Cláudia Regina de Barros Vieira*, Fabiano Amaro de Sousa*, Nattany Tayany Gomes de Paula*, Otávio José de Lima Neto* Show publicado em 16/04/2010 como www.partes.com.br/socioambiental/rejeitosquimicos.asp RESUMO: Este artigo tratou dos resultados de visitas técnicas aos Laboratórios de Ensino do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e teve como objetivo principal discutir a inclusão, na matriz curricular do curso de Licenciatura em Química, de uma disciplina que promova uma consciência ambiental nos alunos e os ensine a tratar ou reciclar os rejeitos químicos, tendo em vista a falta de estruturação dos laboratórios visitados com relação ao descarte, inadequado, dos rejeitos químicos em geral. PALAVRAS-CHAVE: Rejeitos químicos, conscientização ambiental, reciclagem e adaptação de laboratórios ABSTRACT: This article discussed the results of technical visits to the teaching laboratories of the Department of Chemistry, Federal Rural University of Pernambuco (UFRPE) and aimed to discuss the inclusion in the curricular of the Bachelor’s Degree in Chemistry, a discipline that promote environmental awareness in students and teach them to treat or recycle the waste chemicals, taking into account the lack of structuring of the laboratories visited in connection with the disposal, inadequate waste of chemicals in general. KEYWORDS: chemical waste, environmental awareness, recycling and adaptation of laborator
Com o desenvolvimento mundial crescente, o desequilíbrio ecológico tornou-se mais evidente. Com isso, há uma grande preocupação, não somente por parte das entidades governamentais, mas também pela sociedade em geral, com relação à preservação do meio ambiente. Em contrapartida, o que se percebe é que não há uma preocupação em monitorar e fiscalizar os “poluidores invisíveis” (instituições de ensino e pesquisa e laboratórios privados, entre outros), tendo em vista que esses poluidores descartam pequenas quantidades de rejeitos nas redes fluviais e lixões, com a justificativa de que a quantidade de rejeitos descartados é mínima e não prejudica o meio ambiente, com isso, não chamam a atenção da sociedade nem das autoridades competentes, fugindo da punição prevista na Lei nº 6938 – Política Nacional do Meio Ambiente, que afirma que todo o gerador de rejeitos, seja de pequeno ou grande porte, deve ser responsável pelo uso e descarte de seus produtos, o que não é observado é que essa quantidade de rejeitos, a longo prazo, tem causado, sim, grande impacto ambiental. Com o passar dos anos, a conscientização e a mobilização da sociedade civil têm exigido que essa situação, da qual desfrutam esses “poluidores invisíveis”, seja revertida, impondo para essas atividades o mesmo grau de fiscalização que o Estado dispensa aos grandes poluidores, afinal, as leis que regem a política do meio ambiente são aplicáveis a todos, sem distinção. Diante do exposto, este artigo tratou dos resultados de visitas técnicas aos laboratórios de ensino do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), tendo como objetivo principal discutir a validade ou não da inclusão, na matriz curricular do curso de Licenciatura em Química, deuma disciplina que, dentre outros temas, discuta o tratamento e/ou o reaproveitamento de resíduos laboratoriais e a adequação dos laboratórios, que necessitam de um sistema de reciclagem e de tratamento dos rejeitos químicos produzidos em aulas práticas e em pesquisas, visto que eles estão em desacordo com as leis ambientais vigentes, além da conscientização e treinamento de técnicos, professores e alunos, objetivando a formação de agentes multiplicadores de uma postura mais condizente com os esforços mundiais de transformação ambiental. Para tal, executaram-se, como metodologia, visitas técnicas aos laboratórios, aplicação de questionários aos professores, técnicos e alunos e levantamento bibliográfico sobre o tema abordado. Este artigo se organizou da seguinte forma:
Sabe-se que, quando os rejeitos químicos são descartados de forma inadequada e sem nenhum tipo de reaproveitamento podem causar um impacto ambiental muito forte. Diante destas perspectivas, as Universidades, como instituições responsáveis pela formação de seus estudantes e, consequentemente, pelo seu comportamento como cidadãos do mundo, devem também estar conscientes e preocupadas com este problema. As atividades de laboratório realizadas sejam, em aulas experimentais ou atividades de pesquisa, geram resíduos que podem oferecer riscos ao meio ambiente ou à saúde (AMARAL et al., 2001). Com isso é muito importante a inserção, na matriz curricular do curso de Licenciatura em Química, de uma disciplina que conscientize os alunos e os ensine a tratar ou reutilizar tais rejeitos, pois o químico não pode apenas pensar nos resultados de seus trabalhos científicos isoladamente, esquecendo do impacto que os rejeitos podem causar ao meio ambiente quando descartados sem algum tipo de tratamento prévio, como rege a ética dos profissionais da química resolução Ordinária nº 927 de 11/11/70 do CFQ que diz: “É fundamental que o serviço profissional seja prestado de modo fiel e honesto, tanto para os interessados como para a coletividade, e que venha contribuir, sempre que possível, para o desenvolvimento dos trabalhos da Química, nos seus aspectos de pesquisa, controle e engenharia”. É essencial que, primeiramente, todos os laboratórios de ensino em química possua um sistema de reciclagem que se adeque as leis ambientais, tendo em vista que é nesses laboratórios que os futuros químicos aprendem na prática a valorizar não só o seu trabalho, mas também o meio ambiente, uma vez que existe esse tipo de preocupação no início de sua formação acadêmica. Porém o que se vê em muitos laboratórios de ensino no Brasil, é o total descaso com o meio ambiente, ignorando a Lei nº 6938 – Política Nacional do Meio Ambiente, Artigo 14, que diz: “Sem prejuízo das penalidades pela legislação federal, estadual e municipal, o não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores a penalidades como, multas, perda de benefícios e até mesmo suspensão de suas atividades”. Logo, com essas penalidades aliadas de fiscalizações constantes e principalmente a adaptação dos laboratórios e conscientização de quem os usa, faria uma grande diferença para a melhoria do meio ambiente em um futuro mais próximo.
A metodologia aplicada na pesquisa envolveu visitas técnicas aos laboratórios de ensino de Química Orgânica, Química Analítica Qualitativa, Química Analítica Quantitativa e Química Agrícola do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Nelas, observaram-se as estruturas físicas e orgânicas dos laboratórios e analisaram-se as cargas horárias das práticas e o contingente de alunos que utiliza os laboratórios diariamente. Em seguida, foram aplicados questionários aos alunos, professores e técnicos. A pesquisa de campo iniciou-se com as visitações dos laboratórios onde foram copilados os seguintes dados:
Nas visitações, foram presenciadas aulas práticas das disciplinas de Química Biológica I, ministradas no Laboratório de Química Orgânica para as turmas de Agronomia, Zootecnia, Engenharia Florestal e Medicina Veterinária; de Química Experimental, ministradas nos laboratórios de Química Analítica Quantitativa e Qualitativa para as turmas de Licenciatura em Química; e de Análise Química das Plantas, ministradas no Laboratório de Química Agrícola para a turma de Licenciatura em Química. Observou-se, nessas aulas, que não há nenhum tratamento dos rejeitos antes de eles serem descartados. Logo, sem o tratamento devido, os resíduos mais consistentes (sólidos, pastosos, gelatinosos, entre outros) foram jogados no lixo e os líquidos foram despejados na pia, indo diretamente para a rede fluvial. Ao término de cada aula, foram aplicados questionários aos professores, técnicos e alunos, com o fim de analisar suas opiniões a respeito do tema abordado. Para a análise, foi selecionada uma amostra de 100 questionários (Professores, Alunos e Técnicos) com as seguintes perguntas: QUESTIONÁRIO – PROFESSORES
E quanto à água utilizada nessas mesmas atividades, ela tem merecido algum tipo de tratamento e/ou reaproveitamento?
QUESTIONÁRIO – ALUNOS
Se sua resposta for afirmativa, de que maneira essa consciência tem determinado sua conduta frente a esses rejeitos? Se sua reposta for negativa, em sua opinião, por que essa consciência não tem sido construída (ou tem sido parcialmente construída) em disciplinas práticas do/no curso de Licenciatura em Química da UFRPE?
QUESTIONÁRIO – TÉCNICOS
Após a analise dos questionários selecionados foi elaborado um gráfico (figura 1) com todos os resultados obtidos de acordo com as respostas dos alunos, técnicos e professores e observou-se que há uma preocupação com o descarte inadequado dos rejeitos químicos e principalmente com a adequação dos laboratórios de ensino da UFRPE como mostra o gráfico a baixo. Figura 1 – Gráfico sobre o descarte dos Rejeitos Químicos nos Laboratórios de Química da UFPRE. Considerações finais Diante do que foi exposto, pode-se concluir que os laboratórios de ensino de Química Orgânica, Química Analítica Qualitativa, Química Analítica Quantitativa e Química Agrícola do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco, encontram-se totalmente inadequados com relação ao tratamento de seus rejeitos e a política do meio ambiente precisando, assim, de um sistema apropriado de reciclagem e tratamento dos rejeitos químicos produzidos em aulas práticas e pesquisa. Conclui–se também, que além da adequação dos laboratórios, é importante a inserção na matriz curricular do curso de Licenciatura em Química da UFRPE de uma disciplina voltada para a educação ambiental que, dentre outros temas, discuta o tratamento e/ou o reaproveitamento de resíduos laboratoriais e também a capacitação do corpo técnico e docente, criando uma conscientização ambiental na instituição.
Cláudia Regina de Barros Vieira, Fabiano Amaro de Sousa, Nattany Tayany Gomes de Paula, Otávio José de Lima Neto são graduandos do curso de licenciatura plena em química pela Universidade Federal Rural de Pernambuco Como tratar e como descartar os resíduos?qual o melhor tratamento para cada tipo de resíduo.. Não geração;. Redução;. Reutilização;. Reciclagem;. Tratamento dos resíduos sólidos;. Disposição final ambiental adequada dos rejeitos.. Como tratar e como descartar os resíduos rejeitos dos experimentos Brainly?O descarte de resíduos e rejeitos é feito conforme sua origem, devendo haver um recipiente individualizado para cada tipo de produto, como por exemplo caixas de material perfuro cortante, sacos para lixo comum e descarte adequado de material biológico e/ou contaminante.
Qual tratamento deve ser dado aos diversos tipos de resíduos produzidos no laboratório?A segregação dos resíduos deve ser sempre efetuada no local de sua geração. Essa tratativa permitirá o reuso, a reciclagem ou o tratamento. Além de reduzir custos com a destinação final. O primeiro critério a ser obervado na segregação de resíduos químicos laboratoriais é a sua periculosidade.
Qual o destino final dos resíduos químicos?Os resíduos biológicos, hospitalares, químicos devem ser tratados primeiro, antes do descarte final. Para dar a destinação final certa à esses resíduos, é feito primeiramente o processo de incineração.
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