Quando foi criada a primeira legislação para escolas por correspondência?

EDUCA��O � DIST�NCIA: HIST�RICO E PERSPECTIVAS

S�rgio Paulo Gomes de Vasconcelos

(UERJ)

Ao contr�rio do que muitos pensam, a Educa��o � Dist�ncia (EAD) n�o um instrumento recente a servi�o do ensino. Seus experimentos iniciais remontam ao in�cio s�culo XIX e v�o ganhar impulso no fim daquele s�culo, sendo hoje um poderoso instrumento de ensino ainda mais quando os recursos da Inform�tica s�o utilizados em seu apoio.

Todos n�s conhecemos, por exemplo o Telecurso Segundo Grau e o Telecurso 2000, modalidades de EAD orientadas pela televis�o. Tamb�m pela TV temos iniciativas do Canal Futura e da TVE, o programa �Nossa L�ngua Portuguesa�, sucesso do professor Pasquale, dentre outros.

Nossa inf�ncia � marcada por uma novela chamada �Jo�o da Silva�, parte do projeto Mobral, que tinha como objetivo a alfabetiza��o de adultos. Lembramo-nos bem de uma aula dessa novela que foi premiada internacionalmente pela sua did�tica.

Tamb�m costum�vamos ouvir programas de r�dio por ondas curtas que ofereciam cursos de idiomas, segundo sua nacionalidade: a R�dio Central de Moscou, por exemplo, oferecia um curso de russo; a Deutsche Welle, curso de alem�o; dentre outras que poder�amos citar.

Al�m dos cursos de idiomas, r�dios nacionais em ondas m�dias ofereciam e ainda oferecem diversos cursos. No passado havia programas dedicados exclusivamente ao ensino da L�ngua Portuguesa, que atra�am milhares de ouvintes. Ainda hoje ouvimos hist�rias de nossos antigos mestres sobre o tempo que devotavam a ficarem ao lado do r�dio aguardando li��es de L�ngua Portuguesa.

E todos que um dia j� folheamos revistas em quadrinhos, encontr�vamos l� a propaganda dos cursos do Instituto Universal Brasileiro.

Como j� foi dito, a EAD n�o � recente, assim, listaremos a seguir datas mais importantes relativas a ela, desde seu in�cio at� 1995, para que o leitor tenha uma id�ia de sua abrang�ncia.

1829 � Su�cia � Instituto L�ber Hermondes (150.000 usu�rios)

1840 � Reino Unido � Faculdade Sir Isaac Pitman � Primeira escola por correspond�ncia na Europa

1892 � EUA � Universidade de Chicago � Divis�o de Ensino por Correspond�ncia para prepara��o de docentes no Departamento de Extens�o

1922 � Uni�o Sovi�tica � ensino por correspond�ncia (350.000 usu�rios)

1948 � Noruega � primeira legisla��o para escolas por correspond�ncia

1969 � Reino Unido � funda��o da Universidade Aberta (200.000 alunos)

1977 � Venezuela � funda��o da Universidade Nacional Aberta

1978 � Costa Rica � Universidade Estadual � Dist�ncia

1984 � Holanda � implanta��o da Universidade Aberta

1985 � Funda��o da Associa��o Europ�ia das Escolas por Correspond�ncia (AEEC)

1985 � �ndia � implanta��o da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi (242.000 alunos)

1987 � Resolu��o do Parlamento Europeu sobre Universidades Abertas na Comunidade Europ�ia

1987 � Funda��o da Associa��o Europ�ia de Universidades de Ensino � Dist�ncia

1988 � Portugal � funda��o da Universidade Aberta

1990 � Implanta��o da rede Europ�ia de Educa��o � Dist�ncia, baseada na declara��o de Budapeste

1991 � Relat�rio da Comiss�o sobre Educa��o Aberta e � Dist�ncia na Comunidade Europ�ia [Corr�a, 2005: 17-19]

Podemos ver que a EAD n�o � nova e enquanto ela avan�a no mundo, no Brasil, ela caminha a passos muitos lentos.

Agora vejamos algumas informa��es acerca do seu hist�rico em nosso pa�s. (� importante que se diga que os primeiros experimentos em EAD no Brasil ficaram sem registro, por isso a lista da autora se inicia apenas em 1923.)

1923/1925 � R�dio Sociedade do Rio de Janeiro

1923 � Funda��o Roquete Pinto � Radiodifus�o

1939 � Marinha e Ex�rcito � cursos por correspond�ncia

1941 � Instituto Universal Brasileiro � cursos por correspond�ncia, forma��o profissional b�sica

1970 � Projeto Minerva � cursos transmitidos por r�dio em cadeia nacional

1974 � TVE do Cear� � cursos de quinta a oitava s�rie, com material televisivo, impresso e monitores

1976 � SENAC � Sistema Nacional de Teleduca��o, cursos atrav�s de material instrucional (em 1995, j� havia atendido 2 milh�es de alunos)

1979 � Col�gio Anglo-Americano (RJ) � atua em 28 pa�ses, com cursos de correspond�ncia para brasileiros residentes no exterior em n�vel de 1� e 2� graus

1979 � UnB � cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lan�a o BrasilEAD

1991 � Funda��o Roquete Pinto � programa Um salto para o Futuro, para a forma��o continuada de professores do ensino fundamental

1995 � Secretaria Municipal de Educa��o � MultiRio (RJ) � cursos de quinta a oitava s�rie, atrav�s de programas televisivos e material impresso

1995 � Programa TV Escola � SEED/MEC

2000 � UNIREDE � Rede de Educa��o Superior � Dist�ncia � cons�rcio que re�ne 68 institui��es p�blicas do Brasil [Corr�a;2005: 21 e 22]

Quando comparamos nosso hist�rico em Educa��o � Dist�ncia com o de outros pa�ses, podemos ver qu�o atrasados estamos. Para que se tenha uma id�ia de nosso atraso, Venezuela e Costa Rica t�m programas em EAD baseados na Open University de Londres, e s�o, como esta �ltima, refer�ncia em todo o mundo no que diz respeito � EAD.

Costa Rica, um pequeno e belo pa�s da Am�rica Central, cuja economia � praticamente centrada no turismo e nem ex�rcito tem (que maravilha!), � refer�ncia em EAD, enquanto o Brasil, que est� entre as maiores economias do mundo, pa�s que domina tecnologia nuclear, tem um programa espacial e almeja um cargo no Conselho de Seguran�a da ONU, n�o d� o devido valor a essa modalidade de ensino.

Infelizmente, n�o h� um consenso geral acerca de uma defini��o espec�fica para o que seja a EAD, mas todos podemos ter uma id�ia de que se trata de mais uma forma de ensino. Em alguns casos, ela � parcialmente presencial (quando os alunos t�m de comparecer a algumas aulas presenciais em p�los ou comparecerem para as avalia��es) ou ela � totalmente � dist�ncia, quando o aluno n�o tem contato algum com a institui��o, realizando apenas seus exames finais ou bancas de avalia��o de modo presencial.

Neste �ltimo caso entra a quest�o da credibilidade da EAD. Por muito tempo, ela foi tida como uma forma inferior de modalidade de educa��o, destinada a ensinos profissionalizantes para indiv�duos que n�o tinham condi��es de pagar por um curso regular, ou haviam sido fracassado no sistema de educa��o regular (Litwin, 2005: 117).

Sua credibilidade tamb�m foi muito questionada no que tangia �s avalia��es, uma vez que o aluno prestava seus exames em casa e depois os enviava pelo correio, fato que n�o impedia a fraude. Acerca desta informa��o, lembro-me do tempo em que era jovem e fazia um curso de Desenhista Auxiliar de Arquitetura e tinha um colega de sala que fazia um curso de Desenho por correspond�ncia. Certo dia ela nos mostrou seu material e papel no qual ele deveria prestar uma avalia��o, desenhando uma figura humana.

O papel era do tipo reciclado, tal qual o utilizado para o embrulho de p�o, completamente inadequado para o desenho. Al�m do desenho ficar tosco, conforme ele nos mostrara, era imposs�vel o uso da borracha, instrumento de qualquer desenhista em seu processo de cria��o.

Assim, o pr�prio aluno tecia cr�ticas aos instrumentos que determinavam o processo de avalia��o que sofria. Isso colocava em xeque o curso como um todo, pois o pr�prio usu�rio se tornava um elemento de propaganda negativa contra o curso e seus m�todos. E todos sabemos que a propaganda mais poderosa � a boca-a-boca.

Mesmo assim, ele demonstrava honestidade, pois poderia ter pedido a um colega de mais habilidade art�stica que fizesse o desenho por ele. Ningu�m saberia.

O momento atual do conhecimento em que vivemos � bastante particular. Nunca antes a sociedade humana havia presenciado tamanhas transforma��es no que diz respeito � informa��o e ao conhecimento. Esses fatos criam uma demanda por um constante aprendizado por parte de todo tipo de profissional, da mesma forma que determinam as a��es das empresas em busca da oferta de conhecimento e treinamento a seus funcion�rios. E esse � o cen�rio em que a EAD ganha cada vez mais for�a.

Vivemos hoje o que � chamado de Sociedade da Informa��o e estamos acostumados a ouvir o termo Novas Tecnologias da Informa��o e Comunica��o (NTIC). Em 1996, a maioria dos pa�ses do mundo j� estava conectada � Internet, mas alguns, por motivos pol�ticos, dispunham apenas de servi�o de correio-eletr�nico. Devidamente censurado pelo governo. (Na China, por exemplo, h� cerca de 50.000 censores oficiais, fiscalizando os sites visitados pelos milh�es de usu�rios daquele pa�s).

Para muitos pesquisadores, as NTIC s�o a derradeira resposta para a democratiza��o do ensino e para que as classes menos privilegiadas tenham acesso ao conhecimento. Para outros, ao contr�rio: as condi��es econ�micas mundiais aumentam o abismo entre os que podem adquirir conhecimento atrav�s dos meios mais avan�ados e os que n�o podem.

Segundo dados de 1995, quando o Brasil pertencia ao grupo das 10 maiores economias do mundo, possu�amos 26, 3 computadores para 1.000 habitantes. Em compara��o, os EUA, maior economia do mundo, possu�am 406, 7. A m�dia mundial era de 182, 0. (Corr�a, 2005: 14)

Quando observamos tais n�meros, podemos seriamente dizer que as NTIC contribu�am para a democratiza��o do ensino no Brasil h� dez anos? Ser� que a situa��o � diferente agora?

H� alguns anos programas v�m sendo adotados no Brasil, com o objetivo de introduzir computadores nas escolas. Em alguns casos, a realidade � a de um �nico PC para dezenas ou centenas de alunos. E, em geral, ele fica trancado dentro de uma sala � qual apenas professores t�m acesso. Ser� que � dessa forma que os alunos poder�o participar da Sociedade da Informa��o? � desse modo que ter�o acesso a mais conhecimento e, conseq�entemente, estar�o mais preparados para as mudan�as do mercado de trabalho, aumentando suas chances de conseguir uma coloca��o profissional?

No fim de outubro deste ano, fomos visitados por um pesquisador americano que desenvolveu um laptop, cujo valor � 100 d�lares. Sua inten��o inicial � disseminar 5 milh�es de unidades em pa�ses em desenvolvimento, sendo 1 milh�o delas destinadas a estudantes brasileiros. Todavia, a inten��o de nosso governo � adquirir as unidades e utiliz�-las inicialmente na reciclagem de professores do ensino fundamental.

Ou seja, nossos pr�prios professores n�o est�o capacitados a lidar com tecnologia de ponta no que se refere � Inform�tica e a Internet, as NTIC, pilares da educa��o no s�culo que se inicia. Ainda � necess�rio que os habilitemos para que esses possam se tornar instrutores dos alunos, abrindo-lhes as portas para o mundo do conhecimento atrav�s da Rede Mundial de Computadores e de outros instrumentos de aprendizado.

Todavia, acreditamos que esse � o caminho certo a ser seguido: primeiramente a forma��o dos instrutores para, a seguir, a forma��o dos alunos. Mas n�o podemos deixar de considerar que muitos tempo se passar� at� que esse projeto d� resultados consistentes.

E como se n�o bastasse, n�o se pode descartar que al�m da Sociedade da Informa��o, tamb�m vivemos a �tirania da informa��o�, segundo Milton Santos. [Corr�a, p. 12] H� informa��o demais e pouco tempo para absorv�-la, logo, algu�m determinar� o que as massas e/ou os alunos devem aprender como sendo o mais relevante. Mas quem deter� esse poder? Essa � uma quest�o crucial para o desenvolvimento de nossa sociedade.

Quando comparada � educa��o presencial, a EAD traz diversas vantagens, especialmente agora, durante o per�odo da Sociedade da Informa��o e com o aux�lio das NTIC. Vejamos:

massividade espacial;

menor custo por estudante;

diversifica��o da popula��o escolar;

individualiza��o da aprendizagem;

quantidade sem perda da qualidade;

autodisciplina de estudo. [Corr�a, p. 16]

Analisemos, todavia, as informa��es fornecidas com um olhar cr�tico.

Quando se fala em menor custo por estudante, n�o significa que um curso em EAD ser� necessariamente barato. Para que se ofere�a um curso de qualidade, s�o necess�rios materiais de qualidade e profissionais qualificados. E nada disso � barato. De fato, o material did�tico destinado � EAD tem de ser melhor do que o presencial, uma vez que o aluno n�o disp�e da figura do professor diante de si para resolver suas d�vidas imediatas. Em geral, os cursos em EAD oferecem respostas pelos tutores em um prazo de 24 horas.

O barateamento dos custos pode ocorrer uma vez que despesas como aluguel, luz, �gua, equipamentos did�ticos, transporte, etc, inexistem.

A quantidade sem perda da qualidade tamb�m � um outro fator question�vel. Um curso em EAD que disp�e de um �nico tutor para atender cinq�enta alunos talvez n�o obtenha resultados muito diferentes de um presencial.

Aos nossos olhos, a massividade espacial, a diversifica��o da popula��o escolar e a autodisciplina de estudo s�o fatores eminentemente positivos. Especialmente esse �ltimo, pois os cursos em EAD n�o s�o destinados a qualquer pessoa. Apenas pessoas que j� tenham disciplina ou que venham a desenvolv�-la ser�o capazes de levar um curso longo a termo. E n�s sabemos que a disciplina � um fator fundamental para qualquer profissional qualificado.

Em tempo: quando se fala em disciplina, remete-se automaticamente aos �ndices de evas�o e aprova��o. Por exemplo, a TVE do Maranh�o e Cear� desenvolveu projetos de EAD. Em 1980/1985 a evas�o foi de 8% e 12%, respectivamente; e o �ndice de aprova��o atingiu 85% em ambos os casos (Corr�a, 2005: 19). N�meros excelentes quando comparados ao ensino tradicional.

H� uma explica��o muito simples para tais n�meros: as pessoas que buscam um curso em EAD s�o, em sua maioria, adultos. Assim, eles t�m consci�ncia do que querem e do que precisam.

Os cursos � dist�ncia ganham impulso no fim do s�culo XIX e em 1930, 39 universidades americanas os ofereciam (Litwin, 2005: 118).

Nos EUA a Universidade de Winsconsin foi fundada especialmente para EAD e no fim dos anos 60, a Open University, de Londres, estabeleceu modelos que foram copiados, gerando a Universidade Nacional de Educa��o � Dist�ncia, da Espanha; a Universidade Nacional Aberta, da Venezuela; e a Universidade Estatal � Dist�ncia, da Costa Rica (Corr�a, 2005: 19).

Quando se fala em Universidade Aberta, n�o significa que seu acesso � irrestrito. Ao contr�rio, ela possui um sistema de sele��o bastante criterioso. Ela � aberta �de modo a tornar poss�vel a amplia��o do ensino superior n�o s� para um maior n�mero de estudantes, mas, tamb�m, para aqueles que n�o possu�am os requisitos necess�rios para o acesso ao ensino superior.� (Corr�a, 2005: 19)

Posteriormente, com sua evolu��o, a Universidade Aberta tornou-se um instrumento de maior amplitude de escolhas e conte�dos.

No Brasil, a EAD se iniciou documentadamente, conforme demonstrado na p�gina XX, na d�cada de 20. Nessa �poca, o r�dio era um avan�ado instrumento de comunica��o e logo tornava-se instrumento a servi�o do ensino e at� hoje � utilizado. Como exemplo podemos citar a R�dio Senac e o programa R�dio-Escola. Segundo nos informa o site do MEC, �O R�dio-Escola desenvolve a��es, nas escolas p�blicas ou comunidades, que visem � utiliza��o dessa m�dia na difus�o e desenvolvimento de pr�ticas pedag�gicas, al�m de fornecer insumos para o exerc�cio docente.� [http: //www.mec.gov.br/seed/website_radioescola/index.shtm]

No entanto, qualquer aluno de curso de EAD por r�dio conta com o compromisso de estar diante do aparelho no dia e hora definidos, diferentemente dos cursos oferecidos pela Internet, atrav�s dos quais os alunos podem acessar suas plataformas de ensino a qualquer momento. E � para esta dire��o que o Brasil caminha.

Analisemos agora a situa��o dos cursos superiores � dist�ncia no Brasil.

A revista veja de 27 de julho de 2005, p�gina 46, trazia a seguinte informa��o:

Os cursos superiores � dist�ncia multiplicam-se a cinco anos. Desde 2001, quando foram autorizados pelo governo, seu n�mero j� aumentou 700%. Com o aux�lo da Internet, 382 faculdades oferecem disciplinas de gradua��o e p�s-gradua��o.

Alunos matriculados em 2001 = 5.000; em 2004 = 160.000

Cria��o de novos cursos em 2001 = 11; em 2004 = 77

Outra mat�ria, publicada no site do MEC diz respeito � cria��o e in�cio das atividades da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

A cria��o da UAB (Universidade Aberta do Brasil) foi o principal foco de discuss�o do F�rum das Estatais para a Educa��o, que ocorreu na segunda-feira, 4 de julho de 2005, em Bras�lia. A UAB ser� lan�ada em setembro e as aulas devem come�ar j� no in�cio do pr�ximo ano letivo.

O titular as Secretaria de Educa��o a Dist�ncia do MEC (Minist�rio da Educa��o), Ronaldo Mota, adiantou que o processo seletivo dever� ocorrer no princ�pio de 2006. O in�cio das aulas est� previsto para o m�s de mar�o, com a realiza��o dos cursos-piloto de Administra��o em seis estados que j� possuem estrutura para atender os cursos � dist�ncia.

Na reuni�o, foi apresentado o modelo do projeto da cria��o da UAB, bem como da associa��o que ir� promover a forma��o dos cons�rcios p�blicos que ser�o firmados com as institui��es municipais e estaduais, juntamente com as institui��es p�blicas federais. (...)

Segundo Ronaldo Mota, em 2006 algumas a��es j� estar�o em curso. �A oferta de cursos de educa��o a dist�ncia em seis estados, enquanto projeto-piloto de curso de Administra��o j� est� consolidada.�

Os cursos ser�o realizados no Rio Grande do sul, Rio de Janeiro, Paran�, Cear�, Mato Grosso e Santa Catarina, sendo que em cada um dos estados existem cerca de 16 p�los que permitir�o o acesso � educa��o superior.

(...)

O secret�rio-geral do F�rum, Alex Fi�za, chamou a aten��o para tr�s pontos importantes na cria��o da Universidade Aberta do Brasil � dar oportunidade para todos os funcion�rios de estatais, formar todos os funcion�rio de estatais, formar todos os professores que n�o possuem gradua��o e dar acesso � universidade para todos os munic�pios do Brasil.

A UAB ir� oferecer cursos e programas a dist�ncia, em parceria com as universidades brasileiras, voltados para a expans�o da educa��o superior. No Brasil, apenas 11% dos jovens entre 18 e 24 anos t�m acesso a esta modalidade de ensino [ensino superior]. 05/07/2005 [http: //portal.mec.gov.br]

Ainda segundo o site do MEC, �a id�ia � oferecer, inicialmente, tr�s mil vagas no pa�s, 600 por regi�o. O processo seletivo, previsto para janeiro, deve ter provas de portugu�s, matem�tica e conhecimentos gerais, al�m da an�lise de t�tulos.� 27/10/2005 [http: //portal.mec.gov.br]

Diferentemente do que a not�cia informou, a UAB foi fundada apenas no dia 27 de outubro. Em sua cerim�nia de funda��o, o presidente do F�rum das Estatais pela Educa��o �classificou a iniciativa de important�ssima e disse que a educa��o � a �nica forma de superar a exclus�o social e promover a inclus�o educacional.� 27/10/2005 [http: //portal.mec.gov.br]

No estado do Rio de Janeiro h� 16 p�los, conforme nos informa a Funda��o Centro de Ci�ncias e Educa��o Superior a Dist�ncia do Estado do Rio de Janeiro (CECIERJ). Segundo os Estatutos da Funda��o do CECIERJ, s�o seus objetivos:

I � oferecer educa��o superior gratuita e de qualidade, na modalidade a dist�ncia, para o conjunto da sociedade fluminense;

II � a divulga��o cient�fica para o conjunto da sociedade fluminense;

III � a forma��o continuada de professores do ensino fundamental, m�dio e superior; e

IV � promover a expans�o e interioriza��o do ensino gratuito e de qualidade no Estado, atrav�s de cursos de extens�o, gradua��o e p�s-gradua��o, atividades curriculares e extra-curriculares, presenciais ou � dist�ncia. [http: //www.cederj.edu.br/cecierj/estatuto.htm]

O p�lo regional de Petr�polis, por exemplo, tem uma home page que fornece algumas informa��es importantes. Nesse p�lo s�o oferecidos cursos de licenciatura em Matem�tica (com coordena��o da UFF) e Biologia (com coordena��o da UFRJ e UENF), al�m de �cursos de extens�o semi-presenciais para aperfei�oamento acad�mico em �reas diversas, tais como Matem�tica, Geografia e Hist�ria.� www.cederj.edu.br/cederj/petropolis/cursos.htm

Gostar�amos de retornar ao coment�rio do secret�rio-geral do F�rum, que diz ser a educa��o �a �nica forma de superar a exclus�o social e promover a inclus�o educacional.�

Como pode isso acontecer se o n�vel de informatiza��o no Brasil � t�o baixo? Se o in�cio das atividades da UAB se direciona a funcion�rios das estatais, acreditamos que eles possam se valer de computadores das empresas para estudar.

Todavia, � medida que houver a expans�o da UAB, outros alunos ser�o beneficiados por ela e precisar�o de computadores. Mas sabemos que as condi��es econ�micas do Brasil n�o favorecem a compra de m�quinas, especialmente quando consideramos os proventos dos profissionais do ensino fundamental. Nossa expectativa recai sobre o programa do laptop de 100 d�lares e outras iniciativas do governo para facilitar a aquisi��o de computadores por parte dos alunos da UAB e outras institui��es de EAD.

Nesse artigo procuramos apresentar uma vis�o da EAD no mundo e no Brasil, especialmente para aqueles que n�o a conhecem ou, caso a conhecessem, talvez n�o conhecessem sua hist�ria for�a no mundo.

Com as Novas Tecnologias de Informa��o e Comunica��o e a velocidade de transforma��o de tudo ao nosso redor, h� uma constante necessidade de aprendizado e atualiza��o desse aprendizado. A EAD surge n�o como uma proposta para a solu��o desses problemas, mas como uma �t�bua de salva��o�, uma vez que j� nos dias atuais vivenciamos uma total falta de tempo para os estudos: as grandes cidades t�m suas avenidas e ruas cada vez mais cheias de ve�culos, provocando engarrafamentos que levam horas, dificultando o deslocamento dos estudantes; os transportes p�blicos, alternativa aos congestionamentos, est�o constantemente lotados, al�m de n�o serem confort�veis ou n�o cumprirem seus hor�rios; as fam�lias passam pouco tempo reunidas e muitos n�o desejam abrir m�o do pouco tempo que disp�em para estar com os seus em troca do comparecimento a salas de aula, assim caso sua presen�a seja obrigat�ria, ir�o sem disposi��o de aprendizado. Al�m desses h� diversos outros fatores, mas n�o � necess�rio descrev�-los: o pr�prio leitor � capaz de discernir quais s�o.

Acreditamos que a EAD � um instrumento que deve ter todo apoio das institui��es governamentais, especialmente no que tange a lhe dar credibilidade perante a sociedade. Esperamos que esse artigo seja um est�mulo ao leitor para conhecer um pouco mais acerca dessa modalidade de ensino e, quem sabe, vir a se tornar um profissional nesta �rea de crescimento t�o promissor no Brasil e no mundo.

REFER�NCIAS BIBLIOGR�FICAS

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LITWIN, Edith. Das tradi��es � virtualidade. In: SENAC. Curso de especializa��o a dist�ncia. E-Book. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 2005. CD-ROM.

MEC. Portal. 27 outubro 2005. <http: //portal.mec.gov.br>. Acessado em 30 outubro 2005.

MEC. R�dio-Escola. <www.mec.gov.br/seed/website_radioescola/index.shtm>. Acessado em 30 outubro 2005.

RAMAL, Andrea Cec�lia. Entre mitos e desafios. In: SENAC. Curso de especializa��o a dist�ncia. E-Book. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 2005. CD-ROM.

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Em que ano na Noruega e criada a primeira legislação para escolas por correspondência?

Em 1948, é elaborada, na Noruega, a primeira legislação para normatizar as escolas por correspondência. Em 1951 foi criada a Universidade Sudáfrica cujo objetivo era o desenvolvimento de cursos a distância.

Quando foi inaugurada a primeira escola por correspondência?

1829, Suécia: Instituto Liber Hermodes (150.000 usuários). 1840, Reino Unido: Faculdades Sir Isaac Pitman – primeira escola por correspondência na Europa.

Quando iniciou a Educação a Distância no Brasil?

No Brasil, o EAD surgiu com cursos de qualificação profissional. O registro mais remoto data de 1904, com um anúncio nos classificados do Jornal do Brasil de um curso de datilografia (para usar máquinas de escrever) por correspondência.

Qual foi o marco inicial da Educação a Distância no mundo?

Os primeiros indícios de utilização da Educação a Distância remontam ao século XVIII, quando um curso por correspondência foi oferecido por uma instituição de Boston (EUA). A partir de então, é possível estabelecer uma cronologia da evolução da EaD no mundo.