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O que é relativismo cultural e cite exemplos?Exemplo de relativismo cultural: No Brasil, as mulheres usam roupas que deixam barriga e pernas de fora, o que não é aceitável nos países árabes, onde as mulheres ficam totalmente cobertas. É a diversidade cultural e cada um deve respeitar sem achar que a sociedade a qual pertence está correta e a outra errada. O que é o relativismo cultural para boas Quais paradigmas foram quebrados em sua teoria?O Relativismo Cultural busca entender os valores culturais de uma sociedade a partir dos padrões vigentes neste grupo social. ... No final do século XIX, a fim de rechaçar o etnocentrismo e o positivismo, a ideia de relativismo cultural ganhou força, através das obras de Franz Boas ().
Quais são os valores do relativismo cultural?
Por que o relativismo cultural é legítimo?
Quais os argumentos utilizados no relativismo cultural?
Qual o conceito de relativismo?
O relativismo cultural é um dos conceitos mais importantes da antropologia. Essa ideia surgiu como uma forma de substituir a corrente evolucionista que pregava uma hierarquia entre as culturas – ou seja, dividia as sociedades entre “primitivas” e “avançadas” – onde as culturas europeias estariam no topo e as indígenas eram consideradas inferiores. Publicidade Quando os antropólogos começaram a pesquisar essas sociedades antes ditas “primitivas”, perceberam que suas
culturas eram tão ricas quanto quaisquer outras, não sendo possível lhe fazer juízo de valor. Assim surgiu o conceito de relativismo cultural, atestando que cada cultura possui a sua particularidade, complexidade e riqueza social. Relativismo cultural significa que cada cultura é relativa a si mesma. Não é possível, por exemplo, ser europeu e julgar a cultura brasileira a partir de seus próprios valores. Não existe um critério absoluto e universal para organizar, analisar ou mesmo julgar as diferentes culturas que existem ao redor do mundo. Portanto, cada cultura possui sua lógica própria e costumes que fazem sentido apenas dentro de seu grupo. A ideia surgiu com
Franz Boas, antropólogo que combatia a vertente evolucionista que defendia que as culturas podiam ser organizadas hierarquicamente. Além disso, Boas também criticava o nazismo e o arianismo, mostrando que os seres humanos não são apenas determinados biologicamente, mas culturalmente. A cultura, assim, não tem nada de universal: o que existe é uma diversidade cultural, e cada uma delas deve ser respeitada em sua particularidade. Para entender
melhor o conceito, é possível vislumbrar como a visão do relativismo cultural foi aplicada nos estudos antropológicos. Nas mais diferentes culturas do mundo, antropólogos e antropólogas descobriram uma vasta diversidade cultural. Confira a seguir alguns exemplos. O antropólogo Franz Boas viveu muitos anos pesquisando os esquimós no Alasca, interessado em como as pessoas percebem de maneira diferente as cores. Em seu estudo, Boas descobriu que, para os
esquimós, existe uma palavra para definir água potável e outra para água do mar. Há também diferenças entre a neve que está no chão, a que está caindo e aquela que cai com o vento. Publicidade Já na cultura norte-americana, por exemplo, essas sutilezas não são percebidas. Portanto, a depender da cultura, as pessoas podem perceber de maneira diferente os fenômenos da natureza. Mead entre os TchambuliMargaret Mead foi uma antropóloga norte-americana que pesquisou diversas culturas, entre elas a Tchambuli. Ela queria estudar como se definiam as personalidades de homens e mulheres e compará-las com a cultura estadunidense. Descobriu que, entre os Tchambuli, as mulheres eram tipicamente agressivas e dominadoras, enquanto os homens eram calmos e cuidavam da família e das crianças. Dessa forma, os estereótipos sexuais (ou de gênero) são variáveis entre as sociedades. A visão ocidental das mulheres como dóceis e calmas e de homens como mais agressivos e dominantes é apenas uma das possibilidades culturais. Os papeis sexuais são relativos a cada cultura. Publicidade Malinowski e o KulaBronislaw Malinowski foi um dos primeiros antropólogos a revolucionar a antropologia por iniciar pesquisas com observação participante dentro do grupo. Ele estudou culturas nas ilhas Trobriand e descobriu um grande sistema cultural de troca que existia entre essas ilhas, chamado de Kula. Uma das grandes descobertas de Malinowski foi que os povos trocavam entre si presentes valiosos, como colares e braceletes. No fim de uma grande festa, eles queimavam todos os mantimentos e bens que possuíam. Assim, é possível relativizar duas coisas: primeiro, o que é valioso para uma cultura pode não ser o mesmo para outra; segundo, a acumulação capitalista não é algo desejável em todas as culturas. DaMatta e os nomes pessoais nos ApinayéRoberto DaMatta é um importante antropólogo brasileiro que estudou os Apinayé em Goiás, no Brasil. Ele descobriu que os nomes pessoais dos Apinayé servem como uma forma de estabelecer relações sociais entre o tio materno e o sobrinho. Os nomes não poderiam ser transmitidos de pai para filho porque existem regras específicas para essa transmissão. Nas sociedades ocidentais acontece o contrário: o nome geralmente serve para individualizar – na maioria dos casos, a escolha do nome é feita de maneira mais aleatória ou diversificada. Sahlins e o vestuário entre norte-americanosSe as culturas não-ocidentais são relativizadas, Marshal Sahlins faz também uma relativização das ocidentais. O antropólogo faz uma descrição da “estranheza” com que se pode observar a forma como os norte-americanos se vestem e o que cada vestimenta representa culturalmente. Publicidade Por exemplo, existem roupas para ocasiões adequadas – não se usa um terno na praia, nem um biquíni em um museu. Além disso, elas são separadas por gênero – existem roupas “masculinas” e “femininas”. Entretanto, outras culturas dão outros significados para as roupas e as formas de se vestir. Desse modo, o relativismo cultural nos faz perceber as diferenças como uma diversidade possível, e não como algo inferior ou mesmo que deveria ser eliminado. Cada cultura percebe e age em relação ao mundo de maneira diferente. Consequentemente, não há melhor ou pior. Relativismo cultural x EtnocentrismoO etnocentrismo é a atitude de julgar outra cultura a partir da própria, considerando, muitas vezes, essa outra como inferior. O termo “etno” remete à cultura e “centrismo” aponta justamente para essa visão errônea e hierárquica de ver “a partir do seu próprio umbigo”. O relativismo cultural, ao contrário, tenta sair do centro de sua própria sociedade para tentar entender a cultura do outro em suas lógicas próprias. O relativismo cultural é considerado o oposto do etnocentrismo. Na verdade, em grande medida, foi para combater o etnocentrismo da antropologia evolucionista que o relativismo cultural surgiu. As outras linhas na história da antropologia, como a culturalista ou o estruturalismo francês, visam cada vez mais se distanciar de uma visão etnocêntrica. Críticas ao relativismo cultural O relativismo cultural tem efeitos políticos importantes, principalmente no combate ao etnocentrismo e ao racismo. No entanto, atualmente, existem críticas a esse conceito, que é considerado muitas vezes ultrapassado.Para muitos antropólogos, o relativismo cultural – principalmente na versão norte-americana de Franz Boas – acaba muitas vezes endossando a visão da existência de culturas separadas, distintas e estáticas. Consequentemente, acaba não abarcando as possibilidades de mudança dentro de uma cultura. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); Uma das grandes questões que surgem desse problema é a violência. Dentro de uma cultura, existem diversas pessoas e também relações de poder. É possível que haja uma tradição, por exemplo, que violente mulheres e homossexuais dentro de uma sociedade. Só porque essa é uma tradição cultural, quer dizer que ela é legítima ou que deve ser respeitada?Para alguns antropólogos atuais, é necessário levar em conta as diferentes pessoas que existem dentro de uma cultura, as condições em que estão submetidas e as suas possibilidades de mudança. Por isso, surgem conceitos como “povo” para substituir “cultura”, tentando vislumbrar as transformações que um povo pode assumir.De todo modo, o relativismo cultural é um dos conceitos mais importantes da antropologia e produz efeitos políticos importantes. Contudo, é também necessário estar atento ao desenvolvimento das pesquisas que aprofundam, cada vez mais, o conhecimento sobre a diversidade humana.ReferênciasArgonautas do Pacífico Ocidental – Bronislaw Malinowski; Sexo e temperamento – Margaret Mead; Cultura na prática – Marshall Sahlins; Relativizando: uma introdução à antropologia social – Roberto DaMatta; Jamais fomos modernos – Bruno Latour; Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial – Rita Laura Segato; Guerras culturais e relativismo cultural – Mauro W. B. de Almeida; Cem anos de um livro que marcou o século XX – Mauro W. B. de Almeida. Por Mateus OkaMestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Cientista social pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Realiza pesquisas na área da antropologia da ciência. Como referenciar este conteúdo Oka, Mateus. Relativismo cultural. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/sociologia/relativismo-cultural. Acesso em: 15 de October de 2022. 1. [UERJ] O alemão Franz Boaz foi o primeiro a ressaltar a importância do estudo das diversas culturas em seu próprio contexto, a partir das suas peculiaridades. Boaz ressaltava não haver cultura superior ou inferior. Para ele, deveriam ser considerados os fatores históricos, naturais e linguísticos que influenciavam o desenvolvimento de cada cultura em particular. Adaptado de LUCCI, Elian A. e outros. Território e sociedade no mundo globalizado: geografia geral e do brasil. São Paulo: Saraiva, 2010. A abordagem apresentada no texto
foi desenvolvida a partir do início do século XX e originou uma nova perspectiva das ciências sociais em relação ao estudo das culturas. A) Relativismo Resposta: A Justificativa: o relativismo é a perspectiva que foi desenvolvida por Franz Boas como uma alternativa à antropologia evolucionista vigente na época. 2. [UFU] A estética nas diferentes
sociedades vem geralmente acompanhada de marcas corporais que individualizam seus sujeitos e sua coletividade. Discos labiais, piercings, tatuagens, mutilações, pinturas, vestimentas, penteados e cortes de cabelo são algumas marcas reconhecíveis de um inventário possível das técnicas corporais em toda sua riqueza e diversidade. A) Preconceito: reconhece no valor das raças o que é correto ou não na estética corporal. Resposta: C Justificativa: as formas de demarcação corporal são fenômenos culturais e, como tais, são diversos ao redor do mundo. Ter uma atitude que se valoriza apenas a estética da sua própria cultura é uma ação etnocêntrica para com a cultura do outro. 3. [UEM] “Eles recusam-se a matar as vacas e comer sua carne porque, para eles, a vaca é um símbolo religioso da vida. Calendários de parede por toda a Índia rural exibem lindas mulheres com corpos de vacas brancas e gordas, com leite jorrando de suas tetas. As vacas podem andar pelas ruas, defecar nas calçadas, parar para ruminar em cruzamentos engarrafados ou em trilhos de trem, fazendo com que o trânsito pare completamente.” (BRYM, R. et al. Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Thomson Learning, 2006, p. 84). A partir do texto acima e das discussões antropológicas sobre o etnocentrismo, o relativismo e a diversidade cultural, é correto afirmar que: 01) A super proteção das vacas na Índia a partir do pressuposto de que se trata de
um animal sagrado é claramente um sinal do atraso dessa cultura em relação às culturas ocidentais. Resposta: 28 (04+08+16) Justificativa: ver a tradição cultural indiana como um atraso ou que atrapalha o desenvolvimento mundial é uma visão etnocêntrica, que parte dos elementos culturais ocidentais para julgar uma outra cultura. Faz parte do relativismo cultural reconhecer a legitimidade da cultura do outro. É assim que, atualmente, a antropologia consegue em geral conhecer de maneira mais coerente e justa outras culturas. 4. [UNESP] Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus
erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos
e negou suas aspirações à emancipação. No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve: A) Reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo
ocidental sobre outras culturas. Resposta: D Justificativa: o autor critica como os ideais ocidentais se basearam em concepções etnocêntricas que culminaram em, muitas vezes, violências contra outras culturas. O que é relativismo cultural e de exemplo?O que é relativismo cultural:
Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria cultura a fim de entender melhor o outro. Um exemplo de aplicação do relativismo cultural em pesquisas antropológicas pode ser visto no estudo de sociedades tradicionais isoladas de influências ocidentais.
O que é o relativismo cultural?O relativismo cultural é um conceito e perspectiva antropológica que se opõe à categorização de culturas como “superior” ou “inferior”. Nesse sentido, ele define que cada grupo social possui uma cultura específica que só pode ser analisada a partir de seus próprios códigos.
O que é etnocentrismo é um exemplo?São exemplos de etnocentrismo a intolerância religiosa e a xenofobia. No caso da intolerância religiosa, ou etnocentrismo religioso, o intolerante acredita que sua religião é a certa e todas as outras devem seguir os mesmo preceitos.
O que é relativismo cultural Cite alguns exemplos deste fenômeno e como ele se apresenta no Brasil?Relativismo cultural significa que cada cultura é relativa a si mesma. Não é possível, por exemplo, ser europeu e julgar a cultura brasileira a partir de seus próprios valores. Não existe um critério absoluto e universal para organizar, analisar ou mesmo julgar as diferentes culturas que existem ao redor do mundo.
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