Quais são os efeitos crônicos e agudos do exercício físico sobre o sistema imunológico?

  1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  2. BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
  3. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
  4. PPGCSA - Doutorado em Ciências da Saúde

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Title:  Efeito do exercício aeróbio agudo e crônico em marcadores imunológicos
Gonçalves, Ciro Alexandre Mercês
Advisor:  Cavalcanti Júnior, Geraldo Barroso
Keywords:  Sistema imunitário;Marcadores imunológicos;Atividade física;Leucócitos;Linfócitos
Issue Date:  10-Dec-2019
Citation:  GONÇALVES, Ciro Alexandre Mercês. Efeito do exercício aeróbio agudo e crônico em marcadores imunológicos. 2019. 99f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
Portuguese Abstract:  Introdução: Poucos são os estudos que apontam as evidencias dos efeitos agudos e crônicos dos exercícios aeróbios nos marcadores imunológicos. Objetivo: investigar o efeito do exercício aeróbio agudo e crônico nos marcadores imunológicos. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática em relação aos efeitos dos exercícios aeróbios agudos e crônicos nas células imunes, dentro da literatura cientifica existente sem restrição ao idioma ou ano de publicação dos estudos até a atualidade. Os artigos selecionados para a revisão passaram por uma análise investigativa quantitativa e qualitativa determinando as suas características. Um estudo seccional com uma avaliação cardiorrespiratória ergoespirométrica, ou seja, teste incremental máximo, assim como uma investigação imunologia antes e após a mesma através da coleta sanguínea nos participantes do estudo seccional também foram desenvolvidas. Nas amostras sanguíneas foram realizada uma análise descritiva caracterizando um perfil imunológicos, seguida do teste t pareado, verificando alterações nas células imunes. Além disso, o tamanho do efeito (TE) foi avaliado com o objetivo de comparar a magnitude pré e pós do efeito agudo do esforço físico nestes marcadores. Resultados: Foram incluídos 15 estudos na presente revisão sistemática sendo 13 de intervenções agudas e 2 crônicas, onde foi observado que a intervenção aguda promove alterações em grande parte dos marcadores imunológicos enquanto que a crônica interfere em uma menor proporção nos mesmos, sendo nas subpopulações linfocitárias. A maioria desses estudos não apresentaram alto riscos de vieses, porem riscos incertos de viés. Com o teste incremental máximo foram observados aumentos significativos após o mesmo nos valores séricos dos leucócitos, linfócitos, CD3-CD16- 56, CD16-56, CD56, CD3, CD3-CD4, CD3-CD8 e valores do TE para os mesmos, sendo de moderado a muito alto. Conclusão: Contudo, conclui-se que as intervenções agudas e crônicas modificam a maioria dos marcadores imunes, porém aspectos como, o sexo, uso de pílula anticoncepcional nas mulheres, a capacidade física dos investigados, o ambiente, o tipo e a intensidade destes exercícios aeróbios podem interferir nestes marcadores. O teste incremental máximo promove alterações em determinados marcadores imunológicos analisados, sendo o tamanho do efeito desse classificado de moderado a muito alto.
URI:  https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28601
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Bruna Bonif�cio; Mariana Reale Tallavasso Vassovinio; Victoria Clemente Monteleone; Vitt�ria Generoso de Faria; Jo�o Paulo de Assis

O corpo humano tende sempre a procurar um estado de homeostase, buscando o equil�brio entre todos os sistemas. O exerc�cio f�sico est� presente na rotina di�ria de indiv�duos, mesmo com objetivos diferentes, por�m a influ�ncia no sistema imunol�gico n�o � muitas vezes abordada como fator relevante. O sistema imune � respons�vel por proteger o organismo contra infec��es e doen�as, podendo ser modulado perante a resposta de exerc�cios f�sicos regulares. Tendo em vista que, atualmente, existe uma preocupa��o maior em tornar e manter a imunidade eficiente, a pr�tica regular e moderada do exerc�cio pode contribuir para uma maior efic�cia desse sistema, dessa forma, podendo ser considerada uma prote��o ao corpo humano. O objetivo dessa revis�o foi sintetizar os dados de estudos presentes na literatura que demonstram a influ�ncia do exerc�cio f�sico na resposta do sistema imunol�gico, tornando poss�vel compreender as altera��es moleculares, fisiol�gicas, metab�licas e celulares que levam a um tipo espec�fico de resposta do organismo humano.

Descritores: Sistema imunol�gico, exerc�cio f�sico, inflama��o, leuc�citos.

INTRODU��O

Nos dias atuais o sedentarismo tem sido um h�bito dentre os seres humanos. O aumento de horas em frente a computadores, videogames e televis�o contribuem para o aumento dessa popula��o, que, consequentemente, diminui o tempo da pr�tica de atividade f�sica, gerando in�meros preju�zos � sa�de1. O benef�cio do exerc�cio f�sico � evidente h� muito tempo. No s�culo V a.C., o m�dico Hip�crates j� afirmava: "Todas as partes do corpo, se usadas com modera��o e exercidas nos trabalhos aos quais cada um est� acostumado, tornam-se saud�veis e bem desenvolvidas e envelhecem lentamente; mas se n�o forem usadas e ficarem ociosas, elas se tornam sujeitas a doen�as, com defeito de crescimento e envelhecem rapidamente." Infelizmente, no s�culo XXI, a cren�a no valor dos exerc�cios para a sa�de desvaneceu-se, tanto que a falta de exerc�cios agora representa um grande problema de sa�de p�blica2. � de suma import�ncia que a popula��o volte a acreditar nos benef�cios do exerc�cio f�sico, pois � um aliado para a melhora da sa�de e, inclusive, tem a capacidade de promover respostas imunol�gicas, beneficiando a sa�de do indiv�duo como um todo. Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), para ter os benef�cios � sa�de, s�o indicados, para adultos saud�veis, mais de 300 minutos de exerc�cio f�sico semanal em intensidade moderada, ou 150 minutos de exerc�cio f�sico semanal em intensidade vigorosa, ou uma combina��o de exerc�cios de intensidade moderada e vigorosa3.

O presente artigo tem como objetivo realizar uma revis�o integrativa da literatura relacionando o papel que o exerc�cio f�sico exerce sobre o sistema imunol�gico.

SISTEMA IMUNOL�GICO

O sistema imunol�gico � composto por diversos �rg�os, c�lulas e mol�culas com a finalidade de defender o organismo, de forma adapt�vel, contra agentes infecciosos ou n�o infecciosos, e manter a homeostase corp�rea4. Muitos estressores f�sicos, como cirurgias, traumas, queimaduras, sepse e exerc�cio f�sico, induzem um padr�o de respostas imunol�gicas semelhantes5. Frente a esses estressores f�sicos, nosso corpo monta essa resposta imunol�gica que inclui dois est�gios: a imunidade inata e a imunidade adaptativa. O primeiro compreende as barreiras f�sicas e qu�micas, al�m da a��o de c�lulas como macr�fagos, c�lulas dendr�ticas (DCs), c�lulas natural killer (NKs) e neutr�filos. Nesse est�gio tamb�m pode-se citar diversas citocinas e interleucinas (ILs), al�m do �xido n�trico (NO). O segundo est�gio tem como mecanismo de a��o os linf�citos T (TCD4+ e TCD8+) e os linf�citos B e seus produtos, como anticorpos e citocinas. Essa resposta, chamada de adaptativa, pode ser subdividida em imunidade celular (mediada por c�lulas) e imunidade humoral (mediada por anticorpos)6,7. Para facilitar o entendimento entre o exerc�cio f�sico e suas influ�ncias no sistema imunol�gico, apresentaremos a seguir as principais c�lulas e mol�culas sol�veis do sistema imunol�gico inato e adaptativo, influenciadas durante o exerc�cio f�sico.

NEUTR�FILOS

Os neutr�filos representam cerca de metade da quantidade total de leuc�citos circulantes, tornando-se assim os leuc�citos mais abundantes no sangue, e sendo uma das primeiras c�lulas a chegar ao local da infec��o e ativar o processo inflamat�rio. Esse conjunto de c�lulas faz parte do sistema imunol�gico inato e � essencial para a defesa do hospedeiro, al�m de participar de v�rias condi��es inflamat�rias. Para que essa resposta aconte�a, os neutr�filos s�o atra�dos por mediadores qu�micos at� o local da les�o, e essa migra��o ocorre em quatro etapas: primeiramente os neutr�filos se aproximam do endot�lio de forma marginal, depois acontece a rolagem para que os neutr�filos possam aderir o endot�lio e alterar a forma, dessa maneira acontece a migra��o transendotelial, e finalmente os neutr�filos saem de dentro dos vasos e atingem os tecidos inflamados4. Tamb�m s�o importantes na fagocitose, e este processo � estimulado pela liga��o dos receptores presentes nos neutr�filos a opsoninas, Fc de IgG, mol�culas do complemento como C3b e receptores Toll-like (TLRs)8. Nota-se, ent�o, que diversos elementos est�o envolvidos no comportamento destas c�lulas, como mediadores neuroend�crinos, libera��o de esteroides, produ��o de citocinas e processos de oxirredu��o associados com a produ��o de radicais livres, todos esses fatores s�o influenciados pelo exerc�cio f�sico4.

Uma das caracter�sticas mais pronunciadas da atividade f�sica nos par�metros imunol�gicos � a neutrofilia prolongada ap�s exerc�cio agudo, de moderada intensidade e longa dura��o9. Um estudo foi realizado em pessoas do g�nero masculino, que foram submetidos a uma aula de ciclismo indoor. Nesta pesquisa foram verificadas varia��es agudas nos n�veis de neutr�filos presentes no sangue, em que, imediatamente ap�s o exerc�cio a contagem de neutr�filos aumentou em 12%, e num per�odo de recupera��o de 24 horas o n�mero foi reduzido para 19,8% e 11,3% no per�odo de 48 horas4. Esse aumento dos n�veis de neutr�filos est� intimamente relacionado ao aumento da express�o das mol�culas de ades�o celular ap�s o exerc�cio, o que pode contribuir para o extravasamento de neutr�filos para o tecido danificado, incluindo o m�sculo esquel�tico (Figura 1)10. Foi relatada uma redu��o na express�o de L-selectina (CD62L) imediatamente ap�s o exerc�cio, seguida por um aumento durante a recupera��o11. A express�o de CD11b tamb�m ocorre em resposta ao exerc�cio f�sico12.

Quais são os efeitos crônicos e agudos do exercício físico sobre o sistema imunológico?

Figura 1
Contagem de neutr�filos totais em momentos pr�, imediatamente ap�s, 24h ap�s e 48h ap�s o exerc�cio f�sico

MACR�FAGOS E MON�CITOS

Os macr�fagos s�o c�lulas teciduais, que fazem a ponte entre o sistema imunol�gico inato e o sistema imunol�gico adaptativo. Agem produzindo citocinas, fagocitando microrganismos, apresentando ant�genos via mol�culas de MHC e iniciando o processo de reparo tecidual4,6. O estresse do exerc�cio tem um efeito estimulante na maioria das fun��es dos macr�fagos e mon�citos13. A a��o das catecolaminas liberadas durante o exerc�cio provoca monocitose transit�ria, por�m o exerc�cio exaustivo naqueles indiv�duos que portam alguma condi��o inflamat�ria adjacente pode diminuir o n�mero de macr�fagos recrutados para o s�tio inflamat�rio14. Foi demonstrado que durante e logo ap�s o exerc�cio a quimiotaxia, fagocitose e atividade citot�xica est�o aumentadas, possivelmente associadas � secre��o aumentada de cortisol, prolactina e tiroxina15,16. Exerc�cios aer�bicos prolongados e extenuantes diminuem a express�o de receptores do tipo Toll (Toll-like receptor - TLRs) em macr�fagos e comprometem a apresenta��o de ant�genos para os linf�citos T, impedindo, sobretudo, a resposta inflamat�ria Th2. Esse efeito anti-inflamat�rio impede o dano tecidual causado pelos mediadores inflamat�rios e reduz o risco de doen�as inflamat�rias cr�nicas, mas aumenta a susceptibilidade de infec��es por microrganismos intracelulares17,18.

C�LULAS DENDR�TICAS

As c�lulas dendr�ticas t�m a capacidade de internalizar ant�genos e expressar um grande n�mero de mol�culas coestimulat�rias, sendo uma importante c�lula apresentadora de ant�genos para as c�lulas T, estimulando a sua expans�o clonal19. Tamb�m s�o consideradas como ponte entre o sistema imunol�gico inato e o sistema imunol�gico adaptativo20, sendo uma das primeiras c�lulas a chegar no local da infec��o4,6. Chiang e cols. observaram em roedores que, ap�s cinco semanas de treinamento na esteira com incrementos na velocidade e inclina��o ao longo das semanas, houve um aumento no n�mero de c�lulas dendr�ticas, em sua express�o de MHC de classe II e produ��o de IL-12, sugerindo a capacidade de indu��o de resposta imunol�gica celular21.

C�LULAS NATURAL KILLER

As c�lulas natural killer (NK) s�o uma popula��o heterog�nea de linf�citos T que expressam marcadores caracter�sticos, como o CD16 e o CD5622, e que s�o respons�veis pelo reconhecimento e lise de c�lulas infectadas por v�rus, bact�rias, protozo�rios e de c�lulas tumorais, al�m de atuar contra a dissemina��o do tumor23. A atividade citol�tica destas c�lulas � aumentada pelo interferon-alfa (IFN-α)24 e interleucina-2 (IL-2), enquanto certas prostaglandinas e complexos imunes regulam negativamente a fun��o das c�lulas NK22,25. Esse tipo celular se mostra muito responsivo ao est�mulo do exerc�cio f�sico, exibindo um aumento em at� 6 vezes de seus n�veis s�ricos ap�s o esfor�o f�sico26. Isso ocorre, principalmente, devido � responsividade destas c�lulas ao aumento dos n�veis de adrenalina e noradrenalina, que s�o liberadas durante o exerc�cio. Essa libera��o, e por consequ�ncia, o aumento s�rico das c�lulas NK, depende da intensidade e dura��o do exerc�cio f�sico27. Em contrapartida foi comprovado que ap�s o exerc�cio intenso e de longa dura��o, a concentra��o de c�lulas NK e a atividade citol�tica NK tendem a diminuir abaixo dos valores pr�-exerc�cio. A redu��o m�xima nas concentra��es de c�lulas NK e, portanto, a menor atividade destas, ocorre 2-4 h ap�s o exerc�cio, provavelmente devido � a��o de prostaglandinas28.

CITOCINAS E QUIMIOCINAS

As citocinas s�o glicoprote�nas sol�veis que, em geral, apresentam baixo peso molecular (entre 5.000 e 30.000) e desempenham um papel central na media��o e regula��o das respostas imunol�gicas quando lan�adas no local da inflama��o29-31. As quimiocinas compreendem uma fam�lia englobada pelas citocinas, respons�veis por mediar e deslocar leuc�citos para as �reas de inflama��o4. Essas subst�ncias t�m a capacidade de atuar como mensageiras entre as c�lulas do sistema imunol�gico, hematopoi�tico e neuroend�crino32. Estas mol�culas podem agir como subst�ncias pr� ou anti-inflamat�rias. As principais citocinas anti-inflamat�rias s�o IL-10 e TGF-beta (fator de transforma��o de crescimento β) que podem inibir a produ��o de citocinas pr�-inflamat�rias. Dentre as citocinas pr�-inflamat�rias podemos citar IL-1, IL-2, IL-12, IL-18, IFN-γ e TNF-α. A produ��o das citocinas anti-inflamat�rias, sobretudo IL-10, pode ser regulada por uma variedade de fatores, como por exemplo as catecolaminas, os glicocorticoides e prostaglandina E2 (PGE2), que s�o produzidas durante o exerc�cio f�sico33. A IL-6, que atualmente vem sendo denominada miocina, � uma citocina que pode desencadear diversas fun��es moduladoras em fun��o da altera��o de seus n�veis fisiol�gicos, induzindo efeitos pr�-inflamat�rios, anti-inflamat�rios ou at� mesmo ambos, de acordo com o organismo e/ou grupo celular em que s�o sintetizados9,34. A IL-6, durante os exerc�cios prolongados, � liberada em altas concentra��es pelos m�sculos esquel�ticos35-37. A concentra��o plasm�tica da quimiocina IL-8 pode aumentar em resposta � inflama��o decorrente de uma sess�o de exerc�cio f�sico em que ocorram contra��es musculares exc�ntricas38,39.

LINF�CITOS

Os linf�citos s�o divididos entre linf�citos T e B, no qual a c�lula T � respons�vel por erradicar infec��es ocasionadas por pat�genos intracelulares e ativar outras c�lulas. J� as c�lulas B s�o respons�veis por secretar anticorpos e criar mem�ria, quando transformados em plasm�citos ap�s sua ativa��o. Estas c�lulas tamb�m s�o respons�veis pela mem�ria antig�nica, ou seja, em uma nova exposi��o ocorre a indu��o de uma resposta imunol�gica mais r�pida e intensa, que colabora para a elimina��o do pat�geno de forma mais eficaz4. Durante o exerc�cio f�sico moderado, a concentra��o de linf�citos aumenta no leito vascular e, ap�s exerc�cios extenuantes, diminui para n�veis abaixo do per�odo pr�-exerc�cio40,41. Essa queda pode ser consequ�ncia de um mecanismo de apoptose ou devido � libera��o de adrenalina e cortisol, os quais inibem a fun��o linfocit�ria e s�o liberados durante exerc�cios de alta intensidade10. A raz�o entre os n�veis de linf�citos CD4+ e CD8+ diminui � medida que as c�lulas TCD8+ aumentam no sangue em rela��o � TCD442,43.

IMUNOGLOBULINAS

As imunoglobulinas s�o produtos das c�lulas B que s�o secretadas ap�s o contato com o ant�geno espec�fico27. Ap�s exerc�cio de alta e m�dia intensidade, tem sido descrito aumento das imunoglobulinas s�ricas. Essa informa��o pode ser explicada pela contra��o do volume plasm�tico que ocorre ap�s o exerc�cio13. O afluxo de prote�nas do extra para o intravascular, representadas principalmente por linfa rica em imunoglobulinas tamb�m poderia explicar o achado13. Por�m, a IgA, presente nas mucosas do trato superior respirat�rio e, portanto, respons�vel pela prote��o desse sistema, pode diminuir expressivamente ap�s exerc�cios de alta intensidade, o que pode justificar a preval�ncia de doen�as respirat�rias que acometem as vias a�reas superiores em atletas (IVAS)27,44.

O EXERC�CIO F�SICO

A atividade f�sica � considerada um dos principais componentes de uma vida saud�vel. Ela pode ser utilizada para a manuten��o da sa�de e bem-estar, pois � capaz de modular alguns aspectos neurol�gicos e endocrinol�gicos nos indiv�duos que realizam treinamentos regulares. A pr�tica de exerc�cios f�sicos, atualmente, � utilizada como meio de promo��o de sa�de e tem sido proposta como uma interven��o n�o medicamentosa que traz diversos benef�cios � sa�de do indiv�duo45. Al�m das fun��es relacionadas � preven��o do excesso de peso corporal, inflama��o sist�mica e doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis, sugere-se um potencial ben�fico do exerc�cio f�sico na redu��o de doen�as transmiss�veis, incluindo patologias virais, devido ao est�mulo da imunidade celular46,47.

A capacidade de realiza��o de treinamentos depende das respostas metab�licas do corpo humano em converter energia qu�mica, proveniente dos tecidos musculares, em forma de trifosfato adenosina (ATP) posteriormente clivada em difosfato adenosina (ADP), em energia mec�nica, o que faz com que ocorra a contra��o muscular48. Buscando compreender a rela��o entre metabolismo e exerc�cio f�sico, in�meros estudos foram realizados, com objetivo de demonstrar quais respostas celulares seriam desencadeadas pelos treinamentos e quais vari�veis poderiam interferir nessa resposta celular17. A vari�vel mais encontrada nos artigos pesquisados diz respeito � intensidade do treinamento, classificando o exerc�cio f�sico quanto ao n�vel de esfor�o, podendo ser leve, moderado ou intenso. Essa classifica��o leva em conta par�metros fisiol�gicos do organismo como frequ�ncia card�aca m�xima, consumo m�ximo de oxig�nio e �ndice de percep��o ao esfor�o50.

O exerc�cio f�sico � capaz de gerar um estresse para o organismo. Fisiologicamente, h� perda da homeostase, ou seja, h� um desequil�brio sist�mico devido �s altera��es de volume sangu�neo, temperatura corporal e consumo m�ximo de oxig�nio51. Antes e durante a pr�tica de exerc�cios, alguns agentes qu�micos, neurais e hormonais sofrem ajustes, com o objetivo de proporcionar altera��es cardiovasculares com aumento da frequ�ncia e for�a de bombeamento do cora��o, alterando o fluxo sangu�neo de forma proporcional � intensidade do exerc�cio. Em resposta �s altera��es, o corpo modifica par�metros metab�licos e fisiol�gicos para manter o equil�brio, com isso as respostas celulares na fase aguda, no curto prazo, s�o diferentes da fase cr�nica, no longo prazo49.

Fase aguda

Uma sess�o de exerc�cio realizada de forma isolada pode ser caracterizada como uma fase aguda, e nessa fase alguns efeitos fisiol�gicos j� podem acontecer. Esses efeitos podem ser divididos em imediatos e tardios. Os efeitos imediatos acontecem logo ap�s a realiza��o do exerc�cio, e os tardios de 24 a 72 horas ap�s o exerc�cio. Os efeitos agudos imediatos correspondem � sudorese, ao aumento da frequ�ncia card�aca e da ventila��o pulmonar, e os efeitos tardios consistem na melhora da sensibilidade � insulina e da secre��o de catecolaminas. Em n�vel sangu�neo podemos encontrar uma leucocitose, e esse aumento de leuc�citos acontece em fun��o do aumento das catecolaminas. Essas subst�ncias induzem o aumento na quantidade de neutr�filos e c�lulas natural killer (NK), e alguns estudos experimentais j� evidenciaram um aumento no n�mero de macr�fagos e diminui��o da express�o de MHC II52-55.

Fase cr�nica

A fase cr�nica do exerc�cio f�sico ocorre ap�s in�meras sess�es de treinamento realizadas de forma regular. Nessa fase ocorre uma adapta��o, e os est�mulos da fase aguda passam a ser mais eficazes. Nessa fase ocorre fortalecimento dos m�sculos, melhora no condicionamento cardiovascular e no perfil lip�dico. Essa pr�tica regular de exerc�cios, principalmente, de forma moderada, faz com que o indiv�duo crie toler�ncia aos est�mulos estressores. Essa toler�ncia tamb�m ocorre no sistema imunol�gico. Vale ressaltar que estas altera��es est�o relacionadas ao tipo de exerc�cio, intensidade e carga, ou seja, cada tipo de treinamento resulta na ativa��o ou na inativa��o de mecanismos celulares e moleculares, que podem interferir diretamente no sistema imunol�gico do ser humano13,56.

TIPOS DE TREINAMENTO

Treinamento resistido

O treinamento resistido consiste na realiza��o de exerc�cios com uso de pesos e m�quinas, com objetivo de trabalhar contra a resist�ncia muscular, gerando uma sobrecarga no m�sculo56, o que favorece a resist�ncia muscular e consequentemente aumento de massa magra e redu��o de gordura corporal. Com a pr�tica regular do treinamento resistido tamb�m gera redu��o da massa gorda, o que melhora a adapta��o f�sica corporal, facilitando atividades cotidianas. A muscula��o e levantamento de peso s�o exemplos de treinamento resistido57.

Treinamento aer�bico

O treinamento aer�bico consiste em um maior n�mero de repeti��es, com uma dura��o maior e com intensidade moderada. Durante esse tipo de exerc�cio h� um maior consumo de oxig�nio pelo organismo, sob a forma de ATP para gera��o de trabalho muscular. Os benef�cios para o organismo s�o a aumento da efici�ncia card�aca, redu��o do peso gordo, melhora da sa�de mental, da disposi��o e do sistema imunol�gico. Andar de bicicleta, nata��o e caminhadas s�o alguns dos exemplos de treinamento aer�bico56-58.

Intensidade

A intensidade do exerc�cio est� relacionada com a capacidade respirat�ria (VO2max) e tem como vari�veis o volume do treino, a complexidade dos exerc�cios, a capacidade do indiv�duo e o tempo de dura��o58. O exerc�cio f�sico se trata de um estresse metab�lico para o organismo, o treinamento intenso gera um estresse ainda maior, pois aumenta a forma��o intracelular de esp�cies reativas de oxig�nio (ERO) promovendo maior estresse oxidativo21. O exerc�cio f�sico moderado ou de baixa intensidade auxilia a resposta imunol�gica saud�vel e reduz o estresse oxidativo ap�s uma sess�o de exerc�cio, dessa forma n�o sobrecarrega o sistema imunol�gico, tornando-se mais eficiente e com uma melhora da resposta59.

A intensidade est� diretamente relacionada com a imunidade, pois � a principal vari�vel que define como ser� a resposta imunol�gica do organismo frente ao tipo de treinamento. Dessa forma, os exerc�cios de intensidade baixa e moderada trazem maiores benef�cios relacionados ao sistema imunol�gico. A imunossupress�o induzida pela alta intensidade do exerc�cio � estudada desde 1994, por Nieman, que prop�s a curva em J, que traz a rela��o da intensidade do exerc�cio com a possibilidade de infec��o (Figura 2). Analisando todos os par�metros e vari�veis encontradas dentro da realiza��o de exerc�cio f�sico, nota-se que a frequ�ncia, a intensidade e o volume de treino s�o os principais fatores capazes de influenciar as adapta��es celulares e do metabolismo do indiv�duo, o que inclui a resposta imunol�gica15,52,59.

Quais são os efeitos crônicos e agudos do exercício físico sobre o sistema imunológico?

Figura 2
Modelo da curva em "J" da rela��o entre carga de exerc�cio e surgimento de infec��es do trato respirat�rio superior (ITRSs)

RESPOSTA IMUNOL�GICA FRENTE AO EXERC�CIO F�SICO

O sistema imunol�gico apresenta uma determinada resposta frente ao tipo de est�mulo que o exerc�cio proporciona e, junto com as altera��es da fun��o imunol�gica, s�o notadas tamb�m altera��es moleculares, celulares e teciduais. Essa diferen�a de resposta est� relacionada com o n�vel de estresse que o treinamento gera, a aptid�o f�sica do indiv�duo e a regularidade dos est�mulos60. Tendo em vista que o exerc�cio f�sico induz inflama��o (local e sist�mica), assim como o reparo tecidual ap�s um trauma, adapta��es fisiol�gicas decorrentes do treinamento tamb�m podem ser classificadas como agudas e cr�nicas61.

A resposta aguda tem como objetivo ajustar a homeostasia para o reparo tecidual logo ap�s uma �nica ou v�rias sess�es de exerc�cio. Al�m disso, ela pode ser subdividida em imediata ou tardia, como dito no t�pico anterior28. As adapta��es agudas imediatas s�o as que ocorrem at� alguns minutos ap�s o t�rmino do exerc�cio, como por exemplo, eleva��es da frequ�ncia card�aca, da press�o arterial e da temperatura corporal. Por�m, esses valores podem mudar de acordo com o tipo de exerc�cio, est�tico ou din�mico, por exemplo62,63. Nos exerc�cios est�ticos a obstru��o do fluxo sangu�neo faz com que os metab�litos produzidos durante a contra��o se acumulem, ativando quimiorreceptores musculares, os quais promovem aumento expressivo da atividade nervosa simp�tica, ocasionando um aumento da frequ�ncia card�aca, com diminui��o do volume sist�lico e menor acr�scimo do d�bito card�aco28. Em contrapartida, a press�o arterial tende ao aumento, pelo aumento da resist�ncia vascular perif�rica62. Nos exerc�cios din�micos h� elevada atividade nervosa simp�tica, que provoca um aumento do d�bito card�aco, da frequ�ncia card�aca e do volume sist�lico28. A libera��o de metab�litos musculares provoca a vasodilata��o na musculatura ativa, o que diminui a resist�ncia vascular perif�rica62.

Um estudo feito em oito homens saud�veis tentou analisar os efeitos de tr�s tipos diferentes de exerc�cio na contagem de leuc�citos sangu�neos durante e ap�s o exerc�cio. Os indiv�duos foram expostos aos seguintes experimentos: exerc�cio aer�bico de intensidade equivalente a 90-97% do VO2m�x por 5 min, prolongado: duas horas de exerc�cio em cicloergometria (longo) completadas a 60 a 65% do VO2m�x, e o de resist�ncia: tr�s s�ries de 10 repeti��es a 60 a 70% da for�a de 1-RM (repeti��o m�xima). Os participantes permaneceram sentados por um per�odo de recupera��o de 3 horas ap�s cada tipo de exerc�cio, posteriormente comparados com o grupo controle, que estava sentado por 5 horas. Durante o exerc�cio, as c�lulas NK, c�lulas T e B foram recrutadas para a corrente sangu�nea, al�m do aumento da quantidade de neutr�filos e mon�citos circulantes. Essa leucocitose ocorreu imediatamente ap�s os exerc�cios e persistiu por 3 horas ap�s o t�rmino63.

As contagens de linf�citos TCD3 e TCD4 mostraram aumento semelhante entre o exerc�cio aer�bico e o prolongado. Por�m, no per�odo p�s-exerc�cio, depois de 3 horas de repouso, as contagens dos linf�citos TCD3 e TCD4 do exerc�cio aer�bico estavam abaixo do normal, caracterizando uma linfocitopenia. As c�lulas circulantes CD3 CD16+ CD56+ (natural killer) aumentaram ap�s o exerc�cio aer�bico, um pouco menos no exerc�cio prolongado e menos ainda nos de resist�ncia. No entanto, todos voltaram ao valor basal 3 horas depois. O exerc�cio induziu poucas mudan�as na contagem das c�lulas B (CD19+), a qual aumentou apenas no pico aer�bico, imediatamente ap�s o exerc�cio, e um aumento ap�s 3 horas nos exerc�cios de resist�ncia64.

As prov�veis justificativas para a linfocitopenia, causada ap�s o t�rmino do exerc�cio, podem estar relacionadas � redu��o dos n�veis de adrenalina, seguido de um aumento na concentra��o de cortisol e horm�nio do crescimento, levando a uma redistribui��o dos leuc�citos e linf�citos, apresentando, desse modo, um efeito imunossupressor27. J� o aumento das c�lulas natural killer deve-se � maior secre��o de catecolaminas, em especial a epinefrina, e a libera��o de alguns fatores do sistema complemento, como os interferons (IFN-1), interleucinas (IL-2) e o horm�nio beta-endorfina como coadjuvantes desse processo64. Ap�s 3 horas de exerc�cio, as c�lulas NK voltaram aos valores basais, tendo em vista a libera��o de prostaglandinas por neutr�filos e macr�fagos junto com fatores hormonais como cortisol, o qual possui efeito imunossupressor30. Ao longo das 24 ou 48 horas ap�s uma sess�o de exerc�cio, a fase aguda que era imediata, torna-se tardia, em que s�o observadas redu��es nos n�veis tensionais e aumento da sensibilidade62.

J� as adapta��es cr�nicas resultam da exposi��o sistem�tica e regular das sess�es de exerc�cios, em longo prazo, sendo assim, a fase cr�nica � a soma do efeito das adapta��es agudas no sistema neuro-muscular ao longo de algumas semanas, que geram mudan�as morfofuncionais dos sistemas fisiol�gicos. Como exemplo, bradicardia de repouso, hipertrofia muscular, hipertrofia ventricular esquerda e eleva��o da pot�ncia aer�bica28,63. Al�m disso, h� o aumento do fluxo sangu�neo para os m�sculos esquel�ticos e para o m�sculo card�aco, pois o exerc�cio f�sico propicia a angiog�nese62.

Um estudo feito com 28 idosos com dura��o de seis meses de treinamento moderado mostrou que o n�mero absoluto de linf�citos TCD4+ (CD28+CD4+) aumentou, assim como o das c�lulas produtoras de IFN-γ (Th2), enquanto as c�lulas T, respons�veis pela produ��o de IL-4 (Th2), n�o sofreram altera��es significativas63. Alguns outros estudos comprovam estes dados demonstrando que o n�mero total de linf�citos T, de c�lulas TCD4+, e a express�o de IL-2R em c�lulas T aumentou em pacientes submetidos a exerc�cios de intensidade moderada combinados de resist�ncia e for�a, ou programa de treinamento exclusivamente de resist�ncia. Concluiu-se que a express�o aumentada � respons�vel por favorecer a resposta de Th2, o que previne infec��es causadas por microrganismos intracelulares31,62.

O aumento da interleucina-6, IL-6, tem direta rela��o com a intensidade do exerc�cio31, dado o fato de que se encontra em abund�ncia em tecidos musculares, o que a torna mais sens�vel aos est�mulos e intensidade dos exerc�cios f�sicos35. Por outro lado, atividades de alta intensidade geram aumento das concentra��es de citocinas anti-inflamat�rias (padr�o Th2), que pode resultar no aumento da susceptibilidade a infec��es, como por exemplo a infec��o de vias a�reas superiores (IVAS). Atletas que apresentam baixas concentra��es plasm�ticas de IL-10 (baixa concentra��o tamb�m na mucosa nasal), IL-1ra e IL-8 em repouso, possuem mais propens�o a desenvolver doen�as respirat�rias65. Estes dados demonstram que a resposta imunol�gica pode ser modulada frente a est�mulos diferentes, ou seja, dependendo da intensidade do exerc�cio f�sico (Figura 3)62.

Quais são os efeitos crônicos e agudos do exercício físico sobre o sistema imunológico?

Figura 3
Resumo dos efeitos do exerc�cio f�sico de intensidade moderada

De maneira resumida, podemos dizer que exerc�cio de intensidade moderada promove prote��o contra infec��es causadas por microrganismos intracelulares, pois direciona a resposta imunol�gica para a predomin�ncia de c�lulas Th2, na qual o tipo de resposta � celular62. Est� associado ao aumento da fun��o dos leuc�citos, auxilia a quimiotaxia, desgranula��o, fagocitose e atividade oxidativa dos neutr�filos uma hora ap�s exerc�cio f�sico60. J� o exerc�cio de grande intensidade, gera um aumento nos n�veis de citocinas anti-inflamat�rias (padr�o Th2), com o objetivo de reduzir os danos causados no tecido muscular devido ao estresse gerado, tornando o indiv�duo mais suscet�vel a infec��es (Figura 4)62. Ap�s a realiza��o de apenas uma sess�o de exerc�cio intenso, uma imunossupress�o tempor�ria acontece, conhecida como "janela imunol�gica", e pode durar de 3 a 72 horas60.

Quais são os efeitos crônicos e agudos do exercício físico sobre o sistema imunológico?

Figura 4
Resumo dos efeitos do exerc�cio de grande intensidade

CONCLUS�O

A pr�tica de exerc�cios f�sicos de forma regular � essencial para manuten��o da sa�de, j� que permite uma resposta imunol�gica adequada, leva ao fortalecimento do sistema cardiovascular e respirat�rio, al�m de melhorar o perfil lip�dico do indiv�duo que a pratica. A ci�ncia � rica em estudos com evid�ncias que mostram que o exerc�cio f�sico � capaz de gerar altera��es nas concentra��es e nas fun��es de algumas c�lulas do sistema imunol�gico. Alguns aspectos, como a dura��o e a intensidade do exerc�cio influenciam em como e qual ser� a resposta imunol�gica frente ao est�mulo. � necess�rio um entendimento das adapta��es imunol�gicas provocadas pelo exerc�cio f�sico para que em uma perspectiva futura possa ser direcionado o melhor tipo de treinamento para cada pessoa, levando em considera��o a individualidade do praticante, visando uma melhor e mais eficiente resposta imunol�gica.

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Quais são os efeitos do exercício físico sobre o sistema imunológico?

O mecanismo de melhora do sistema imunológico está associado ao efeito que a atividade física regular proporciona ao organismo: aumento dos linfócitos, ou seja, das células de defesa que cumprem a função de combater e destruir agentes patogênicos como as células tumorais ou as infectadas por vírus e bactérias.

O que é efeito agudo e crônico?

Este, para reparar os “danos” causados pelo exercício, estimula ou suprime diversas substâncias produzidas pelo nosso corpo e essas substâncias, uma vez suprimidas ou produzidas para atingir um tecido alvo, gerarão efeitos agudos, que se estimulados repetidamente, se tornarão crônicos.

Quando ocorre as respostas agudas e crônicas ao exercício físico?

As respostas agudas imediatas são as que ocorrem nos períodos pré-imediato e pós-imediato rápido, até alguns minutos após o término do exercício (3), como as elevações na freqüência cardíaca, na pressão arterial e na temperatura corporal.

Quais os efeitos crônicos de médio e longo prazo adaptação do exercício de alta intensidade sobre resposta imunológica humoral?

O exercício moderado promove alterações em parâmetros do sistema imunológico, resultando em uma melhor resolução de infecções por micror- ganismos intracelulares, enquanto no exercício intenso estas alterações resultam no aumento da susceptibilidade à infecções por esses microrganismos.