Quais são as semelhanças e diferenças entre a mão humana e do chimpanzé?

Embora as mãos humanas sejam capazes de construir, emitir sons e fazer delícias na cozinha, um novo estudo sugere que elas são anatomicamente mais primitivas do que as mãos do nosso ‘primo evolutivo’, os chimpanzés. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (15) na revista “Science”.

Os seres humanos e chimpanzés divergiram de um ancestral comum em torno de 7 milhões de anos, e suas mãos se tornaram muito diferentes ao longo do tempo.

Os humanos ‘de hoje’ (homo sapiens) têm um polegar relativamente longo e dedos mais curtos, o que nos permite tocar qualquer ponto de nossos dedos e, assim, facilmente agarrar objetos.

Os chimpanzés, por outro lado, têm dedos mais longos e polegares mais curtos, perfeitos para se balançar em árvores, mas muito menos útil para pegar coisas com precisão.

Milhões de anos

Por décadas a visão dominante entre os pesquisadores era de que os humanos tinham mãos semelhantes às dos chimpanzés por questões evolutivas, mas que as mãos dos primeiros homens foram se modificando para se tornarem melhores ferramenteiros.

Recentemente, alguns cientistas começaram a desafiar essa noção de que as proporções da mão humana mudaram fundamentalmente depois da separação evolutiva com chimpanzés.

As primeiras ferramentas de pedra feita por ancestrais humanos foram há 3,3 milhões de anos, mas há novas evidências de que os neandertais Ardipithecus ramidus ("Ardi"), que viveram há 4,4 milhões de anos, tinham mãos que se assemelhavam mais a dos humanos modernos do que a dos chimpanzés, apesar de não fazerem ferramentas.

Em 2010, uma equipe liderada pelo paleontólogo Sergio Almécija, da Universidade George Washington, em Washington, nos Estados Unidos, argumentou que os aspectos da mão humana como vemos hoje podem remontar a um período ainda mais longo -- algo como seis milhões de anos -- e que já seria vista em humanoides (espécie humana precursora ao homo sapiens), dado que eles já apresentavam capacidade de pressionar o polegar contra os dedos, dando precisão ao movimento.

Para saber como era o aspecto das mãos originárias dos homens, Almécija e seu grupo de pesquisadores analisaram as proporções do polegar e dos dedos de um grande número de macacos e chimpanzés vivos, assim como o de humanos modernos.

Elas foram comparadas a partir de medições e estatísticas com as mãos de várias espécies extintas de macacos e de seres humanos primitivos, incluindo ‘Ardi’, e o Australopithecus da África do Sul, que viveram a 2 milhões de anos, e com uma amostra de um fóssil de um macaco chamado Proconsul.

Chimpanzés mudaram mais

Os pesquisadores descobriram que a mão do ancestral comum entre chimpanzés e humanos, e ancestrais símios tinha um polegar longo e dedos curtos, similar à mão dos humanos hoje.

Assim, a mão humana mantém estas proporções mais "primitivas", considerando que os dedos mais alongados e polegares mais curtos dos chimpanzés e orangotangos representam uma forma mais modificada evolutivamente, perfeita para a vida nas árvores.

Almécija diz que que a capacidade de precisão da mão para agarrar foi "uma das primeiras adaptações" entre os membros da linhagem humana, possivelmente porque os nossos antepassados se aprimoraram em reunir uma ampla variedade de alimentos, e não originalmente, porque isso os fariam melhores fabricantes de ferramentas.

E se as mãos humanas em grande parte mantiveram o estado "primitivo", as mudanças mais importantes que teriam levado ao aprimoramento de seu uso vem da parte "neurológica", isto é, do alargamento e da evolução do cérebro humano e de sua capacidade de planejar e coordenar melhor os movimentos da mão.

"É bom ver que algumas das implicações de Ardi (o ancestral comum entre chimpanzés e humanos) estão sendo notados", afirma Owen Lovejoy, um anatomista da Kent State University, em Ohio.

Ao invés de ser um bom modelo para esse ancestral comum, Lovejoy diz que os chimpanzés de hoje se tornaram "altamente especializados" a manter uma vida na qual que se alimentam de frutas no alto das árvores, enquanto a mão humana sofreu menos modificações anatômicas.
 

Depois que o Watson descobriu com o Crick a dupla hélice do DNA, ele perdeu
muito do interesse que tinha nessa molécula e suas atenções voltaram-se para
o até então incógnito RNA. Ele acreditava (e estava certo no palpite) que essa
era a molécula tinha papel fundamental na codificação das proteínas, e
portanto no funcionamento da célula. Esse é de fato o paradigma central da “biologia molecular” (o ramo que estuda o processamento das informações genéticas): Genes no DNA são transcritos em RNAs que são traduzidos em Proteínas.

Atualmente, mais e mais grupos de pesquisa têm investido em técnicas para quantificar a expressão gênica. Ou seja, uma vez que os genes são seqüenciados e identificados no DNA, quais são as razões que fazem com que um gene seja mais expresso e produza mais a “sua” proteína que outros. Talvez isso seja conseqüência das observações de que, mais ou menos, todos os organismos apresentam proteínas semelhantes, ou com funções semelhantes.

A semelhança do genoma de espécies diferentes chama a atenção especialmente no caso do homem e do chimpanzé. Apesar de todas as diferenças morfo-fisio-psicológicas entre essas duas espécies, nós compartilhamos pelo menos 98,7 por cento do patrimônio genético. Em fato, se uma amostra de 3 milhões de pares de base, representando cerca de 0,1% do genoma do primata, for escolhida aleatoriamente e comparada com o que se conhece do genoma humano constata-se uma diferença média de apenas 1,3%. É possível que se você mostrar um fragmento de DNA a um biólogo molecular ele não saberia dizer se é de um humano ou de um chimpanzé.

Então fica a pergunta: Como pode o DNA conter toda a informação genética que produz as diferenças entre os organismos e ao mesmo tempo ele não ser assim tão diferente? Essa pergunta começa a ser respondida pela equipe do sueco Svante Pääbo, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, em Leipzig (Alemanha). Pääbo apresentou seus últimos resultados em 27 de março na Conferência Internacional sobre o Genoma no Brasil, em Angra dos Reis (RJ) e também publicada na revista “Science”.

Pääbo relatou experimentos em que sua equipe comparou a expressão de genes no homem (Homo sapiens), no chimpanzé (Pan troglodytes), orangotangos (Pongo pygmaeus) e macacos Rhesus (Macaca mulatta). Os resultados foram que a variação da expressão de genes encontrada nos glóbulos brancos do sangue e no fígado foi relativamente pequena (0,57 e 0,80%, respectivamente), mas foi mais significativa no cérebro (1,23%).

Ou seja, no cérebro do homem são produzidas algumas proteínas ligeiramente diferentes das produzidas pelos chimpanzés, mas a grande diferença está na quantidade de proteínas fabricadas pelas células cerebrais dos humanos, que é muito maior: 5,5 vezes mais elevada.

Isto quer dizer que, com o mesmo material genético, as duas espécies fazem coisas diversas. A informação codificada nos genes é activada de forma diferente no cérebro de homens e chimpanzés, o que produz padrões de expressão genética próprios de cada espécie.

Claro, seria tentador dizer que esse fenômeno bioquímico é responsável pelas características que acreditamos sejam distintivas da espécie humana, como o pensamento complexo e abstrato. No entanto, essas variações ainda não podem ser interpretadas do ponto de vista funcional. Já vemos que tem uma diferença, mas não sabemos o que ela causa. Na verdade, mesmo os muitos pesquisadores acreditam que quase todas as grandes descobertas da ciência já foram feitas, concordam que a compreensão do fenômeno da consciência é uma das grandes fronteiras da biologia.

Para o sueco, as diferenças que separam homem e chimpanzé são mais sutis do que acreditamos ao observar nossas diferenças morfológica (fenótipo). Segundo Pääbo, “as diferenças são apenas graduais” e cita estudos que constataram em chimpanzés atributos considerados específicos da espécie humana: aprender linguagens de sinais, capacidade de evoluir culturalmente…

A esse ponto, você que não via a importância de saber a diferença entre homens e macacos (indicando que eu não tenho direito feito meu trabalho de divulgador) devia estar satisfeito. Mas se você quer soluções ainda mais aplicadas, então lembre-se que uma quantidade enorme de medicamentos são testadas primeiramente em macacos antes de serem aplicadas em seres humanos. Eu ficaria contente apenas de compreender melhor os mecanismos como a evolução atuou para separar essas espécies.

Por exemplo, eles descobriram que com respeito aos leucócitos e ao fígado, homens e chimpanzés revelam-se sempre parentes muito próximos, praticamente idênticos entre si e bastante diferentes dos orangotangos e dos macacos Rhesus. No entanto, com relação ao padrão de expressão gênica do córtex cerebral dos chimpanzés é mais parecido com o dos macacos Rhesus do que com o dos humanos. Os resultados indicam que as alterações da expressão genética no cérebro ao longo da evolução foram muito aceleradas na linhagem que deu origem ao homem do que na do chimpanzé.

A equipa defende que a alteração dos níveis de expressão gênica sofrida pelo homem se deu muito recentemente na história evolutiva comum de humanos e chimpanzés, senão outros padrões de expressão também deveriam ser afetados. O que terá desencadeado este processo evolutivo é que os cientistas não são ainda capazes de definir. Erros na duplicação de células que levam a acumulação de material genético (a célula fica com o dobro da quantidade de DNA) e que causam os fenômenos de duplicação gênica observados em espécies tidas como mais evoluídas é uma das principais hipóteses.

Esclarecer as diferenças de fenótipo que separam as duas espécies será mais fácil quando o genoma do chimpanzé for conhecido. O principal passo já foi dado, com a constituição no Japão de “bibliotecas” de seqüências genéticas do primata. Mas dado o custo muito alto do seqüenciamento completo, é possível que ainda tenhamos de esperar muito até poder aumentar nossa compreensão dessas diferenças.

Quando você vier a Itália e olhar para o teto da capela Sistina, verá o dedo de Deus que tocando a mão de Adão dá o “sopro” de vida que lhe anima a alma. Mas pode ter certeza que nosso octoporoteratavo foi a Chita!

Qual a principal semelhança entre a mão humana e dos chimpanzés e as diferenças?

Desde o Ardipithecus, as proporções de nossas mãos se mantiveram basicamente as mesmas. Os chimpanzés, porém, desenvolveram mãos alongadas e sem um polegar opositor, adaptadas para viver em árvores. Outro fator que corrobora a teoria é que o gorila, que não sobe em árvores, tem mãos parecidas com as nossas.

Quais são as semelhanças entre os chimpanzés e os seres humanos?

Os pesquisadores analisaram genes de chimpanzés e de humanos. A conclusão é que os códigos genéticos são quase idênticos. Já se sabia que 95% a 99% dos genes deles são iguais aos nossos. Só que a nova pesquisa mostrou que a semelhança é de 99,4%.

Qual a diferença entre os humanos e os chimpanzés?

A principal distinção entre chimpanzés e humanos pode estar na expressão de genes em proteínas, sobretudo no cérebro. Embora as duas espécies de primatas compartilhem cerca de 99% do código genético, o modo como a informação codificada no DNA é convertida em diferentes proteínas pode ser a maior diferença entre elas.

Qual a semelhança do macaco com o ser humano?

Mesmo sem ter em mãos a seqüência completa do genoma desse primata – projeto ainda envolto em incertezas e sem data e financiamento para ficar pronto -, os cientistas estimam que a ordem dos nucleotídeos (bases) presentes nos DNAs do homem e do chimpanzé é idêntica em cerca de 99% dos casos.