Qual a importância do feudalismo para o surgimento do capitalismo?

O feudalismo foi um período da história marcado pelo grande predomínio católico quanto à posse de terras e o seu desenvolvimento está ligado diretamente a dois momentos históricos: a crise do império romano e as invasões bárbaras.

A crise do feudalismo, a partir do século XI, aconteceu com o desenvolvimento do capitalismo mercantil, que necessitava da expansão do comércio e da ampliação dos lucros; e das cidades, pois no mundo feudal o que prevalecia era uma sociedade rural.

Entre os fatores que contribuíram para a crise do feudalismo podemos destacar a necessidade da nobreza em ampliar a arrecadação de dinheiro para custear os gastos públicos, o processo de urbanização que gerou a expansão do comércio, promovendo novas relações de trabalho, como o regime assalariado; e, principalmente, o surgimento de uma nova camada social chamada burguesia. Essas mudanças ocorreram, em grande parte, nas regiões da Europa Ocidental, que aderiram com mais facilidade às transformações relacionadas ao aumento das atividades comerciais e ao aumento populacional.

As mudanças econômicas no lado Ocidental se deram em razão da pouca terra disponível e da alta densidade demográfica, que eram características menos propícias para as relações feudais e mais favoráveis para o desenvolvimento do comércio. Assim, diante das poucas terras disponíveis nessas regiões, o comércio tornou-se uma alternativa econômica para os burgueses em relação à comercialização de produtos manufaturados, uma vez que o crescimento urbano aumentou o número de mercados consumidores.

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O aumento das atividades comerciais contribuiu para a utilização da moeda na economia e para o aumento da produtividade, visando uma maior margem de lucros. O espírito empreendedor influenciou as relações comerciais rumo a mudanças econômicas mais profundas, que foram dando origem ao capitalismo, que tinha por objetivo o aprimoramento nas técnicas de produção, a organização do trabalho e a ampliação dos negócios.

Portanto, o sistema feudal não conseguiu acompanhar as mudanças em relação ao crescimento das cidades e da população, e nem ao surgimento da burguesia e o florescimento do espírito capitalista. Assim, a crise do feudalismo deu origem às práticas capitalistas que introduziram novas relações econômicas, gerando mais mudanças e mais transformações a partir do século XII, que impulsionou a passagem da Idade Média para a Idade moderna.

A explicação sobre as origens do capitalismo remonta uma história de longa duração em que nos deparamos com as mais diversas experiências políticas, sociais e econômicas. Em geral, compreendemos a deflagração desse processo com o renascimento comercial experimentado nos primeiros séculos da Baixa Idade Média. Nesse período, vemos uma transformação no caráter autossuficiente das propriedades feudais na qual as terras começaram a ser arrendadas e a mão de obra começou a ser remunerada com um salário.

Essas primeiras mudanças vieram junto do surgimento de uma classe de comerciantes e artesãos que viviam à margem da unidade feudal habitando uma região externa, chamada de burgo. Foi baseado nesse nome que a classe social anteriormente referida ganhou o nome de burguesia. A burguesia medieval implantou uma nova configuração à economia europeia na qual a busca pelo lucro e a circulação de bens a serem comercializados em diferentes regiões ganharam maior espaço.

A prática comercial experimentada imprimiu uma nova lógica econômica em que o comerciante substituiu o valor de uso das mercadorias pelo seu valor de troca. Isso fez com que a economia começasse a se basear em cima de quantias que determinavam numericamente o valor de cada mercadoria. Dessa maneira, o comerciante deixou de julgar o valor das mercadorias tendo como base sua utilidade e demanda, para calcular custos e lucros a serem convertidos em uma determinada quantia monetária.

Com esse processo de monetarização, o comerciante passou a trabalhar tendo como fim máximo a obtenção de lucros e o acúmulo de capitais. Essa prática exigiu uma constante demanda pela expansão do comércio e, assim, nos fins da Idade Média, incitou a crescente classe comerciante burguesa a apoiar a formação de Estados Nacionais. Aliado ao poderio militar da nobreza, os burgueses passaram a contar com o fomento político para dominar novos mercados, regular impostos e padronizar moedas.

Essas transformações que marcaram a passagem da Idade Média para a Idade Moderna incentivaram o nascimento do chamado capitalismo mercantil e das grandes navegações. Nesse contexto, os Estados Nacionais incentivaram a descoberta e o domínio de novas áreas de exploração econômica por meio do processo de colonização. Foi nessa época que os continentes americano e africano passaram a integrar uma economia mundialmente articulada aos interesses das poderosas nações europeias.

Além de possibilitar uma impressionante acumulação de riquezas, o capitalismo mercantil criou uma economia de aspecto concorrencial na qual as potências econômicas buscavam acordos, implantavam tarifas e promoveram guerras com o objetivo de ampliar suas perspectivas comerciais. No entanto, a relação harmônica entre a burguesia e os monarcas ganhou uma nova feição na medida em que a manutenção dos privilégios da nobreza se transformava em um empecilho ao desenvolvimento burguês.

Foi nesse período que os princípios da filosofia iluminista defenderam uma maior autonomia das instituições políticas e criticaram a ação autoritária da realeza. Foi nesse contexto de valores que as revoluções liberais foram iniciadas pela convulsão sociopolítica que ganhou espaço na Inglaterra do século XVII. Na ilha britânica observamos a primeira experiência de limitação do poder real em favor de uma maior autonomia da economia durante o processo da Revolução Inglesa.

Pela primeira vez, as autoridades monárquicas passaram a estar submetidas ao interesse de outro poder com forte capacidade de intervenção política. Essa mudança na Inglaterra beneficiou diretamente a burguesia nacional ao conceder maiores liberdades para empreender acordos diplomáticos e articular os diversos setores da economia britânica ao interesse das atividades comerciais. Não é por acaso que foi nesse mesmo lugar que o capitalismo passou a ganhar novas forças com a Revolução Industrial.

A experiência da revolução imprimiu um novo ritmo de progresso tecnológico e integração da economia no qual percebemos as feições mais próximas da economia experimentadas no mundo contemporâneo. O desenvolvimento tecnológico, a obtenção de matérias-primas a baixo custo e a expansão dos mercados consumidores fez com que o sistema capitalista conseguisse gerar uma situação de extrema ambiguidade: o ápice do enriquecimento das elites capitalistas e o empobrecimento da classe operária.

Chegando ao século XIX, percebemos que o capitalismo promoveu uma riqueza custeada pela exploração da mão de obra e a formação de grandes monopólios industriais. Nesse período vemos a ascensão das doutrinas socialistas em franca contraposição ao modelo de desenvolvimento social, econômico e político trazido pelo sistema capitalista. Mesmo movendo diversas revoluções e levantes contra o sistema, o socialismo não conseguiu interromper o processo de desenvolvimento do capital.

No século passado, o capitalismo viveu diversos momentos de crise nos quais percebemos claramente os problemas de sua lógica de crescimento permanente. Apesar disso, vemos que novas formas de rearticulação das políticas econômicas e o afamado progresso tecnológico conseguiram dar suporte para que o capitalismo alcançasse novas fronteiras. Com isso, muitos chegam a acreditar que seria impossível imaginar um outro mundo fora do capitalismo.

No entanto, seria mesmo plausível afirmar que o capitalismo nunca teria um fim? Para uma afirmativa tão segura e linear como essa, podemos somente lançar mão do tempo e de suas transformações para que novas perspectivas possam oferecer uma nova forma de desenvolvimento. Sendo imortal ou mortal, o capitalismo ainda se faz presente em nossas vidas sob formas que se reconfiguram com uma velocidade cada vez mais surpreendente.

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O que contribuiu para o surgimento do capitalismo?

A origem do capitalismo está atrelada à decadência do feudalismo e, consequentemente, à ascensão de um modelo econômico baseado no acúmulo de capital privado. Nesse contexto, tornou-se fundamental o surgimento da burguesia, classe econômica formada por detentores de capital, como os comerciantes.

Qual a importância do feudalismo para o capitalismo?

Os burgueses foram contribuindo para o aumento e aceleração da economia mercantil através do surgimento da moeda. Sendo assim, o escambo que antes era praticado no sistema feudal, foi perdendo lugar para um novo modelo econômico baseado no comércio.

Qual a relação entre o feudalismo e o surgimento do capitalismo?

A origem do capitalismo está relacionada com a formação, ainda na sociedade feudal, do trabalho assalariado e das grandes rotas comerciais. A origem do capitalismo pode ser encontrada no processo de desintegração do chamado feudalismo.