Como as redes sociais podem influenciar na construção da autoestima?

Segundo a psicóloga Tamara Macedo, a autoestima é uma construção social de valores, podendo afetar a própria percepção visual ou intelectual. Conforme o relatório “Girls’ Attitudes Survey 2020” mostrou, 80% das meninas de 11 a 21 anos pensam sobre mudar sua aparência. 

Como as redes sociais podem influenciar na construção da autoestima?
Psicóloga Tamara Macedo Foto: Arquivo Pessoal

Macedo explicou que a era digital tem forte influência nessa elevada parcela de jovens com baixa autoestima. Segundo ela, o uso das redes sociais pode ser a principal causa do problema: “A comparação com influenciadores digitais impacta negativamente a autoestima das pessoas, principalmente os mais jovens. Se já é difícil para adultos, para adolescente é pior, porque eles ainda estão em processo de desenvolvimento.”

O “Girls’ Attitude Survey 2020” mostra também que questões relacionadas à baixa autoestima podem ser mais intensas para pessoas que sofrem preconceito. Cerca de 54% das jovens se sentem esteticamente pressionadas ao verem anúncios nas redes sociais. No entanto, esse número é ainda maior para as que compõem a comunidade LGBTQIA+, chegando a 67%.

Ainda de acordo com o relatório, cerca de 5 a cada 10 meninas que dizem querer mudar a aparência física, esperam melhorar a autoconfiança, mas 32% delas buscam a aprovação e a sensação de aceitação social. 

Pensando em mudar a aparência e em meio ao peso das redes, jovens recorrem a ferramentas digitais que retocam a pele, aumentam os lábios e os olhos, e reduzem o nariz. Segundo uma pesquisa realizada pelo projeto “Dove pela Autoestima”, aos 13 anos, 84% das meninas já usam filtros, como os do Instagram. Por isso, monitorar as redes e controlar o tempo de uso, bem como quem o usuário segue, é uma forma de amenizar os impactos, como conta a psicóloga: “É importante fazer uma limpa, selecionar quem você segue, com base no que te faz bem e proporciona maior representatividade.” 

Macedo explica ainda que a má relação com o próprio corpo pode levar jovens adolescentes a desenvolver problemas psicológicos, levando ao adoecimento. Dismorfia corporal, síndrome de borderline, transtorno de imagem e distúrbios alimentares são algumas das possíveis consequências psíquicas. Além disso, os jovens frequentemente limitam suas ações: “Quando falamos sobre a baixa autoestima de adolescentes, é sobre eles não se permitirem fazer coisas simples, como tirar fotos.”

Como as redes sociais podem influenciar na construção da autoestima?
Cabeleireira Letícia Gonzaga Foto: Arquivo Pessoal

Apesar das redes terem forte influência nesse processo, outros fatores podem desencadear a baixa autoestima. Um estudo realizado pelo Centro de pesquisas sobre aparência, da Universidade West of England, mostrou que mães que não aceitam o próprio corpo tendem a ter filhos com maior possibilidade de desenvolver o mesmo problema. 

A cabeleireira formada em Estética e Cosmetologia, Letícia Gonzaga, contou que, em seu salão de beleza, é comum ver clientes buscando renovação. Segundo ela, essa insatisfação frequentemente é gerada por comentários dos próprios familiares ou de pessoas próximas: “Muitas vezes, as meninas fazem alguma mudança estética, ou deixam de fazer, para agradar outras pessoas. Vejo jovens que não cortam o cabelo, porque têm medo de desagradar o namorado.”

Como as redes sociais podem influenciar na autoestima?

O que acontece muitas vezes é que, por meio das redes sociais acabamos nos comparando com outras pessoas que estão em realidades completamente diferentes, como famosos ou influencers. Essa comparação pode gerar uma autoavaliação negativa, diminuindo a nossa autoconfiança e autoaceitação, que são pilares da autoestima.

Como a tecnologia influencia na autoestima?

A dosagem do uso da tecnologia também pode ter efeitos devastadores. O software ou aplicativo que foi criado para fazer ajustes em fotos, por exemplo, pode criar uma dependência cada vez maior de filtros e correções do que se julga imperfeito, tudo para criar um estado ilusório de perfeição e bem-estar.

Como as redes sociais podem influenciar na construção da autoimagem?

Em relação a correlação entre as escalas sobre Redes sociais, Autoimagem e Estilo de Vida, observa-se que quando o construto redes sociais aumenta um (1) ponto a autoimagem cai 18% e o estilo de vida 21%, ou seja, quanto mais a pessoa utilizar as redes sociais, mais terá a autoimagem e o estilo de vida afetados ...

Como as redes sociais podem influenciar na construção da minha auto imagem ou seja a forma como a pessoa ver o seu próprio corpo?

Com a exposição às redes sociais digitais, o indivíduo se sente mais fragilizado quando recebe comentários negativos sobre si mesmo, percebeu-se essa fragilidade também nos influenciadores digitais.