O corpo humano necessita de movimento. E não é só para ter um corpo bonito ou bem definido. É fundamental para a saúde praticar atividades, tanto para tratar, quanto para prevenir. Isso mesmo! Existem doenças que podem ser evitadas pela realização regular de exercícios físicos. Vale lembrar que não é o único fator que deve ser levado em conta e que a prática deve ser feita acompanhada de profissionais, sem exageros e respeitando os limites de cada um. É característica da sociedade moderna a falta de tempo dedicado para a realização de exercícios físicos, fator primordial para obtenção de qualidade de vida. O sedentarismo tem forte relação com doenças cardiovasculares, além de outras doenças como obesidade, diabetes e hipertensão. Praticar musculação ou realizar atividades como caminhar, correr, pular, pedalar e nadar não ocupam o dia todo e trazem inúmeros ganhos para a saúde tanto de quem é saudável quanto para quem é portador de doenças, ou seja, vale a pena abrir aquele espaço no meio da rotina, ainda que poucas vezes por semana. O importante é não ficar parado. Doenças comuns que podem ser evitadas e/ou tratadas por meio da prática regular e moderada de exercícios físicos.
É importante destacar que para gozar dos benefícios da atividade física, é necessário o acompanhamento de um profissional, do contrário, há riscos de lesões e outras consequências negativas para a saúde.
Introdu��o Nos dias de hoje, o n�vel de atividade f�sica est� cada vez mais reduzido, devido ao progresso da tecnologia, a qual traz comodismo e substitui��o das atividades de lazer por programas sedent�rios, tais como televis�o, cinema, v�deo games, etc. Isto se torna preocupante, visto que o estilo de vida sedent�rio � respons�vel por cerca de 250.000 mortes anualmente 32. Associando-se o sedentarismo � alimenta��o inadequada, ao excesso de gordura corporal e a outros comportamentos de risco, como o tabagismo, o consumo de �lcool, o estresse e ao uso indiscriminado de medicamentos, este n�mero � ainda maior. O excesso de peso corporal e a inatividade f�sica est�o associados a v�rios problemas de sa�de, como a hipertens�o arterial, doen�as cardiovasculares, metab�licas, respirat�rias e articulares, al�m de dist�rbios psicol�gicos e sociais. Assim, a atividade f�sica e o controle do peso corporal s�o essenciais na qualidade de vida, tendo na primeira um aumento da capacidade pulmonar, da for�a muscular e da mobilidade das articula��es, redu��o dos n�veis de colesterol e de press�o arterial, fazendo com que caiam consideravelmente os riscos de doen�as card�acas, mant�m o diabetes sob controle, e, ainda, melhora o humor. Al�m da obten��o de qualidades morais, como for�a de vontade, autodom�nio, confian�a em si mesmo e tenacidade 18. Destaca-se a import�ncia da atividade f�sica, a qual pode trazer benef�cios a popula��o obesa independentemente � perda de peso 2; 12; 16. Assim, atividade f�sica tem um importante papel na preven��o, no desenvolvimento e na manuten��o da obesidade e nos diversos dist�rbios da sa�de. Atividade f�sica e qualidade de vida O exerc�cio f�sico ocasiona uma gama de benef�cios para o perfil de sa�de de um indiv�duo, como a redu��o do peso corporal, redu��o significativa da gordura corporal, aumento da taxa metab�lica basal, mobiliza��o acelerada das reservas lip�dicas, aumento da capacidade aer�bica e de trabalho, regula��o do apetite, altera��es ben�ficas nos padr�es alimentares, melhor imagem e express�o corporal e maior integra��o social (21). Al�m de ter efeitos positivos sobre a press�o sang��nea, n�veis de colesterol s�rico e glic�mico e fun��o cardiorrespirat�ria 2; 24; 27. Destacando a import�ncia da melhora da fun��o cardiorrespirat�ria, esta tem uma rela��o inversa com o risco de ocorr�ncia de doen�as metab�licas. Desta forma, o exerc�cio f�sico induz altera��es transit�rias no sistema biol�gico, onde o exerc�cio moderado (menor que 60% do VO2m�x) parece aumentar os mecanismos de defesa org�nica 20. A atividade f�sica promove tamb�m o autoconceito, a autoconfian�a, a auto-estima, e diminui os estados de ansiedade e depress�o 2; 8; 16; 22; 25. Al�m de aumentar o disp�ndio energ�tico di�rio permitindo medidas diet�ticas menos r�gidas para o controle do peso corporal 27. A inatividade f�sica � uma das principais causas da obesidade 12. Isto se torna verdadeiro, visto que o exerc�cio f�sico � respons�vel por um maior disp�ndio energ�tico di�rio. Um indiv�duo ativo pode demonstrar gasto energ�tico de 20 a 40% maior que os sedent�rios, e estes �ltimos ainda t�m maior probabilidade de sofrer de doen�as cardiovasculares 16. Dito isto, conclui-se que interven��es ambientais e pol�ticas 4 que promovam um estilo de vida mais saud�vel, como a ado��o de uma dieta equilibrada e a pr�tica de atividade f�sica, podem reduzir a preval�ncia do sobrepeso e da obesidade 4; 24. Apr�tica de atividade f�sica, mesmo sem a redu��o ponderal, traz in�meros benef�cios em rela��o � sa�de do indiv�duo obeso 2; 12; 16. Assim, a inatividade f�sica e a obesidade s�o os maiores problemas de sa�de p�blica 28. Portanto, desde crian�as deve-se dar aten��o especial aos h�bitos alimentares a � pr�tica de atividade f�sica, dado aos riscos de desenvolvimento de doen�as degenerativas quando adultos 3.O exerc�cio � a �nica interven��o que mostra invariavelmente efeito nos campos fisiol�gico, m�dico, psicol�gico e comportamental23. Nos pr�ximos itens ser�o expostas estas adapta��es relacionadas � preven��o e ao tratamento de algumas doen�as cr�nicas e degenerativas, que podem ser desencadeadas com a obesidade e a inatividade f�sica. Hipertens�o A press�o arterial (PA) � composta pela press�o sist�lica, a qual mede a tens�o do sangue contra as paredes arteriais durante a contra��o ventricular e a diast�lica, que indica a facilidade com que o sangue flui das arter�olas para os capilares. Uma press�o dita normal � de 120x80 mmHg, sendo uma press�o de 140x90 mmHg caracterizada como hipertens�o 22. No entanto, a PA � a fun��o mais inst�vel em nosso organismo, demonstrando consider�veis varia��es durante determinadas horas do dia e com est�mulos mental e f�sico, al�m da influ�ncia da idade, g�nero e ra�a 33.A hipertens�o arterial � uma doen�a cr�nica e seu desenvolvimento depende de fatores como a hereditariedade, h�bitos alimentares, estresse, sedentarismo e obesidade. Sendo que a preval�ncia de hipertens�o em pessoas obesas � 2,9 vezes maior que em n�o obesas 16. Isto se justifica, parcialmente, pelo fato de indiv�duos obesos apresentarem hiperinsulinemia perif�rica, a qual aumenta a absor��o de s�dio e conseq�ente volume sang��neo, maior resist�ncia perif�rica e maior trabalho card�aco, com aumento da contratilidade card�aca, proporcionando sua hipertrofia. Este aumento no trabalho card�aco ocorre justamente para vencer a resist�ncia perif�rica aumentada e para conseguir sustentar e movimentar (atividade f�sica qualquer) uma maior massa �morta�. N�o obstante, deve-se ter muito cuidado com a hipertens�o, pois � assintom�tica e pode resultar em insufici�ncia card�aca, infarto do mioc�rdio, danos na parede arterial, processo ateroscler�tico, apoplexia (acidente vascular cerebral), trombose cerebral, doen�a renal e retinopatia 22; 33. Assim, a hipertens�o, quando n�o tratada, aumenta o risco de morbidade cardiovascular e morte prematura 6. A pr�tica de exerc�cio f�sico reduz o estresse fisiol�gico, diminuindo a freq��ncia card�aca e a press�o arterial de repouso. Pessoas com hipertens�o arterial que se exercitam regularmente reduzem � metade sua taxa de mortalidade 22. Indiv�duos com um n�vel maior de aptid�o f�sica que demonstrem �ndices mais elevados de for�a/resist�ncia muscular apresentam menor fadiga localizada e menor aumento da PA quando submetidos a esfor�os f�sicos de moderada intensidade 16. E, ainda, indiv�duos mais ativos fisicamente apresentam uma menor preval�ncia de hipertens�o 2, da onde se conclui que a atividade f�sica atua como preven��o para esta enfermidade. Se o obeso j� diagnosticou a hipertens�o, ap�s 6 a 8 semanas de treinamento aer�bico j� ocorre uma diminui��o na PA para a hipertens�o leve. Esta redu��o na press�o arterial acontece por uma redu��o na resist�ncia vascular sist�mica e nos n�veis de norepinefrina plasm�tica 2. No entanto, ap�s 3 a 6 semanas de descondicionamento a press�o arterial retorna ao estado hipertensivo. Apesar desta melhora que o exerc�cio f�sico promove em rela��o � PA deve-se cuidar com o tipo de exerc�cio a ser executado. Os exerc�cios din�micos que envolvam for�a m�xima e os est�ticos elevam consideravelmente a PA, aumentando o trabalho card�aco e a demanda de oxig�nio por parte do mioc�rdio. Isto se torna indesej�vel em pacientes hipertensos, elevando o risco de acidentes cardiovasculares. Quando estes exerc�cios s�o ainda realizados em valsalva dificultam o retorno venoso, reduzindo o fluxo sang��neo ao cora��o e ao c�rebro 2; 16; 22. Mas este aumento de press�o durante os exerc�cios est�ticos de curta dura��o ocorre somente durante a realiza��o do exerc�cio, com a press�o arterial retornando ao seu valor inicial de repouso ap�s a cessa��o do exerc�cio em mais ou menos 15 a 30 segundos 33. Isto � demonstrado em um estudo realizado por Farinatti e Assis, com o intuito de prognosticar o trabalho do mioc�rdio durante exerc�cio f�sico para se obter um par�metro de risco cardiovascular no mesmo 11. Este estudo demonstrou que, em uma sess�o de exerc�cios contra-resist�ncia, h� menores solicita��es card�acas quando comparados ao exerc�cio aer�bio cont�nuo 11. Contudo, exerc�cios resistivos de alta intensidade devem ser evitados em pessoas obesas que possuem hipertens�o, pois o duplo-produto considerado neste estudo foi a m�dia da PA e FC durante toda a sess�o, e, para um indiv�duo hipertenso, deve-se considerar o aumento da PA durante a realiza��o do exerc�cio. Para estas pessoas, o planejamento de exerc�cios para controle ponderal deve incluir exerc�cios din�micos subm�ximos que permitam um maior n�mero de repeti��es com uma sobrecarga mais baixa, sendo os programas tipo circuito e o aer�bico os mais indicados 8; 16; 22. Isto porque durante a pr�tica de exerc�cios aer�bicos a press�o sist�lica aumenta num primeiro momento e depois se estabiliza, enquanto a diast�lica se mant�m, podendo at� mesmo reduzir, conseq��ncia esta da vasodilata��o induzida pelo exerc�cio. Na recupera��o ocorre um quadro de hipotens�o, onde a press�o sist�lica � reduzida a n�veis abaixo do valor pr�-exerc�cio 2; 22. O treinamento com exerc�cios f�sicos devem ser trabalhados em uma intensidade entre 40 e 70% do VO2m�x, que t�m maior efeito na redu��o da press�o arterial que exerc�cios com intensidades mais altas 6; 22. No entanto, os indiv�duos com hipertens�o muito elevada (acima de 180x105 mmHg) somente poder�o participar de um programa de exerc�cios com orienta��o m�dica e ap�s iniciada a terapia farmacol�gica. Hipercolesterolemia Um n�vel elevado de lip�dios na corrente sang��nea est� relacionado a um maior risco de doen�a card�aca coronariana. O risco relativo associado � hipercolesterolemia nos obesos � 1,5 vezes maior, sendo que os n�veis de colesterol de baixa e muito baixa densidade (LDL e VLDL, respectivamente) s�o maiores e os de alta densidade (HDL) s�o menores16. Indicadores morfol�gicos como o IMC e medidas de dobras cut�neas podem expressar varia��es no perfil lip�dico/lipoproteico em adolescentes, identificando-os como portadores de fatores de risco a doen�as cardiovasculares 17. Um n�vel de colesterol desej�vel � de 200 mg/dL ou pode-se dividir o colesterol total pelo HDL, sendo que o resultado desta rela��o deve estar abaixo de 3,5 22. Deve-se ter cuidado com a hipercolesterolemia, pois cada aumento de 1% no n�vel de colesterol h� um aumento de 2% no risco de um ataque card�aco 2. A hipercolesterolemia algumas vezes � um dist�rbio de origem gen�tica. No entanto, indiv�duos com estes genes letais podem reduzir o risco de doen�as coronarianas com mudan�as no estilo de vida. Al�m da proced�ncia familiar e, em sua grande maioria, os altos n�veis de colesterol s�rico na popula��o s�o ocasionados pela dieta adotada, com grande ingest�o de gordura saturada e colesterol2. O colesterol LDL quando oxidado colabora com o processo de entupimento das art�rias, desencadeando a aterosclerose. A ado��o de uma dieta mais saud�vel com ingest�o de gordura n�o superior a 30% do total de calorias ingeridas, sendo apenas 10% procedente de gordura saturada e o restante de gordura insaturada, pode amenizar esta situa��o reduzindo os n�veis de colesterol LDL e VLDL na corrente sang��nea (2). O consumo de antioxidantes, como as vitaminas C, E e B-caroteno tamb�m reduzem a oxida��o do LDL 22. O exerc�cio f�sico induz adapta��es no metabolismo lip�dico que incluem lip�lises mais intensas com maior mobiliza��o de �cidos graxos livres do tecido adiposo e diminui��o do LDL plasm�tico, podendo ocorrer tamb�m um aumento no HDL, que � respons�vel pela retirada de gordura das art�rias sang��neas e diminui��o no colesterol total e triglicer�deos 16. � importante ressaltar que essas altera��es lip�dicas favor�veis com o exerc�cio aer�bico ocorrem independentemente das mudan�as no peso corporal22. Mesmo com um volume pequeno de treinamento j� � poss�vel notar mudan�as no perfil lip�dico9. Com um gasto cal�rico de 1200 a 2200 kcal/semana, em exerc�cios, pode-se elevar os n�veis de HDL em 2 a 3 mg/dl e reduzir os triglicer�deos em 8 a 20 mg/dl, al�m de alterar o colesterol total e os n�veis de LDL 9. Com isto, pode-se dizer que o exerc�cio f�sico tem importante atua��o tanto na preven��o como no tratamento da hipercolesterolemia, devendo ser incentivado a popula��o em geral, especialmente a popula��o obesa e com excesso de peso corporal, que est� mais suscet�vel a esta disfun��o. Diabetes O diabetes relacionado com a obesidade � do tipo II, n�o insulino-dependente (DMNID) e � respons�vel por cerca de 80 a 90% dos casos totais de diabetes22. Esta � uma doen�a cr�nica, resultante de uma grande resist�ncia perif�rica � insulina. Como a capta��o de glicose pelas c�lulas est� prejudicada, o organismo passa a depender do metabolismo de gordura como fonte energ�tica. Assim, o diab�tico tem enorme tend�ncia para a acidose e, consequentemente, ao coma diab�tico.A DMNID tamb�m est� associada � aterosclerose, coronariopatias, acidente vascular cerebral e suscetibilidade a infec��es. O diabetes mellitus pode ainda ocasionar cegueira e falha renal33. O risco de doen�as cardiovasculares para homens com diabetes � duas vezes maior e para mulheres tr�s vezes maior que para indiv�duos livres do diabetes2. Os valores do a��car sang��neo em jejum acima de 120mg/dl torna-se preocupante. Os sinais e sintomas mais comuns do diabetes s�o a fadiga, fraqueza, fome, sede, urina��o freq�ente, elevado n�vel de glicose sang��nea, a��car na urina e cetose 33. O risco do surgimento de diabetes � 2,9 vezes maior nos indiv�duos com obesidade leve, 5 vezes maior no caso de obesidade moderada e 10 vezes maior no caso de obesidade elevada16. Isto ocorre porque os obesos apresentam resist�ncia � insulina e, consequentemente, intoler�ncia � glicose, provocando assim o diabetes. O risco � maior quando o excesso de gordura est� acumulada na regi�o abdominal. Indiv�duos com um estilo de vida sedent�rio t�m uma diminui��o da sensibilidade insul�nica pelos m�sculos e, em conseq��ncia, uma maior quantidade de insulina no organismo para regular a glicemia. A pr�tica de atividade f�sica reduz o n�vel de glicose plasm�tica, aumenta sua toler�ncia e amplia a sensibilidade insul�nica pelos m�sculos ativos. �ndices adequados de for�a/resist�ncia muscular desempenham importante papel na regula��o hormonal e no metabolismo de alguns substratos, principalmente na sensibilidade insul�nica dos tecidos musculares em esfor�o f�sico16. Entretanto, a melhora prolongada no controle glic�mico � devida aos efeitos agudos de cada sess�o de exerc�cio, muito mais que �s modifica��es cr�nicas na fun��o tecidual22. Estas mudan�as na toler�ncia � glicose e na sensibilidade insul�nica se deterioram em 72 horas da �ltima sess�o de exerc�cios, ficando claro assim a import�ncia da pr�tica regular da atividade f�sica1. Todavia, deve-se ter muito cuidado na aplica��o de exerc�cios para indiv�duos diab�ticos, para que n�o desenvolvam um quadro de hipoglicemia, que tem como sintomas fome, fraqueza, tremor, suadeira, confus�o mental e dor de cabe�a. Se n�o for tratada a tempo, o indiv�duo pode desmaiar ou at� mesmo ficar inconsciente33. As sess�es de exerc�cios devem ser programadas com as administra��es da insulina, reduzindo-as e n�o aplic�-las no grupo muscular que ser� trabalhado. Geralmente, os diab�ticos devem fazer uma refei��o leve antes de exerc�cios extenuantes e monitorar o n�vel de glicose plasm�tica freq�entemente. O programa de treinamento deve conter exerc�cios de moderada intensidade, 50 a 60% do VO2m�x ou 70% da freq��ncia card�aca m�xima de reserva, com sess�es de 30 a 60 minutos e uma freq��ncia de 3 a 7 dias por semana33. Atesta-se ainda que indiv�duos com diabetes do tipo 2 devem ter um disp�ndio cal�rico de, no m�nimo, 1000 kcal semanais1. A pr�tica de atividade f�sica promove um melhor controle glic�mico e maior sensibilidade � insulina e toler�ncia � glicose, reduz os n�veis plasm�ticos de triglicer�deos e diminui a hipercoagubilidade do sangue associada ao diabetes. Estas respostas positivas ao exerc�cio persistem at� sete dias ap�s cessar o treinamento. � importante destacar que estes benef�cios podem ser alcan�ados tanto com exerc�cios aer�bios como de resist�ncia. Quanto a isto, os programas que combinam v�rios tipos de exerc�cios, como o aer�bico e o treinamento de resist�ncia tipo circuito, s�o os que trazem melhores benef�cios para o diab�tico10. C�ncer O c�ncer � uma das doen�as que vem aumentando espantosamente a incid�ncia em todas as faixas et�rias. Isto se torna alarmante, visto que s�o poucos os tratamentos eficazes dispon�veis e a solu��o deste problema est� justamente na preven��o dos fatores de risco aos quais o indiv�duo tem controle, como a alimenta��o, o tabagismo, a atividade f�sica e a obesidade. Existem v�rios tipos de c�ncer, originados pelo crescimento descontrolado e dissemina��o de c�lulas anormais. Estas c�lulas anormais crescem sob a forma de tumor, podendo ser maligno ou benigno. O perigo est� nas c�lulas cancerosas malignas que invadem os �rg�os ou tecidos vizinhos ou at� mesmo mais distantes, quando sem tratamento 22, 26. Indiv�duos obesos apresentam propens�o para o c�ncer em 1,3 e 1,6 vezes maior entre homens e mulheres, respectivamente16, tendo na adiposidade central o maior risco13. Para mulheres, h� incid�ncias de c�ncer de mama, endom�trio e ov�rios e para homens, c�lon e pr�stata. Somando-se a inatividade f�sica a que os obesos est�o sujeitos e presumindo-se que a alimenta��o seja inadequada, esta popula��o tem grandes probabilidades ao desenvolvimento desta enfermidade. No entanto, v�rios estudos demonstram que a atividade f�sica regular diminui os riscos de c�nceres da mama, do c�lon, do pulm�o e da pr�stata 13, 22. Confirmando esta informa��o, a American C�ncer Society e a American Heart Association estabelecem que a pr�tica regular de atividade f�sica � uma medida preventiva na guerra contra o c�ncer 13, 26. Em rela��o ao c�ncer de c�lon, os homens obesos e fisicamente inativos apresentam riscos cincos vezes maior do que seus cong�neres magros e ativos26. Os principais fatores de risco para este tipo de c�ncer s�o o hist�rico familiar, uma dieta rica em gordura e pobre em fibras e o sedentarismo. Assim como o c�ncer de c�lon, os fatores ambientais e o estilo de vida tamb�m tem importante papel no desenvolvimento do c�ncer de pr�stata. O risco de desenvolvimento desta doen�a cresce com o aumento do IMC do indiv�duo31. Quanto maior a aptid�o cardiorrespirat�ria menor o risco de c�ncer de pr�stata e quanto maior o n�vel da atividade f�sica diminui-se tamb�m o risco de c�ncer de c�lon26. Assim sendo, a atividade f�sica reduz enormemente o risco de desenvolvimento destes dois tipos de c�nceres. Outra medida preventiva s�o os exames de toque retal a partir dos 40 anos e a pesquisa de sangue oculto e proctosigmoidoscopia a partir dos 50 anos. J� os c�nceres de �tero, ov�rio e de mama est�o mais relacionados com os horm�nios femininos, embora os fatores ambientais, diet�ticos e estilo de vida possuam um papel extremamente importante em seu desenvolvimento. O risco do c�ncer de mama aumenta com a idade, assim � fundamental o exame cl�nico peri�dico das mamas, recomendando-se a mamografia a partir dos 40 anos de idade. Outros fatores de risco para o c�ncer de mama s�o a menarca precoce, a menopausa tardia, a obesidade, principalmente do tipo andr�ide e o sedentarismo. Mulheres magras e ativas reduzem o risco de c�ncer de mama em 72%, sendo que a freq��ncia semanal da atividade f�sica � muito importante na preven��o deste tipo de c�ncer 26. Para mulheres que j� diagnosticaram o c�ncer de mama, recomenda-se o controle do peso corporal, enfatizando exerc�cios f�sicos que preservem ou aumentem a massa muscular e uma dieta com vegetais ricos em nutrientes 30. Como no c�ncer de mama, os fatores de risco para o c�ncer uterino s�o a obesidade e a menopausa. Para o c�ncer ovariano, o risco � elevado para as mulheres que nunca tiveram filhos e com hist�rico familiar deste tipo de c�ncer. A atividade f�sica � uma importante medida preventiva para estes dois tipos de c�nceres tamb�m. Mulheres fisicamente inativas apresentam um risco elevado de c�ncer endometrial pela maior tend�ncia � obesidade26. Enfim, o exerc�cio f�sico regular reduz o surgimento de c�ncer por desencadear modifica��es gen�ticas nas fun��es antioxidantes do organismo, nos perfis end�crinos, no metabolismo das prostaglandinas, na composi��o corporal, um aumento no tr�nsito intestinal, eleva os n�veis de citosinas antiinflamat�rias e da express�o dos receptores de insulina nas c�lulas que combatem o c�ncer. Al�m de aumentar a produ��o de interferon, estimular a enzima glicog�nio sintetase, aprimorar a fun��o dos leuc�citos e acelerar o metabolismo de �cido asc�rbico, todos os quais reduzem a forma��o de tumores cancerosos22. A atividade f�sica auxilia na detec��o do c�ncer, na reabilita��o e sobreviv�ncia ap�s o diagn�stico13. Recomenda-se pelo menos 30 minutos de atividade f�sica, com intensidade de moderada a vigorosa, cinco ou mais vezes por semana 13. Depress�o e ansiedade Os problemas psicol�gicos mais comuns que acompanham a obesidade s�o a depress�o e a ansiedade, como a anorexia e bulimia nervosa. Entretanto, � dif�cil dizer se a depress�o e a ansiedade s�o causadoras ou conseq��ncias da obesidade. Mas pode-se dizer que a obesidade aumenta o risco de depress�o (29). Isto porque a est�tica, nos dias de hoje, est� muito valorizada. A sociedade imp�e como padr�o de beleza o corpo magro e esbelto, tendo a m�dia como grande difusora. Esta supervaloriza��o do corpo pode agravar o perfil psicol�gico e social do obeso, estimulando-o ao uso de produtos diet�ticos, medicamentos e programas de resultados imediatos, al�m do surgimento de dist�rbios como a anorexia e bulimia nervosa, elevando-se os riscos de car�ncias nutricionais.A depress�o pode ser diagnosticada pela altera��o do apetite e do peso; altera��es do sono; fadiga ou perda de energia; perda de interesse ou de prazer nas atividades usuais; sensa��o de inutilidade, remorso, culpa excessiva; id�ias ou tentativas de suic�dios e dificuldades de pensamento e concentra��o. O risco de indiv�duos sedent�rios apresentarem depress�o � tr�s vezes maior do que para os ativos26. Dentre os dist�rbios de ansiedade est�o os comportamentos obsessivos-compulsivos (anorexia e bulimia nervosa e compuls�o alimentar) e as fobias. Estes dist�rbios podem ser desencadeados por tens�o, nervosismo, indecis�o, confus�o, preocupa��o, problemas com a autoconfian�a, auto-estima, seguran�a. O exerc�cio f�sico pode contribuir na preven��o e no tratamento destes dois dist�rbios por aumentar a disposi��o e o �nimo e diminuir a tens�o provocada por situa��es estressantes. Assim como promover a auto-estima, o autoconceito e a autoconfian�a, controlando os n�veis de ansiedade e depress�o2; 8; 16; 25. Os benef�cios psicol�gicos desencadeados pela pr�tica de exerc�cio f�sico regular s�o: redu��o da ansiedade; redu��o na depress�o de ligeira a moderada; redu��o do neuroticismo; coadjuvante no tratamento profissional da depress�o grave; melhora no humor, auto-estima, auto-imagem e percep��o geral de valor pessoal; e redu��o nos v�rios �ndices de estresse22. Apesar de todos esses benef�cios advindos da pr�tica da atividade f�sica, um programa de controle do peso corporal deve ser progressivo. Ou seja, no in�cio do programa a dura��o, a freq��ncia e a intensidade dos exerc�cios dever�o ser planejados individualmente, de maneira em que os indiv�duos obesos possam se adaptar sem grandes sacrif�cios e aument�-los de acordo com o seu ritmo e progresso. Caso contr�rio, haver� um grande n�mero de desist�ncia, j� que obesos t�m uma enorme tend�ncia ao sedentarismo e relut�ncia ao exerc�cio f�sico. A principal causa de desist�ncias no in�cio dos programas de controle do peso corporal que envolvam exerc�cios f�sicos est� associado ao desconforto provocado por determinado tipo de exerc�cio 16. Conclus�o O sedentarismo e a obesidade est�o associados a v�rios problemas de sa�de, tais como disfun��es org�nicas e metab�licas, elevando assim o risco de diabetes, doen�as card�acas, hipertens�o, hipercolesterolemia, osteoartrite e alguns tipos de c�ncer, al�m de problemas psicol�gicos e sociais. O n�mero de pessoas obesas est� aumentando em n�vel mundial, decorrente dos avan�os tecnol�gicos que reduzem a pr�tica de atividade f�sica tanto no trabalho como em casa e durante o lazer. Paralelamente ao sedentarismo cada vez mais patente, ocorrem modifica��es nos padr�es alimentares, tornando-se inadequado e pouco saud�vel. E s�o estes h�bitos comportamentais imprudentes, respons�veis pelas principais doen�as, estados de morbidade e causas de mortes. Os programas que visam o controle do peso corporal devem ser visto como uma interven��o m�ltipla e permanente, priorizando a qualidade de vida do indiv�duo obeso. Devem ser organizados de forma gradual, adaptando-se �s condi��es individuais e propiciando uma gama de benef�cios extremamente interessantes na preven��o e no controle de muitas disfun��es org�nicas e metab�licas. Nestes programas, o exerc�cio f�sico deve estar sempre presente, pois pessoas que se exercitam mais, t�m um melhor perfil de sa�de. Apenas a pr�tica de atividade f�sica, mesmo sem a redu��o ponderal, traz in�meros benef�cios em rela��o � sa�de do indiv�duo obeso. O exerc�cio provoca efeitos positivos na press�o arterial, nos n�veis plasm�ticos de lip�dios, no perfil das lipoprote�nas, na fun��o cardiovascular, redu��o significativa da gordura corporal, aumento da taxa metab�lica basal, mobiliza��o acelerada das reservas lip�dicas, aumento da capacidade aer�bica e de trabalho, regula��o do apetite e melhora nos padr�es alimentares, promove o autoconceito, a autoconfian�a, a auto-estima, diminuindo os efeitos psicol�gicos negativos que geralmente acompanham a restri��o diet�tica, tais como a ansiedade e a depress�o. Al�m de aumentar o disp�ndio energ�tico di�rio, permitindo medidas diet�ticas menos r�gidas no processo de emagrecimento. Por todas estas vantagens, a atividade f�sica � uma das interven��es mais eficaz para a preven��o e tratamento de algumas enfermidades que podem ser desencadeadas pela obesidade. Refer�ncias bibliogr�ficas
Outros artigos em Portugu�s
Qual a importância da atividade física para a prevenção de doenças?A prática regular de exercícios pode ajudar a prevenir doenças cardíacas e AVCs, fortalecendo o músculo cardíaco, além de reduzir a pressão arterial e aumentar os níveis de HDL (colesterol bom), diminuindo os níveis de LDL (colesterol ruim) e a melhora na circulação sanguínea.
Qual a importância da prática de atividade física para a saúde?A importância da atividade física é fundamental em qualquer idade e é um dos meios de cuidar da saúde e ter uma melhor qualidade de vida. Além disso, a atividade física é um importante meio de prevenção para combater doenças crônicas como diabetes tipo 2 e hipertensão arterial¹.
|