A deficiência visual não qualifica a pessoa para as seguintes modalidades

Ação é uma parceria entre a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, o Instituto Federal Catarinense e o Comitê Paralímpico Brasileiro

Estão abertas as inscrições para atletas paralímpicos com deficiência visual, cegos ou com baixa visão, interessados em ter cães-guias. O processo seletivo está sendo realizado pelo Instituto Federal Catarinense (IFC), campus Camboriú, que vai doar quatro animais para auxiliar os esportistas nas tarefas diárias.

A ação é resultado de uma parceria entre o IFC, a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR), e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Para participar da seleção, os interessados devem preencher a ficha de Cadastro de Atletas Paralímpicos, por meio de um formulário disponível na plataforma do Google. A inscrição é online e gratuita, e pode ser realizada até o dia 15 de abril.

Podem se candidatar ao edital atletas paralímpicos com deficiência visual que tenham participado de competições oficiais nas seguintes modalidades: atletismo; ciclismo, futebol de 5, goalball, hipismo, judô, natação e remo. Além disso, os candidatos devem ter condições físicas, psicológicas e financeiras para manter o cão-guia, ser maior de idade ou ter mais de 16 anos se for emancipado.

A chamada pública pode ser acessada aqui. O cadastro tem validade de 24 meses, mas não garante o direito de receber um cão-guia. O edital é uma forma de subsidiar futuros processos de seleção, que serão realizados pelo Centro.

Processo de seleção para receber o cão-guia

Os atletas interessados terão que passar pelo Curso de Formação de Treinadores e Instrutores de cães-guia, com duração de três semanas. A qualificação é oferecida pelo Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de cães-guia, responsável pela seleção.

Durante o período será avaliada a compatibilidade entre candidatos e animais, além da capacidade das pessoas em serem usuárias de cão-guia. O processo exige empatia entre o animal e o futuro dono, por isso existem diversos critérios que influenciam na escolha.

Um exemplo disso é o perfil físico (peso, altura, equilíbrio e velocidade de caminhada) e comportamental (temperamento, estilo de vida, rotina diária e profissão) do candidato, que deve ser compatível com o cão. De acordo com IFC, neste caso serão escolhidos animais mais rápidos, visto que estes serão parceiros de atletas paralímpicos profissionais.

As despesas com deslocamento entre a cidade do candidato e Camboriú (SC) serão custeadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. O IFC vai disponibilizar alojamento. Já as despesas pessoais ficam a cargo dos interessados. Após as três semanas do curso, haverá mais uma semana de processo de adaptação, na residência do atleta, para a demarcação da rota de trabalho da dupla.

A deficiência visual não qualifica a pessoa para as seguintes modalidades
Os cães-guia representam mais independência e qualidade de vida aos deficientes visuais (Foto: Divulgação Ministério da Cidadania).

Treinamento do cão-guia: como ocorre?

Os animais do Centro de Treinamento e Formação de Cães-Guia do IFC são das raças labrador e golden retriever. Por se tratar de uma função altamente específica, o treinamento de um cão-guia dura, no mínimo, dois anos e meio.

Um cão-guia auxilia as pessoas com deficiência visual em várias tarefas cotidianas, como atravessar a rua, parar em sinais, evitar obstáculos e encontrar as portas dos estabelecimentos, entre outras habilidades. O animal graduado como cão-guia trabalha em média oito anos, antes de se aposentar.

O que é um cão-guia?

O cão-guia pode desenvolver diversas habilidades, assim como outros cachorros. Além de sentar e deitar, ele é treinado para executar tarefas que vão além do adestramento. Considerados os “olhos” dos deficientes visuais, cães-guias garantem mais autonomia e liberdade aos donos.

No Brasil, labradores e goldens retriever são os mais utilizados como cães-guia. No entanto, outras raças podem ser usadas, como border collie, boxer e pastor alemão. O importante é avaliar o tamanho do animal, normalmente de médio ou grande porte, para que ele tenha força suficiente para guiar seu dono.

Outras características observadas na definição de um cão-guia são o comportamento enquanto filhote e a genética do animal. Considerado apto, o cachorro costuma passar por uma fase de socialização até completar um ano. Durante esse período, ele aprende comandos básicos de obediência e como conviver com diferentes pessoas.

Depois disso, ocorre a fase de treinamento. O cão-guia aprende a identificar objetos, desviar de obstáculos, reconhecer rotas, identificar entradas e saídas de lugares e assimilar movimentos de trânsito.Por fim, são realizadas duas semanas de adaptação entre o animal e o futuro dono.

Por mais fofinhos e dóceis que eles sejam, é preciso tomar cuidado ao chamar a atenção de cães-guias. Não por medo, mas sim para evitar acidentes.

Lembre-se que o animal está em serviço e qualquer distração pode confundi-lo e, automaticamente, desorientar o deficiente visual. Na dúvida, antes de brincar com o cachorro, converse com o dono sobre o assunto e veja se ambos estão em um momento livre.

Cão-guia no Brasil: o que diz a lei?

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) prevê que o cão-guia é um recurso de acessibilidade. Assim, pessoas com deficiência visual têm o direito de transitar e permanecer em locais públicos acompanhadas do animal, incluindo estabelecimentos comerciais e meios de transportes. A legislação também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência foi sancionada em 2015, pela presidente Dilma Roussef.

* Texto desenvolvido com informações do Ministério da Cidadania e da Sociedade Brasileira de Cinofilia

Qual a modalidade que os atletas deficientes visuais não podem participar?

De acordo com a Federação, só existem três provas que os atletas com deficiência visual não podem competir: as de obstáculos, as corridas com barreiras e o salto em altura.

Quais modalidades são para pessoas com deficiência visual?

Existem vários esportes para deficientes visuais. Muitos deles apresentados no site, como Atletismo, Natação, Ciclismo, Remo, e alguns específicos para deficientes visuais como o Goalball e Futebol de 5.