Por que a Mata Atlântica é uma das vegetações mais devastadas do Brasil aponte uma consequência desse fato?

Ouça este artigo:

A Mata Atlântica é um conjunto de formações florestais que se estende por uma faixa de 1.300.000 km² do Rio Grande do Sul ao Piauí, passando por 17 Estados brasileiros.

Ela ocupa um papel importante na manutenção dos recursos hídricos disponíveis dos principais estados brasileiros, abrangendo sete das nove maiores bacias hidrográficas do país. Possuindo assim, uma grande importância do ponto vista econômico, visto que 110 milhões de pessoas, ou 62% da população brasileira, vivem nessa região. O que, infelizmente, contribui, também, para que este fosse o conjunto de ecossistemas mais devastado: cerca de 93% da Mata Atlântica original não existe mais.

Explorada desde a época da colonização pela extração do Pau-Brasil e, depois pelo cultivo de monoculturas como o café e a cana-de-açúcar, a Mata Atlântica se reduz hoje, a apenas, 7% da sua cobertura original. Com isso cerca de 261 espécies de mamíferos, 1020 de pássaros, 197 espécies de répteis, 340 de anfíbios, 350 de peixes e cerca de 20 mil espécies vegetais, estão seriamente ameaçadas. Sem contar que a grande maioria dessas espécies são endêmicas, ou seja, só existem aqui.

Na tentativa de preservar o que restou dessa riqueza, foram criadas diversas Unidades de Conservação (áreas de preservação previstas em Lei), totalizando 860 unidades. A maior delas com 315 mil hectares é o Parque Estadual da Serra do Mar. Com o mesmo intuito, foi aprovada a Lei da Mata Atlântica (Lei Nº285/99) em 2006, que acaba com as controvérsias acerca de sua extensão e características principais, além de definir medidas de preservação.

Mesmo assim, a Mata Atlântica sofre a pressão do crescente aumento das cidades e da poluição que põem em risco as tentativas de preservá-la.

No último levantamento realizado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em parceria com a Oong SOS Mata Atlântica, que abrangeu 60% do bioma, foi constatado que, mesmo com a diminuição de 71% no ritmo de desflorestamento, as áreas degradadas somam 95.066 hectares. Destes, 73.561 estão concentrados em Santa Catarina e Paraná trazendo diversos problemas não só ao meio ambiente, mas, também ao homem. Vale lembrar que o desmatamento é uma das principais causas da desertificação (processo de transformação de terras férteis em terras inférteis) que vem afetando seriamente o sul do país.

Entretanto, apesar dos dados, a história nos mostra que é possível recuperar o que perdemos. Em 1862, ao passar uma grave crise de escassez hídrica, o Governo Imperial iniciou a recuperação da área de Mata Atlântica que havia sido degradada pelos cerca de 160 engenhos e lavouras de café que existiam na região da cidade do Rio de Janeiro. Através do replantio de árvores típicas foi recuperado o que hoje é a Floresta da Tijuca. A maior floresta urbana do mundo com 3.300 hectares.

Leia também:

  • Fauna da Mata Atlântica

Fontes: INPE, SOS Mata Atlântica, Alma Carioca

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/desmatamento-da-mata-atlantica/

Alternativa correta: letra “A”.

a) Verdadeiro – As espécies arbóreas da Mata Atlântica, na sua maioria, apresentam mecanismos de adaptação para sobreviver em períodos de secas.  

b) Falso – Os poluentes atmosféricos são extremamente prejudiciais à vegetação. A queimada pode ser considerada como uma das principais responsáveis pela devastação da floresta, visto que essa prática reduz a cobertura vegetal.

c) Falso – Os incêndios provocam a morte de vários animais, havendo, portanto, um desequilíbrio na cadeia alimentar.

d) Falso – O capim colonião é extremamente resistente a queimadas, fato que proporciona a sua expansão, prejudicando a recomposição da flora local, que é responsável pela estabilização das encostas.

e) Falso – Os incêndios florestais provocam a redução da flora nativa, proporcionando a disseminação de espécies exóticas, em especial o capim colonião, que é extremamente resistente a queimadas e se expande com facilidade em solos férteis, principalmente na Mata Atlântica.
 

Voltar a questão

A Mata Atlântica é considerada uma das áreas mais ricas em biodiversidade do mundo. Contudo, 90% de sua extensão original está destruída, tornando-a o bioma brasileiro mais ameaçado.

Por que a Mata Atlântica é uma das vegetações mais devastadas do Brasil aponte uma consequência desse fato?

O Brasil comemora, em 27 de maio, o Dia Nacional da Mata Atlântica, criado por decreto federal, de 21 de setembro de 1999. A data é uma referência a 27 de maio de 1560, quando o Padre Anchieta assinou a carta de São Vicente, documento no qual descreveu, pela primeira vez, a biodiversidade das florestas tropicais nas Américas.

A Mata Atlântica é considerada uma das áreas mais ricas em biodiversidade do mundo. Foi decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988.

Mata Atlântica: características, extensão e localidade

A Mata Atlântica abrange as maiores cidades e regiões metropolitanas do Brasil. Nela, moram mais de 145 milhões de pessoas. Mais de 80% da produção econômica nacional é gerada nessa região, considerada o centro sócio-econômico do país. Todavia, a vegetação remanescente ocupa cerca de 29% da área de cobertura vegetal do bioma.

A Mata é encontrada nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e parte dos territórios de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Ela apresenta grande variedade de formações, engloba uma diversidade de ecossistemas florestais com estrutura e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas da região onde ocorre.  Neste território, as nascentes e mananciais abastecem as cidades, sendo um dos fatores que têm contribuído com os problemas da crise hídrica, associados à escassez, ao desperdício, à má utilização da água, ao desmatamento e à poluição.

Fauna, Flora e outras riquezas únicas da Mata Atlântica

Originalmente, o bioma ocupava mais de 1,3 milhões de quilômetros quadrados em 17 estados do território brasileiro, estendendo-se por grande parte da costa do país. Porém, devido à ocupação e atividades humanas na região, hoje restam cerca de 29% da sua cobertura original.

Mesmo assim, estima-se que existam na Mata Atlântica cerca de 20.000 espécies vegetais (35% das espécies existentes no Brasil, aproximadamente), incluindo diversas endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a de alguns continentes, a exemplo da América do Norte, que conta com 17 mil espécies vegetais, e Europa, com 12,5 mil. Esse é um dos motivos que torna a Mata Atlântica prioritária para a biodiversidade mundial.

Em relação à fauna, o bioma abriga cerca de 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 de peixes. Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, a Mata Atlântica fornece serviços ecossistêmicos essenciais para os 145 milhões de brasileiros que vivem nela.

Apesar da expansão da indústria, da agricultura, do turismo e da urbanização causarem a biodiversidade em várias áreas, a Mata Atlântica oferece outras possibilidades de atividades econômicas, que não implicam na destruição do meio ambiente e em alguns casos podem gerar renda para as comunidades locais e tradicionais. Alguns exemplos são o uso de plantas para se produzir remédios, matérias-primas para a produção de vestimentas, corantes, essências de perfumes; insumos para a indústria alimentícia ou ainda a exploração de árvores por meio de corte seletivo para a produção de móveis certificados, o chamado manejo sustentável, o ecoturismo, e mais recentemente, o mercado de carbono. Principais exemplos vegetais: pau-brasil, cedro, canela, ipê, jacarandá, jatobá, jequitibá, palmeira, cipós e orquídeas.

Desmatamento: o bioma mais ameaçado do mundo

Grande parte da vegetação da Mata Atlântica foi destruída devido à exploração intensiva e desordenada da floresta. O pau-brasil foi o principal alvo de extração e exportação dos exploradores que colonizaram a região e hoje está quase extinto. O primeiro contrato comercial para a exploração do pau-brasil foi feito em 1502, o que levou o Brasil a ser conhecido como "terra brasilis", ligando o nome do país à exploração dessa madeira, avermelhada como brasa.

Outras madeiras de valor também foram exploradas até a extinção, como por exemplo a tapinhioã, sucupira, canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucana e vinhático. Os relatos antigos falam de uma floresta densa aparentemente intocada, apesar de habitada por vários povos indígenas com populações numerosas.

No Nordeste brasileiro a extinção foi quase total, o que agravou as condições de sobrevivência da população, causando fome, miséria e êxodo. Na Região Sudeste, foi a cultura do café a principal responsável pela destruição em massa da vegetação nativa. Mas na Região Sul, a exploração predatória da Mata Atlântica devastou o ecossistema da Floresta das Araucárias devido ao valor comercial da madeira pinho extraída da pinheiro-do-paraná.

Além da exploração predatória dos recursos federais, houve também um significativo comércio de exportação de couros e peles de animais. Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão territorial brasileira está destruída. Seu ritmo de desmatamento é 2,5 vezes superior ao encontrado na Amazônia no mesmo período.


Preservação da Mata Atlântica: um desafio de todos

Existem diversos projetos de recuperação da Mata Atlântica, que esbarram sempre na urbanização e falta de planejamento do espaço, principalmente na Região Sudeste. Como por exemplo, na cidade de São Sebastião (litoral norte de São Paulo), que possui alguns trechos de áreas de preservação.

Houve diminuição na exploração do Paraná, graças à reação cultural da população e à criação de APAs (áreas de proteção ambiental), que são apoiadas por uma legislação rígida e fiscalização intensiva dos cidadãos. Essa vegetação paranaense preserva um alto nível de biodiversidade, das quais estão o mico-leão-dourado, as orquídeas e as bromélias.

A Constituição Federal de 1988 coloca a Mata Atlântica como patrimônio nacional, junto com a Floresta Amazônica Brasileira, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira. A derrubada da mata primária é proibida. A política da Mata Atlântica (Diretrizes para a Política de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica), de 1998, contempla a preservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais e a recuperação das áreas degradadas.

Água: fonte de vida e biodiversidade

As regiões da Mata Atlântica têm alto índice pluviométrico devido às chuvas de encosta causadas pelas montanhas que barram a passagem das nuvens. É comum pensarmos na complexidade de um bioma por aspectos de sua fauna e flora, mas um elemento fundamental para a existência da biodiversidade é a água.

As atividades humanas desenvolvidas dentro do bioma dependem da água para a manutenção da agricultura, da pesca, da indústria, do comércio, do turismo, da geração de energia, das atividades recreativas e de saneamento.

Atualmente, um conceito-chave para se estudar a relação entre a água, a biodiversidade e as atividades humanas é o da bacia hidrográfica, que é o conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. Na Mata Atlântica estão localizadas sete das nove grandes bacias hidrográficas alimentadas pelos rios São Francisco, Paraíba do Sul, Doce, Ribeira do Iguape e Paraná.  As florestas asseguram a quantidade e qualidade da água potável que abastece mais de 110 milhões de brasileiros em aproximadamente 3,4 mil municípios inseridos no bioma.

Iniciativas da Neoenergia na preservação da Mata Atlântica

                            

A preservação do meio ambiente é prioridade para a Neoenergia. Com relação à Mata Atlântica, a companhia implementa inúmeras iniciativas para a preservação desse patrimônio natural do país e do mundo. Nossas sete hidrelétricas operam em estados que cobrem grande parte do território da floresta e do seu valioso bioma.

Na Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, no sudoeste do Paraná, ações do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu (CEBI) buscam a preservação de espécies nativas e o reflorestamento de áreas desmatadas.  A hidrelétrica foi implantada numa área próxima aos limites do Parque Nacional do Iguaçu, o qual abriga uma rica biodiversidade da Mata Atlântica.

Outra medida para preservar o bioma foi a criação do Corredor da Biodiversidade, que está recuperando 1.700 hectares de vegetação nas margens do Iguaçu e seus afluentes. Programas de monitoramento e conservação da fauna da região, incluindo espécies ameaçadas de extinção, também são incentivadas. Um dos programas de fauna promovidos pelo CEBI dedicou especial atenção ao surubim do Iguaçu, o maior peixe do Rio Iguaçu, e que chegou a ser considerado extinto há algumas décadas. Biólogos usam tecnologia de ponta para entender o comportamento da espécie.

A Neoenergia também criou soluções inéditas para reduzir impactos ambientais em obras de transmissão. Nas linhas que reforçam o sistema elétrico do Mato Grosso do Sul, foram utilizadas madeira de eucalipto não tratado para acessar as torres de transmissão, evitando o aterramento de áreas alagadas e, assim, contribuindo com a conservação da biodiversidade e das paisagens locais. Essas linhas de transmissão somam cerca de 200 quilômetros de extensão, passando por áreas da Mata Atlântica.

A tecnologia e o acesso a imagens de alta resolução também são utilizadas para ajudar na preservação de regiões da Mata Atlântica. Nas Usinas Hidrelétricas Baixo Iguaçu (PR), Corumbá lll (GO) e Teles Pires (MT/PA), os veículos não tripulados (VANTS), popularmente conhecidos como drones, são uma ferramenta para o monitoramento de uso e ocupação das Áreas de Preservação Permanente (APPs). Os equipamentos possibilitam o acesso a imagens em alta resolução, dando mais agilidade e objetividade ao controle dessas áreas. Ao todo, são 28,2 mil hectares de conservação em alguns dos principais biomas brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia.

Por que a Mata Atlântica foi a formação vegetal mais devastada no Brasil?

No final do século 19 e início do século 20, foi a vez do avanço da cultura cafeeira no Sudeste-Sul expulsar a floresta dessas regiões. A floresta foi sendo devastada também pela expansão da indústria, da agricultura, do turismo e da urbanização, que exigiram a extração de madeiras de vastas áreas.

Quais são as consequências da devastação da Mata Atlântica?

De acordo com o Sistema Ambiental Paulista, cerca de 400 animais e 200 espécies de plantas estão em ameaça de extinção na Mata Atlântica. Pela falta de vegetação após o desmatamento, o solo fica mais exposto a agentes erosivos, ou seja, que o degradam lentamente, como a água das chuvas e dos rios.

Quais são os fatores que provocaram a devastação da Mata Atlântica?

Contribuem ainda para o alto grau de destruição da Mata Atlântica, hoje reduzido a 7% de sua configuração original, a expansão da indústria, da agricultura, do turismo e da urbanização de modo não sustentável, causando a supressão da biodiversidade em vastas áreas, com a possível perda de espécies conhecidas e ainda ...

Por que a Mata Atlântica e a formação vegetal do Brasil que mais sofreu alterações e onde se localiza?

Sua localização litorânea e de baixas e médias latitudes dá-lhe o caráter de uma floresta úmida, quente e com fauna e flora bastante desenvolvidas. Como a ocupação brasileira ocorreu, de forma inicial, na parte leste do país, a mata foi o primeiro bioma a ser desmatado, o que explica sua baixa área.