Qual a diferença entre SAE e Saep?

Para garantir a padronização dos processos e um atendimento mais personalizado, seguro e de qualidade, é importante fazer uso da SAE Enfermagem. A sigla se refere à Sistematização da Assistência à Enfermagem, método composto por algumas etapas que devem ser seguidas para que o acompanhamento do paciente ocorra de forma mais precisa e organizada.

Segundo a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nº 358/2009, que dispõe sobre esse instrumento, ele deve ser implementado em todas as instituições de saúde em que exista serviço de enfermagem, nos setores público e privado.

Quer entender como funciona a SAE, seus diferenciais para o trabalho da enfermagem e suas etapas? Então, acompanhe nosso post!

Como funciona a SAE Enfermagem?

Esse instrumento científico serve para normatizar as condutas e processos da enfermagem ou, como a própria sigla indica, para sistematizar a assistência. Assim, ao utilizar esse método, o líder da enfermagem consegue fazer um melhor gerenciamento dos cuidados ao paciente, além de ter um controle sobre o fluxo de trabalho das equipes.

A SAE Enfermagem — que é formada por 5 etapas — visa organizar todo o trabalho no que diz respeito ao método a ser seguido, instrumentais utilizados e equipe envolvida, o que garante a operacionalização de todo o atendimento realizado.

As condutas, intervenções e informações referentes ao cuidado do paciente devem constar no prontuário. Com isso, o enfermeiro consegue analisar os dados da assistência e avaliar resultados, procedimentos e o trabalho da equipe.

Saiba que a SAE deve ser implementada em todos os locais em que são realizados os serviços de enfermagem, como:

• hospitais;
• ambulatórios;
• atenção básica;
• home care;
• saúde do trabalhador.

Então, tanto os enfermeiros concursados, ou seja, que trabalham em instituições públicas, quanto os profissionais da iniciativa privada devem ter conhecimento sobre esse instrumento.

Quais os diferenciais dessa sistematização na prática?

A SAE pode trazer diversos benefícios a todas as áreas da enfermagem. Confira, a seguir, as vantagens do método para a rotina da instituição de saúde e para o trabalho dos profissionais:

• acompanhamento do paciente ocorre de maneira mais coesa entre as equipes;
• possibilidade de avaliar o paciente de forma individualizada, indicando os cuidados de que ele precisa. Valoriza, assim, o atendimento humanizado;
• maior autonomia aos profissionais da enfermagem;
• redução dos custos hospitalares, pois os processos são sistematizados;
• permite a tomada de decisão clínica assistencial para cada caso baseada em evidências científicas;
• maior segurança nos processos, minimizando as chances de erro;
• auxílio ao enfermeiro na previsão das consequências de acordo com cada caso, possibilitando à equipe se antecipar para evitar problemas;
• documentação de toda a assistência, já que as informações referentes às condutas adotadas constam no prontuário.

Além disso, com todos os dados sobre a assistência organizados, é possível medir indicadores a fim de melhorar a qualidade dos cuidados. Dá para mensurar, por exemplo, o período de internação, as medidas de prevenção adotadas, entre outros pontos.

Quais as etapas do método SAE?

A Sistematização de Assistência à Enfermagem é composta por 5 etapas. Veja, a seguir, o que caracteriza cada uma delas.

1. Coleta de dados

Tem o objetivo de conhecer o histórico do paciente, ou seja, fazer a coleta de dados. Nessa etapa, composta por exame físico e entrevista, as informações podem ser obtidas junto ao próprio paciente, com seu familiar ou com outra pessoa que o acompanhe.

É preciso saber, por exemplo, se ele tem alguma doença crônica, se faz a utilização de medicamentos, se passa por algum tratamento, se tem alergias, entre outros pontos. É importante conhecer seu estilo de vida, hábitos e até aspectos psicossociais, como sua religião, a fim de saber se haverá algum impedimento em determinado procedimento, por exemplo.

Esse primeiro passo da SAE Enfermagem — além de conferir qualidade e segurança à assistência — é uma abordagem humanizada, pois permite conhecer melhor o paciente, ouvir suas queixas e, dessa maneira, oferecer acolhimento e o cuidado mais adequado.

2. Diagnóstico

Após a coleta de dados, chega o momento do diagnóstico da enfermagem, em que os profissionais reúnem as informações do paciente e as interpretam. De acordo com literaturas específicas (baseadas em dados científicos), causas mais prováveis para a queixa ou problema e condutas mais indicadas, é possível pensar em intervenções, ou seja, nos cuidados que aquele indivíduo deve receber.

3. Planejamento

Depois de concluído o diagnóstico de enfermagem, é preciso fazer o planejamento ou prescrição de cuidados. É a fase de enumerar as ações que serão realizadas na assistência e quais os resultados esperados.

Para formular o que se espera do atendimento, é fundamental que ele esteja centrado no paciente, tenha um prazo para sua execução e seja mensurável e realizável.

4. Implementação

A implementação é o momento de os profissionais de enfermagem colocarem em prática as ações listadas na fase do planejamento. Em outras palavras, é a assistência que será realizada. Exemplo: administração de medicamentos, realização de higiene do paciente, aferição de sinais vitais, entre outras medidas.

Como já reforçamos, todas as condutas devem estar registradas no prontuário do paciente, a fim de que haja um controle sobre a assistência e fluxo de trabalho.

5. Avaliação

A etapa de avaliação — também chamada de evolução — é a última da SAE Enfermagem. Tem como finalidade determinar se as condutas e procedimentos adotados alcançaram os resultados previstos.

Nessa hora, é muito importante o feedback da equipe, como técnicos e auxiliares de enfermagem. Dessa maneira, o enfermeiro consegue saber se a prescrição está sendo efetiva ou se é preciso pensar em outros cuidados.

É a etapa que mostra a evolução do paciente e auxilia na tomada de decisões clínicas de outras equipes multidisciplinares, como próximas intervenções e até mesmo a alta.

A SAE Enfermagem é uma metodologia científica essencial para que as equipes possam realizar a melhor assistência aos pacientes. Por isso, os profissionais precisam conhecer sua finalidade e como deve ser executada, para que, desse modo, possam realizar um atendimento com qualidade e segurança.

Gostou das informações que trouxemos sobre esse instrumento tão importante para a rotina da enfermagem? Se ficou com alguma dúvida ou deseja compartilhar sua experiência, deixe um comentário!

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