O que fazer quando estiver com torcicolo

O torcicolo (CID 10 M43. 6) é uma torção do pescoço na qual a cabeça fica inclinada para um lado, enquanto o queixo fica virado para o outro. É caracterizado pela contração intensa do músculo, com sintomas como dor, limitação dos movimentos, desconforto e até dor de cabeça. Existem diferentes tipos como torcicolo congênito, dermatogênico, espasmódico, entre outros.

As causas do torcicolo não são exatamente conhecidas pelos médicos. Contudo, sabe-se que este problema se dá frequentemente após um traumatismo na coluna cervical ou nos músculos do pescoço e após contusões na coluna ou pescoço. Até mesmo mudanças bruscas de temperatura podem causar esse desconforto, gerando a sensação de “mau jeito” na região.

"Da mesma forma, um torcicolo pode também estar associado a outras condições médicas, a exemplo de infecções na área da cabeça ou do pescoço", conta Bernardo Sampaio, fisioterapeuta.

Existem diferentes formas possíveis de torcicolo. Confira os principais tipos:

O torcicolo congênito é a contração do músculo lateral do pescoço, sendo mais comum em recém-nascidos. A cada 250 bebês, um apresenta a doença, que costuma ser identificada por pais que notam que seus filhos estão com a cabeça inclinada.

O que fazer quando estiver com torcicolo

Torcicolo congênito costuma ser mais comuns em bebês - Foto: Shutterstock

O torcicolo dermatogênico é caracterizado pela limitação do movimento do pescoço por causa de lesões na pele.

Costuma ser mais frequente em pessoas que sofreram queimaduras na região do pescoço e estão em processo de cicatrização.

O torcicolo espasmódico é o tipo mais comum, também conhecido como torcicolo espástico ou torcicolo intermitente.

Trata-se da rigidez do pescoço devido à hipertonicidade dos músculos cervicais, podendo ser causada por tensão emocional, sobrecarga física, trauma por deslocamento súbito ou permanência na mesma posição por períodos prolongados.

O que fazer quando estiver com torcicolo

Torcicolo espasmódico é o tipo mais frequente de torcicolo - Foto: Shutterstock

O torcicolo vestibular ou torcicolo labiríntico é um torcicolo que não está relacionado ao músculo do pescoço, mas sim à estrutura responsável pelo nosso equilíbrio: o labirinto, que fica dentro do ouvido.

Assim, a rigidez no pescoço ocorre pela disfunção do labirinto, de forma que o paciente tenta compensar esse desequilíbrio e amenizar dores alterando a posição da cabeça.

O torcicolo neurogênico é a torção de pescoço decorrente de distúrbio ou acidente cerebral, como AVC ou traumatismo craniano.

O torcicolo ocular é um tipo de torcicolo ligado à paralisia de músculos oblíquos extra-oculares, ou seja, aqueles envolvidos com a inclinação e a rotação da cabeça.

O torcicolo reumatológico é causado por doenças reumatológicas que podem afetar os músculos do pescoço, como artrose, fibromialgia, osteoporose, gota, tendinite, bursite, febre reumática, artrite reumatoide e demais patologias que afetam a coluna vertebral.

O torcicolo espúrio ou torcicolo secundário é ocasionado por fraturas ou degenerações nas vértebras cervicais.

Os principais sinais e sintomas de um torcicolo incluem:

  • Limitação dos movimentos de cabeça
  • Dor de cabeça
  • Tremor da cabeça
  • Dor no pescoço
  • Ombro mais alto de um lado do corpo
  • Rigidez dos músculos do pescoço
  • Inchaço dos músculos do pescoço.

Para realizar o diagnóstico, o mais importante é a história do paciente e um bom exame clínico. Desta forma é possível identificar as possíveis causas, como também a gravidade da condição. Após isso, o profissional irá avaliar a necessidade ou não de exames complementares, como por exemplo, radiografias e ressonâncias.

Se houver histórico de trauma, deve-se solicitar um raio-x do pescoço do paciente para eliminar uma possível ocorrência de fratura ou luxação dos ossos da coluna vertebral no pescoço.

Exames mais complexos só serão necessários se o caso envolver alguma condição mais grave.

O torcicolo pode atingir pessoas de todas as idades, mas alguns fatores de risco são elencados pelos médicos para a ocorrência de um torcicolo:

  • É mais comum em pessoas entre 30 e 60 anos
  • Mulheres possuem maior risco de desenvolver o problema do que homens
  • Histórico familiar para o problema (se for torcicolo relacionado a alguma patologia)
  • Presença de anormalidades congênitas na coluna cervical
  • Uso de drogas que possam levar ao espasmo muscular
  • Traumas anteriores na região.

Não é raro, no entanto, que o espasmo (aquela rigidez abrupta) apareça subitamente, sem causa aparente, ou mesmo durante o sono.

Entre as especialidades que podem diagnosticar um torcicolo estão:

  • Clínica médica
  • Ortopedia
  • Reumatologia
  • Neurologia
  • Fisioterapia músculo-esquelética.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • O quanto você consegue mexer a cabeça?
  • Há histórico em sua família de torcicolo?
  • Você já foi diagnosticado com alguma outra condição médica que possa estar envolvida com seus sintomas?
  • Qual a intensidade de seus sintomas?
  • Você tomou alguma medida para aliviar os sintomas? E funcionou?

Se sentir rigidez muscular na região do pescoço por mais de 48h sem melhora ou sofrer algum trauma nesta região que limite os movimentos do pescoço, procure ajuda médica para que um especialista possa fazer o diagnóstico correto e poder direcionar ao melhor tratamento possível para o seu caso.

"Sabemos que a grande maioria dos torcicolos súbitos não são graves, salvo o caso dos traumas como queda, acidente de carro ou moto, pancada direta na cabeça. Estes por envolver trauma é necessário a investigação rápida para excluir, por exemplo, a possibilidade de uma fratura", conta Bernardo.

O principal tratamento para torcicolo se dá por meio do relaxamento dos músculos do pescoço, que envolvem medicamentos, fisioterapia e exercícios de alongamento.

  • Aplicação de calor, massagem para o relaxamento muscular, técnicas de fisioterapia manual nas articulações do pescoço podem ajudar a aliviar a dor na cabeça e no pescoço
  • Exercícios de alongamento leve e apoios de pescoço podem ajudar com os espasmos musculares
  • Quando o torcicolo não é somente uma condição momentânea e já está relacionado com alguma patologia, injeções de toxina botulínica podem aliviar o torcicolo temporariamente, porém normalmente é necessário repeti-las a cada três meses. É importante lembrar que esses procedimentos são para casos muito específicos e devem ser acompanhados pelo médico e pelo fisioterapeuta.

Os medicamentos mais usados para o tratamento de torcicolo são:

  • Betatrinta
  • Cataflampro
  • Cetofenid (solução)
  • Ciclobenzaprina
  • Coltrax
  • Diprospan
  • Duoflam
  • Fenaflan
  • Flanax
  • Flanax 550mg
  • Miosan
  • Mirtax
  • Musculare.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

O torcicolo, como a maioria das doenças e condições do corpo, tem o tempo natural de recuperação mesmo sem intervenção. Para os torcicolos mais comuns (aquele travamento súbito), espera-se que os sintomas diminuam ou desapareçam em uma média de 48h.

Cerca de 10% a 20% dos indivíduos com torcicolo – geralmente indivíduos jovens com quadro leve do problema – recuperam-se sem tratamento em um prazo de cinco anos.

Entretanto, na maioria dos casos, o distúrbio piora de forma gradual de um a cinco anos e, em seguida, estabiliza. Em certos indivíduos, o torcicolo reaparece com alguma frequência durante alguns anos, e, mais raramente, pode persistir, originando dores mantidas, deformações e restrição da mobilidade.

Não é conhecido até o momento uma forma de prevenir os torcicolos.

As massagens são um ótimo tratamento para tratar dos sintomas relativos ao torcicolo. Elas ajudarão os tendões e os músculos e ainda farão com que as dores diminuam significativamente, contribuindo para eliminar a tensão acumulada no pescoço.

Além disso, o tratamento com fisioterapia é um ótimo recurso. A utilização de técnicas manuais para melhora do movimento das articulações também fará com que a musculatura relaxe, melhorando o movimento e aliviando a dor.

As complicações do torcicolo podem incluir:

  • Inchaço do músculo devido à tensão constante
  • Restrição e dor ao movimentar o pescoço
  • Dificuldade para mastigação
  • Dor de cabeça

José Wilson Bomfim, médico ortopedista - CRM 2520 DF

Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, unidades de Guarulhos

O que é bom para aliviar torcicolo no pescoço?

Veja nossas 7 dicas para aliviar o torcicolo!.
Pressione levemente os músculos. ... .
Incline o corpo para frente. ... .
Faça compressa. ... .
Procure remédios específicos. ... .
Faça massagens. ... .
Faça Alongamentos no pescoço..
Faça rotação do tronco. ... .
Ter atenção com a postura ao dormir..

Quanto tempo dura um torcicolo no pescoço?

Geralmente o torcicolo melhora após as primeiras 24 horas, e tende a durar de 3 dias a 5 dias.

O que pode causar torcicolo no pescoço?

O torcicolo pode ser causado por um posicionamento incorreto da cabeça durante o sono e por um movimento muito brusco, causado por um exercício físico feito de forma incorreta. Ele também pode, por exemplo, se apresentar como um sintoma de outras condições médicas, como o hipertireoidismo e o tumor no pescoço.

O que fazer para aliviar a dor no pescoço?

4 formas simples de aliviar a dor no pescoço.
Colocar uma compressa de água morna no pescoço. ... .
Fazer massagem no pescoço. ... .
Tomar um analgésico ou relaxante muscular. ... .
Alongar o pescoço..