Quais conhecimentos compõe o campo de experiência o Eu o outro é o nós?

Quais conhecimentos compõe o campo de experiência o Eu o outro é o nós?

O App Minha Escola falou com a Isadora Alves Roncareli sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que está organizada em cinco Campos de Experiência que visam garantir os direitos de aprendizagem e desenvolvimento para as crianças da Educação Infantil. No Campo de Experiência “O eu, o outro e o nós” a criança tem contato com a diversidade que constitui a sociedade, compreendendo as relações interpessoais, com outras crianças e com adultos.

Para que as experiências nesse contexto sejam significativas, as crianças precisam explorar propostas que as levem a desenvolver o autoconhecimento, o conhecimento do outro e suas singularidades, além do desenvolvimento de atitudes de cuidado e cooperação no cotidiano escolar. A ideia é que com o desenvolvimento dessas atitudes na escola elas sejam expandidas para as outras relações que a criança estabelece, no decorrer do seu crescimento, nos diferentes grupos sociais em que está inserida.

Como explorar esses contextos na escola de Educação Infantil?

Os bebês precisam experimentar momentos de interação com seus pares em brincadeiras cotidianas, como rodinhas de música, momentos de exploração de brinquedos e escuta de histórias em conjunto, para que aprendam a conviver com grupos diversos. A interação com o adulto também precisa ser constante, através da linguagem oral e da expressão corporal, a fim de que o bebê aprenda a expressar suas necessidades e desejos.

As crianças bem pequenas, através das experiências nesse Campo, desenvolverão atitudes de respeito às regras de convivência e do reconhecimento do outro como sujeito único. As propostas de brincadeiras em grupo, rodas de conversa e o reforço sobre os combinados da turma na rotina escolar auxiliam nesse desenvolvimento. Além disso o trabalho com histórias e desenhos que estimulem a percepção das diferenças entre as pessoas são importantes nessa faixa etária.

As crianças pequenas já conseguem explorar contextos mais complexos, em que possam ser estimuladas a exercitar a empatia e a resolver conflitos sem a intervenção direta do adulto.

Para auxiliar as escolas na construção de propostas que envolvam O eu, o outro e o nós, o App Minha escola tem o Uniftec Kids que oferece planos de aula e sequências didáticas pensadas especialmente para os bebês, com contextos de interação e vivências em momentos de alimentação, higiene e sono.

Para as crianças bem pequenas há propostas de brincar heurístico, além de livros que trabalham o respeito às diferenças. Para as crianças pequenas há, além de planejamentos e livros infantis, jogos e animações sobre sentimentos, emoções e cuidados consigo mesmo.

Acessando o Uniftec Kids as escolas e educadores encontram uma variedade de planejamentos, livros, animações e jogos que contemplam todos os Campos de Experiência da BNCC, além de suporte pedagógico para adaptação dos materiais à realidade da sua escola.

A parceria App Minha Escola e UniftecKids está transformando as escolas!

7 minutos para ler

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um importante instrumento norteador do trabalho pedagógico. Uma das grandes mudanças da BNCC em relação a outros referenciais na trajetória educacional brasileira é a atenção à Educação Infantil, que passa a integrar uma importante fase de aprendizado.

Vale lembrar que as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) propõem que a aprendizagem se desenvolva a partir de dois eixos estruturantes: interações e brincadeiras. Afinal, a criança se constitui como sujeito e aprende de forma ativa por meio de experiências e relações estabelecidas cotidianamente.

Além disso, mais do que favorecer o aprendizado dos conhecimentos historicamente produzidos pelo ser humano — traduzidos pelas disciplinas tradicionais —, o referencial da BNCC busca proporcionar uma formação integral do estudante. Assim, os campos de experiência da BNCC favorecem o desenvolvimento amplo da criança: motor, linguístico, cognitivo e socioemocional.

Continue a leitura para conhecê-los mais de perto e conferir exemplos de como explorar cada campo junto aos pequenos!

Os campos de experiência da BNCC são as esferas de desenvolvimento que devem ser trabalhadas durante a Educação Infantil, funcionando de forma semelhante aos componentes curriculares do Ensino Fundamental e Médio.

Então, compõem um conjunto de orientações com competências e habilidades estabelecidas como objetivo para essa fase escolar. Isso significa que, longe de ser apenas um lugar de cuidados básicos enquanto os pais trabalham, as escolas infantis devem contemplar atividades lúdicas e pedagógicas que visam a aprendizagem dos estudantes desde cedo.

Em uma espécie de expansão dos três pilares da antiga práxis pedagógica da Educação Infantil — cuidar, educar e brincar, a nova base curricular comum estabeleceu 5 campos de experiência. De acordo com o próprio documento da BNCC, esses campos norteadores, assim como os componentes curriculares das fases seguintes, são:

“um conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento”.

Quais são os campos de experiência da BNCC?

Abaixo, veja uma descrição detalhada dos 5 campos de experiência da BNCC, acompanhada de exemplos de aplicação para cada faixa etária.

O eu, o outro e o nós

Campo que consiste no início da busca pela identidade pessoal e coletiva. Nessa etapa, o professor precisa focar na função social da escola, favorecer o bom convívio com diferenças e o entendimento das consequências negativas dos preconceitos e discriminações.

Exemplos de aplicação:

  • bebês (0 a 1,5 ano) — favorecer a autoconsciência corporal com atividades como virar-se sozinho, brincar diante do espelho e assim por diante;
  • crianças bem pequenas (de 1,5 ano até 3 anos e 11 meses) — aplicar a rotatividade de brinquedos para que aprendam a ter solidariedade com o outro, propor atividades de imitação e aprendizado sobre características físicas;
  • crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses) — ouvir histórias sobre costumes culturais de diferentes povos, jogos em equipe e registro de memórias para estimular a apropriação da própria história.

Corpo, gestos e movimentos

Aqui, o professor deve estimular a criança a ter consciência do papel da música no desenvolvimento humano, do próprio corpo e das possibilidades de movimento para uma vida mais saudável. Assim, o campo aborda atividades e brincadeiras que integrem corpo, emoções e linguagens.

Exemplos de aplicação:

  • bebês — promover situações que estimulem o contato com outras crianças, animais e adultos para que possam observar movimentos corporais, estimular a autonomia, como usar brinquedos com as próprias mãos e levar a colher à boca;
  • crianças bem pequenas — aplicar atividades que ajudem a explicar conceitos como velocidade, intensidade, em cima/embaixo, perto/longe etc. e propor brincadeiras que envolvam subir, escalar, pular e se equilibrar;
  • crianças pequenas — brincar de imitar robôs, zumbis e outros personagens imaginários para que exercitem a inteligência corporal, aulas de dança, mímica, teatro, esportes e tantos outros.

Traços, sons, cores e formas

Esse é o campo de experiência que se refere às manifestações artísticas. Os professores da Educação Infantil precisam trazer para a sala de aula diversas expressões do mundo das artes, como a música, a pintura e a dança. Assim, ajudam os pequenos a desenvolverem o senso estético e crítico, bem como a liberdade de criação.

Exemplos de aplicação:

  • bebês — brincar de bater palmas, acompanhar a música batendo em um objeto, possibilitar que o bebê investigue objetos como lápis, carvão, papel e outros;
  • crianças bem pequenas — criar sons com objetos diversos e instrumentos musicais, explorar argila e massa de modelar para descobrir texturas e formas e conhecer brincadeiras cantadas e músicas;
  • crianças pequenas — explicar a diferença entre sons graves e agudos, fortes e fracos, curtos e longos, aplicar atividades de construção de brinquedos inspirados em artesanato local, entre outras.

Escuta, fala, pensamento e imaginação

Os professores devem ter a consciência de que é na escola que a criança tem contato com as estruturas linguísticas mais complexas. Por isso, devem ter essa aproximação para criarem familiaridade com a oralidade e a escrita por meio de contação de histórias e as letras.

Exemplos de aplicação:

  • bebês — mostrar canções cujas letras se associam a movimentos, apresentar parlendas e pequenas histórias;
  • crianças bem pequenas — praticar a contação de histórias, produzir teatros de fantoches, criar curtas peças teatrais e propor que recontem narrativas simples;
  • crianças pequenas — manter um projeto de leitura, mostrar as letras do alfabeto, propor a encenação de histórias, criar pequenos poemas.

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

O último campo de experiência tem relação com o mundo físico e sociocultural. É a partir das brincadeiras que as crianças aprendem a manipular objetos físicos e a explorar o seu entorno, além de terem noção da pluralidade sociocultural existente.

Exemplos de aplicação:

  • bebês — mostrar materiais que proporcionem diferentes experiências sensoriais, como lanternas (luminosidade), cubos de gelo (temperatura), gelatina (consistência), grãos de arroz (textura);
  • crianças bem pequenas — ensinar sobre areia, terra, água e demais elementos, promover a consciência espacial com brincadeiras de empilhar objetos do maior para o menos e vice-versa, classificar brinquedos por cor, entre outros;
  • crianças pequenas — explorar materiais como argila ou massa de modelar para criar diversas figuras tridimensionais, observar transformações naturais, como o crescimento de plantas em uma horta, estabelecer noções de distância, comprimento e massa, entre outros.

Quais são as vantagens dessa organização de ensino?

A principal vantagem de entender a BNCC e sua proposta com os campos de experiência é utilizá-la como instrumento para que os professores ajudem as crianças a terem um desenvolvimento amplo. Cada esfera favorece aprendizados importantes para a capacidade motora, as habilidades socioemocionais e linguísticas e as competências cognitivas.

Além disso, a BNCC serve como um parâmetro comum. Então, mesmo em caso de transferências escolares, a criança tem a continuidade em seus estímulos, independentemente do local no território nacional. Afinal, todas as escolas têm os objetivos pedagógicos alinhados.

Enfim, agora que você conferiu os campos de experiência da BNCC, fica mais fácil entender como eles se relacionam ao dia a dia na sala de aula e como trazem impactos para o propósito educativo, não é?

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O que trabalha no campo de experiência o Eu o outro é o nós?

CAMPO DE EXPERIÊNCIA: O EU, O OUTRO E O NÓS É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista.

Qual o objetivo de trabalhar o eu o outro é o nos na Educação Infantil?

Trata-se da construção da identidade do aluno, das relações interpessoais, respeito próprio e coletivo, percebendo que somos seres humanos e também seres sociais. Como vivemos em sociedade, temos que aprender a respeitar o outro, as diferenças e compreender que há diferentes modos de ser.

O que constituem os campos de experiências?

Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.