Quais são as nacionalidades dos imigrantes que chegaram ao Brasil entre 1884 e 1933?

Imigração no Brasil

Imigração no Brasil refere-se ao conjunto de povos que imigraram para o País ao longo de sua história. O processo de imigração no Brasil se iniciou a partir de 1850 com o fim da escravidão.

 A população brasileira é formada por descendentes de imigrantes e por membros de tribos indígenas que sobreviveram ao genocídio português. Atualmente, a população indígena corresponde a aproximadamente 0,2% da população brasileira. Todos os outros brasileiros - 99,8% da população - são descendentes de imigrantes.

Os primeiros imigrantes foram os portugueses e os negros africanos. Estes foram trazidos à força para o Brasil. Outras nacionalidades se incorporaram à população brasileira, com mais intensidade, a partir de 1850.

De 1850 até os dias de hoje, vieram para o Brasil imigrantes de diversas nacionalidades: alemães, italianos, espanhóis, japoneses, coreanos, libaneses, judeus de diferentes procedências, bolivianos, argentinos, paraguaios, peruanos, etc. A cultura do Brasil é uma mescla das contribuições das diferentes nacionalidades que constituíram a população brasileira.

Nas últimas duas décadas, retoma-se no Brasil um maior fluxo de migrações internacionais, tanto com a saída de brasileiros como com a entrada de pessoas de outras nacionalidades no país.

Imigração - entrada e mudança de país de pessoas que originam de um outro país
Emigração- membros de uma população saem de um país para viver em outro

Histórico da Imigração no Brasil

A história da composição e formação da população brasileira é marcada por diversos movimentos de imigração.

De 1500 a 1808

A imigração para o Brasil iniciou-se em 1530 com as capitanias hereditárias e o começo da lavoura de cana de açúcar. O litoral do Brasil foi inicialmente povoado por portugueses e escravos negros.

Entre 1550 a 1850, estima-se que 4 milhões de escravos negros foram trazidos à força para o Brasil.  Nesse mesmo período, os imigrantes livres eram portugueses. (Não se sabe quantos imigrantes portugueses vieram ao Brasil.) 

Durante o período colonial, ocorreram também invasões estrangeiras de franceses, holandeses e britânicos. Contudo, esses estrangeiros não se fixaram no País, pois foram expulsos pelos indígenas e pelos portugueses.

De 1808 a 1850

A história da imigração livre para o Brasil iniciou, de fato, no dia 25 de novembro de 1808: D. João VI assinou um decreto que permitia que estrangeiros possuíssem terras no Brasil. Até então, apenas portugueses tinham o direito de entrar livre no Brasil. A imigração livre passou a ser significativa apenas no final do século XIX e início do século XX.

O pequeno fluxo imigratório nesse período justifica-se principalmente pela facilidade de obtenção de mão de obra escrava. Praticamente não havia empregos para imigrantes livres.

De 1850 a 1930

O segundo período caracteriza-se pela maior entrada de imigrantes no Brasil. Em 1850, a Lei Eusébio de Queiroz proibiu o tráfico negreiro, dificultando a obtenção de mão de obra escrava.  Em 1888, a Lei Áurea aboliu a escravidão no País.

O aumento significante na imigração ocorreu por vários fatores: a necessidade crescente de mão de obra em função do desenvolvimento das atividades cafeeiras, o começo de atividades industriais, a facilidade de acesso à posse de terra na Região Sul e a ocupação efetiva das terras do Brasil meridional.

O governo brasileiro buscou incentivar a imigração de europeus para suprir a necessidade de mão de obra. O governo fez propaganda na Europa, anunciando que financiaria o custo de viagem de imigrantes para o Brasil e garantiria emprego, moradia, alimentação e pagamento anual de salários. Mas a propaganda era enganosa. Após chegar no Brasil, ao final de um ano de trabalho nas lavouras, o imigrante recebia seu salário, mas não era o suficiente para pagar seus custos de moradia, de transporte (embora a propaganda governamental havia prometido que seria gratuito) e de alimentação. Os imigrantes ficavam presos - tornando-se semiescravos - até a quitação da dívida. 

Destaca-se nesse período a entrada no Brasil de italianos, alemães, espanhóis e japoneses.

De 1930 até 1980

Em 1929, com a crise econômica mundial e o Brasil sendo afetando por ela, diminuiu drasticamente as imigrações para o Brasil.

Após 1930, a imigração passou a declinar. Contribuiu para esse declínio a Lei de Cota, criada a partir do governo ditatorial de Getúlio Vargas (1934). A Lei de Cota restringia a entrada de imigrantes no Brasil, com exceção de portugueses.  As restrições eram numéricas e ideológicas; a entrada de anarquistas, por exemplo, não era permitida. Além disso, o governo forçava 80% dos imigrantes a trabalhar na zona rural.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial até o início da década de 1970, ocorreu no Brasil um grande crescimento econômico, tornando o País novamente um polo de atração populacional. O crescimento econômico resultou num aumento de imigrantes.

A tabela a seguir mostra que no final do século XIX e início do século XX, as migrações externas tiveram um importante impacto sobre o crescimento da população brasileira.

Comparação entre as Dinâmicas

Período

Migração líquida

Crescimento natural

1872/1890

570.226

3.651.000

1890/1900

903.000

2.962.000

1900/1920

939.000

8.360.000

1920/1940

859.000

12.893.000

1940/1950

107.000

10.600.000

1950/1960

586.000

17.436.000

1960/1970

197.000

23.335.000

1970/1980

185.000

25.000.00

Fonte: Anuário Estatístico do IBGE

De 1980 – até os dias de hoje

Nas últimas décadas, houve um afluxo de imigrantes.

No contexto da América Latina, o Brasil, até a década de 1970, era uma área de evasão populacional para os países vizinhos, especialmente para o Paraguai e a Argentina. A partir da década de 1980, porém, o Brasil passou a ser uma área de recepção migratória de latino-americanos.

A partir da década de 1990, graças à estabilização da sua moeda e ao crescimento da sua economia, o Brasil voltou a atrair imigrantes. Desde então, houve uma maior projeção do Brasil no exterior. Esses fatores, além das restrições impostas à entrada de imigrantes na Europa e nos Estados Unidos, causaram com que mais estrangeiros – coreanos, chineses e latino-americanos – decidissem imigrar para o Brasil.

Embora o saldo migratório atual ainda favoreça a emigração, a imigração vem crescendo. Acredita-se que aproximadamente 1,8 milhão de estrangeiros vivem no Brasil. Esse número é baixo quando se considera o número de habitantes no país. Contudo, a concentração de alguns grupos de imigrantes em certas cidades brasileiras acentua a relevância da migração na sociedade brasileira. 

Muitos desses imigrantes são clandestinos e, sem a documentação necessária para serem legalizados, ficam sujeitos a condições precárias. Constituem mão de obra barata, às vezes até escravizada. Esses imigrantes, como muitos imigrantes brasileiros em outros países, sofrem preconceito e dificuldades de se estabelecerem econômica e socialmente. Exemplificando: a indústria de confecção em São Paulo costuma empregar bolivianos, peruanos e colombianos. Muitos deles trabalham em condições precárias: são semiescravos.

O Brasil também conta com a entrada de fluxos imigrantes de mão de obra qualificada. Estes originam principalmente da Argentina e do Chile e geralmente escolhem viver na metrópole de São Paulo.

A crise na Venezuela resultou em um grande deslocamento populacional em direção ao Brasil. Nos anos de 2015 e 2016, 77 mil venezuelanos adentrar o Brasil, em busca de alimentos, remédios e melhores condições de vida. Em 2017, foram mais de 17 mil pedidos de asilo ao Brasil.

O Brasil é conhecido como um país que acolhe imigrantes. Contudo, o governo brasileiro não está estruturado para receber muitos imigrantes e refugiados. Consequentemente, muitos deles acabam vivendo nas ruas ou em albergues. O Brasil não tem controle de quem adentra o país nem mantém informações centralizadas a respeito do país de origem ou da idade de tais pessoas. Assim, não se sabe ao certo quantos refugiados se encontram no Brasil.

Em 2017, aprovou-se no Brasil uma nova Lei de Migração. Esta facilita o acolhimento de refugiados e garante os direitos do estrangeiro. A lei também visa a evitar que estrangeiros sofram discriminação. A lei concede aos imigrantes uma série de direitos: acesso aos serviços públicos de saúde, à educação, à Previdência Social e ao mercado de trabalho.

Quais são as nacionalidades dos imigrantes que chegaram no Brasil entre 1884 e 1933?

imigração por nacionalidade (1884/1933).

Quais foram algumas das nacionalidades dos imigrantes que vieram para o Brasil a partir do século 19?

As principais levas de imigração para o Brasil ocorreram entre meados do século 19 e a primeira metade do século 20. “Portugueses, italianos, espanhóis, japoneses e alemães constituíram os principais fluxos em termos quantitativos”, diz a socióloga Ethel Kosminsky, da Unesp de Marília (SP).

Quais os países que mais receberam imigrantes entre 1880 e 1930?

Mais de 13 milhões de imigrantes entraram no continente entre 1870 e 1930, sendo que 90% desse total tiveram como destino a Argentina, o Brasil, o Uruguai e Cuba (SAN- CHEZ-ALONSO, 2007, p.

Qual a nacionalidade dos imigrantes que vieram para o Brasil?

Os principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do total.