Qual o papel do professor em uma escola inclusiva?

Título do TrabalhoO PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVAAutores

  • Maria dos Navegantes Ferreira da S. Maia
  • Maria Sandra Ferreira da Silva
  • Josineide Martins da Silva
  • Gildene da Silva Brazão
ModalidadeArtigo CientíficoÁrea temáticaEducaçãoData de Publicação04/02/2020País da PublicaçãoBrasilIdioma da PublicaçãoPortuguês Página do Trabalhowww.even3.com.br/Anais/Amplamentecursos/237717-O-PAPEL-DO-PROFESSOR-NA-EDUCACAO-INCLUSIVAISBN978-85-5722-415-5Palavras-Chaveprofessor, educação inclusiva, aluno.ResumoINTRODUÇÃO A procura por uma escola inclusiva e de boa qualidade para todos hoje em dia é muito grande, tendo a necessidade da elaboração de ações e atitudes que visa possibilitar a universalização do acesso a uma escola básica de qualidade, democrática e inclusiva. As discussões sobre a educação inclusiva se espalham, estudos são feitos, colaborando para políticas públicas educacional, relacionado ao acesso, a participação e a aprendizagem dos discentes. Sendo garantido o direito de todas as crianças com necessidades educacionais especiais ir à escola regular é indispensável que o educador tenha formação qualificada, que as instituições escolares tenham fácil acesso na sua estrutura e que seja favorecida com as políticas públicas, como por exemplo, a oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE. O docente e todos que compõem a escola devem sempre caminhar juntos nessa missão de educar nas diferenças, conhecer e compreender as deficiências e como amenizar o atraso de aprendizagem. A escola inclusiva recusa a segregação de crianças com necessidades educacionais especiais e através de seus obstáculos, no ambiente de convívio da sala de aula regular ele identifica que tem um saber, que pode participar nas atividades e é visto por seus pares. Pesquisas sobre o tema têm sido propagados em diversos setores da sociedade, porém no ambiente escolar tem uma responsabilidade bem maior, uma vez que vai auxiliar de fato na formação de indivíduos nascidos de uma dissemelhança familiar, cultural, religiosa, étnica, sexual, entre outras. A importância de estudos referentes à inclusão é essencial para impulsionar progressivamente na procura por acessibilidade permanência e sucesso de todas as crianças na escola e os docentes precisa estar qualificada para essa demanda dentro da classe, por serem formadores de opiniões, facilitadores no processo de aprendizagem, através de pesquisas e compreendendo trabalhos sobre temática tão instigante, agindo mutualmente na troca de experiências com o próximo. Com essa revisão bibliográfica temos por objetivos analisar, refletir e debater sobre a escola inclusiva, levando em conta que o trabalho do educador precisa ser respeitado para ele poder elevar sua autoestima e assim realizar um bom trabalho com a criança que precisa de cuidado, respeito e um trabalho pautado pela qualidade e superação nas dificuldades de aprendizagem. UMA VISÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA É de suma importância contextualizar a Educação Especial desde os seus primórdios até a atualidade, para que se perceba que as escolas são as principais responsáveis pelo progresso da inclusão, longe de serem responsáveis pela negação do direito das pessoas com necessidades educacionais especiais, de terem acesso à educação. No Brasil, até a década de 50, pouco se falava em Educação Especial. Foi a partir dos anos 70, que a educação especial começou a ser discutida, tornando-se preocupação dos governos com a fundação de escolas públicas e privadas, órgãos normativos federais e estaduais e de classes especiais. A educação especial manifestou-se depois de muitas lutas, organizações e leis que favoreciam aos deficientes e a educação inclusiva começou a ganhar força a partir da Declaração de Salamanca (1994), com base na aprovação da constituição de 1988 e da LDB 1996. Segundo Fernandes (2007) o histórico da educação inclusiva está se transformando ao decorrer dos anos e encontra-se dividido em duas etapas: Pré-científico que abrange a exterminação, no qual os indivíduos com deficiência eram aniquilados e segregação onde a deficiência foi assinalada pela divisão através de institutos e asilos credenciados a Igreja Católica e suas doutrinas, e também o período científico a partir do século XIX, que cuida da integração, é onde inicia-se a pensar na educação inclusiva num caráter social, porém muito longe ainda de ser inclusão, visto que a iniciativa procedia do indivíduo e de suas capacidades de adaptação, já a inclusão enxerga a escola como meio adaptável ao aluno, nessa visão todos estão inseridos e precisam de meios para aprender e é o ensino que deve garantir esse direito. A esse respeito, Sassaki opina que: É fundamental equiparmos as oportunidades para que todas as pessoas, incluindo portadoras de deficiência, possam ter acesso a todos os serviços, bens, ambientes construídos e ambientes naturais, em busca da realização de seus sonhos e objetivos (2002, p. 41). De acordo com o autor, a Educação Inclusiva se caracteriza com uma política de justiça social que alcança alunos com necessidades especiais, tomando-se aqui o conceito mais amplo. Ela se representa com uma política de justiça social que integra crianças com necessidades especiais, tomando-se aqui o conceito mais amplo, que é o da Declaração de Salamanca: O princípio fundamental desta linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem-dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de minorias linguística, étnicas ou culturais e crianças e crianças de outros grupos ou zonas desfavoráveis ou marginalizadas (1994, p. 17- 18). A Declaração de Salamanca trata de princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais, assim percebe-se que, os movimentos de luta pela sociedade inclusiva são internacionais e o Brasil está envolvido nele, pois milhares de brasileiros portadores de deficiência esperam por uma ocasião favorável de participar integramente da vida em sociedade como tem direito. Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de ‘integração instrucional’ que retém o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que "(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p.18). Essa política nos traz uma reflexão sobre o tipo de ensino, fazendo refletir que o ensino foi organizado para uma classe homogênea em que todas as crianças possuam o mesmo tempo de aprendizagem, sendo que a realidade é completamente diferente, independente de deficiência que possua ou não, a criança é um sujeito nesse processo que possui as suas próprias características. No ano de 2001, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica dão existência a um documento de pedido de ajuda nacional que visa a educação especial para dar auxílio a ação do processo de inclusão. Ao entender como inclusão “a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade”, o documento já determina a defesa por um ambiente escolar igualitário e assim, inclusivo. Tais regulamentos tem em si, sugestões no ramo político, técnico-administrativo e pedagógico para a prática da inclusão nas escolas brasileiras. O documento orienta a ação da sociedade brasileira na educação das crianças. Segundo Chaveiro e Barbosa (2005) no século XX inicia a fase da segregação, onde se forma as primeiras entidades de amparo aos indivíduos com deficiência em regime de internato, e onde também surgem neste período os primeiros progressos da área, visto que não existia mais o extermínio. Em concordância com o teórico, no decorrer desse período os sujeitos com necessidades especiais ainda eram rejeitadas do grupo social e até mesmo pelas próprias pessoas da família, os asilos eram dirigidos pela Igreja Católica, filantrópicos e de caráter assistencialista, no qual, pessoas que viviam ali pela vida toda e o propósito era está sempre à procura da adequação (SANTOS e FIGUEIREDO, 2006). Desse modo, os abrigos serviam de depósitos de pessoas, não existia interesse nenhum em tratamento, cuidado ou inserção destas pessoas na sociedade o objetivo era a separação total (ZAVAREZE, 2009). Nesse período as pessoas com deficiência eram vistas por muitos como seres que receberam demônios ou até mesmo receberam castigos pelos pecados dos pais e por esse motivo muitos era submetidos a tratamentos desumanos (FERNANDES, 2007). A época da integração é manifestada por um longo progresso nesta área, alguns indivíduos com necessidades especiais eram conduzidas as escolas regulares, porém sempre em contra turno as escola de ensino especializado, e só compareciam nessas escolas as crianças que chegasse mais próximo a um modelo de normalidade e competiam a eles adequar-se ao ambiente (FRIAS e MENEZES, 2009). Nesta fase, a integração foi ofertada na educação como complemento, em outras vezes foi completamente segregada (FÁVERO et al, 2009). Assim, pode se dizer que o discurso atual sobre o sujeito com deficiência é compreendido como um desvio de norma ou também como não ajustamento os padrões definidos como normais (ROZEK, 2009). As classes especiais nas escolas regulares emergiram no século XIX com a evolução asilar, a demanda social por escolaridade obrigatória e a incapacidade da escola de responder pela aprendizagem de todos os alunos. A inclusão é onde todas as pessoas com necessidades especiais têm que ser inseridas na escola regular, e a instituição de ensino devem proporcionar ambientes físicos adaptados e estratégias educativas que contribuam no total desenvolvimento das crianças de acordo com suas necessidades e especificidades (FRIAS e MENEZES, 2009). Para Mantoan, inclusão e educação inclusiva são respectivamente; Inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro. (MANTOAN, 2005, p. 24). Com base na teoria supracitada, a inclusão é um meio de estar e interagir com o outro, assim podemos perceber que inclusão é bem mais que estar no mesmo ambiente, é a socialização do outro com o grupo, com a intenção de desfrutar e compartilhar de pessoas de diferentes que trazem consigo a sua singularidade. Ainda está muito longe para que a inclusão seja de fato concluída, entretanto as pessoas já deram início em um procedimento de conscientização, reconhecem que as crianças com necessidades educacionais especiais – ANEE’s têm o direito de ir para a escola regular, mesmo ocorrendo impedimento por parte de instituições especializadas. EDUCAÇÃO INCLUSIVA O movimento de inclusão dos indivíduos com deficiência é algo ainda bem recente. Historicamente, a existência marginalizada da instituição escolar e da sociedade compõe-se à escolarização de um grupo de pessoas selecionada e homogênea. O sujeito que não pertencia a esse tipo de grupo permanecia excluso dessa sociedade. Com a democratização da escola aparece o paradoxo inclusão / exclusão. Dar-se início, então, a entrada dos indivíduos com deficiência às escolas, porém, em um sistema de integrar e não de incluir. Toda essa modificação, mesmo que lenta e pouco significativa, causa futuras e importantes mudanças no cenário para tentativas de uma educação inclusiva (BRASIL, 2007). Segundo Carvalho (2000), no fim do século XX aconteceram numerosos conflitos e muitas transformações, principalmente, no cenário da educação especial existente no Brasil desde o período imperial. A autora enfatiza que durante o século XX apareceram diversas expressões , como; Educação para todos; Todos na escola e Escola para todos, no entanto, no entanto, salienta que a concepção da educação inclusiva está sendo apresentada desde o século XVIII por Pestalozzi e Froebel quando ambos declaram a importância do “respeito à individualidade de cada criança” (CARVALHO, 2000, p.145). A Lei n° 4.024 de 1961 – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN) garantia o direito à educação em escolas regulares para as crianças portadoras de alguma deficiência ou superdotadas. A Constituição Federal, em seu artigo terceiro, inciso quinto, estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm como objetivo fundamental “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Outros artigos referenciados por BRASIL (2007) asseguram a frequência de todos às escolas regulares do sistema. Sendo um deles o artigo 205 que estabelece: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 56). De acordo com a citação supracitada, a educação inclusiva é a confirmação de direitos humanos. Pois, a educação inclusiva “é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação” (BRASIL, 2007, p. 2). Apesar de todos os progressos e avanços humanitários em direção ao cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência, não podemos deixar de analisar o outro lado dessa história. O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA O professor é um profissional que exerce em diversas categorias da ação educativa direta ou indiretamente ligadas à organização e aos sistemas de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, visando, propósitos de criação humana primeiramente determinados em sua contextualização histórica. Para tanto o “programa de formação de professores deve inserir um abrangente fundo de educação profissional comum e especializado. “Além disso devem ser-lhe proporcionadas experiências práticas, integradas com a teoria” (MAZZOTA, 1996, p. 43). Com isso o autor coloca quer os profissionais da educação, também se mostram ausentes ao desafio que estamos vivenciando na educação de crianças com algum tipo de necessidade especial. Pois, ainda não compreenderam que a Educação Especial é integrante da Educação Geral, como está sugerido na Política Nacional de Educação Especial. Ao examinarmos os registros alusivo ao tema, sempre nos deparamos com essa necessidade da associação da teoria e prática. A educação especial sendo um ramo de ciência relativamente nova na área da pedagogia, vários professores se veem sensibilizados perante as concepções e estruturas sociais no que se refere às pessoas vistas como “diferentes”. Consequentemente, a partir do século XVI, a educação pesquisa por teorias e práticas centrada a uma educação de qualidade, com profissionais comprometidos em oferecer aos alunos uma educação de qualidade, independentemente de suas diferenças individuais. Nesse ponto de vista de aberto a conhecer o outro, Freire (2005) em sua obra Pedagogia da Autonomia afirma que O ideal é que na experiência educativa, educandos, educadoras e educadores, juntos ‘convivam’ de tal maneira com os saberes que eles vão virando sabedoria. Algo que não é estranho a educadores e educadoras. (FREIRE, 2005, p. 58). De acordo com Freire, para formar uma instituição que receba crianças de forma adequada com características, potencialidades e ritmos diferenciados de aprendizagem, é necessário que se tenha muito mais que professores e demais profissionais que normalmente uma escola apresenta. Torna-se de suma necessidade que os profissionais, em especial os professores sejam qualificados para praticar essa missão, auxiliando a verdadeira necessidade de cada aluno. Perante a isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/1996, artigo 62, situa: A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 2006) Percebe-se que a Lei de Diretrizes e Bases Nacional validou as frases formação de profissionais da educação e formação de docentes, destacando que se encaixa também aos sistemas de ensino favorecer uma formação profissional continuada. Ao mesmo instante em que decretou a união entre a teoria e a prática, por meio da formação contínua, e o rendimento anterior como causas da formação dos profissionais da educação. O papel do professor é muito importante na educação inclusiva, ciente que o educador é a “autoridade competente, direciona o processo pedagógico, interfere e cria condições necessárias à apropriação do conhecimento” (GAZIM et. al, 2005, p.51). O professor é o mediador entre o aluno e o conhecimento e compete a ele possibilitar condições pedagógicas em que os discentes com necessidades educacionais especiais tenham consenso e desenvolva o seu potencial humano afetivo, social e intelectual, rompendo os obstáculos que se impõem. Diante de diversos obstáculos que os professores têm que encarar na educação inclusiva, Bueno (2001) ainda justifica ser fundamental favorecer uma análise das verdadeiras condições dos sistemas de ensino, a fim de que a inclusão ocorra de forma progressiva, contínua, sistemática e planejada. De acordo com Mantoan (2004, p. 39): A inclusão é produto de uma educação plural, democrática e transgressora. Ela provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional que, por sua vez, abala a identidade dos professores e faz com que a identidade do aluno se revista de novo significado. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, sem identidade fixada em modelos ideais, permanentes, essenciais (MANTOAN, 2004, p. 39). De acordo com Mantoan, a melhor forma para precaver o fracasso escolar e os melhores percussores das boas práticas de ensino são o respeito e a importância de valorizar a diversidade. Uma escola sozinha não consegue ser englobante e inclusiva e nem ser capaz de responder à diferença e à individualidade se toda a sociedade escolar não tiver de acordo com esses valores. A inclusão simplesmente é um processo de inovação que requer um estímulo de reconstrução e atualização de algumas instituições de ensino, fazendo com que essas instituições encontrem uma reestruturação escolar, expandindo seu projeto político-pedagógico, inserindo novas práticas aos currículos e elaborem adaptações físicas essenciais para apoiar os alunos. Nesse momento é muito significante destacar que a princípio básico da educação inclusiva consiste que: [...] todas as crianças deveriam aprender juntas, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos, por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, usam de recursos e parceria com a comunidade (UNESCO, 1994, p. 05). Na educação inclusiva os profissionais precisam pesquisar um ensino que tenha em vista o respeito entre os alunos, onde se deve beneficiar o desenvolvimento da consciência, expondo que todos são iguais, independente de sua etnia, situação econômica e as demais diferenças, já que de acordo com Crochik (2002) compartilhar atividades com alunos com deficiência pode permitir aos demais: [...] auxiliar os que não sabem com o seu saber e aprender pela própria experiência, os seus limites e o dos outros, [experiências que] podem dar-lhes algo que a busca da perfeição impede: o entendimento da vida e a possibilidade de vivê-la (CROCHICK, 2002, p. 295). As citações supracitadas trazem reflexões que levam o professor a ir à busca por liberdade, igualdade e fraternidade dentro da sala de aula, possuindo conhecimento dos limites de seu desempenho e procurar reverter as limitações impostas, além de reconhecer a heterogeneidade como um elemento enriquecedor do movimento social e pessoal dentro da sala de aula. Mantoan (2006) declara que é preciso recuperar, imediatamente, a confiança dos professores em saberem lidar e desenvolver o processo de ensino aprendizagem com todas as crianças, sem exceções. Portanto, para que isso ocorra, é conveniente propiciar aos educadores a participação em cursos que defendam meios educacionais tendo em vista à participação ativa e consciente de todos os educandos no processo de ensino-aprendizagem, porém, além dessa participação em cursos que ofereçam bases para os mesmos é de suma necessidade que estes educadores procurem dentro de sala de aula realizar o seu trabalho da melhor maneira possível para todos os alunos, sejam eles com ou sem necessidades especiais. Ensinar é uma tarefa que envolve principalmente conhecimento acerca de como se dá o processo de ensino/aprendizagem, é fundamental uma boa formação e dedicação para pôr em ação tudo o que se estuda na teoria. Quando falamos em referência ao professor, ao invés de admitir suas próprias falhas e dificuldades, o docente acaba responsabilizando o aluno por sua incompetência, possuindo como suporte as suas dificuldades físicas e psicológicas. Todos os professore não suportam a ideia da frustação como profissional, provavelmente por isso seja fácil aceitarem a falácia de que algumas crianças não conseguem aprender (BARBOSA 2000). Assim, é preciso destacarmos as atitudes que são cabíveis aos educadores realizar na prática pedagógica na intenção de aprimorar a aprendizagem de todos os educandos incluídos no processo e não dedicarmos nas dificuldades dos alunos. De acordo com o MEC as adaptações curriculares são: Respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e dentre estes, os que apresentam necessidades educacionais especiais: a) de acesso ao currículo; b) de participação integral, efetiva e bem-sucedida em uma programação escolar tão comum quanto possível; (BRASIL, 2000, p. 7) Os professores têm a total liberdade de adequar o currículo de modo que ele considerar mais conveniente para os rendimentos de aprendizagem dos alunos, de maneira que beneficie a comunicação e interação dos mesmo no espaço escolar e tais adaptações são chamadas assim por não reivindicar aprovação de instâncias superiores e obter sua execução inteiramente realizada através do trabalho docente. É de competência do educador realizar trabalhos dentro de sala de aula possibilitando convívio e troca de saberes entre os alunos. O desenvolvimento de alguns métodos pode ser decisório para gerar um grupo de cooperação em que os alunos que apresentam aptidões em uma matéria consigam auxiliar os que apresentam menos habilidades, ou seja, como o docente tem que lecionar crianças que apresentam ou não necessidades especiais, ele pode contar com ajuda dos próprios alunos para que a inclusão ocorra de fato. Com isso, é fundamental que o docente seja consciente da sua função social para assim poder oferecer apoio a criança a compreender a sociedade onde está incluída e a diversidade do conhecimento que se deseja alcançar, tendo em vista como propósito uma aprendizagem na intenção de solucionar os impasses que a vida vai apresentá-lo, mostrando um olhar reflexivo de tudo que irá aparecer no decorrer da vida. Dessa forma, haverá possibilidades dele compreender e interpretar os obstáculos que surgem no dia a dia. Com a formação continuada, o docente tem acesso as novidades no campo que atua, na didática e nas metodologias de ensino. Desta forma, ele pode comparar o novo conhecimento assimilado com os conceitos científicos da sua graduação, acrescentando um suporte a mais aos conteúdos ofertando a seus discentes. Gimeno Sacristán (1999) coloca em evidência o ato educativo do professor e sua intencionalidade. [...] a educação não é algo espontâneo na natureza, não é mera aprendizagem natural, que se nutre dos materiais culturais que nos rodeiam, mas uma invenção dirigida, uma construção humana que tem sentido e que leva consigo uma seleção de possibilidades, de conteúdo, de caminhos. (Gimeno Sacristán 1999, p. 37) As práticas docentes na maioria das vezes são propositadas, pois se objetivam os conhecimentos adquiridos com as vivencias. No entanto, essas vivencias ocorrem numa ordem cronometrada, à ordem da experiência é a aquela do momento que ela ocorre, sobretudo por se tratar de relacionar-se com outros sujeitos ou grupo de indivíduos que podem apresentar atitudes imprevisíveis. Assim, fica evidente que a carreira de professor é uma das mais importantes, pois a ele compete instruir futuros cidadãos e proporcioná-los a base para as demais carreiras. No entanto, pode-se dizer que o professor é um sujeito influente e motivador pela educação da sociedade como um todo. Em vista disso, a formação continuada é um meio de ofertar uma base para os professores. Que também, por sua vez por sua vez, finda ofertando possibilidades para resolver incertezas e indagações que aparecem no decurso da carreira, enriquecendo frequentemente o trabalho desse profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebe-se que ocorreu um enorme progresso nas entidades de ensino para a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais, fazendo com que os educadores procurassem novos modelos e novas formas de lecionar, com o intuito da inclusão de todos no ensino regular, melhorando a autonomia e independência desses alunos. É responsabilidade do professor praticar um trabalho pensando no direito da igualdade e de oportunidade para todos, ofertando a cada sujeito o que atende melhor a necessidade de cada um, respeitando suas características, interesses e habilidades. Desenvolver uma educação que atenda a diversidade dos indivíduos e adquirir conhecimento com isso, desfrutando de saberes formados por cada um no ponto de vista de um desenvolvimento entre os sujeitos, uma vez que a perspectiva de aprendizagem desses sujeitos está relacionada em direção ao objetivo de aprender, incentivado pelo docente e por todas as pessoas que se relacionam, facilitando a aprendizagem de novas funções cognitivas que será fundamental para sua vida escolar, independentemente de suas necessidades ou capacidades. É preciso que aconteça muitas mudanças nas partes estruturais e pedagógicas, para que assim, os docentes sejam capazes de trabalhar na educação inclusiva, rompendo barreiras e abrindo portas para os discentes com vários perfis e graus de dificuldades e habilidades. Também é, de suma importância que o professor faça especializações para intervenção desse trabalho de modo que assegure um estímulo direcionado ao padrão de vida dos alunos e os convertendo em cidadãos responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade num todo, onde tenha o respeito mútuo perante a diversidade e das diferenças. Diante dessa pesquisa, compreendemos a importância do professor no processo de formação continuada, é pelo professor que os discentes aprendem a conviver com as diversidades e diferenças na escola, estabelecendo um ensino voltado à compreensão e para a reciprocidade do respeito, onde não tenha distinções, visto que não existem sujeitos melhores e nem piores devidos às suas especificidades, o que encontra são as desigualdades que necessitam ser vencidas. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. _____. Declaração de Salamanca. Brasília, 1994 _____. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF.2007. _____. Ministério da educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.392/96. 2007. BUENO, J. G. S. (2001). A inclusão de alunos deficientes nas classes comuns do ensino regular. Temas sobre Desenvolvimento, v. 9, n. 54, (pp. 21-7). São Paulo: Memnon. CHAVEIRO, Neuma; BARBOSA, Maria Alves. Assistência ao surdo na área de saúde como fator de inclusão social. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 39, n. 4, p. 417-422, 2005. CROCHÍK, J. L., Apontamentos sobre a educação inclusiva. In. SANTOS, G. A. e SILVA, D. J. da (org.) Estudos sobre ética. A construção de valores na sociedade e na educação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p. 279-297. DECHICHI, Drª Claudia; DA SILVA, Drª Lázara Cristina. II–Princípios e fundamentos da educação especial, 2012. FERNANDES, Sueli. Fundamentos para educação especial. Curitiba Ibpex, 2007. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. FRIAS Elzabel, MENEZES Maria. Inclusão escolar do aluno com necessidades educacionais especiais. GAZIM, E. et al. Tendências pedagógicas brasileiras: contribuições para o debate. Revista Chão da Escola. Curitiba, n. 4, p. 41-52, out. 2005. GIMENO SACRISTÁN, J. Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: ARTMED Sul, 1999. 24 MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna 2004. ______________. A hora da virada. Inclusão: Revista da Educação Especial, Brasília, v. 1, n. 1, p. 24-28. 2005. MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. São Paulo: Cortez, 1996. ROZEK Marlene. A educação especial e a educação inclusiva compreensões necessárias, 2009. SANTOS, Rosirene Campêlo; FIGUEIREDO, Valéria Maria Chaves. Dança e inclusão no contexto escolar, um diálogo possível. Pensar a Prática, v. 6, p. 107-116, 2006. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 4 ed. Rio de Janeiro: WVA, 2002. SCHNETZLER, R. P. Como associar ensino com pesquisa na formação inicial e continuada de professores de Ciências? Atas do II Encontro Regional de Ensino de Ciências. Piracicaba: UNIMEP, 18-20 out, 1996. UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de ação sobre necessidades educativas especiais. [Adotada pela Conferência Mundial sobre Educação para Necessidades Especiais]. Acesso e Qualidade, realizada em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994. Genebra, UNESCO 1994. ZAVAREZE, Taís Evangelho. A construção histórico cultural da deficiência e as dificuldades atuais na promoção da inclusão. Revista Psicologia Eletrônica, p. 1-5, 2009.

Título do EventoEDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADETítulo dos Anais do EventoAnais Educação e Formação Continuada na ContemporaneidadeNome da EditoraEven3 Meio de DivulgaçãoMeio DigitalDOIObter o DOI

Como citar

MAIA, Maria dos Navegantes Ferreira da S. et al.. O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: <https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/237717-O-PAPEL-DO-PROFESSOR-NA-EDUCACAO-INCLUSIVA>. Acesso em: 24/12/2022 14:37

Trabalho

Qual o papel do professor em uma escola inclusiva?

Qual é o papel do professor em uma escola inclusiva?

Assim respondendo a primeira questão, o papel do professor na educação inclusiva é de ser, facilitador no processo de aprendizagem e contribuir na evolução de seus alunos através do planejamento contínuo e o respeito mútuo entre eles.

O que é ser um professor inclusivo?

Professor inclusivo é aquele que prepara a sala de aula para alunos especiais, oferecendo espaço para locomoção, integrando o aluno ao convívio e relacionamento com outros alunos que não possuam deficiência e que vencem os próprios preconceitos na busca de um mundo mais igualitário.

O que o professor de educação inclusiva deve envolver?

O professor deve pensar em cada um dos seus alunos como pertencente a uma rede de relações e, portanto, com características resultantes da integração entre o que têm em potencial e as experiências relacionais que tiveram desde o seu nascimento, tanto com pessoas como com o mundo material: pequena e grande família, ...

Qual deve ser a atitude do educador no processo de inclusão escolar?

A educação inclusiva deve fazer parte do sistema regular de ensino, oferecendo educação adequada às diferenças e as necessidades de cada aluno. Portanto, é preciso que sejam criados novos caminhos e recursos para que todos os alunos possam se desenvolver.