Nariz escorrendo pode ser covid

Nariz escorrendo, espirro, dor na garganta, moleza e febre. Basta a manifestação um desses sintomas para surgirem várias dúvidas em tempos de pandemia. Com o aumento dos casos de doenças como covid-19, gripe e resfriado é preciso se cuidar e prevenir. Mas, de acordo com os médicos, ter sintomas gripais não é motivo suficiente para dirigir-se imediatamente ao hospital.

A gripe se torna preocupante e precisa de ajuda médica em casos de persistência da febre, falta de ar e taquicardia. A doença pode evoluir para pneumonia viral, provocando dificuldade respiratória variável, chegando até a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), situação em que a função pulmonar, isto é, as trocas gasosas, pode ficar extremamente prejudicada, semelhante aos casos graves de covid-19 com índices de letalidade elevados.

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'Tenho sintomas de gripe. Devo ir até o hospital?'

Se houver piora nos sintomas, febre persistente, falta de ar ou baixa saturação —baixa oxigenação do sangue medida pelo oxímetro— é necessário procurar atendimento médico imediato. Para os casos menos graves, também é possível buscar atendimento médico através da telemedicina ou em um Centro Médico Especializado.

Pessoas que fazem parte do grupo de risco, mesmo vacinadas, precisam de uma atenção ainda maior, caso apresentem sintomas gripais.

Desde o surgimento da covid-19, ao menor sintoma respiratório, a recomendação é o autoisolamento. Para casos confirmados de covid, o isolamento deve se estender por dez dias após o início dos sintomas. Já no caso da influenza, o isolamento recomendado é de sete dias.

Gripe ou covid-19?

Quando surgem os primeiros sintomas, a principal dúvida é sobre o diagnóstico: é gripe ou covid-19? Alguns sinais, como o modo de evolução dos sintomas, podem até dar algumas pistas, mas só um exame pode confirmar qual é a doença.

A gripe é uma doença viral aguda transmissível que afeta o trato respiratório superior e inferior causada pelo vírus influenza. Já a covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus Sars-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global.

Os sintomas mais comuns da gripe são: tosse (geralmente seca), febre, dor de cabeça, dores no corpo, mal-estar e cansaço. Podem ocorrer dor de garganta, diarreia (especialmente em crianças) e coriza ou congestão nasal (nariz entupido).

Apesar de serem bastante parecidos, os sintomas mais comuns da covid-19 são: febre ou calafrios, tosse seca, falta de ar, cansaço, dores musculares, dor de cabeça, perda de olfato e/ou paladar, dor de garganta, congestão nasal ou nariz escorrendo, náusea, vômitos e diarreia.

Em média, a gripe dura cerca de uma semana. Casos mais graves podem durar mais tempo, geralmente de 7 a 10 dias. Enquanto a covid-19 tem em média 9 dias de duração, dependendo da carga viral.

Quando os testes são necessários?

Os sintomas causados por esses vírus, em especial coronavírus e influenza, são muito parecidos. A única forma de se diferenciar é por meio da testagem. Atualmente, existem três tipos de testes em uso para o vírus Sars-CoV-2: o RT-PCR, o teste rápido de antígeno (TR-Ag) e o autoteste de antígeno (AT-Ag).

Mas não é necessário se dirigir a um pronto-socorro para realizar a testagem. O lugar correto para fazer o exame na rede pública é em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ou unidades de testagem, se houver. Já na rede privada, é possível recorrer às farmácias ou aos laboratórios.

'Como me prevenir?'

A infecção da gripe é transmitida da mesma forma que a covid, portanto são válidas as mesmas medidas universais como: usar máscaras; evitar aglomerações e ambientes fechados; evitar sair de casa em período de transmissão da doença; evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe; lavar as mãos com água e sabão; usar álcool gel; cobrir o nariz e boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas. Adote hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

Vale lembrar que a vacinação ainda é a forma mais eficaz de prevenção contra tanto contra a gripe, quanto contra a covid-19.

*Com informações das reportagens publicadas em 29/12/2021, 11/01/2022 e 09/06/2022.

  • Gripe e Covid-19: são vários os sintomas que estas infeções partilham entre si, contudo, além dos testes realizados, há nuances que nos permitem perceber que tipo de infeção é que estamos a falar;
  • A Covid-19 não é a única que causa dúvidas quando estamos a falar de infeções durante o inverno. A constipação, infeção das vias respiratórias superiores, também dá os seus sinais de vida durante este período;
  • Gripe e Covid-19 em simultâneo pode ser uma realidade? Será motivo de preocupação em caso de infeção?

Nariz escorrendo pode ser covid

A chegada do tempo frio e das chuvas traz sempre consigo um aumento dos casos de gripe e constipações. Mas, a principal dúvida continua a ser como saber como os distinguir da COVID-19. A distinção não é fácil, como nos explica Margarida Dias, especialista em medicina geral e familiar.

Desde que a pandemia da COVID-19 teve início que a situação se repete... Quando alguém tosse ou espirra, imediatamente surge a dúvida: será que está infetado? Para complicar mais, estamos agora a chegar à altura do ano em que as gripes e as constipações são normais. Então, como é que se dissipam as dúvidas perante sintomas semelhantes?

Gripe ou Covid-19? As dúvidas!

A verdade é que a distinção não é simples, como explica Margarida Dias, especialista em medicina geral e familiar, que explica que “a infeção pela COVID-19 acontece mais frequentemente com sintomas ligeiros, semelhantes aos de uma infeção respiratória causada por outros agentes – febre, tosse e cansaço – e não permitem por isso estabelecer o diagnóstico”. Assim, salienta que “quando há uma suspeita de infeção por COVID-19, deve contactar-se a linha de saúde SNS24 ou o médico assistente”.

Com efeito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas da Covid-19 não são específicos e a apresentação da doença pode variar desde a ausência de sintomas (assintomática) até à pneumonia grave e, nos casos extremos, morte. Partindo da análise de quase 56 mil casos, aquela entidade concluiu que, em cerca de 88% das situações, a infeção manifesta-se por febre, mas também por tosse seca (68%), fadiga (38%), expetoração (33,4%) e falta de ar (18,6%), entre outros sinais. Uma pessoa infetada com o vírus SARS-CoV-2 demora em média cinco a seis dias até manifestar sintomas, mas esse prazo pode estender-se até 14 dias ou reduzir para 3 dias, mediante as novas variantes existentes. A OMS estipula que a procura de cuidados médicos deve ser imediata sempre que alguém, de qualquer idade, apresente febre e/ou tosse associada a dificuldade de respirar ou falta de ar, dor ou pressão no peito ou perda da fala ou do movimento.

COVID-19 sintomas

Sintomas mais comuns

  • Febre
  • Tosse seca
  • Fadiga

Outros sintomas

  • Perda total de paladar ou olfato 
  • Congestão nasal 
  • Conjuntivite
  • Dor de garganta
  • Dor de cabeça
  • Dores nos músculos ou articulações
  • Irritação cutânea 
  • Náuseas/vómitos
  • Diarreia
  • Calafrios/tonturas

Sintomas graves

  • Dificuldade respiratória ou falta de ar 
  • Pressão ou dor no peito 
  • Perda da fala ou capacidade motora

Infeções comuns no inverno

Embora se possam verificar ao longo de todo o ano, é durante os meses em que as temperaturas descem e a chuva se instala que as gripes e as constipações se manifestam mais frequentemente. A gripe é a doença que mais se confunde com a COVID-19 no momento do diagnóstico e trata-se também de uma infeção, mas esta causada pelo vírus influenza. À semelhança da COVID-19, este microrganismo transmite-se facilmente através de secreções expelidas ao tossir ou falar ou pelo toque em superfícies contaminadas.

Os sintomas gripais costumam aparecer de forma repentina, sendo que o mais habitual e relevante é a febre, normalmente com uma duração de cerca de três dias. É precisamente o estado febril que mais dúvidas levanta no momento de se perceber se estamos a falar de gripe ou COVID-19, pois é um sintoma comum e determinante nos dois casos. A gripe sem complicações resolve-se ao fim de cinco dias, com a maioria dos doentes a recuperar após uma ou duas semanas, mas podendo os sintomas de fadiga persistir ainda mais algum tempo.

Também a constipação é um infeção das vias respiratórias superiores, que pode ser causada por inúmeros vírus (o grupo mais comum é o rinovírus), com uma forma de transmissão em tudo idêntica aos vírus da gripe e da COVID-19. Em regra, a constipação é uma situação benigna que não inspira cuidados de maior, dura apenas alguns dias e desaparece espontaneamente. De salientar que os espirros, comuns nas constipações, não são sintoma da COVID-19. Já a perda de olfato e paladar pode ocorrer nas duas situações, mas enquanto na infeção pelo SARS-CoV-2 esta perda é total, no caso da constipação continua a ser possível distinguir o sabor doce do amargo.

Note-se que as três infeções – COVID-19, gripe e constipação – podem evoluir para situações complexas e de maior gravidade, sobretudo em pessoas com algumas doenças prévias ou com o sistema imunitário vulnerável.

Gripe e constipação – sintomas frequentes

Gripe

Constipação

Febre

Espirros 

Rubor nas faces

Corrimento/congestão nasal

Arrepios de frio

Olhos lacrimejantes

Dor de cabeça 

Perda de olfato ou paladar (mas permitindo distinguir o doce do amargo 

Dores musculares 

Dor de garganta/rouquidão 

Garganta inflamada

Mal-estar geral

Nariz entupido  

Dor de cabeça 

Tosse seca 

Febre 

 Cansaço

Dores musculares ligeiras

Gripe e COVID-19 em simultâneo?

Com a aproximação da época da gripe surgem também questões relacionadas com os efeitos de uma eventual sobreposição de vírus no organismo, mas a informação disponível ainda é escassa para responder a todas as dúvidas. Segundo Margarida Dias, “o próximo inverno será a primeira vez em que iremos ter na comunidade simultaneamente o vírus da gripe e da COVID-19, ambos responsáveis por quadros de infeção respiratória”. Mas se, por um lado, os casos disponíveis são ainda poucos para saber com exatidão o que vai acontecer, também é verdade que as circunstâncias nos permitem algum otimismo. “Não sabemos como os vírus se comportarão, mas atuando preventivamente sobre o vírus da gripe poderemos ter um menor número de pessoas infetadas – e consequentemente menos idas ao serviço de urgência e internamentos – e, porventura, uma melhor condição imunitária que confira proteção contra outras infeções respiratórias”, realça a médica. 

Ciente das dificuldades que a semelhança de sintomas suscita em termos de diagnóstico, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o instituto norte-americano de saúde pública, destaca três diferenças que considera fundamentais. Em primeiro lugar, a COVID-19 propaga-se mais facilmente do que a gripe e causa doença mais grave nalgumas pessoas. Por outro lado, pode demorar mais tempo até que os primeiros sintomas se revelem e o contágio pode acontecer durante mais tempo. 

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