O que quer dizer só se vê bem com o coração o essencial é invisível para os olhos?

O que será que a ciência e o Pequeno Príncipe podem ter em comum?

Assim como vimos no post anterior sobre como as plantas precisam que alguns de seus órgãos estabeleçam relações com o meio, nós também precisamos, mais do que imaginamos, estabelecer relações vitais com o outro.

Colocar o coração para dirigir os caminhos desta jornada da vida, pois este centro simbólico que guia nossos afetos é o único capaz de enxergar o que é invisível e tecer a rede desta vida através dos vínculos significativos com o entorno, permitindo alcançar os corações que nos cercam enxergando a beleza neles.

Hoje te convido a viajar comigo numa jornada que posiciona nosso coração como guia fundamental para uma boa vida, tanto pela simbologia desta obra tão querida de Antoine de Saint-Exupéry quanto pelo que a ciência mais contemporânea vem nos mostrar.

Aprendemos com a sutileza do Pequeno Príncipe que criar laços nos torna responsáveis perante e com o outro, responsabilidade esta que, assim como a Raposa faz com o Pequeno Príncipe, nos auxilia a amadurecer na vida.  Cultivar nossos afetos nos convida a crescer e ao mesmo tempo nos ajuda a suportar as adversidades da vida através do que é invisível aos olhos, mas que é real perante a grandeza da vida, o Amor.

E assim, ao sermos guiados pelos laços invisíveis do nosso entorno, nosso coração se expande, nos permitindo enxergar além.

“Uma vida boa é construída com bons relacionamentos”.Com esta frase Robert Waldinger (diretor de um projeto longitudinal de Harvard que desde 1938 vem tentando mapear a felicidade, saúde e bem estar em adultos) encerra sua participação num TED que nos faz refletir muito acerca das relações que estabelecemos e como estes vínculos que fazem da vida boa e significativa, pois estes vínculos criados com o coração, a morada do que é invisível aos olhos, dos nossos afetos, são capazes de nos proporcionar mais felicidade e mais saúde.

Emoções positivas como a felicidade advinda de relações sociais de qualidade, do afeto que nos guia nesta teia invisível do direciona grande parte da nossa vida, que é significativo, subjetivo, podem servir de suporte contra muitas adversidades da vida porque nos sentimos amparados por essa teia de afetos.

As emoções positivas oriundas destes relacionamentos afetivos saudáveis podem promover mudanças psicológicas, cognitivas, comportamentais e fisiológicas, aumentando nosso nível de bem estar, permitindo uma maior percepção positiva dos acontecimentos e possibilitando o enfrentamento de situações adversas como dores físicas, como Waldinger cita no TED, a partir de uma perspectiva positiva, pois nos sentimos fortalecidos por alguns relacionamentos.

Mas veja bem, não é sobre a quantidade de relações, mas a qualidade delas. Justamente sobre o que nosso Pequeno Príncipe nos fala, sobre o invisível que nos move através delas.

Outro TED que gosto muito, apresentado por outro pesquisador, Matthew Lieberman, propõe um olhar sobre a necessidade de reconhecer o valor do aspecto social para que sejamos mais inteligentes, mais felizes e mais produtivos.
Para tanto Lieberman faz uma explanação sobre diferentes aspectos que envolvem a importância do aspecto social, chamando os de super-poderes e ainda cita a motivação social como fator de maior envolvimento e de aprendizado e finaliza com uma importante reflexão sobre a conexão social como um dos melhores preditores de felicidade e bem estar, portanto, é necessário ensinar e treinar as crianças e os jovens nestes “super-poderes”.

A correlação entre estes TEDs, realizados por cientistas contemporâneos de destaque nas Neurociências e na Psicologia com o lindo ensinamento do nosso Pequeno Príncipe se faz nítida quando pensamos na importância dos vínculos afetivos em muitos aspectos da nossa vida, não apenas quanto à socialização banal, mas sim como preditor de saúde, como fator essencial para que nossa vida seja amparada e sentida plenamente, com significado, qualidade. A dor social que pode ser sentida em decorrência do isolamento social, pois precisamos da vinculação social para atender nossas necessidades sociais básicas, para a adaptação em diversas circunstâncias, além do desenvolvimento de aspectos cognitivos, emocionais, afetivos, comportamentais é uma das grandes doenças deste novo mundo, ainda mais num momento como este de Pandemia (podemos sugerir que, além do isolamento social poder causar dor social real, sendo processada nas áreas/circuito da dor, podemos também observar as conseqüências deste isolamento crônico para outras respostas fisiológicas, fazendo surgir outros quadros patológicos, tendo aqui a solidão um grande impacto em diferentes aspectos da nossa saúde), mas que não nos oferece alternativa, pois pensar no coletivo se faz prioridade. Mas é este mesmo coletivo que está conseguindo se unir mesmo com as barreiras físicas.

Podemos lembrar também que, enxergar com o coração do processamento de informações cognitivas implícitas e explícitas, numa resposta rápida e inconsciente às informações afetivas do outro, permitindo comunicação, cooperação e colaboração social como cita Lieberman.

Por fim, podemos observar então que “enxergar com o coração”, ou seja, colocar o coração à frente e buscar os laços da vida pelo coração, pelo afeto, nos mostra que os relacionamentos sociais positivos propagam emoções efeitos positivos duradouros na saúde em geral (aspectos fisiológicos, diminuição de estresse, saúde mental) e no bem estar, Lieberman ressalta que os relacionamentos sociais são os melhores preditores de bem estar e felicidade.Deixo aqui o convite para vocês assistirem a estes TEDs inspiradores a ler este livro que não pode faltar na nossa vida:

Robert Waldinger: Do que é feita uma vida boa?

Matthew Lieberman: The social brain and its superpowers.

O pequeno príncipe, livro de Antoine de Saint-Exupéry.

O que quer dizer só se vê bem com o coração?

Essa frase pertence a Antoine de Saint-Exupéry. Ela remete a sensação de superficialidade, ou seja, nossos olhos veem apenas a matéria, ou seja, eles estão diretamente ligados aos nossos desejos palpáveis, os quais buscamos ter.

O que é invisível para os olhos?

somente vemos bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. A citação, extraída do livro O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), refere-se ao diálogo entre o príncipe e a raposa sobre como se tornam especiais aqueles que se cativam.

Qual o sentido da história do Pequeno Príncipe?

O Pequeno Príncipe representa a infância inconsciente dentro de cada adulto, simbolizando sentimentos de amor, esperança e inocência.

Qual a frase mais famosa do Pequeno Príncipe?

“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” Essa é uma das frases do pequeno príncipe que se tornou mais marcantes. É preciso enxergar além das aparências para que se veja aquilo que realmente importa.