A infecção do trato urinário – ITU é uma das causas prevalentes de IRAS de grande potencial preventivo, visto que a maioria está relacionada à cateterização vesical.O diagnóstico clínico precoce, associado aos exames complementares (qualitativo e quantitativo de urina e urocultura), fornece evidência para uma adequada terapêutica, apesar dos casos de bacteriúria assintomática e candidúria, que podem induzir tratamentos desnecessários. Show
A terapêutica deverá ser conduzida empiricamente, fundamentada nas taxas de prevalência das infecções urinárias locais e nos protocolos elaborados em conjunto com a equipe assistencial, CCIH, Comissão de Farmácia e Terapêutica – CFT e Laboratório de Microbiologia, e ajustada aos resultados das culturas. A associação de hemoculturas, em casos selecionados, trará informações adicionais, especialmente, em pacientes hospitalizados com sepse de foco urinário (20%). Deverá ser sempre considerada como hipótese diagnóstica em pacientes com febre sem foco aparente. Definição das infecções do trato urinárioDefinição das Infecções do Trato Urinário Relacionadas à Assistência à Saúde. Infecção do trato urinário relacionada à assistência à saúde associada a cateter vesical (ITU-AC) Qualquer infecção sintomática de trato urinário em paciente em uso de cateter vesical de demora instalado por um período maior que dois dias calendário (sendo que o D1 é o dia da instalação do cateter) e que na data da infecção o paciente estava com o cateter instalado ou este havia sido removido no dia anterior. Infecção do trato urinário relacionada à assistência à saúde não associada a cateter (ITU-NAC) Outras infecções do sistema urinário (ISU) Epidemiologia e fatores de riscoAs ITUs são responsáveis por 35-45% das IRAS em pacientes adultos, com densidade de incidência de 3,1-7,4/1000 cateteres/dia. Aproximadamente 16-25% dos pacientes de um hospital serão submetidos a cateterismo vesical, de alívio ou de demora, em algum momento de sua hospitalização, muitas vezes sob indicação clínica equivocada ou inexistente e até mesmo sem conhecimento médico. A problemática continua quando muitos pacientes permanecem com o dispositivo além do necessário, apesar das complicações infecciosas (locais e sistêmicas) e não infecciosas (desconforto para o paciente, restrição da mobilidade, traumas uretrais por tração), inclusive custos hospitalares e prejuízos ao sistema de saúde público e privado. Entende-se que o tempo de permanência da cateterização vesical é o fator crucial para colonização e infecção (bacteriana e fúngica). A contaminação poderá ser intraluminal ou extraluminal (biofilme), sendo esta última a mais comum. O fenômeno essencial para determinar a virulência bacteriana é a adesão ao epitélio urinário, colonização intestinal, perineal e cateter. O crescimento bacteriano inicia-se após a instalação do cateter, numa proporção de 5-10% ao dia, e estará presente em todos os pacientes ao final de quatro semanas. O potencial risco para ITU associado ao cateter intermitente é menor, sendo de 3,1% e quando na ausência de cateter vesical de 1,4%. Os pacientes acometidos pela afecção são de ambos os sexos, apresentam agravantes relativos dependentes de doenças clínicas/cirúrgicas e relacionadas à unidade de internação. Em uma parcela de indivíduos a manifestação de bacteriúria clinicamente significativa, porém transitória, desaparece após a remoção do cateter, contudo poderá ocorrer septicemia com alta letalidade em alguns casos específicos relacionados também ao hospedeiro. Os agentes etiológicos responsáveis por essas ITU costumam, inicialmente, pertencer à microbiota do paciente. E, posteriormente, devido ao uso de antimicrobianos, seleção bacteriana, colonização local, fungos e aos cuidados do cateter, pode ocorrer a modificação da microbiota. As bactérias Gram negativas (enterobactérias e não fermentadores) são as mais frequentes, mas Gram positivos são de importância epidemiológica, especialmente do gênero Enterococcus. A sobrecarga financeira relacionada a cada episódio de ITU alcança em média U$ 675,00 dólares, até um adicional de U$ 2,800 dólares nos casos que evoluem com bacteremia, aumentando o período pós-operatório em média para mais de 2,4 dias em pacientes cirúrgicos. A despeito da estreita relação existente entre cateterismo vesical e ITU, percebe-se a fragilidade na implantação de estratégias de medidas preventivas simples, tanto no Brasil quanto no exterior. É possível que uma percepção universalmente errônea do caráter menos agressivo quanto à morbidade, mortalidade e impacto econômico das ITU em relação às outras IRAS seja a explicação para tal atitude. Técnica de inserção do cateter urinário• Reunir o material para higiene íntima, luva de procedimento e luva estéril, campo estéril, sonda vesical de calibre adequado, gel lubrificante, antisséptico preferencialmente em solução aquosa, bolsa coletora de urina, seringa, agulha e água destilada; Indicação do uso de cateter urinárioNão use cateter urinário, exceto nas seguintes situações: Práticas BásicasInfraestrutura para prevençãoI. Criar e implantar protocolos escritos de uso, inserção e manutenção do cateter (A-II); Vigilância de processoI. Estabelecer rotina de monitoramento e vigilância, considerando a frequência do uso de cateteres e os riscos potenciais, como por exemplo, tipo de cirurgias, obstetrícia e unidades de terapia intensiva – UTI (B-III); II. Utilizar critérios nacionais para diagnóstico de ITU associada a cateter (A-II); Educação permanente e treinamentoTreinar a equipe de saúde envolvida na inserção, cuidados e manutenção do cateter urinário com relação à prevenção de ITU associada a cateter, incluindo alternativas ao uso do cateter e procedimentos de inserção, manejo e remoção (A-III). Manuseio correto do cateterI. Após a inserção, fixar o cateter de modo seguro e que não permita tração ou movimentação (A-III); Estratégias especiais para prevenção de ITU-ACProceder
a avaliação do risco de ITU-AC. Estas estratégias são indicadas para hospitais que apresentam altas taxas de ITU-AC, apesar da implantação de um programa efetivo e das medidas básicas listadas anteriormente. B. Desenvolver protocolo de manejo de retenção urinária no pós-operatório, incluindo cateterização intermitente e ultrassonografia – USG de bexiga (B-I), com medida do resíduo pós-miccional; Estratégias que não devem ser utilizadas para prevençãoA. Não utilizar
rotineiramente cateter impregnado com prata ou outro antimicrobiano (A-I); Quais as principais ações de enfermagem na prevenção das Itu nos portadores de SVD?São elas:. Evitar inserção de sonda vesical de demora.. Remoção oportuna do cateter vesical.. Alternativas à cateterização.. Técnica asséptica para inserção do cateter urinário.. Manutenção do cateter urinário.. Assegurar equipe treinada e recursos que garantam a vigilância do uso do cateter e de suas complicações.. Quais as medidas de prevenção para Itu?necessário elevar a bolsa acima do nível da bexiga. Utilizar sistema fechado e estéril com válvula antirrefluxo. mesmas não estiverem visivelmente sujas; ✓ O uso de luvas não substitui a necessidade de higiene das mãos. usar antissépticos tópicos ou antibióticos aplicados ao cateter, uretra ou meato uretral.
O que são bundles de prevenção?Os Bundles constituem-se em pacote de Boas Práticas composto de medidas e estratégias de evidência científica presentes nos Guidelines internacionais que visam, principalmente, a diminuição das Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS), pois estas infecções têm aumentado o risco de morbimortalidade, tempo de ...
Quais os cuidados de enfermagem para Itu?· Ter cuidado com técnicas de sondagem, caso seja necessário sondar paciente; · Manter controle de doenças como diabetes pode ajudar no controle de Infecção do trato urinário (ITU) de repetição; · Manter uma alimentação nutritiva, para fortalecer a imunidade.
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