Quando o embrião implanta no endométrio?

Entenda o que é falha de implantação e por que ela ocorre

23 de agosto de 2019

Existem três fatores a serem considerados para detectar a falha de implantação: a qualidade embrionária, o número de transferência de embriões e a idade da mulher. Quando a gravidez não é detectada por ultrassonografia após a transferência de quatro embriões de qualidade e pelo menos três transferências embrionárias a fresco ou de embriões congelados em uma mulher jovem (de idade inferior a 40 anos), pode-se dizer que houve falha de implantação.

É preciso atenção a esses três fatores, porque é comum a confusão entre falha de implantação e falha na fertilização in vitro. “Os embriões têm de ser de boa qualidade. Se ocorre, por exemplo, uma resposta ruim aos estimulantes de ovulação, ou os embriões forem de baixa qualidade, ou o procedimento for realizado em mulheres de faixa etária mais avançada – fato que tem correlação com a qualidade embrionária –, não é considerado falha recorrente de implantação”, explica a doutora Hitomi Nakagawa, ginecologista e sócia da Genesis.

Cerca de um terço das falhas de implantação está relacionado a alterações embrionárias. Os outros dois terços estão vinculados ao endométrio ou à interação endométrio-embrião.

A tecnologia para análise embrionária já é bastante desenvolvida e permite, entre outras ações, a classificação, seleção dos melhores embriões e evolução deles até a fase ideal para implantação. “Hoje conseguimos acompanhar passo a passo as características do embrião. Avanços de meio de cultivo e o estudo genético embrionário (para casos personalizados) dão mais insumos para detectar o melhor embrião para que ele possa evoluir dentro do útero”, acrescenta a Dra. Nakagawa.

Já as técnicas de avaliação do endométrio ou da interação endométrio-embrião são limitadas, em sua maioria ainda em fase de pesquisa e nem sempre com comprovação científica para verificar, por exemplo, a existência de algum marcador que interfira nessa interação. Hoje, as técnicas validadas e utilizadas para isso são a ultrassonografia, a biópsia endometrial – para rastrear infecção – e a histeroscopia – espécie de endoscopia da cavidade uterina que analisa a qualidade dessa camada interna do útero ou alterações da cavidade uterina, como mioma e adenomiose.

Para fazer a avaliação do endométrio é necessária uma biópsia endometrial, que pode ser um pouco incômoda para a paciente. “Os exames se baseiam em datar o endométrio, para sincronizar as mudanças desse tecido com o desenvolvimento do embrião. Acontece que esse datamento não é o único fator, porque o endométrio é um tecido complexo e dinâmico e se modifica constantemente. Além disso, existe um período mais propício para a nidação, e não apenas um dia”, explica a dra. Nakagawa.

O endométrio precisa se preparar e se desenvolver para recepcionar o embrião em determinada data coincidente com o período de evolução embrionária. Por outro lado, ele é um tecido que também bloqueia a implantação, em busca somente dos embriões bons. “O trofoblasto – a parte embrionária que vira a placenta – é um tecido muito invasivo. Se ele invade muito, pode haver anomalias, como placenta acreta – quando ela penetra muito na musculatura uterina e pode causar hemorragia pós-parto. Se penetrar de menos, pode causar aborto. Então há um limite que o endométrio tem que comandar para que seja o ideal”, detalha a Dra. Nakagawa.

Caso não aconteça gravidez, o endométrio descama e se prepara para o próximo ciclo. “Além de analisarmos a sincronização da chegada do embrião com a preparação do endométrio, precisamos avaliar todas as variações desse tecido complexo durante o ciclo. Pela quantidade de variáveis, provavelmente não haverá um único exame capaz de verificar tudo isso. Existe uma série de marcadores de receptividade endometrial sendo pesquisados, mas nenhum é definitivo”, salienta.

Assunto foi discutido em Congresso – No XXIII Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (CBRA 2019), que ocorreu entre 31/7 e 3/8, em Curitiba, a Dra. Hitomi Nakagawa participou do participou do Fertility & Sterility Journal Club Global, um debate ao vivo com especialistas de várias partes do mundo e do painel “Caso clínico 3: congelamento social”, onde foram discutidas possibilidades para lidar com a falha de implantação.

Por Gabriela Brito Conversa – Estratégias de Comunicação Integrada

A janela de implantação é uma etapa de extrema importância para garantir o sucesso da gravidez. Ela representa o período em que o embrião consegue se implantar no endométrio. Ou seja, representa o momento mais propício para que o embrião se fixe na camada interna do útero que é preparada durante o ciclo menstrual para recebê-lo. Isso ocorre após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide e seu período é de 24 a, no máximo, 48 horas.

Para identificar a janela de implantação foi desenvolvido um teste de avaliação endometrial chamado ERA (Endometrial Receptivity Array, na sigla em inglês ou Teste de Receptividade Endometrial), com o intuito de analisar a receptividade do endométrio para obter maior chance de sucesso nos tratamentos de Fertilização in Vitro (FIV).

Quando o embrião implanta no endométrio?

O teste ERA é uma avaliação molecular para determinar se o endométrio é receptivo durante a janela de implantação. O dia ideal para transferência do embrião ao útero também é determinada com o resultado do exame. Essa data costuma ser entre os dias 18 e 21 do ciclo menstrual da mulher, correspondentes aos dias após ovulação.

Ele pode ocorrer de duas formas:

Índice

  • 1 – Preparo endometrial
  • 2 – Maneira natural
  • As fases de implantação e a importância da janela de implantação
    • Posicionamento
    • Adesão
    • Invasão

1 – Preparo endometrial

Utiliza-se hormônios estradiol e progesterona para determinar com precisão a data para biópsia embrionária.

2 – Maneira natural

Realizado durante o ciclo menstrual com a ovulação espontânea, sem uso de hormônios para preparação do endométrio. O dia da biópsia irá variar conforme o dia de ovulação.

Seus resultados podem ser:

  • Receptivo

Significa que a janela de implantação está de acordo com a data que a biópsia foi realizada. Caso esse seja o resultado, a implantação pode ocorrer durante esse período.

  • Não receptivo

Significa que a janela de implantação é deslocada, estando o endométrio pré ou pós-receptivo. Nesse caso, é recomendada uma personalização da janela de implantação através de um novo exame para identificar a melhor data para transferência.

Todos os resultados se relacionam com a progesterona: hormônio sexual essencial para o equilíbrio do ciclo do ovário e para gravidez. Caso identifique-se que o endométrio está pré-receptivo, é preciso mais dias de progesterona. Em caso do pós-receptivo, é preciso menos dias de progesterona.

O ERA é atualmente recomendado nos seguintes casos:

  • Para pacientes que tentaram duas vezes ou mais e tiveram falhas de implantação mesmo com embriões de boa qualidade;
  • Com o endométrio normal ao ultrassom – Ele é necessário para que a gravidez aconteça, pois é nele que o zigoto se fixa para crescer. O endométrio pode ser fino ou normal. No caso de ser normal, mas a gravidez não está sendo gerada, o ERA é indicado para avaliar a janela de implantação a fim de obter sucesso na fertilização.

A receptividade endometrial é primordial para o procedimento de FIV e influencia nos resultados. Mas o teste ERA deve ser indicado pelo médico especialista em reprodução humana que irá constatar qual a melhor forma de chegar ao ponto esperado: a gravidez.

O período da janela de implantação é um dos mais delicados e decisivos para quem está realizando a Fertilização in Vitro. Todo trabalho desenvolvido é para deixar o corpo e o organismo o mais preparados possíveis para que a sincronia aconteça resultando na gravidez. Esse momento é composto por três fases:

Posicionamento

O blastocisto procura o lugar de implantação para se fixar.

Adesão

O blastocisto fixa-se no endométrio. Acontece entre 6 e 7 dias após a fertilização.

Invasão

O blastocisto invade o endométrio, rompendo a membrana basal e penetrando nos vasos sanguíneos maternos.

Algumas mulheres realizam sucessivas tentativas de transferência embrionária sem sucesso. No caso de transferência de embriões de boa qualidade, é preciso avaliar o endométrio e buscar identificar onde e porquê houve a falha e como obter um resultado positivo. É então que entra a janela de implantação.

Durante a FIV, é simulado o ciclo menstrual da mulher e a transferência é feita durante a janela de implantação. Nesse período, o endométrio está sob efeito do hormônio progesterona por 3 dias para receber o embrião em D3 e 5 dias para receber o embrião em D5 (blastocisto).

Com a Fertilização in Vitro há maiores chances de sucesso para a gestação. O procedimento oferece diminuição nas taxas de aborto espontâneo, menor chance de sangramento, menor risco de parto prematuro e de bebês com maior peso ao nascer.

O especialista em reprodução humana irá acompanhar e oferecer os melhores exames e alternativas para que a implantação seja realizada no período correto. Entender sobre a janela de implantação faz a mulher ter mais conhecimento sobre o ciclo menstrual e entender o funcionamento do organismo em relação ao sistema reprodutivo e a esse momento importante que é a janela de implantação para que a gravidez ocorra.

Quando o embrião implanta no endométrio dói?

Além disso, outro sintoma da implantação do embrião é a cólica ou pontadas no baixo ventre. Isto se deve pelo fato do embrião estar penetrando cada vez mais fundo no endométrio. As tonturas, por sua vez, também podem vir a ocorrer devido à dilatação dos vasos sanguíneos, que resulta na queda da pressão arterial.

Como saber se o embrião foi implantado no útero?

Os sinais e sintomas de fecundação nem sempre estão presentes ou podem ser difíceis de identificar, porém os mais comuns são:.
Leve cólica abdominal no 6º ou 7º dia após o período fértil;.
Corrimento rosado até 3 dias depois da relação;.
Cansaço e sonolência;.
Dor de cabeça leve e persistente;.
Seios inchados e doloridos..

Quantos dias leva para o embrião se implantar no útero?

O tempo que leva da fecundação até o início da nidação é de cerca de 6 dias. O início da contagem ocorre no momento que o óvulo é fecundado e termina quando ele começa a se fixar (nidação) no endométrio, camada interna do útero.

Quando o embrião invade o endométrio?

A nidação ou implantação do blastocisto começa no fim da primeira semana, quando o blastocisto invade o tecido conjuntivo endometrial e vagarosamente se aprofunda no endométrio.