Aponte o total aproximadamente, da população urbana em 1980 e em 2000

Dia 11 de julho, celebra-se o Dia Mundial da População. A data foi criada pelas Nações Unidas (ONU) em 1989.

A cada 19 segundos a população brasileira aumenta. Esse é o tempo médio estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma das classificações da população é entre urbana e rural, sendo a primeira, no Brasil, equivalente a 84,36% do total e a segunda a 15,64%. Entre 1980 e 2010, data do último censo demográfico, registra-se o crescimento da população urbana em 20% aproximadamente, marcando o crescimento mais acelerado na segunda metade do século XX.

Aponte o total aproximadamente, da população urbana em 1980 e em 2000

O aumento da população urbana também acontece em nível mundial. O planeta passou por um processo de urbanização rápido nas últimas décadas: em 1950, mais de dois terços da população do mundo vivia em área rural; foi em 2007 que a população urbana mundial ultrapassou a população rural, mantendo-se predominante desde então, segundo o relatório World Urbanizacion Prospects, produzido pela Divisão das Nações Unidas para a População do Departamento para Assuntos Econômicos e Sociais (DESA).

Aponte o total aproximadamente, da população urbana em 1980 e em 2000

Atualmente, 54% da população mundial vive em áreas urbanas. Em 2050, tal proporção deve chegar a 66%, de acordo com o relatório. A associação do crescimento urbano e do crescimento populacional pode levar a uma população urbana composta por mais de 6 bilhões de pessoas em 2045. O número atual correspondente a 3,9 bilhões e, em 1950, a população urbana mundial era equivalente a 746 milhões de pessoas, de acordo com o World Urbanizacion Prospects. Até 2050, estima-se que 2,5 bilhões de pessoas se somarão à população urbana, sendo 90% do crescimento centrado na Ásia e na África.

Conforme o relatório, 59 países têm mais de 80% da população urbana. Entre os países com pelo menos 10 milhões de habitantes, os mais urbanizados são: Bélgica, 98% urbana; Japão, 93%; Argentina, 92%; e Países Baixos, 90%. Sendo o crescimento urbano natural e já previsto, é preciso planejamento e organização do uso sustentável dos espaços, pensando na qualidade de vida dos habitantes e no meio ambiente. A população urbana tem necessidades como moradia, acessibilidade e segurança; se pensarmos nisso, podemos chegar ao desenvolvimento ordenado do espaço e de cidades eficientes.

Por Laís Webber


Por Leonardo Delfim Gobbi

Graduado em Geografia pela UFF

Urbanização

O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos.

Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo.

Educação: Acompanhe todo o processo de industrialização no Brasil!

Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.

Aponte o total aproximadamente, da população urbana em 1980 e em 2000
Gráfico com taxa de urbanização (Foto: IBGE)

A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%.

Desigualdades

As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional, possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras.

A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural.

Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.

Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE)

Região 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010
Brasil 31,24 36,16 44,67 55,92 67,59 75,59 81,23 83,48 84,36
Norte 27,75 31,49 37,38 45,13 51,65 59,05 69,83 76,43 73,53
Nordeste 23,42 26,4 33,89 41,81 50,46 60,65 69,04 71,76 73,13
Sudeste 39,42 47,55 57 72,68 82,81 88,02 90,52 92,03 92,95
Sul 27,73 29,5 37,1 44,27 62,41 74,12 80,94 82,9 84,93
Centro Oeste 21,52 24,38 34,22 48,04 67,79 81,28 86,73 86,81 88,8

A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.

A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.

Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.

Aponte o total aproximadamente, da população urbana em 1980 e em 2000
Mapa com grau de urbanização. (Foto: IBGE)

Problemas urbanos

O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:

Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.

Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto espaço de tempo. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.

Poluição – O grande número de indústrias, automóveis e de habitantes vai impactar o aumento das emissões de gases poluentes, assim como com a contaminação dos lençóis freáticos e rios dos principais centros urbanos.

Enchentes – A impermeabilização do solo pelo asfaltamento e edificações, associado ao desmatamento e ao lixo industrial e residencial, fazem com que o problemas das enchentes seja algo comum nas grandes cidades brasileiras.

Exercícios


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Qual o total da população urbana em 1980 e em 2000?

Resposta verificada por especialistas A população urbana no Sudeste em 1980 é estimada em mais de 40 milhões de pessoas e cresce para mais de 60 milhões no ano 2000. Já a população urbana no Nordeste era estimada em mais de 15 milhões de pessoas em 1980, crescendo para 30 milhões no ano 2000.

Qual era a população urbana do Brasil em 1950 e em 2010?

Em termos absolutos, a população urbana do país passou de 18,7 milhões de pessoas em 1950, para 160,9 milhões no ano de 2010. Assim, o crescimento da população brasileira, ao longo dessas décadas, combina-se com sua urbanização.

Quando a população urbana passou a ser maior que a população rural 1960 1970 1980?

Na década de 1970 o número de habitantes morando nas cidades foi, pela primeira vez, maior do que a população que vivia na zona rural.

Quando a população urbana se tornou?

Entretanto, esse processo atingiu desigualmente o território brasileiro. Quando falamos que o Brasil se tornou urbano por volta da década de 1970 e 1980 é preciso ter em mente que estamos falando de todo o contingente populacional brasileiro.