Qual era a área do Quilombo de Palmares?

Conforme o art. 2º do Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, “consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.”

São, de modo geral, comunidades oriundas daquelas que resistiram à brutalidade do regime escravocrata e se rebelaram frente a quem acreditava serem eles sua propriedade.

As comunidades remanescentes de quilombo se adaptaram a viver em regiões por vezes hostis. Porém, mantendo suas tradições culturais, aprenderam a tirar seu sustento dos recursos naturais disponíveis ao mesmo tempo em que se tornaram diretamente responsáveis por sua preservação, interagindo com outros povos e comunidades tradicionais tanto quanto com a sociedade envolvente. Seus membros são agricultores, seringueiros, pescadores, extrativistas e, dentre outras, desenvolvem atividades de turismo de base comunitária em seus territórios, pelos quais continuam a lutar.

Embora a maioria esmagadora encontrem-se na zona rural, também existem quilombos em áreas urbanas e peri-urbanas.

Em algumas regiões do país, as comunidades quilombolas, mesmo aquelas já certificadas, são conhecidas e se autodefinem de outras maneiras: como terras de preto, terras de santo, comunidade negra rural ou, ainda, pelo nome da própria comunidade (Gorutubanos, Kalunga, Negros do Riacho, etc.).

De todo modo, temos que comunidade remanescente de quilombo é um conceito político-jurídico que tenta dar conta de uma realidade extremamente complexa e diversa, que implica na valorização de nossa memória e no reconhecimento da dívida histórica e presente que o Estado brasileiro tem com a população negra.

Abaixo segue os banners para acesso as seguintes informações:

Mais do que o berço de uma infinidade de belezas naturais, Alagoas também foi palco de grandes acontecimentos dentro da história do país. Um exemplo disso é o Quilombo dos Palmares, o maior quilombo ainda existente no Brasil. 

O local chegou a abrigar aproximadamente mais de 20 mil quilombolas. Desse modo, se tornou o maior símbolo de resistência a escravidão na história do Brasil. 

Neste post você vai conhecer a história do Quilombo dos Palmares. Além disso vai entender como funcionava a maior rota de fuga para escravos no Brasil. Confira abaixo!

Quilombo dos Palmares

A era colonial brasileira foi marcada por diversos quilombos, uma espécie de acampamento na mata. O Quilombo dos Palmares é um deles. Ele recebeu esse nome devido a vasta quantidade de palmeiras no local do acampamento e recebia em terras alagoanas escravos fugidos das capitanias de Pernambuco e da Bahia. 

Eles eram divididos em nove aldeias dentro da mesma localidade, as quais recebiam o nome de mocambo. A Serra da Barriga foi a área escolhida por eles para habitar. Por essa razão, até hoje a serra é o ponto de encontro das celebrações da cultura afro no estado. 

Modo de vida

Pouco se sabe sobre os hábitos dos quilombolas devido ao fato de não existirem registros escritos deixados por eles. No entanto, sabe-se que assim como as pequenas comunidades da época, viviam da caça, pesca, coleta de frutas e da agricultura. Tendo desse modo um modo de vida semelhante inclusive ao modo de vida das aldeias indígenas. 

Entre eles havia ainda uma divisão que definia a hierarquia dos quilombolas. Os fugitivos que chegavam eram os mais privilegiados e reconhecidos dentro do quilombo. Já os libertados por invasões em batalhas eram desconsiderados e indicados para os trabalhos mais pesados. 

Dentro da hierarquia, os mocambos eram liderados pelo “grande chefe” Ganga Zumba. Ele era acompanhado por um conselho formado pelos chefes dos outros mocambos. Anos mais tarde, Ganga Zumba aceitou um contrato de paz com os brancos, em meio aos constantes conflitos. Isso causou revolta entre os quilombolas e resultou no assassinato de Ganga. 

Após a morte do líder, Zumbi dos Palmares assumiu o posto e se tornou o guerreiro de maior destaque na história do quilombo. Desse modo, ele foi o responsável por manter a resistência do Quilombo dos Palmares planejando uma série de estratégias de guerrilha bem sucedidas.

O fim do Quilombo dos Palmares

Já no reinado de Zumbi, um batalhão comandado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho ocupou a capital de Palmares. Fato que acabou causando a queda dos outros mocambos nos meses seguintes. No entanto, Zumbi ainda assim conseguiu escapar desta invasão. Ainda assim, foi morto pouco depois refém de uma armadilha, tendo desse modo, sua cabeça decepada e exposta em praça pública em Recife. 

Após 18 campanhas para destruir o acampamento, e com a morte de seu líder Zumbi, o Quilombo dos Palmares se desintegrou por completo. Desse modo, após a derrota dos quilombolas, a região foi crescendo até ser elevada a município. Território atualmente conhecido como União dos Palmares em homenagem ao quilombo. 

Passeio para a Serra da Barriga

Por fim, a Serra da Barriga foi intitulada como patrimônio cultural do Mercosul e se tornou um parque memorial. O primeiro e único parque temático sobre a cultura negra do país. Por aqui existem passeios saindo de Maceió para a Serra com a Diáspora Black e a reserva pode ser feita pela internet, através do site da rede.

Chegando lá, a sensação é de estar dando um mergulho na história do país. Além disso, no pé da serra você ainda pode conhecer o povoado de Muquém. Ademais, é lá também onde fica a casa da mestra Irinéia, notória artesã que possui uma de suas esculturas expostas no Circuito Alagoas Feito a Mão.

Então, gostou de saber um pouco mais sobre a história do Quilombo dos Palmares, Zumbi e dos acontecimentos da época? Então você não pode deixar de conhecer muitas outras desse paraíso. Além disso, você já conhece a Rota do Cangaço no município de Piranhas em Alagoas? Confira essa e outras diversas histórias no nosso blog.

Qual era a área do Quilombo dos Palmares?

O Quilombo dos Palmares foi um quilombo da era colonial brasileira. Localizava-se na Serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado brasileiro de Alagoas.

Qual é a área do quilombo?

Em relação ao território nacional (8.515.767 km2), a área trabalhada pelo INCRA em favor das comunidades quilombolas não chega a 0,12% da extensão territorial do país.

Como era o Quilombo dos Palmares e onde se localizavam?

O Quilombo dos Palmares formou-se na Serra da Barriga, na antiga capitania de Pernambuco. Essa região tinha uma vasta vegetação, com difícil acesso e bastante afastada das áreas habitadas pelos colonizadores portugueses.

Onde se localiza o quilombo?

Os quilombos espalharam-se em diversas regiões durante o Período Colonial, incluindo Bahia, Maranhão, Pernambuco, Goiás, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e a região amazônica, ou seja, cobriam uma extensa parte do território brasileiro daquele período.