Como podemos trabalhar a educação ambiental de forma interdisciplinar na escola?

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A INTERDISCIPLINARIDADE

  A Educação Ambiental é o processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, procura trabalhar a mudança cultural, a transformação social, a crise ambiental como uma questão ética e política. (Patrícia Mousinho, 2003)

  A velocidade dos acontecimentos aumenta dia-a-dia. Nesta nebulosa pós-modernidade, a educação tenta reagir e mudar antigos paradigmas. Essas mudanças, porém, dependem de uma reforma do pensamento e esta deve começar pela reformulação do pensamento didático-pedagógico do professor.

  A função do professor é ser um agente facilitador desse processo e os currículos escolares devem ser elaborados de tal maneira que haja a articulação das disciplinas para alcançar uma visão do todo. Conteúdos isolados devem ser substituídos por planos de ação integrados com a realidade e o todo.

  A palavra interdisciplinaridade está ligada a palavra disciplina, ou seja, é um complexo que reúne de maneira global todas as disciplinas valorizando esta de maneira uniforme, separando a importância de cada uma, onde o conteúdo e as informações são analisadas e aproveitadas em outras áreas.

  O sufixo inter, tem como papel unir as disciplinas, fornecendo aos educadores condições de trabalhar de forma ampla e organizada, despertando nesses a parceria, valorizando o trabalho em conjunto, dando respaldo para os discentes sanarem suas dúvidas com o educador que estiver em sala, sem estar ministrando a matéria correspondente ao determinado assunto.

  A ação interdisciplinar aliada às práticas pedagógicas, sendo a reconstrução dos conteúdos disciplinares a relação do ser-no-outro, valorizando assim a descoberta das diferenças e a riqueza da diversidade. Os fundamentos básicos para que a interdisciplinaridade aconteça são os seguintes:

  Movimento Dialético: Exercício de dialogar com nossas próprias produções, com o propósito de extrair desse diálogo novos indicadores, novos pressupostos.

Recurso da Memória: Memória – registro, escrita e realizada em livros, artigos, resenhas, anotações, cursos, palestras, e a memória vivida e refeita no diálogo com todos esses trabalhos registrados.

Parceria: Tentativa de iniciar o diálogo com outras formas de conhecimento a que não estamos habituados, e nessa tentativa, a possibilidade de interpretação dessas formas.

Sala de Aula interdisciplinar: A sala de aula é o lugar onde a interdisciplinaridade habita [...] verificamos que os elementos que diferenciam uma sala de aula interdisciplinar de outra não interdisciplinar são a ordem e o Rigor travestidos de uma nova ordem e de um novo rigor.[...] a avaliação numa sala de aula interdisciplinar acaba por transgredir todas as regras de controle costumeiro utilizadas.

Respeito ao modo de ser de cada um A interdisciplinaridade decorre mais do encontro de indivíduos do que de disciplinas.

Projeto de vida: Um projeto interdisciplinar pressupõe a presença de projetos pessoais de vida e o processo de desvelamento de um projeto pessoal de vida é lento, exigindo uma espera adequada.

Busca da totalidade: O conhecimento interdisciplinar busca a totalidade do conhecimento, respeitando-se a especificidade das disciplinas: a escolha de uma bibliografia é sempre provisória, nunca definitiva. (Ivani Fazenda,1995, p.81-89)

  Nas escolas, a estrutura curricular, não favorece aos discentes a possibilidade de ver o mundo de forma mais complexa e mais crítica. Porém em todo processo de educação há sempre uma esperança. (Paulo Freire.,1983)p.79, afirma que. Não há educação sem amor e sem esperança. Assim, na Educação Ambiental além de uma visão crítica da realidade do planeta, o educador deve manter a esperança, pois toda verdadeira educação deve ser transformadora.

  O professor deve estar cada vez mais, preparado, para reelaborar as informações que recebe, e dentre elas, as ambientais, a fim de poder transmitir e decodificar para os alunos a expressão dos significados sobre o meio ambiente e a ecologia nas suas múltiplas determinações.

  Segundo (Vigotski, 1991), a Educação Ambiental deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária.

  A grande maioria das atividades são feitas dentro de uma modalidade formal. Quase sempre os temas são: lixo, proteção do verde, uso e degradação dos mananciais, ações para conscientizar a população da poluição do ar. O trabalho que está sendo realizado no Brasil é ainda tímido e a presença dos órgãos do governo, em relação à coordenação desses trabalhos é muito restrito.

  Para que a Educação Ambiental possa ser inserida nos atuais sistemas educacionais, faz-se necessário o desenvolvimento de novos sistemas educativos que propiciem práticas sensibilizadoras, oportunizando um contato com os sentidos para ampliar a percepção sobre o ambiente em que vivemos. O desafio de fortalecer uma educação ambiental é prioritário para viabilizar uma prática educativa que articule de forma incisiva a necessidade de se enfrentar a degradação ambiental e os problemas sociais.

  Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, instituídos Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n º 9394/96, indicam as diretrizes para o educador trabalhar o tema transversal - Meio Ambiente, (Iria Brzezinski, 2002).

  A escola deve selecionar as prioridades e conteúdos, de acordo com a lugar em que se encontra inserida, levando em conta o contexto social, econômico, cultural, a sua história e seus costumes, pois estes elementos determinam a diferença entre uma escola e outra, quanto à forma de trabalhar os temas transversais

  A proposta dos PCNs, com o tema Meio Ambiente, ajudaria os alunos a construírem uma consciência global e local das questões relacionadas com o meio, para que possam assumir posições de melhoria da proteção e conservação, assim aprenderiam a desenvolver senso de responsabilidade e de solidariedade, de modo a respeitar o ambiente e as pessoas. Para planejar, elaborar e colocar em prática um Projeto Participativo de Educação Ambiental é necessário seguir alguns passos básicos.

  •   Escolha do coordenador e comissão: É importante que seja um educador dinamizador que apresenta as esferas cognitivas, afetivas que tenha domínio técnico, porém de qualquer área, nem sempre de ciências ou de biologia, pois tratando de Meio Ambiente todos nós somos responsáveis.
  • Reunião para a escolha do tema: Participação de todos os representantes da comunidade escolar, principalmente para levantamento dos problemas. O registro da reunião deve ser registrado em ata e assinada por todos pois é um documento democrático.
  • Identificação: Dados sobre a Unidade Escola (endereço, cidade, fonte) Unidade Central que pertence e do projeto (coordenador, carga horária, nome do projeto e pessoas envolvidas no projeto).
  • Caracterização do problema/introdução: Coloca-se um histórico do problema, suas implicações e outras informações que permitam o diagnóstico de forma mais fiel possível. Pode elaborar um questionário, antes da introdução.
  • Justificativa: Após caracterizar o problema, explica-se o porquê do projeto, colocando evidências de que a proposta é viável.
  • Objetivos: São os resultados que querem alcançar (Para que o projeto?)
  • Metodologia: Resultados parciais, concretos e diretos, elementos quantitativos e qualitativos (como fazer?)
  • Cronograma: Um projeto tem início, meio e fim, visualização gráfica das atividades a serem realizadas. Tempo gasto para cada atividade (Quando?)
  • Recursos materiais e /ou financeiros: Discrição dos materiais necessários para a realização das atividades, bem como o valor financeiro.
  • Avaliação: Como será avaliado? A avaliação deverá ser contínua e reflexiva, durante todas as etapas do projeto.
  • Bibliografia: Mostrará o material teórico utilizado como base para a elaboração do projeto. (Luisa Helena Silva.)

  Na elaboração de um Projeto de Educação Ambiental é necessário a participação de toda a comunidade, pois “Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então, eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida” (Herbert de Souza, o Betinho).

O que é interdisciplinaridade na educação ambiental?

É um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir individualmente ou coletivamente na busca de soluções para os problemas ambientais presentes e futuros.

Qual a importância da interdisciplinaridade na educação ambiental?

Percebeu-se que a interdisciplinaridade ao Ensino da Educação Ambiental traz consigo uma grande oportunidade de desenvolvimento de práticas e metodologias dinamizadas, no qual sendo aplicadas nas disciplinas favorece um ensino adequado em favor do meio ambiente.

O que é interdisciplinaridade Cite um exemplo de como acontece no ambiente escolar?

A interdisciplinaridade é uma forma de ensino, e ocorre quando se relacionam os conteúdos de diferentes disciplinas, para estudar um tema com o objetivo de capacitar o aluno, e aplicar os conhecimentos específicos de cada área na análise e verificação desse tema.

Como você irá integrar a educação ambiental em suas práticas pedagógicas proponha exemplos específicos a incluir no seu projeto educativo?

Oferecendo atividades práticas e oficinas É preciso ações efetivas para promover o cuidado com o meio ambiente. Por isso, a escola deve encorajar os seus alunos a realizar atividades como separação de resíduos, coleta de lixo, visitas às reservas naturais, redução de energia, reutilização de papel, etc.