Que problemas ambientais e sociais foram provocados pela construção da Usina de Balbina no rio Uatumã?

Consequências ambientais causadas nos últimos 28 anos pela usina hidrelétrica é tema da pesquisa do estudante de engenharia florestal Jekiston de Souza

Os impactos ambientais e sociais causados pelas instalações hidrelétricas causam intensas discussões há décadas. O assunto entrou em pauta, mais uma vez ontem, durante a apresentação de uma pesquisa, no VI Congresso de Iniciação Científica do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA). Desta vez o debate foi sobre os problemas provocados ao longo de 28 anos após a construção da Usina Hidrelétrica de Balbina, localizada no município de Presidente Figueiredo, município distante 130 quilômetros da capital Manaus.

A pesquisa foi desenvolvida pelo estudante de engenharia florestal e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Jekiston de Souza, 24, e desenvolvida ao longo de um ano na Reserva de Desenvolvimento Sustentável, localizada às margens do Rio Uatumã.

Trabalho de Jekiston de Souza analisou os impactos causadas pela usina

Segundo o estudante, o estudo tem como objetivo mostrar que os impactos causados pela hidrelétrica a médio prazo de tempo foram graves e os danos poderão ser sentidos por muitas décadas. "Esses tipos de empreendimentos afetam na emissão de gases, conflito entre comunidades afetadas, animais e insetos perdem hábitat e uma profunda alteração no ciclo hidrológico", disse.

Conforme o estudante pesquisador, ao longo de um ano cerca de 60 espécies de árvores mortas e vivas foram analisadas em laboratório e foi possível constatar que houve declínio do crescimento das espécies. Jekiston também disse que a barragem causou morte maciça de árvores, afetando o desenvolvimento de outras e morte de inúmeras outras.

O universitário pretende dar continuidades as pesquisas e estudos na área para identificar outros danos graves causados à população amazonense.

"A instalação da hidrelétrica causou sérios danos ecológicos de grandes proporções espaciais e temporais, pois nossa pesquisa mostra que há uma tendência para a continuidade da mortalidade dessas arvores, mesmo após 25 anos da implementação da hidrelétrica. Por exemplo, o rio era largo e após a barragem ao longo de todos esses anos estreitou, todas essas mudanças causaram sérios impactos", explicou.

Estudos não eram obrigatórios

Apesar dos danos ambientais serem considerados sérios, a engenheira florestal Laura Bernardes disse que quando a Usina Hidrelétrica de Balbina foi construída não existia a obrigatoriedade dos estudos de impacto ambiental e um relatório.

"Hoje são obrigatórios para o licenciamento de atividades potencialmente poluidoras e tem como objetivo identificar os possíveis impactos ambientais decorrentes da obra e operação da atividade", disse.

De acordo com a especialista, hoje a obrigatoriedade oferece a oportunidade de utilizar medidas e tecnologias apropriadas que diminuirão impactos negativos sobre o meio ambiente.

"Os estudos de impacto ambiental como etapa obrigatória para a concessão do licenciamento ambiental pelos órgãos competentes evitam que obras que se mostrem economicamente viáveis se tornem catastróficas do ponto de vista ambiental".

Mau negócio

No ano passado o Greenpeace Brasil lançou um relatório denominado "Hidrelétricas na Amazônia: um mau negócio para o Brasil e para o mundo". O objetivo era apresentar cenários de geração de eletricidade utilizando fontes renováveis mais limpas e menos prejudiciais, como a combinação de eólica, solar e biomassa.

http://www.acritica.com/channels/governo/news/impactos-causados-pela-hidreletrica-de-balbina-sao-apresentados-em-pesquisa

Energia:UHE Amazônia

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Balbina, a hidrelétrica que não deu certo

 

Que problemas ambientais e sociais foram provocados pela construção da Usina de Balbina no rio Uatumã?

Há poucos anos, Manaus era abastecido de energia termoelétricas que queimavam petróleo. O aumento dos preços do petróleo, a partir de 1973, levou o governo a optar pela construção de uma usina hidrelétrica capaz de suprir Manaus e substituir as termoelétricas. O local escolhido para a nova usina, chamada Balbina, foi o Rio Uatumã, no meio da floresta amazônica. Desde o início desse projeto, muitos cientistas reclamaram, mostrando os erros, mas foram ignorados pelo governo. Quando a usina entrou em funcionamento parcial, em 1988, até mesmo o governo reconheceu que ela é uma verdadeira tragédia.
   
Balbina é uma tragédia econômica, pois o custo da energia que ela produz é altíssimo. Acontece que o rio Uatumã é pequeno e tem pouca água, e por isso, a quantidade de energia consumiu muito dinheiro. Muito mais que continuar a usar as termoelétricas!
 
Balbina também é uma tragédia ecológica, pois destruiu uma área enorme de floresta, destruindo milhões de árvores. Acontece que o rio Uatumã está localizado em região de relevo quase plano, e, por isso, a represa criada pela barragem inundou um espaço exagerado. Não foi só a floresta que se perdeu, mas também muitas espécies animais que habitavam aquele meio ecológico.
Que problemas ambientais e sociais foram provocados pela construção da Usina de Balbina no rio Uatumã?
   
Finalmente, Balbina é uma tragédia social que prejudicou os habitantes da região. Uma parte da sua enorme represa inundou terras de caça e moradia dos índios. Além disso, os peixes desapareceram do rio, no trecho abaixo da barragem, pois a decomposição dos vegetais afogados pela represa tornou a água ácida e poluída. Os habitantes das margens do rio, que usavam os peixes como fonte de alimentação, estão se mudando para outros lugares.
 
O exemplo de Balbina mostra que nem sempre uma usina hidrelétrica é uma boa opção. Talvez esse exemplo sirva, pelo menos, para convencer o governo a estudar com mais cuidados as consequências da construção de usinas nos rios da Amazônia.
 
 
Que problemas ambientais e sociais foram provocados pela construção da Usina de Balbina no rio Uatumã?

Quais foram os principais impactos ambientais decorrentes da construção da usina hidrelétrica de Balbina?

"Esses tipos de empreendimentos afetam na emissão de gases, conflito entre comunidades afetadas, animais e insetos perdem hábitat e uma profunda alteração no ciclo hidrológico", disse.

Quais são os impactos ambientais e sociais provocados pela construção de usinas no Brasil?

Destruição da vegetação natural; Assoreamento do leito dos rios; Desmoronamento de barreiras; Extinção de espécies de peixes, por interferência nos processos migratórios e reprodutivos (piracema);

Quais são os problemas ambientais e sociais causados pela construção de barragens e hidrelétricas na região Norte?

Na área ambiental o principal impacto costuma ser o alagamento de importantes áreas florestais e o desaparecimento do habitat dos animais. Muitas vezes a hidrelétrica é construída em áreas onde se concentram os últimos remanescentes florestais da região, desmatando e inundando espécies ameaçadas de extinção.

Quais foram os impactos ambientais deixados pela construção de uma usina hidrelétrica?

Durante a construção de uma usina hidrelétrica muitas árvores de madeira de lei são derrubadas, outras são submersas, apodrecendo debaixo d'água permitindo a proliferação de mosquitos causadores de doenças. Muitos animais silvestres morrem, por não haver a possibilidade de resgatá-los.