Quais são os grupos sociais envolvidos no processo de independência do Brasil?

Olá, educando (a)! Esta videoaula de História foi veiculada na TV no dia 03 de Junho de 2021 (Quinta-Feira). Aqui no Portal Conexão Escola, ela está disponível juntamente com a proposta de atividade.

Esta aula apresenta as lutas pela independência no Haiti destacando o protagonismo dos escravizados, a atuação dos diversos grupos sociais, a relação com a Revolução Francesa e um panorama sobre a história do país independente.

Quais são os grupos sociais envolvidos no processo de independência do Brasil?
Temática – História – Os processos de independência nas Américas: A revolução haitiana. Disponível em: <https://www.edocente.com.br/pnld/2020/obra/historia.doc-8-ano-saraiva/> p. 70. Acesso em: 10 de Abril de 2021.

Assista a videoaula abaixo, com a temática – História – Os processos de independência nas Américas: A revolução haitiana.

7ª SÉRIE | Eaja |HISTÓRIA | PROF.: ANÍSIO FILHO

A revolução haitiana

Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à ilha onde hoje se localiza o Haiti, estabelecendo a posse da Espanha sobre ela. Os espanhóis batizaram-na de Hispaniola mantendo o controle sobre o território até o final do século XVII. Desde o início deste século, porém, os franceses passaram a fazer incursões sobre a ilha até que em 1697, pelo Tratado de Ryswick, a parte ocidental passou para o domínio francês. A nova colônia francesa recebeu o nome de Saint Domingue (Santo Domingo).

Quais são os grupos sociais envolvidos no processo de independência do Brasil?

Fonte: VAINFAS, Ronaldo. et al. História.doc, 8º ano: ensino fundamental, anos finais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. mapa p. 68.

A colônia francesa: um barril de pólvora

Os franceses investiram no desenvolvimento de um sistema de produção baseado na escrvidão, transformando a colônia de Saint Domingue na principal produtora de açúcar das Américas no século XVIII e a mais importante colônia francesa. No final desse século, a ilha tinha em torno de 800 mil habitantes, 85% dos quais eram escravos; os mulatos livres e africanos libertos somavam mais ou menos 30 mil pessoas; completava a sociedade o grupo dos franceses, em número reduzido, eram senhores de escravos, comerciantes, administradores de engenho.

As rebeliões de escravos e as fugas eram comuns. A ilha vivia em constante estado de tensão. Os libertos e mulatos livres buscavam conquistar direitos que os equiparassem aos brancos. A Revolução Francesa acendeu o pavio daquele barril de pólvora. Em dois sentidos: primeiro, pelos ideais de liberdade e igualdade que inspirava a luta contra a escravidão e a dominação colonial; segundo, porque gerou certo afrouxamento da metrópole ocupada com suas questões internas.

Contra a escravidão, contra a colonização

Em 1790, mulatos e libertos se levantaram contra os brancos pelo direito de enviar representantes à Assembleia Francesa. O movimento foi abortado e seu líder, Vicent Ogé, executado. Em 1791 foi a vez de escravos e quilombolas se levantarem contra os brancos, desta vez com mais sucesso. Uma primeira vitória foi o reconhecimento de direitos de cidadania de negros e mulatos pelo governo jacobino francês. Em 1794, outra decisão na metrópole francesa representou uma grande vitória. A Convenção da França revolucionária aboliu a escravidão nas colônias. O exército francês na ilha, que combatia os negros rebelados, passou a lutar contra os brancos que defendiam a escravidão.

Entra em cena, então, um personagem importante. Toussaint Louverture foi nomeado general do exército. Ele havia sido escravo, conseguiu sua alforria e foi educado pelos jesuítas. Trabalhou como transportador, conseguindo comprar uma plantação, chegou a ter 12 escravos e fez carreira militar. Em 1793, ele havia convocado seus irmãos negros a lutar pela liberdade, no que foi protamente atendido. Apesar de lutar contra a escravidão, Toussaint manteve-se fiel à França.

Em 1802, Napoleão decretou a restauração da escravidão e enviou o general Charles Leclerc com 60 mil homens para restabelecer a ordem na ilha. Os escravos, quilombolas e negros livres passaram a lutar contra a escravidão e pela independência da colônia. Toussaint Louverture rompeu com a França, foi capturado e morreu na prisão francesa em 1803. Mas a luta não parou! Jean Jacques Dessalines, um ex-escravo, assumiu a liderança e conduziu o movimento pela independência e contra a escravidão. Pétion e Christophe foram outros líderes importantes. Em 1 de janeiro de 1804 foi declarada a vitória do povo negro da ilha, que passou a se chamar Haiti. Foi a primeira colônia a conquistar a independência na América Latina e a primeira república negra das Américas.

A vitória dos escravizados do Haiti repercutiu em outros países, principalmente em seus vizinhos latino americanos, também colônias. Entre as autoridades coloniais, a revolução haitiana gerou o medo de que os escravos seguissem aquele exemplo. Já entre aqueles que lutavam contra a escravidão, Haiti se tornou símbolo da luta pela liberdade do povo negro. As autoridades coloniais e as metrópoles europeias tomaram medidas como o não reconhecimento da independência do Haiti e o fim das relações comerciais com a ilha.

Esses acontecimentos entraram para a história como um símbolo da luta contra o racismo, contra a pobreza e as injustiças de toda ordem. Em 1993, Caetano Veloso e Gilberto Gil lançaram o disco Tropicália 2 comemorando os 25 anos de lançamento, em 1968, do famoso disco Tropicália ou Panis et Circencis. Haiti é a primeira música desse disco, composta pelos dois. Nela, os autores se referem a diversos problemas da sociedade brasileira como a brutal desigualdade social, o preconceito e a violência contra os pobres. Mas, principalmente, tratam do racismo e das mazelas que afligem a população negra no Brasil. O Haiti, nesta canção, é um símbolo de luta contra tudo isso. É como se eles dissessem: se os escravizados no Haiti puderam conquistar sua liberdade lutando, nós também podemos superar todos esses problemas.

Depois da independência

Desde a independência, a história do Haiti é marcada pela instabilidade política e por ditaduras. Dessalines governou somente dois anos, de 1804 a 1806, sendo assassinado. De 1806 até 1820, o país foi dividido em dois, com Christophe governando o norte e Pétion governando o sul. Depois de reunificado, as disputas pelo poder continuaram e, no século XX, o país conheceu ditaduras duradouras. Essa situação gerou dificuldades para o desenvolvimento econômico do país que hoje é considerado o mais pobre da América. Além disso, em 2010, o Haiti sofreu com um terremoto que destruiu a sua capital, Porto Príncipe. Desde então, uma onda de imigrantes de lá chegou ao Brasil e inclusive a Goiânia. Como bem mostrou a reportagem do jornal Hora Extra, publicada em seu site em 17 de julho de 2018, o Brasil é um dos principais destinos dos haitianos depois de 2010 e, em Goiás, eles são o principal destaque nos números de imigração.

Atividade

Questão 1 – Na música de Caetano e Gil citada no texto, ao final de cada estrofe, eles nos interpelam: “Pense no Haiti/Reze pelo Haiti”. E emenda com o refrão: “O Haiti é aqui/O Haiti não é aqui”. Considerando a luta dos escravizados no Haiti pelo fim da escravidão e pela independência do país, como podemos interpretar esse refrão? Por que dizer que o Haiti é aqui e não é aqui?


Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento: (EAJAHI0726) Identificar e explicar a atuação de diferentes grupos sociais e étnicos nas lutas de independência no Haiti a partir do protagonismo dos escravizados. 
(EAJAHI0727) Relacionar os ideais da Revolução de São Domingo aos da Revolução Francesa. 
(EAJAHI0728) Avaliar as implicações da Revolução de São Domingo na Europa e influências no restante da América, de modo especial no Brasil.
(EAJAHI0729) Compreender o Haiti no contexto atual e o processo imigração haitiana para o Brasil, especialmente para Goiânia.
Referências:  HAITIANOS tentam a vida em Goiás. Publicado em 17 de julho de 2018. Disponível em <https://jornalhoraextra.com.br/sociedade/11610-haitianos-tentam-a-vida-em-goias/> acesso em 26 de março de 2021.
VAINFAS, Ronaldo. et al. História.doc, 8º ano: ensino fundamental, anos finais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

Quais os grupos sociais envolvidos no processo de independência do Brasil?

Dentre as revoltas precursoras da independência do Brasil, a Conjuração Baiana (1798), foi o que apresentou características mais populares. A população de Salvador, basicamente formada de escravos, negros, livres, mulatos, brancos, pobres e mestiços, viviam em situação de penúria.

Quem participou do processo de independência do Brasil?

A independência do Brasil aconteceu em 1822, tendo como grande marco o grito da independência que foi realizado por Pedro de Alcântara (D. Pedro I durante o Primeiro Reinado), às margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822.

Quais os grupos que lideraram a independência?

Entre 1817 e 1824 acontecem as Rebeliões Vitoriosas. Simon Bolívar e José de San Martins foram dois dos maiores líderes criollos e organizaram exércitos que proclamaram a independência de muitas países latino-americanos.

Quais foram os grupos sociais que mais se beneficiaram com a independência?

Os grandes beneficiados pela independência do Brasil foram os proprietários rurais.