Quais eram as condições de trabalho na indústria no final do século 19?

A Indústria no fim do século XIX e no Estado Novo

O final do século XIX é marcado por medidas protecionistas que se estendem até à primeira República, altura em que os operários começam a unir-se para defender melhores condições de trabalho. O Estado Novo altera toda a organização laboral.

Devido ao Ultimato Inglês de 1890, a coroa implementa medidas de que resulta um novo surto industrial, num país que continua a ter uma economia baseada na ruralidade.

Devidos às difíceis condições em que vivem e trabalham, os operários criam organismos representativos que, entre outras conquistas, conseguem estabelecer um horário fixo de trabalho, durante a primeira república. Direitos que causam grande insatisfação entre os empresários.

É também no início do século XX que surgem as grandes estruturas empresariais, como a CUF, de Alfredo da Silva, cuja atividade se alarga a diversas áreas e produtos.

O crash da bolsa de Nova Iorque em outubro de 1929 afeta pouco o país, que continua mais ligado à agricultura, mas a crise vai ter influência na política industrial do Estado Novo.

A segunda Guerra Mundial abriu novas perspetivas ao tecido industrial e extrativo do país. Após o conflito surgem duas leis fundamentais para o futuro da economia portuguesa: a lei da eletrificação do país e a lei da organização e do fomento industrial.

Nos anos 50, e com a utilização de fundos do Plano Marshall, assiste-se a um novo surto industrial, mas as décadas seguintes trazem também um crescendo de problemas tanto nas colónias, essenciais para o fornecimento de matérias-primas, como na metrópole.

Tópicos

  • 1.ª metade do século XX
  • 1.ª República
  • Alfredo da Silva
  • Atividades económicas
  • Civilização Industrial
  • CUF
  • Economia
  • Estado Novo
  • História da Indústria em Portugal
  • Indústria

Ficha Técnica

  • Título: História da Indústria em Portugal - Democracia, autoritarismo, industria controladora
  • Tipologia: Documentário
  • Produção: RTP/ AEP
  • Ano: 2000

Com o advento da Revolução Industrial no século XVIII, ocorreram progressivas e intensas transformações sociais, políticas e econômicas. A industrialização havia trazido consigo a urbanização, as mudanças no modo de produção e as tensas relações entre a burguesia, donos dos meios de produções e trabalhadores, que vendiam sua força de trabalho para a sobrevivência.

As indústrias substituíram a produção artesanal pela mecânica, proporcionando, assim, um aumento significativo na produção diária de mercadorias. Esses avanços enriqueceram os capitalistas (burguesia detentora de riquezas), mas os trabalhadores foram excluídos desse enriquecimento.

Na verdade, as condições de vida dos trabalhadores eram precárias: eles viviam em bairros afastados das regiões centrais das cidades, suas casas eram insalubres, construídas em ruas escuras e sem pavimentação, eram mal ventiladas, não tinham água e apresentavam péssimas condições sanitárias.

As indústrias, conforme as casas dos trabalhadores, também não proporcionavam boas condições de trabalho, geralmente eram quentes e úmidas, com pouca ventilação. A alimentação servida para os operários nas fábricas era insuficiente e de péssima qualidade, pobre em nutrientes.

Outro fator que acirrou, cada vez mais, as relações entre capitalistas e trabalhadores foi a interminável jornada de trabalho. Cada trabalhador chegava a trabalhar dezoito horas ao dia. Juntamente com as péssimas condições de trabalho, a expectativa de vida dos operários era baixa, em virtude também da incidência de doenças e de acidentes de trabalho.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Dessa forma, os capitalistas preferiam contratar mulheres e crianças, no intuito de evitar maiores problemas relacionados às manifestações e às revoltas operárias, que reivindicavam melhores condições de trabalho.

Com o incremento das máquinas industriais nas fábricas, rapidamente a mão de obra operária foi sendo substituída, gerando milhares de desempregados. Logo em seguida, os trabalhadores reagiram com o movimento de quebra de máquinas: no ano de 1811, muitos trabalhadores invadiram as fábricas à noite e quebraram as máquinas com golpes de martelos.

Para esses trabalhadores, as máquinas se transformaram na principal responsável pela situação de exploração e de desemprego em que se encontravam. Os trabalhadores quebradores de máquinas ficaram conhecidos como ludistas, nome que deriva de Ned Ludd, uma personagem, tida por muitos como lendária, que teria quebrado a máquina em que operava a golpes de martelo, mostrando assim sua insatisfação. Rapidamente, o ludismo se espalhou da Inglaterra para outros países europeus.

Portanto, o ludismo se constituiu como o primeiro movimento operário de reivindicação de melhorias nas relações e condições de trabalho.

Leandro Carvalho
Mestre em História

Como era a forma de trabalho no século XIX?

Cada trabalhador chegava a trabalhar dezoito horas ao dia. Juntamente com as péssimas condições de trabalho, a expectativa de vida dos operários era baixa, em virtude também da incidência de doenças e de acidentes de trabalho.

Como era o trabalho no Brasil no século XIX?

Foi nesse período que se mudou a forma de governo, foi feita a Constituição, se iniciou a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado e as fazendas de café e outras lavouras brasileiras modernizaram-se. As cidades cresceram e nelas as primeiras indústrias se instalaram.

Como eram as condições de trabalho na época da Revolução Industrial?

Eram precárias as condições de vida e trabalho dos artesãos no início da primeira revolução industrial: as fábricas tinham um ambiente insalubre; o tempo de trabalho chegava a 80 horas semanais; os salários eram bem abaixo do nível de subsistência.

Como eram as fábricas no século XIX?

Os operários eram submetidos a condições desumanas de trabalho. As fábricas geralmente eram quentes, úmidas, sujas e escuras. As jornadas de trabalho chegavam a 14 ou 16 horas diárias, com pequenas pausas para refeições precárias.