Romantismo em Portugal Show O Romantismo em Portugal se iniciou em 1825 e se estendeu até o final do século. O Romantismo é a escola literária que sucedeu o Arcadismo: surgiu em uma época histórica em que grandes transformações ocorriam na Europa. O início do Romantismo em Portugal foi marcado pela publicação, em 1836, de A Voz do Profeta, de Alexandre Herculano. 1. Datas
2. Contexto histórico Na Europa, o fim do século XVII e o início do século XIX assistem a grandes mudanças, entre as quais a crise das monarquias nacionais absolutistas e a Revolução Francesa, que teve como consequências:
Portugal vive um período de turbulências e instabilidade: a primeira metade do século XIX é marcada por vários acontecimentos conflitantes:
Independência do Brasil - piora da situação política portuguesa;
3. Origens do Romantismo As origens do Romantismo encontram-se na Alemanha, no movimento "Sturm und Drang" (Tempestade e Ímpeto), que envolveu artistas como Goethe, Herder, Schiller, os irmãos Schlegel no combate ao racionalismo clássico, e no culto da subjetividade. Na Inglaterra,Edward Young, Walter Scott e Lord Byron também pregavam o domínio da emoção e da subjetividade, o romance histórico, com a exaltação do passado nacional. Mas foi a França o centro do movimento e o polo divulgador do Romantismo na Europa: artistas como Chateaubriand, Lamartine, Musset e Victor Hugo abraçaram as características do movimento e pregaram a liberdade de expressão ("sem regras, nem modelos"). 4. Características gerais do Romantismo A subjetividade, visão de mundo filtrada pela vivência pessoal do artista e derivada de suas emoções e sentimentos, é a grande característica do romantismo, da qual derivam outras como:
Os Três Momentos do Romantismo O primeiro momento do Romantismo português ainda apresenta reminiscências neoclássicas, como o uso de modelos preestabelecidos e o comedimento da expressão; na realidade, o romantismo dessa fase está nos ideais, no espírito libertário e no nacionalismo. Pertencem a este período os autores Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho. O segundo momento, do qual fazem parte Camilo Castelo Branco e Soares de Passos, corresponde ao "ultra-romantismo", em que há o exagero e o reinado da emoção, a sensação de tédio, melancolia, desespero, morbidez em relação à vida e ao mundo. O terceiro momento, que corresponde ao crepúsculo do Romantismo e às antecipações do realismo, é o de maior equilíbrio e está representado pela obra de Júlio Dinis e João de Deus. Almeida Garrett João Batista Leitão de Almeida Garrett, o iniciador do Romantismo português, nasceu no Porto (1799) e morreu em Lisboa, em 1854. A denúncias das contradições ideológicas entre o pensamento conservador e a defesa das ideias liberais o levaram a ser exilado duas vezes de Portugal. Dedicou-se à vida pública, após a vitória liberal em Portugal, sendo diplomata, deputado, jornalista. Sua vida amorosa foi agitada: casamento, divórcio, diversas paixões e escândalos, mas deixou obra vasta e variada: poesia, prosa, teatro, oratória parlamentar, pensamento doutrinário, jornalismo. Entre todas elas, as principais são: Flores sem fruto, Folhas caídas (poesia), Viagens na minha terra (prosa de ficção) e Frei Luís de Souza (teatro) Sua poesia evoluiu em duas fases: a primeira, marcada por forte influência da poesia neoclássica, apresenta contenção emotiva e equilíbrio. A segunda, romântica, é a fase mais significativa de sua obra poética, embora ainda se note o comedimento clássico, com o controle da emoção, o que só seria quebrado em sua obra lírica maior, Folhas caídas. A linguagem de Garrett nos poemas é popular, o ritmo coloquial, e há o uso frequente de redondilhas. Além das citadas, deixou, em poesia as seguintes obras: Camões, D. Branca, Romanceiro e Cancioneiro geral. Viagens na minha terra é uma obra misto de jornalismo, diário íntimo e prosa de ficção; o estilo é rico, maleável, com grande plasticidade nas descrições e a abordagem de temas variados: do amor à política. Há, no livro, um certo autobiografismo, pois refere-se a uma viagem realmente feita por Garrett entre Lisboa e Santarém. Frei Luís de Souza, peça teatral composta de três atos em prosa, é considerada a obra-prima da dramaturgia portuguesa; sua classificação situa-se entre a tragédia e o teatro romântico; foi inspirada no drama vivido, no século XVI, por Manuel de Souza Coutinho - o Frei Luís de Souza - e D. Madalena de Vilhena - viúva de D. João de Portugal, desaparecido com D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir. Texto escolhido: Jorge (cortando a conversação) Alexandre Herculano Alexandre Herculano nasceu em Lisboa (1810) e morreu em Val-de Lobos, em 1877; como participante das lutas liberais, foi exilado na França, onde conheceu o Romantismo. Sua carreira foi marcada por intensa atividade literária e prestígio intelectual, apesar da origem humilde; a adesão total às ideias liberais e a violenta reação do clero o levariam a escrever o opúsculo Questão Eu e o clero. Retirou-se da vida pública nos últimos 17 anos. É o "criador do romance histórico português" e escreveu contos, romances, poesia, ensaios e obras históricas. Seu estilo é sóbrio, equilibrado, solene. Suas principais obras são as novelas históricas Eurico, o Presbítero e O Monge de Cister, reunidas no projeto Monasticon, em que se propunha a examinar o celibato clerical à luz do sentimento e a religião como arma e elemento complicador da vida sentimental das personagens. A ambientação histórica de suas obras é sempre a Idade Média. Em seu conjunto de obras, destacam-se ainda O Bobo (romance histórico) e Lendas e narrativas (contos de inspiração medieval). Texto escolhido: A ventura das armas muçulmanas tinha chegado ao apogeu, e a sua declinação começava, finalmente. E na verdade, a ira celeste contra os godos parecia dever estar satisfeita. O solo
da Espanha era como uma ara imensa, onde as chamas das cidades incendiadas serviam de fogo sagrado para consumir aos milhares as vítima humanas. O silêncio do desalento reinava por toda a parte, e os cristãos viam com aparente indiferença os seus vencedores poluírem as últimas cousas que, até sem esperança, ainda defende uma nação conquistada - as mulheres e os templos. Teodomiro pagava bem caro o procedimento que o desejo de salvar os seus súditos o movera a seguir. O pacto feito por ele com os
árabes não tardou a ser por mil modos violado, e o ilustre guerreiro teve de se arrepender, mas já debalde, por haver deposto a espada aos pés dos infiéis, em vez de pelejar até a morte pela liberdade. Fora isto o que Pelágio preferira, e a vitória coroou o seu confiar no esforço dos verdadeiros godos e na piedade de Deus. Camilo Castelo Branco Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa (1825) e morreu em São Miguel de Seide, em 1890. Sua vida foi tumultuada e sofrida; órfão muito cedo, casou-se precocemente e logo sofreria diversas amarguras: separação, prisão, envolvimento com uma freira, paixão proibida, nova prisão, cegueira, suicídio. É um autor copioso; sua obra é vasta e variada: novela, romance, conto, poesia, teatro, crônica, epistolografia, jornalismo, polêmica, folhetim, crítica literária, com destaque para as novelas passionais. Suas narrativas englobam paixões desenfreadas, mistérios, assuntos históricos, intenções satíricas, antecipações realistas, em linguagem direta, comunicativa, coloquial, às vezes irônica. A imaginação privilegiada e a sensibilidade emocional fazem deste um dos maiores autores do Romantismo português. Suas principais obras são as novelas Amor de perdição, Amor de salvação, A queda dum anjo e Coração, cabeça e estômago, todas da segunda fase de sua produção literária, período em que se destacam as seguintes características:
Merece destaque também o romance Eusébio Macário, da terceira fase, em que o escritor se dedica à crítica social e à sátira da sociedade e na qual se observam certas antecipações realistas e naturalistas, com descrições minuciosas, abordagem de temas realistas como o adultério. Nessa fase, Camilo escreveu ainda A Corja e A Brasileira de Prazins. Texto escolhido: Minha
mulher, ao abrir-me os tesouros da sua alma, revelou-me também os tesouros da fé, as delícias da religião, e a taça inexaurível dos sabores da caridade. Os outros autores a) Antônio Feliciano de Castilho:
b) Soares Passos:
c) Júlio Dinis:
d) João de Deus:
Quais foram os principais autores do Romantismo em Portugal?Seus principais representantes são Júlio Dinis (1839-1871), João de Deus (1830-1896) e Antero de Quental (1841-1891).
Quem foi o principal autor do Romantismo em Portugal?Camilo Castelo Branco é o autor de “Amor de Perdição”, uma das obras mais famosas do romantismo português. O principal autor dessa geração é Camilo Castelo Branco (1825-1890), característico por ter sido um virtuose do discurso.
Quais foram os principais autores do Romantismo?Alguns principais autores do Romantismo brasileiro são José de Alencar, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Castro Alves.
Quais são as principais características do Romantismo em Portugal?Principais Características
O Romantismo é oposição ao Classicismo, dada a liberdade da criação existente nesse novo estilo que dispensa as regras exaltadas pelos clássicos e, inclusive, usa uma linguagem muito próxima à coloquial.
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