Qual a importância da Filosofia da Educação para uma pedagogia além das salas de aula?

Considerada indispensável ao currículo do Ensino Médio, a Filosofia e a Sociologia foram aprovadas, em julho de 2006, pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), como disciplinas obrigatórias no currículo do Ensino Médio.

Tal exigência se deu devido à percepção que educadores tiveram ao constatar os benefícios que a disciplina oferece aos alunos que trabalham com ela.
A Filosofia em especial, leva o aluno à oportunidade de desenvolver um pensamento independente e crítico, ou seja, permite a ele experimentar um pensar individual. Sabe-se que cada disciplina apresenta suas próprias características, bem como auxilia a desenvolver habilidades específicas do pensamento que é abordado.

No caso da Filosofia, essa permite e dá oportunidade de realizar o pensamento de maneira bastante pessoal.
O Ensino Médio é geralmente considerado pelos educadores como uma fase de consolidação do aluno jovem, de sua personalidade e seus desejos, a Filosofia apresenta um papel importante e fundamental no sentido de colaboração.

A Filosofia é bastante questionada enquanto disciplina, é necessário que os educadores se conscientizem de que o ensino não deve ser considerado como uma disciplina a mais a ser ensinada. O ideal é que o professor que tem a responsabilidade de aplicar tal disciplina tenha em mente o quanto é necessário fazer com que seus alunos não fiquem dependentes de livros didáticos, não desmerecendo, mas no sentido de não tender para os tão famosos “decorebas” de idéias e autores.

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Aos educadores que se preocupam com a melhor forma de aplicar a Filosofia, não existe receita pronta. Recomenda-se a priorização de práticas que favoreça a formação de jovens capazes de desenvolver seu próprio pensamento e crítica, formando cidadãos capacitados para enfrentar as diversas situações que poderão surgir em suas vidas.

A Filosofia é fundamental na vida de todo ser humano, visto que proporciona a prática de análise, reflexão e crítica em benefício do encontro do conhecimento do mundo e do homem.

Vagner Luciano de Andrade (*)

Quando se pensa em educação do Século XX, uma pessoa, em especial vem à mente. Helena Antipoff, educadora russa que plantou em solo mineiro uma contribuição importantíssima para e educação nacional. Dedicou-se às crianças que perderam seus pais na guerra, aos meninos do campo, às crianças de rua, aos meninos pobres, às crianças excepcionais, ao teatro infantil e ao escotismo. Tinha uma percepção ecológica e geográfica única: adorava pássaros e flores e segundo ela “se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los imóveis, em carteiras enfileiradas e salas sem ar, perdendo tempos em exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.” Certamente já compreendia que a educação acontece “muito além da sala de aula” sendo algo libertador, ao invés de prender, e que o aluno livre poderia desenvolver plenamente. Educar é construir novas formas de ver e pensar realidades. O docente utilizando de inúmeros conceitos originários de outras áreas busca formar o cidadão do novo mundo.

Uma educação além da sala de aula vai além da inovação tecnológica e demais prodígios da filosofia da mente. Educar é um retrato pintado conjuntamente por educadores e discentes, no qual a importância do sentimento se consolida e se frutifica. Educar pressupõe desafios, dentre os quais o do amor na educação. Devemos orientar os alunos a amar a Terra, casa maior, que abriga e alimenta. Aí entra a Ecologia profunda, o contato com a natureza, berço acolhedor da vida, permitindo a comunhão e o cuidado. Como diria a música “Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida”’ (Caetano Veloso), esse contato permitirá a admiração, o respeito e o amor a todas as formas de vida, que partilham conosco este planeta encantador. Isso permitirá o despertar, o refletir e o agir libertando-nos de prisões interiores.

O Construtivismo fala indiretamente de Amor, um sentimento cada vez mais em desuso e esquecimento. O amor é o instrumento mais importante na prática educativa, devendo orientar os alunos para o acolhimento, a harmonia, a percepção e o cuidado. Emprestamo-nos de Rubem Alves quando ele alega que esta “força” é capaz de transformar o mundo, porque transforma o coração humano. Como ele mesmo diria “mundos melhores não são feitos, eles nascem. E nascem de onde? Do amor. O único poder de onde as coisas nascem. (…) Para isso sou educador. Desejo ensinar o amor.” Assim conclui-se que ser professor é, sobretudo amar e cativar, e como diria o Pequeno Príncipe: “Tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” (Antonie de Saint Exuphéry).

Qual a importância da Filosofia da Educação para uma pedagogia além das salas de aula?

Fonte: Acervo Antipoff

Então o Construtivismo se lança na reformulação das práticas tradicionais e ultrapassadas. Para isso é indispensável uma educação integralmente voltada para a ética, os valores humanos, o meio ambiente, a cultura, o gênero e consumo, que contribua para formação do aluno em sua totalidade e incentive a paz, a criatividade, a sensibilidade, a responsabilidade e o respeito. As teorias construtivistas têm muito a ver com a proposta de Educação do Século XXI como aquela que “busca a formação e o desenvolvimento intelectual, físico, social, moral, emocional e espiritual do ser humano”, reafirmando a importância da participação dos pais como primeiros educadores. Os objetivos do Construtivismo expressam efetivamente, a essência cristalina da educação: contribuir para a formação plena do ser humano. A Educação para o Século XXI é integralmente voltada a capacitar o aluno para o comprometimento consigo mesmo, com o outro, com a comunidade, com a vida e com o planeta, formando assim novos cidadãos que derrubem os atuais padrões de egoísmo e competição estruturados na sociedade.

E nesta perspectiva de educação emancipadora, os professores de Artes, Biologia, Filosofia, Geografia, História, Religiosidade e Sociologia têm muito a contribuir neste sentido devido ao fato de serem educadores de ciências amplas e abrangentes, que procuram fazer uma análise completa da relação ser humano/meio ambiente e das inúmeras relações naturais e sociais que acontecem sobre o espaço. Ao compreendermos que este espaço mantém uma estreita relação com o homem, sendo ambos inseparáveis, devemos como professores contribuir para que o ser humano seja consciente, crítico e atuante na busca da qualidade de vida e justiça social, porém com harmonia e equilíbrio sem imprimir uma marca destrutiva neste planeta que acolheu com carinho, a dádiva da vida. A destruição da vida ecológica e demais atributos naturais do planeta tem sido chamados de Antropoceno e merecem atenção educativa, coletiva e, sobretudo civilizatória.

O construtivismo ao frisar a importância da autonomia dos alunos no processo de aprendizagem ressalta a importância da auto percepção no cotidiano e realidade, visando o desenvolvimento da unidade (reconhecimento e valorização sadia de si mesmo), que levará ao entrelaçamento (busca) e à totalidade do ser (percepção e comunhão com o outro, com o meio), preparando os alunos para a participação socioambiental coletiva, os valores socioculturais, e à ação responsável, destruindo assim sentimentos como o egoísmo, a individualidade, a indiferença, o desprezo, o não comprometimento.

Qual a importância da Filosofia da Educação para uma pedagogia além das salas de aula?

Alunas do Curso Normal em atividade pedagógica na horta da FHA
Fonte: Fundação Helena Antipoff – Fha

No construtivismo haja constante necessidade da coerência, do comprometimento com atitudes, hábitos e valores verdadeiros. Quando o professor é coerente e pratica o que ensina, os alunos certamente se espelharão nele. Devemos dar um basta no “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, nos portando como exemplo, mesmo sendo seres suscetíveis ao erro. E o erro quando inevitável deverá nos conduzir ao aprendizado e amadurecimento. A análise e a crítica certamente levarão a reflexão e a ação necessárias à transformação deste mundo num lugar mais justo e harmônico, onde todos tenham acesso à vida em sua plenitude.

Uma das propostas do construtivismo que se refere à participação social como instrumento para se transpor os muros da escola, que deverá mobilizar a comunidade na busca da qualidade de vida e na superação da exclusão social. Destaca-se aqui a importância da consciência crítica na formação dos alunos para que eles analisem o ambiente natural e social que os cercam, bem como as relações estabelecidas em ambos. Assim o Século XXI traz questões emergenciais que não podem ser negligenciadas como a articulação entre saberes e fazeres. Reformular o ensino objetivando formar cidadãos requer o ensino integrado e sistêmicos de Artes, de Cidadania, de Cultura, de Ecologia, de Esportes, de Ética, de Geografia, de História, de Lazer, de Literatura, de Matemática, de Português, de Religiosidades, e de Saúde, em todas as etapas de formação numa concepção interdisciplinar, transdisciplinar e multidisciplinar. A escola contribuirá para o fortalecimento da comunidade ao escutar o desejo comunitário, ao valorizar a cultura popular, ao promover à percepção crítica da realidade local.

A parceria escola/comunidade poderá fazer daquele bairro cada vez melhor para se viver e os alunos poderão sair dos limites da sala de aula, participando ativamente na comunidade em que vivem. Alguma experiência construtivista de projetos concretos em educação voltados para a informação, conhecimento, comprometimento e mobilização da sociedade, através de parcerias entre a escola, associações de bairro e igrejas. O educador e geógrafo Aziz Ab’Saber, que reforça a necessidade de criar nos alunos uma intimidade e integração com o lugar onde vivem. O professor deve fazer de seu ato de educar uma constante oficina de talento que leve ao conhecimento local para entendimento e atuação. É dele uma fala inesquecível: educar é “’escolher a melhor maneira de incentivar os alunos e extrair o que eles têm de melhor”, mensagem com a qual gostaria de encerrar este trabalho. Um bom exemplo podem ser atividades específicas em Ecologia e Geografia sobre o estudo das causas e consequências da poluição ambiental, incluindo trabalho de campo para mapeamento e diagnóstico de locais de bota-fora do lixo e levantamento do histórico da degradação ambiental no bairro e município. Ambos os projetos permitem aos alunos saírem da sala de aula, para explorarem suas potencialidades através da investigação, do reconhecimento e da análise, transformando-os em cidadãos conscientes e atuantes na realidade onde vivem.

Qual a importância da Filosofia da Educação para uma pedagogia além das salas de aula?

Aluno da Fazenda Rosário na oficina de cerâmica, 1960. Fonte: Acervo Antipoff

Construir novos cidadãos impõe o desafio de ir além de uma educação certificadora que se atem apenas aos processos tradicionais que serão repassados até a conclusão das etapas e consecutiva certificação. Educar é transformar a realidade. Na Europa existem organizações sociais voltadas a atender às necessidades básicas humanas e de melhoria na qualidade de vida, associadas à proteção ambiental, onde meditação, relaxamento, automassagem, contação de histórias fazem parte do cotidiano educacional. Os alunos saem a campo onde o imaginário e os cinco sentidos são usados na compreensão das complexas relações que acontecem na natureza e na sociedade. Neste contexto pode ser citado o exemplo educativo das ecovilas europeias, escolar que vão além da sala de aula tradicional e da mera certificação.

Por último, em tempos de desmantelamento da educação por políticos cegos e obstinados por puro poder, faz-se necessário que o país assuma a educação como sua meta principal. Também sendo necessários, investimentos no professor e eliminação da exclusão, a retenção e a evasão presentes no cotidiano da escola. Infelizmente as páginas internacionais ainda mostram a realidade da educação no país, onde a escola, espaço-referência na sociedade, encontra-se completamente desestruturada desconsiderando toda uma dinâmica construída pela sociedade: a necessidade de se harmonizar e equilibrar a relação homem/natureza, através do crescimento econômico aliado à preservação ambiental e justiça social. Que as palavras mágicas de Antonie de Saint Exuphéry, de Aziz Ab’Saber, de Caetano Veloso, de Helena Antipoff e de Rubens Alves sejam a bandeira dos brasileiros na construção de uma nova forma de ensinar e aprender. Educação para o Século XXI, bandeira mor o Brasil de todos, que cismam em fazer de poucos.

Para saber mais

Helena Antipoff, amor pela pedagogia. Documentário sobre a sua vida e obra – PGL.gal


Imagem de destaque: Acervo Helena Antipoff

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Qual a importância da Filosofia da Educação para o curso de pedagogia?

A filosofia se mostra imprescindível na formação do educador, pois oferece a ele métodos para analisar profundamente a complexidade dos problemas educacionais e a contribuição das diferentes disciplinas pedagógicas para o desenvolvimento intelectual dos alunos.

Qual a importância da Filosofia para a Educação e ao trabalho pedagógico desenvolvido na escola?

A Filosofia em especial, leva o aluno à oportunidade de desenvolver um pensamento independente e crítico, ou seja, permite a ele experimentar um pensar individual. Sabe-se que cada disciplina apresenta suas próprias características, bem como auxilia a desenvolver habilidades específicas do pensamento que é abordado.

O que é Filosofia e qual a contribuição da mesma para a Educação?

Acredita-se que a Filosofia leva ao trabalho de pensar, refletir, raciocinar e, assim, despertar o senso crítico e, conseqüentemente, auxiliar a construir uma nova visão de sociedade, onde, pressupõe-se que a educação é a principal responsável pelas transformações da mesma.

Qual é a função da Filosofia da Educação?

A função essencial da Filosofia da Educação consiste em acompanhar, criticamente, a atividade educacional de forma a explicitar os seus fundamentos, esclarecer a função e a contribuição das diversas disciplinas pedagógicas e avaliar o significado das soluções escolhidas.