Por que existem casos de incompatibilidade sanguínea em transfusões de sangue é O que acontece?

Os tipos sanguíneos foram descobertos no início de século XX pelo médico Karl Landsteiner.

Ele descobriu que ao misturar amostras de sangue de diferentes pessoas, as hemácias se aglutinavam.

Em 1902, ele concluiu que a incompatibilidade deve-se aos diferentes tipos de sangue existentes e das reações imunológicas entre eles.

A descoberta dos tipos sanguíneos, por Landsteiner, representou um marco na história da medicina e ajudou a salvar muitas vidas. Muitas pessoas morreram ao fazer transfusões sanguíneas, devido a incompatibilidade com o sangue doado.

A espécie humana apresenta diversos tipos sanguíneos. Os mais importantes são o Sistema ABO e o Fator Rh.

Sistema ABO

A herança genética de grupos sanguíneos na espécie humana é um exemplo de alelos múltiplos ou polialelia.

No Sistema ABO existem três genes que irão atuar na formação do tipo sanguíneo. São eles: IA IB e i. Conforme o padrão da herança, os grupos sanguíneos podem ser A, AB, B e O.

Os alelos dos genes para o Sistema ABO determinam a presença ou ausência de substâncias na superfície externa das hemácias.

Incompatibilidade Sanguínea

A incompatibilidade sanguínea é resultado de uma reação imunológica entre as substâncias presentes na membrana plasmática das hemácias e as substâncias dissolvidas no plasma. Em casos de incompatibilidade, essas substâncias se aglutinam.

As substâncias aglutinadoras presentes na superfície das hemácias são os aglutinogênios. Os aglutinogênios são antígenos e caracterizam o tipo sanguíneo do indivíduo.

As substâncias aglutinadoras do plasma são as aglutininas. As aglutininas são anticorpos capazes de reagir com os aglutinogênios e atuam na defesa do organismo.

A reação antígeno-anticorpo promove aglutinação das hemácias e determina a incompatibilidade sanguínea.

Por que existem casos de incompatibilidade sanguínea em transfusões de sangue é O que acontece?
Sistema ABO

No Brasil, os grupos sanguíneos mais comuns são o O e o A.

Como o sangue tipo O não tem antígenos é considerado o doador universal.

O sangue mais raro é o tipo AB. Ele não possui anticorpos e é considerado o receptor universal.

Leia também:

  • Antígenos
  • Hemácias
  • Plasma
  • Anticorpos

Fator Rh

O Fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e sua equipe.

O Fator Rh funciona independentemente do Sistema ABO. Ele está relacionado a produção de um antígeno localizado na membrana plasmática das hemácias.

Geneticamente, o Fator Rh é determinado por dois alelos (R e r).

Os portadores dos alelos RR ou Rr apresentam o fator Rh em suas hemácias, são Rh+. Os portadores de genótipos recessivos (rr) não produzem o fator Rh e são Rh-.

Veja a tabela de compatibilidade entre os tipos sanguíneos:

Por que existem casos de incompatibilidade sanguínea em transfusões de sangue é O que acontece?
Tabela de doação entre os tipos sanguíneos

Saiba mais: Sistema ABO e Fator Rh.

Por que existem casos de incompatibilidade sanguínea em transfusões de sangue é O que acontece?

Licenciada em Ciências Biológicas (2010) e Mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais pela Universidade do Estado do Amazonas/UEA (2015). Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela UEA.

Quando os grupos sanguíneos da gestante e do feto são incompatíveis, o organismo materno produz anticorpos e prejudica a saúde do bebê. A eritroblastose fetal, ou doença hemolítica do recém-nascido, pode ser prevenida quando a mulher faz um simples exame de sangue durante o pré-natal.

A incompatibilidade ocorre quando o feto herda do pai um fator sanguíneo que não está presente na mãe. Como o organismo materno é incompatível com substâncias presentes no organismo do bebê, produz uma resposta autoimune e ataca a criança. Nos casos mais extremos, a doença pode causar a morte do recém-nascido.

Os grupos sanguíneos

Para entender a eritroblastose fetal, é preciso conhecer a dinâmica entre os diferentes grupos sanguíneos. Há dois fatores que definem os tipos sanguíneos dos seres humanos: o Sistema ABO e o Fator Rh. O sistema ABO classifica o sangue em A, B, AB e O. Já o fator Rh é um grupo de antígenos que determina se o sangue possui o Rh negativo ou positivo.

O tipo sanguíneo é determinado pela presença ou ausência das substâncias aglutinogênios. O indivíduo que apresenta aglutinogênio A tem sangue A, enquanto o que apresenta aglutinogênio B tem sangue B. Quem apresenta os dois tem sangue AB, enquanto quem não apresenta nenhum tem sangue O.

O indivíduo que não apresenta os aglutinogênios no sangue produz substâncias chamadas aglutininas anti-A e anti-B. Elas funcionam como anticorpos que reagem à presença de elementos estranhos. Portanto, o indivíduo que tem sangue B não pode receber transfusão sanguínea de uma pessoa que tem sangue A e vice-versa. O tipo sanguíneo O só recebe do tipo O, pois possui tanto a aglutinina anti-A quanto a anti-B. Já o tipo sanguíneo AB recebe de todos eles.

O mesmo vale para o fator Rh. Os indivíduos Rh positivo possuem o fator Rh em suas hemácias e podem receber transfusões sanguíneas tanto do indivíduo Rh positivo, quanto do Rh negativo. Já a pessoa que tem Rh negativo recebe apenas de Rh negativo.

Como ocorre a eritroblastose fetal

Na eritroblastose fetal, o organismo materno reage de forma similar a uma transfusão de sangue malsucedida. Pode estar relacionada tanto à incompatibilidade do sistema ABO, quanto à incompatibilidade do fator Rh. O sistema Rh é responsável pela forma mais grave da doença, que pode ocorrer quando uma mulher Rh negativa concebe um feto Rh positivo.

A sensibilização do sistema imune da mãe ocorre quando os glóbulos vermelhos do feto carregam o fator Rh, atravessam a barreira placentária e entram na corrente sanguínea da gestante. Eles estimulam a produção de anticorpos que podem atravessar a placenta e atingir a circulação fetal, quebrando os glóbulos vermelhos do bebê.

Na primeira gestação, é raro que o organismo da mãe se sensibilize e gere uma resposta agressiva, pois a quantidade de antígeno Rh fetal que entra na circulação materna é baixa. Mas durante o trabalho de parto, o corpo da gestante fica mais exposto e a sensibilidade aumenta. Em uma próxima gravidez, o risco de desenvolver a doença é bem maior caso o tipo sanguíneo do feto também seja incompatível. Por isso, a eritroblastose fetal é mais comum na segunda gestação.

Principais sintomas da eritroblastose fetal

A eritroblastose fetal traz consequências para o bebê. Na forma mais suave, manifesta-se apenas como uma anemia sem outras complicações. Outros sintomas são icterícia, fígado e baço alargados

A forma mais grave da doença se caracteriza por insuficiência cardíaca e pelo acúmulo de líquidos corporais, causando edemas na pele. Perda auditiva e atraso mental são outras consequências. Em casos raros, o bebê pode morrer.

Como prevenir a eritroblastose fetal

Durante o pré-natal, a gestante deve fazer exame de sangue para descobrir qual seu tipo sanguíneo. O pai também deve ser testado. Além disso, é possível testar as hemácias fetais presentes na corrente sanguínea da mãe, para prever qual será o tipo sanguíneo do bebê.

Muitos procedimentos estão disponíveis para evitar as consequências. Se o feto estiver em risco de desenvolver a doença, o médico utiliza uma técnica chamada amniocentese para medir as concentrações de bilirrubina (que ficam elevadas em casos graves) e prever a gravidade da doença. Se os níveis estiverem altos, pode-se administrar transfusões intra-uterinas de sangue RH negativo para o bebê ou acelerar a data do parto. Também há a possibilidade de ministrar a imunoglobulina Rh na mãe. Essas medidas são bastante eficazes e podem eliminar quaisquer complicações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Encyclopædia Britannica (“Erystroblastosis fetalis”)
Programa de Educação Tutorial (“Doença hemofílica do recém-nascido”)

Por que existem casos de incompatibilidade sanguínea em transfusões de sangue E O que acontece?

A incompatibilidade sanguínea se deve à interação entre proteínas que podem ou não estar presentes no sangue humano. Quando ocorre, provoca doenças que podem ter sintomas leves a graves. O agente Rh é uma proteína sanguínea que pode ou não estar presente no sangue humano.

O que acontece quando há incompatibilidade sanguínea?

A incompatibilidade de Rh ocorre quando uma gestante tem sangue Rh negativo e o feto tem sangue Rh positivo. A incompatibilidade de Rh pode resultar na destruição de glóbulos vermelhos do feto, por vezes, causando anemia, o que pode ser grave. O feto é verificado periodicamente quanto à evidência de anemia.

Por que as transfusões de sangue precisam ser feitas entre pessoas que possuem compatibilidade?

Dessa forma, é importante que o aglutinogênio característico do doador, seja compatível com a aglutinina presente no plasma do receptor. Caso contrário ocorrerá aglutinação das hemácias recebidas, causando sérios problemas ao receptor.

Qual a importância da tipagem sanguínea para as transfusões sanguíneas?

A tipagem sanguínea é o processo de coleta e análise do sangue do paciente para identificar a qual grupo sanguíneo ele pertence. Além de facilitar na hora do atendimento, também é importantíssimo saber o tipo sanguíneo para doações de sangue, transfusões e para o período gestacional.