Qual a importância da alimentação saudável na infância e adolescência?

A nutricionista, Jacqueline Leão, explica a importância da alimentação saudável para o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças. 

Por que é importante estimular hábitos alimentares saudáveis para as crianças?

É importante para a prevenção e a longevidade saudável. Hoje em dia vemos cada vez mais crianças com doenças comuns para adultos e adultos com doenças que só teriam na terceira idade. O trabalho da nutrição com crianças e adolescentes é a prevenção de problemas futuros.

De que maneira a alimentação impacta na saúde das crianças a curto, médio e longo prazo? 

A curto prazo impacta no desenvolvimento cognitivo, na aprendizagem, concentração e disposição para fazer atividades. A médio prazo é mais a questão do estabelecimento de valores, porque, principalmente os adolescentes estão muito distantes da nutrição, estão comendo muitos alimentos industrializados e promovendo uma vida adulta doente. E a longo prazo é a prevenção. 

Quais são as consequências que a má alimentação pode ter na vida deles?

O impacto é essa epidemia, é a obesidade, são as doenças como diabetes, hipertensão, cardiovasculares. Hoje em dia a realidade é correr para a farmácia, correr para o médico, mas ninguém se atenta a estar bem e entender que são os nutrientes que vão fazer a diferença. 

Qual é o papel da escola nesse momento? 

A base deve vir dos pais e a escola deve dar continuidade a essa ideia como um reforço. A escola na parte social é fundamental em relação a educação nutricional, principalmente, na parte da atividade física, que é uma atividade lúdica também. 

Como os professores podem trabalhar o tema nas salas de aula? 

Eles podem focar, por exemplo, em uma feira de ciências e incluir a alimentação, trabalhar com cores e texturas, a área sensorial da criança, fazer receitas e inclui-la nessa brincadeira, incluir o alimento dentro das disciplinas e falar, por exemplo, da vegetação de determinado lugar. 

O professor não precisa ser formado em nutrição, mas ele pode dar uma pincelada e puxar para algum alimento, fazer alguma atividade ou seminário. Eu acho que a escola tem um prato cheio para dividir ideias e ações que pode criar.

De que forma podemos estimular as crianças? 

Eu gosto muito de incentivar as crianças a fazerem horta em casa, plantar, mandar foto, experimentar uma colher, não precisa experimentar um prato cheio. O importante é mastigar, é descobrir sabores e texturas.

Temos que fazer um trabalho com os pais também, eles precisam entender o que é degustar, a paciência e a tolerância de ver a evolução, porque algumas crianças evoluem rápido e outras não, então tem uma série de fatores que analisamos e aplicamos. 

A alimentação deve fazer parte do cotidiano para que as crianças não tenham medo dos alimentos in natura, porque elas não têm medo dos industrializados.

Saiba por que a educação alimentar e a formação do paladar são fundamentais para que seus filhos cresçam com saúde

Poucas coisas são tão gratificantes para os pais quanto ver os seus filhos se alimentando bem. Todo mundo quer ver um filho sempre com um prato cheio de legumes e verduras e, pelo menos a maioria, sabe que uma alimentação correta nos primeiros anos da vida é fundamental para que ele se torne um adulto saudável. Um discurso que funciona bem na teoria, mas que na prática não ocorre da forma como é enunciado. Isso ocorre pelos mais diversos fatores que vão desde a situação socioeconômica, passando pelos hábitos culturais até a rotina turbulenta e a falta de tempo das pessoas, principalmente nos grandes centros.

Em 2018, o Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância – divulgou dados que mostram que, no mundo todo, 149 milhões de crianças menores de 5 anos sofrem de déficit de crescimento ou estão muito baixas para a idade, sendo que 50 milhões delas apresentam baixo peso para a sua altura. No mesmo estudo, o órgão internacional diz que 340 milhões de crianças com menos de 5 anos sofrem de fome, caracterizada pela falta de nutrientes essenciais como vitamina A e ferro, o que prejudica a capacidade de desenvolverem todo o seu potencial. O levantamento ainda mostra que 40 milhões estão obesas ou com sobrepeso. Números bastante expressivos, que apontam para a má alimentação infantil como causa de diversas doenças que afetam principalmente as populações mais pobres como a do Brasil.

E você? Como tem tratado a alimentação dos seus filhos? Na sua casa, as crianças têm acesso a alimentos nutritivos, seguros e sustentáveis? Fique tranquilo. Os especialistas convidados do Bem Viver Em Minas irão ajudar respondendo tudo o que você precisa saber para servir comida de qualidade para os pequeninos.

Educação alimentar

Atualmente a má alimentação infantil é o principal fator de risco para o surgimento de doenças. O Dr. Paulo Miranda, médico endocrinologista cooperado da Unimed BH e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, alerta para a gravidade da situação que envolve a pouca qualidade da alimentação das crianças de maneira geral e as suas consequências: “isso é uma preocupação de saúde pública e o impacto em termos de doenças crônico-degenerativas será enorme com o avançar da idade desse grupo populacional”.

O médico cita a necessidade de se estabelecer processos de educação alimentar dentro de casa e nas escolas. “Criança necessita de tutela e educação em todos os pontos. O que se oferta a ela deve ser organizado, antes de tudo, pelos pais, e depois no ambiente escolar”, afirma. Para reforçar a importância do que se aprende dentro de casa, o médico cita a adaptação das crianças aos alimentos hiperpalatáveis como salgadinhos, salsichas, biscoitos recheados e carnes processadas, como responsável por criar um hábito alimentar errado nas crianças. “Isso acontece pela perda da transferência cultural dos hábitos culinários familiares, como as receitas que passam por gerações, o ato de cozinhar em conjunto, de trazer a criança para o preparo do alimento”, salienta. O médico cita a própria experiência como exemplo de como a convivência em família pode melhorar a alimentação de todos na casa: “durante esse processo de pandemia, tive mais tempo de ficar em casa e desenvolvi várias atividades relacionadas à culinária com o meu filho que, depois disso, passou a aceitar diversos alimentos que com o tempo ele já não estava querendo mais incluir no dia a dia”.

Formação do paladar

A especialista em nutrição clínica esportiva e funcional do Grupo Pardini Pollyana Guimarães ressalta a responsabilidade dos pais na formação da educação alimentar da criança e reforça outro ponto nesta relação: “a criança não tem autonomia de compra, ela não vai ao supermercado e compra o que quer. São sempre os pais que oferecem”, lembra.

Pollyana chama atenção para o fato de que a educação alimentar precisa ser implementada desde os primeiros dias de vida da criança. “Gosto de priorizar com os pais para que formem o paladar dos seus filhos até os dois anos de idade, porque depois disso a criança começa a ficar seletiva e se a introdução alimentar não foi bem-feita, a tendência é que as escolhas sejam por alimentos ultra processados”. Ela lembra que uma educação alimentar, precedida de uma formação de paladar correta, pode evitar vários problemas de saúde que surgem hoje em dia cada vez mais cedo. “A dica é criar hábitos saudáveis na alimentação quando criança, para quando chegar na fase da adolescência para a vida adulta, isso não acarretar problemas como hipertensão, diabetes, pressão alta, colesterol alterado, entre outras ocorrências. Isso parte da conscientização dos pais”, conclui.

É muito importante dar o exemplo!

Como vimos, as crianças observam as atitudes das pessoas que convivem com ela. Ou seja, investir em comidas saudáveis como frutas, legumes e verduras é o primeiro passo para dar o exemplo dentro da sua casa. E para melhorar ainda mais a relação das crianças com a alimentação, fomos buscar mais informações, como as dicas que o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg deu no site do Bem Estar, no G1, e que trouxemos especialmente para você:

  • Sem negociação: a hora de comer não deve ser negociável. Nada de doce como moeda de troca, por exemplo.
  • Tente entender por que a criança não quer comer.
  • Faça alimentos com temperos menos tradicionais (pimenta, gengibre, cúrcuma).
  • Crie uma rotina em casa. Na hora do jantar, todos juntos na mesa, comendo. O foco não deve ser a comida, mas o momento familiar.
  • Prepare frutas grelhadas.
  • Ofereça alimentos de diferentes formas.
  • Use o macarrão como base e acrescente verduras, legumes e carnes.
  • Não dê doces fora do horário estipulado.
  • Faça misturas que escondam os alimentos.
  • E lembre-se: nem toda criança vai comer tudo e isso não é problema!

Saiba Mais

  • Vídeo Personalizado: Que tal mostrar carinho por alguém especial através de um filme exclusivo para você?

  • VÍDEO: Papo com Especialistas debate temas importantes sobre saúde e bem estar.

  • QUIZ: Qual é a sua relação com a alimentação?

  • Desafio #BemViverEmMinas: compartilhe conosco momentos e delícias que são suas receitas de felicidade

Qual a importância da alimentação saudável na infância e adolescência?
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Qual a importância da alimentação saudável na infância e na adolescência?

A alimentação saudável na infância e na adolescência promove a saúde, o crescimento, o desenvolvimento e previne problemas de saúde, tais como a anemia por deficiência de ferro, obesidade, e cárie dental; e pode prevenir problemas de saúde em longo prazo, como doenças cardíacas, câncer, diabetes, hipertensão, ...

Qual é a importância da alimentação saudável na infância?

Ter uma alimentação saudável durante a infância é fundamental para que a criança tenha nutrientes suficientes para suas atividades diárias, além de prevenir diversas doenças que são causadas por alimentos processados e sem nutrientes. As crianças criam hábitos tendo como exemplo o estilo de vida dos pais.

Como ter uma alimentação saudável na infância?

Como estimular uma boa relação com alimentação nos pequenos?.
Aposte em uma dieta variada e com novidades. ... .
Atente aos ingredientes dos alimentos industrializados. ... .
Envolva seus filhos nas compras e na preparação dos alimentos. ... .
Garanta que as refeições fora de casa sejam balanceadas..

Qual a importância dos hábitos saudáveis na puberdade?

Uma nutrição adequada e hábitos alimentares saudá- veis desempenham importante papel no processo de crescimento, pois contribuem para o desenvolvimento de todo o seu potencial.