O que foi o keynesianismo explique?

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

Ouça este artigo:

Keynesianismo é uma teoria econômica consolidada no século XX.

A economia capitalista fez surgir diferentes teorias sobre as melhores formas de administração dos recursos e da produtividade. No século XIX, duas ideias se opuseram entre os ideólogos, a teoria liberalista e a teoria marxista. Esta defendia a ampla participação do Estado na regulação da economia, enquanto a primeira argumentava que a economia deveria se regular por conta própria, reduzindo fortemente o papel do Estado. No decorrer do mesmo século e no início do século XX, o liberalismo foi predominante nos países do Ocidente. O modelo fez muito sucesso e sustentou o desenvolvimento do capitalismo no mundo. Sua aplicação trouxe progresso, mas foi acompanhada por rígidas rotinas de trabalho com a finalidade de aumentar a produção e o lucro. O liberalismo, no entanto, encontrou seu limite, em certo ponto, justamente pela superprodução. Outro ponto trágico foi o acirramento das disputas de mercados, intensificadas pelo ingresso na disputa de países tardiamente unificados como Itália e Alemanha. A tensão culminou na Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, encerrando um ciclo conhecido como Belle Époque. Anos mais tarde, a superprodução capitalista de espírito liberal causou uma imensa crise econômica, em 1929. A crise se espalhou pelos países capitalistas, que buscavam uma maneira de superá-la.

Em meio a esse período de depressão, o economista inglês John Maynard Keynes fez proposições que contrariavam o liberalismo. Ele propunha uma nova organização político-econômica que defendia o Estado como agente indispensável na economia. Assim, Keynes colocava em cheque as ideias do livre mercado, argumentando que a economia não é autorregulada. Não dizia, no entanto, que o Estado deveria controlar plena e amplamente a economia, aproximando-se de uma formulação marxista, mas que o Estado tinha o dever de conceder benefícios sociais para que a população tivesse um padrão mínimo de vida.

A política econômica com a participação do Estado foi inaugurada pelo presidente estadunidense Franklin Delano Roosevelt, no início da década de 1930, para salvar o país da Crise de 1929. A medida que ficou conhecida como New Deal foi a salvação de um modelo liberalista que atingiu seu limite por diferentes motivos. O Estado foi chamado novamente à economia e foi condicionante de uma recuperação econômica naquele período. Em 1936, John Keynes racionalizou a teoria intervencionista em seu livro intitulado Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. A obra se tornou referência clássica para estudos de Economia, Administração, Sociologia e História e ainda hoje serve de base para muitas outras formulações teórica e práticas.

Cabe sempre ressaltar que as ideias de Keynes, popularizadas como Keynesianismo, nunca foram em defesa da estatização da economia, mas sim da participação do Estado em segmentos que não podem ser atendidos pela iniciativa privada. Suas ideias foram muito bem aceitas e aplicadas nos países da Europa Setentrional, onde alcançaram grande sucesso. Elas deram origem também ao que é chamado de Estado de bem-estar social.

Fontes:
http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html
http://www.rep.org.br/pdf/78-5.pdf
http://www.rep.org.br/pdf/28-5.pdf
http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1058945

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/economia/keynesianismo/

Entenda a diferença entre Keynesianismo, Liberalismo e Neoliberalismo, seus conceitos, exemplos, elogios, críticas e qual sua relação com o mercado financeiro.

Houve um momento no século XX em que o mundo ocidental ainda se debruçava sobre as teorias políticas do Liberalismo, quando foi surpreendido por uma grande crise econômica em 1929. Nesse contexto, surge o Keynesianismo, no ano de 1936. Seus conceitos vieram do trabalho de pesquisa do economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946). 

Para a chamada doutrina Keynesiana, o Estado pode (e deve), sim, atuar para conter o desequilíbrio na economia. Nessa proposta constam, inclusive, investimentos públicos para aquecer o cenário econômico em geral. 

As teorias de Keynes foram aplicadas em casos famosos, como na implementação do “New Deal” na economia norte-americana, pelo então presidente Franklin Delano Roosevelt, nos anos 1930. No entanto, o caráter cíclico das teorias econômicas fez com que o Keynesianismo voltasse à pauta no final da década passada, com a crise de 2008.

Quem foi Keynes?

Apesar de ter morrido em meados dos anos 1940, a influência do britânico John Maynard Keynes foi tamanha no século XX que seu sobrenome é homenageado em uma escola inteira da economia moderna. 

A maior parte de suas ideias da economia Keynesiana eram revolucionárias e, frequentemente, controversas. Apesar da forte influência nesse segmento, teve seus escritos reconhecidos ao lado de grandes literatos, como Virginia Woolf e Bertrand Russel. 

Causou grande repercussão com seu livro As Consequências Econômicas da Paz, que analisava as exigências de reparação feitas contra a Alemanha após a Primeira Guerra Mundial.

Nessa obra, Keynes previa que, se a Alemanha tentasse pagar toda a quantia exigida, seria um país permanentemente pobre e politicamente instável. Todos sabemos o que poderia vir a acontecer nos anos seguintes, não é mesmo? 

O que o Keynesianismo tem de diferente do Liberalismo e do Neoliberalismo?

Os pontos em que diferem as correntes econômicas são fundamentais para o entendimento dessas formas de encarar os cenários nas diferentes fases da história.

Pensando nisso, vamos trazer, de forma resumida, um pouco da essência do Keynesianismo, Liberalismo e Neoliberalismo. 

Keynesianismo

É a doutrina político-econômica que prega que o Estado exerce papel dominante na organização de uma nação. Defende a proposta de que a figura do Estado deve oferecer condições sociais aos trabalhadores, como deveres a serem cumpridos. 

Além dessas questões, aborda características como redução da taxa de juros, garantia do pleno emprego, entre outras. Essa doutrina é oposta ao liberalismo, como veremos logo abaixo.

Liberalismo

Baseado nos estudos do economista Adam Smith, em 1776, o liberalismo tem forte apelo à democracia e ao livre mercado. Nesse cenário, o Estado deve interagir minimamente na economia.

Neoliberalismo

A teoria do liberalismo, com o passar dos anos, foi atualizada, passando a ser chamada de neoliberalismo, um conceito que recebeu forte influência da globalização. 

Como já citado no início deste artigo, o Keynesianismo se fortalece nos anos 1930, após a queda da Bolsa de Nova Iorque. 

No entanto, a partir da década de 1970, quem aparece com novas propostas, como a abertura do comércio internacional e o forte movimento de privatização de estatais, é o neoliberalismo. 

Quais as principais críticas ao Keynesianismo?

Existem alguns pontos da teoria criada por Keynes que foram alvos de diversas críticas em sua essência e aplicação. 

Uma das primeiras avaliações negativas do sistema o acusavam de ser muito próximo ao socialismo, já que defendia a forte intervenção estatal — o que nunca foi uma intenção do seu criador, que não apoiou a completa estatização econômica, pois era um capitalista, favorável à iniciativa privada.

Outro ponto que é, frequentemente, colocado como uma consequência negativa das aplicações das teorias Keynesianas está diretamente ligado ao endividamento dos países. 

Segundo essa crítica, levando em conta que a teoria coloca nas mãos do Estado a possibilidade de intervenção, geração de emprego etc, esse tipo de investimento costuma a ampliar os valores das dívidas públicas. 

Para gerar emprego e bem-estar social, muitas vezes, os governantes passam a utilizar as reservas dos cofres públicos e, assim, aumentam as chances de aumento de dívida externa. 

Do ponto de vista da alta de preços, o intervencionismo para garantir empregos pode resultar em aumento da inflação. E com isso, os trabalhadores que passam a consumir menos. 

O Keynesianismo e o mercado financeiro

Para falarmos sobre a influência do Keynesianismo no mercado financeiro, é importante levantar a biografia do teórico que era, ele próprio, um investidor.

Mais especificamente, um investidor que perdeu 80% do seu patrimônio com a crise que se instaurou no mundo no final da década de 1920. Na verdade, foi essa queda nas suas riquezas que o deixou obcecado para reformular uma teoria econômica que reaquecesse a economia. 

Apesar de antigos e diversas vezes adaptados e substituídos, os pensamentos Keynesianos ainda hoje são alvos de estudos na academia e sob o âmbito da macroeconomia. 

Após os líderes mundiais terem buscado em Keynes uma forma de reconstruir as economias das nações após a Segunda Guerra Mundial, já no século XXI, a doutrina voltaria ao noticiário econômico. 

No ano de 2008, após a recessão que teve forte impacto, especialmente, nos Estados Unidos, o então presidente Barack Obama fez investimentos de centenas de milhões de dólares no mercado, para que o país sobrevivesse à crise. Ou seja, mais uma prova de que as teorias econômicas, em alguns casos, assumem características cíclicas. 

O que achou do Keynesianismo? Gostaria de ler mais textos interessantes como esse e se manter por dentro do mercado financeiro? Então assine a Capital Research!

O que foi o keynesianismo * sua resposta?

O que é o Keynesianismo? A doutrina Keynesiana ficou conhecida como uma “revisão da teoria liberal”. Nesta teoria, o Estado deveria intervir na economia sempre que fosse necessário, afim de evitar a retração econômica e garantir o pleno emprego.

Como foi o keynesianismo?

O keynesianismo é uma teoria econômica formulada pelo economista John Maynard Keynes (1883 - 1946), que defende que deve haver a plena ação do Estado nas políticas econômicas de um país para atingir o pleno emprego e o equilíbrio econômico.

O que é keynesianismo exemplos?

O pensamento keynesiano afirma que o Estado deve oferecer benefícios sociais aos trabalhadores, como seguro de saúde, seguro-desemprego, salário mínimo, férias remuneradas, dentre outros. Nesse sentido, o Estado tem deveres a cumprir para com seus cidadãos, lhes proporcionando uma vida digna.

Qual a principal característica do keynesianismo?

No entanto, a principal característica do Keynesianismo era a atuação do Estado na economia de forma a influenciá-la.