, para um melhor aprimoramento, bem como para frequentarem a escola, principalmente se contarem com o apoio da família que é o objetivo principal da escola.

3. OBJETIVOS

A escola juntamente com os educandos chama a responsabilidade dos pais para estarem enviando os seus filhos para as aulas. Aumentando o vínculo entre pais e escola, para a responsabilidade na freqüência escolar, bem como no aprimoramento pedagógico.

3.1. OBJETIVO GERAL       

Proporcionar atividades para a turma do ensino infantil III, que apresenta o sintoma detectado na educanda N. F. R., assim como a baixa freqüência escolar, incentivando o aumento da frequência escolar dos educandos da referida Instituição e, apoiá-los em suas dificuldades, objetivando superar tais obstáculos. 

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

– Despertar o desejo de ir à escola;

- Perceber e ajudar os educandos em suas dificuldades;

– Compartilhar sentimentos positivos;

– Perceber os motivos toleráveis para justificar as faltas; 

4. METODOLOGIA

Orientar os educadores através da metodologia Construtivista.

4.1. ELABORAÇÃO DAS ATIVIDADES

A professora apresentará para os alunos o gibi da turma da Mônica em: O Estatuto da Criança e Adolescente.

No primeiro momento a professora fará a leitura para os alunos, proporcionando um momento em que os mesmos conheçam o estatuto da Criança e do Adolescente.

No segundo momento a professora propõe que os alunos identifiquem situações em que o direito da criança e do adolescente não são respeitados. A professora deve propor um debate entre os alunos.

No terceiro momento os alunos deverão criar uma história em quadrinhos na folha de sulfite sobre o que aprenderam com a leitura do ECA, e qual é o artigo que orienta a participação da família e o aluno em relação à escola, a história deve ter no máximo dez quadrinhos. Após a conclusão da atividade os alunos deverão expor no mural da escola.

No quarto momento a professora propõe aos alunos que elaborem frases que estimulem os educandos a superar os seus problema, inclusive sobre a baixa frequência escolar, e, em seguida expor no mural da escola.

4.2. RECURSOS 

– Caderno, lápis, borracha, lápis de cor, canetinha colorida;

– Local Escola Municipal de Ensino Infantil “CRECHE PINGO DE GENTE”.

4.3. CRONOGRAMA

Este projeto poderá ser desenvolvido num período de um mês, sendo um encontro por semana. Fica a critério da escola a escolha pelos dias a serem trabalhados, respeitando e favorecendo a rotina dos educandos e da Instituição. 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação Psicopedagógica Institucional contribuiu em colocar na prática os conhecimentos adquiridos, oportunizando o contato com um ambiente escolar novo, permitindo-me vislumbrar no horizonte a possibilidade de entrar no mercado de trabalho através do estágio institucional exercitando efetivamente a função de psicopedagoga institucional compreendendo que a avaliação institucional ocorre juntamente com os educadores e educandos promovendo uma reflexão sobre a responsabilidade dos pais de estarem enviando os filhos para as aulas e estimulando-os a aprimorarem os seus conhecimentos.

Conclui-se que no espaço escolar onde foi desenvolvido este trabalho, além da causa que objetivou o seu desenvolvimento, os alunos apresentam um baixo índice de frequência escolar, confirmando a hipótese sendo de responsabilidade da família. E é nesse contexto que entra o trabalho do psicopedagogo como articulador e promotor de ações que gerem mudanças, mesmo que de início sejam acanhadas, mas que, dentre outras, principalmente, minimizem os problemas relativos à evasão escolar e ao aprimoramento dos conteúdos didáticos apresentados pelo professores.

A psicopedagoga poderá contribuir para que haja uma boa comunicação entre escola e família, favorecendo um clima de confiança e estabelecendo um elo construtivo. Ou seja, é através do convívio escolar, da cultura escolar que o aluno vai aumentando gradativamente o desejo de ir à escola, e, assim, aumentando o índice da frequência escolar, bem como dar mais atenção nas disciplinas repassadas pelos professores. Dessa forma, a escola galgará o seu principal objetivo, que é ver todos envolvidos escola/família, em prol do bem comum de todos, que é a educação. 

6. REFERÊNCIAS

Assis, Árbila Luiza Armindo Influências da psicanálise na educação: uma prática psicopedagógica. 2. ed. rev. / Árbila Luiza Armindo Assis. _ Curitiba: Ibpex, 2007.

Grassi, Tânia Mara psicopedagogia: um olhar uma escuta / Tânia Mara Grassi. _ Curitiba: Ibpex, 2009.

Oliveira, Mari Ângela Calderari Psicopedagogia: a instituição educacional em foco / Mari Ângela Calderari Oliveira. – Curitiba: Ibpex, 2009.

Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais: ética / Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. – 3. Ed. – Brasília: A Secretaria, 2001. Volume 8.

Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. – 3. Ed. – Brasília: A Secretaria, 2001. Volume 1.

Romanowski, Joana Paulin Formação e profissionalização docente / Joana Paulin Romanowski, – 4. Ed. rev. – Curitiba: Ibpex, 2010.

Como e realizado o trabalho psicopedagógico institucional?

O Psicopedagogo Institucional trabalha seguindo algumas especificidades: tentando amenizar as dificuldades de aprendizagem analisando as práticas didático- metodológicas orientando professores e pais; realizar diagnósticos na instituição afim de encontrar um déficit escolar como causa para as dificuldades de ...

Quais as etapas do atendimento psicopedagógico?

No atendimento psicopedagógico existem duas etapas: a primeira é o diagnóstico, ou seja, você tem que investigar o que está causando esse problema que está dificultando o aprendizado; e a segunda etapa seria amenizar ou sanar o problema.

Qual a primeira etapa da avaliação psicopedagógica institucional?

( ) A primeira etapa da avaliação psicopedagógica institucional é elaborar e apresentar o relatório de avaliação.

Quais são os campos de atuação do psicopedagogo institucional?

A principal área de atuação dos psicopedagogos é no setor de educação, seja em instituições de ensino públicas ou privadas. No entanto, os profissionais da Psicopedagogia também podem atuar em clínicas e consultórios particulares, assim como prestar assistência psicopedagógica para pacientes em hospitais.